Assembleia da República nas Jornadas Europeias do Património

Este fim-de-semana comemorou-se pela Europa as Jornadas Europeias do Património e ainda o Dia do Turismo. Foram dois dias cheios de programação especial um pouco por toda a cidade de Lisboa e a lista dos eventos estava disponível em vários sites de turismo. Normalmente, este género de datas passam-me sempre ao lado não que eu não goste de visitar museus e monumentos (nada disso!!), mas porque eu sou muito despassarada. Então, quando eu dou pelos eventos já eles passaram e eu fico a vê-los passar! Mas agora com o blog, eu acabo por andar mais atenta, principalmente a ver se apanho visitas grátis. E assim já tenho muitas novidades fresquinhas para os próximos tempos: entre as entradas grátis em vários museus e monumentos no 1º Domingo de cada mês, até ao fim-de-semana do Lisboa Open House já em Outubro (que eu estou a aguardar super entusiasmada).

Os meus planos iniciais de comemorar as Jornadas estavam muito ambiciosos e eu já tinha em mente um roteiro bem interessante, mas à última hora…apareceu tudo e mais alguma coisa que podia aparecer, e eu já estava a lamentar e a desistir de tudo. Mas depois ainda conseguimos arranjar um tempinho, entre o meu trabalho e o trabalho do Carlos, e fomos visitar a Assembleia da República.

Não foi o programa que o Carlos mais estava entusiasmado em participar, mas eu dei a volta com o argumento de que é um dos poucos “monumentos” com horário de visita super restrito, só abre ao Sábado e é preciso marcação prévia. E eu já ando a pensar que quando começar o meu mestrado vou ficar sem Sábados durante um ano INTEIRO! Oh céus!!!

E depois, de manhã, quando estava no trabalho, fui dar uma olhada ao site da Assembleia e fiquei muito entusiasmada com o que vi. Existe muito mais para ver, para além, da sala das Sessões (que vemos muitas vezes na tv), e o edifício em si está lindíssimo por dentro (faz frente a muitos palácios!). Então, estava decidido, não dava para perder a oportunidade.

A Assembleia da República tem sido pano de fundo de muitas manifestações e cada vez que aparece na televisão já nós estamos a pensar o que vem daí agora. Então, a nossa ideia de Assembleia já é muito negra, o que acaba por não nos dar vontade nenhuma de vê-la. Mas para além das medidas rígidas e das acções cada vez mais incompreensíveis do governo, a Assembleia está além disso. Ela conta a história desde o tempo dos reis e, para além disso, acho muito interessante ver ao vivo aquilo que tantas vezes vemos na televisão. E ainda mais, ver os sítios onde as tão famosas e criticadas medidas são tomadas, e onde os regentes do nosso país se “passeiam” no seu dia-a-dia. 🙂

O que nós agora conhecemos por Palácio de S. Bento, já passou por várias etapas ao longo da história, até sofrer no séc. XX uma remodelação profunda na fachada e interior, de maneira a receber a Assembleia da República. Então, tudo começou em 1598, com a construção do Palácio para ser Mosteiro beneditino. E até ao ano de 1833 pertenceu aos Monges Negros de Tibães. A partir daqui, até ao séc. XX, o Mosteiro passou por várias utilizações: foi prisão, hospedaria, refúgio, depósito de destroços regimentais e academia militar, entre outras coisas.

A visita está muito bem organizada, com um itinerário bem sinalizado ao longo do edifício. Logo ao início, é-nos fornecida uma pastinha com o itinerário geral a seguir e com a explicação de cada sala que vamos ver. Então é muito fácil navegar por lá e não andarmos para a frente e para trás a ver as mesmas coisas.

O itinerário começa pelo Claustro (que pertence ainda ao antigo Mosteiro), onde este fim-de-semana eles colocaram vários jogos tradicionais para as crianças, a comemorar as Jornadas. Daqui entramos no interior do Palácio e damos logo de caras com a Escadaria Nobre, que vai dar acesso à salas importantes do primeiro piso.

A escadaria é aquela coisa típica dos grandes palácios, lindos e maravilhosos, é impossível ficarmos indiferentes quando a subimos, quais personagens ilustres!

Ainda no rés-do-chão, e antes de subirmos a escadaria, estão o Átrio e os Jardins Interiores. O Átrio está situado onde em tempos foi a igreja do Mosteiro e aqui estão expostos alguns objectos que vêm desse tempo, como os sinos da igreja. O Jardim Interior é bonito mas nada de espectacular, e dá para ver que a parte superior (inacessível ao público, por pertencer à residência oficial do Primeiro Ministro) é bem mais interessante da interior.

Mas é no 1º andar que estão as salas que estamos mais habituados a ver na televisão. Logo depois da escadaria nobre está a Sala dos Passos Perdidos que é a antecâmara da Sala das Sessões. É aqui que os deputados se encontram e conversam antes de entrar para a Sala das Sessões e também é aqui que os jornalistas aproveitam para entrevistar os deputados. Por isso, é muitas vezes pano de fundo nas notícias, diariamente.

A Sala das Sessões é a mais familiar de todas e a primeira sensação que temos quando entramos é de que o espaço é mais pequeno de que esperávamos. A Sala é usada para as Sessões Plenárias, ou seja, reuniões com os 230 deputados dos vários partidos, e estas são abertas ao público.

Depois vem a sala onde se dá as recepções oficiais, entregas de prémios e outras cerimónias importantes – o Salão Nobre -, e eu achei super interessante ver as pinturas das paredes que nunca prestamos atenção quando vemos a sala na televisão. As pinturas simbolizam os descobrimentos portugueses e é de facto uma óptima maneira de dar a conhecer o nosso país a quem nos visita.

A Sala de visitas do Presidente vem logo de seguida e é super elegante, com uma decoração muito requintada. Foi utilizada no período do Estado Novo, onde o Conselho de Ministros se reunia.

O corredor até à Sala do Senado, e que também vai dar ao Gabinete do presidente da Assembleia da República, está repleto de retratos, 11 de Presidentes da Assembleia da República e de um Presidente da Assembleia Constituinte – Galeria dos Presidentes.

A Sala do Senado foi construída no tempo dos reis para servir como sala de reuniões dos Pares do Reino, mas depois, não satisfazendo o seu propósito, foi substituída pela Sala das Sessões, construída nessa altura. Então, as funções actuais da sala passam por reuniões das comissões, sessões solenes, seminários e colóquios. Mais recentemente também se faz aqui, duas vezes por ano, as sessões do “Parlamento dos Jovens”. Onde jovens do 2º e 3º ciclos debatem questões da actualidade com deputados.

A última sala de trabalhos é a Sala D. Maria II, que é utilizada desde o início para conferências e reuniões. Nos dias de hoje serve para as reuniões da Conferência de Líderes, onde estão presentes o Presidente da Assembleia da República e Líderes Parlamentares, e onde são programados os trabalhos parlamentares.

Ainda no andar nobre está a Biblioteca, que foi sendo restaurada ao longo dos tempos e contém basicamente livros relacionados com a actividade parlamentar, Direito, Ciência Política, História, Economia e Estatística. Ela serve de apoio à actividade parlamentar mas também está aberta ao cidadão comum que se interesse por estes assuntos.

Quase no final da visita ainda está o Refeitório dos Monges, cujo nome ainda vem da função que esta sala tinha na época em que era mosteiro. As funções hoje em dia são mais relacionadas com a apresentação ao visitante do funcionamento e competências do Parlamento.

Por fim, a Sala dos Arcos está mesmo no final da visita e a sua função é de simples sala de leitura e consulta do Arquivo Histórico Parlamentar, que tem informação de quase 200 anos de história constitucional portuguesa.

Gerês – Planeamento

Este é um assunto da actualidade e é o planeamento que estou a fazer neste momento :)!! Escusado será dizer que este mini-break vem mesmo a calhar pois as férias, essas ainda demoram a vir. Aproveitando o feriado de Agosto ficámos com 3 dias para sair da rotina.

Comecei por pesquisar por entre as cidades turísticas da Europa, mas a verdade é que não queríamos gastar assim tanto dinheiro por 3 dias (já andamos a economizar para as férias grandes :D!!!). Então, numa pesquisa rápida a alguns sites de mega-promoções em hotéis, encontrei a solução ideal. Dois dias no Gerês com Canyoning incluido por um preço baaastante em conta.

E voilá, Gerês aqui vamos nós!!!!

No começo do planeamento lembrei-me de uma revista que comprei no ano passado no final do Verão e que tanto me inspirou para este ano ir à descoberta das melhores cascatas do nosso país. E não é que 3 delas ficam mesmo de caminho para o Gerês? Então, decidi que o 1º dia iria ser dedicado a paragens obrigatórias nestas 3 cascatas, com direito a caminhadas e muuuitas fotos. O melhor é que para além da cascata em si, a zona envolvente é recheada de aldeias de xisto e paisagens arrebatadoras.

Para o primeiro dia fiz o percurso automóvel, no ViaMichelin, que é um site óptimo para planear roteiros de carro. As informações acerca das cascatas e parques naturais onde elas estão inseridas encontrei na internet facilmente, pois todas elas têm percursos pedestres associados (PR’s). Nos posts após a viagem eu falo um pouco mais destes percursos, porque ainda não sei o grau de acessibilidade às cascatas nem consigo distinguir entre a informação útil e a irrelevante. Vamos ver como corre!!!

No final do primeiro dia chegamos à vila de Castro Laboreiro, que é a vila mais a norte do Parque Nacional da Penada-Gerês. E é por aqui que planeio ficar no 2º dia, até porque a actividade Canyoning está prevista para este dia de manhã. O Canyoning é um género de caminhada, mas…na água! A actividade engloba caminhada, mergulhos, escalada, entre outras coisas, tudo filmado e fotografado pela equipe que nos vai acompanhar. O equipamento necessário está também incluído: fato de mergulho, colete para flutuar, calçado apropriado. Prometo fazer um post dedicado a esta actividade, que à primeira vista parece exigente fisicamente, mas ao mesmo tempo refrescante (e isso agrada-me!!) :D.

O último dia será dedicado à “turistiquice“, pois os pontos turísticos chave estão localizados nos arredores da vila do Gerês (a 1 hora de caminho de Castro Laboreiro). Se não teria valido a pena ficar hospedada na vila do Gerês, tendo em conta que é a mais turística? Ainda não sei. O impulso foi aproveitar uma mega-promoção e ainda ter o bónus de experimentar o Canyoning. Também já ouvi opiniões de que a vila do Gerês, por ser mais turística, torna-se mais cara que as restantes do Parque. Mas nada melhor que ver para crer! Por isso, no 3º dia confirmo as teorias e apresento a minha opinião pessoal aqui.

Ainda estou a tentar encaixar uma passagem por Arcos de Valdevez, que é lindo de morrer, para o final de tarde do 1º ou 2º dias, no entanto, se há coisa que quero evitar é andar a correr num sítio onde a paz e o descanso são a prioridade. Por isso, muito provavelmente vai ser uma resolução de última hora.

Mais perto da viagem dou dicas do que é imprescindível levar na mala para uma viagem deste estilo: entre o relax (mergulhos nas cascatas!! :D), passeios e caminhadas.