Vivi um mês na Nova Zelândia!

Voltei há quase 3 semanas desta que foi a mais louca experiência da minha vida até hoje, mas que mesmo assim me deixou com a sensação de que, mais do que nunca, tenho a certeza de haver muito pouca coisa que não seja capaz de fazer. Sim, foi louco, deu calafrios dizer adeus e voar para o outro lado do mundo, 2 dias de viagem, mas no final eu sinto que me adaptei tão bem que até me assustei.

Ao final da primeira semana eu já estava praticamente integrada, ia a reuniões do lab, tinha feito novos amigos e colegas, já estava a planear as viagens a fazer nos fins-de-semana na ilha e comecei a praticar yoga acrobático e escalada. Sim, toda uma nova rotina, uma nova vida. Tudo no espaço de uma semana! E o quanto eu sinto falta dessa rotina e do estilo de vida de lá.

Trabalhei muito sim, afinal foi para isso que embarquei nesta aventura, para conseguir ganhar mais conhecimento e aplicar aqui em Portugal na minha tese de Doutoramento. Mas ao mesmo tempo, pela primeira vez desde que iniciei a tese aqui em Portugal, percebi que consegui aproveitar a vida fora do trabalho. Não precisava ficar até à hora do jantar todos os dias da semana porque havia tempo para tudo. Algo completamente diferente aqui em Portugal, onde trabalho em dois sítios e ainda tenho mais um monte de atividades e tarefas extra laborais.

Mas no fundo a Nova Zelândia veio no tempo certo e foi a primeira vez que eu encarei ir viajar por um país completamente por mim própria. Tive muitos momentos rodeada de amigos, rodeada de pessoas que não sei se volto a ver. Mas também tive muitos momentos sozinha comigo mesma e aprendi a adorar a minha companhia.

Se aceitaria viver na NoVa Zelândia por mais tempo? Não consigo responder bem à pergunta, apesar de saber que morro de saudades de lá estar e quase chorei quando abracei pela última vez a minha amiga/supervisora no momento em que ela me foi levar ao autocarro. Mas, apesar de ter adorado lá estar e querer muito voltar para conhecer mais das ilhas, eu tenho a certeza que sou demasiado mulher do mundo para ficar muito tempo num só sítio.

Aproveitei cada pedacinho livre para viajar pela ilha, que acaba por não ser muito económica no geral, mas também nenhuma fortuna. Então todas as sextas eu saía do trabalho e pegava um autocarro para uma qualquer ponta da ilha. Fiquei numa terriola a 2h da capital Wellington e que era central o suficiente para chegar a qualquer ponta da ilha em algumas horas.

Infelizmente, só tive 3 fins-de-semana e não deu para ver/fazer tudo, muito menos visitar alguma coisa da ilha sul, que dizem ser a mais bonita, mas tenho a certeza que aproveitei ao máximo cada tempo livre e tudo o que fiz foi brutal. Era Inverno lá, nosso Verão! Quantas vezes praguejei por estar a desperdiçar um Verão fantástico e estar no frio, principalmente quando marcava tours para fazer trekking nos principais vulcões montanhas da ilha, para serem desmarcados na véspera por causa do mau tempo.

Sim, o Inverno é muito instável e nunca se sabe bem se vamos ter a sorte de apanhar dias de sol ou se vai chover e nevar todo o santo dia. Mas enfim… no meu caso foi uma questão de aproveitar ao máximo com o que dava para fazer. E já foi bastante! Uma das particularidades da Nova Zelândia é justamente a sua atividade vulcânica. Então se não conseguimos o trekking no vulcão, vamos visitar outras manifestações geotérmicas igualmente fascinantes, como os lagos coloridos ou os geysers.

A Nova Zelândia é um país tão fascinante e cheio de coisas fantásticas para ver que doía cada vez que eu olhava o mapa para decidir onde ir a seguir. Porque havia um mundo por descobrir, literalmente. E atenção que mesmo assim eu era super selectiva e dava muito mais atenção a atividades e sítios que envolvessem contacto com a natureza e coisas completamente diferentes do que faria aqui na Europa.

E mesmo assim me sentia frustrada quando planeava roteiros. Tudo fica longe e no Inverno os autocarros intercidades não têm muitos horários que nos permitam montar roteiros insanos para fazer tudo encavalitado. Ahahaha Tipo a cara da Maria! Então só me restava andar ao ritmo deles e fazer as coisas com calma, porque lá tudo anda a um ritmo diferente e a vida passa mais devagar.

Ah tive experiências fantásticas, tanto a visitar a ilha como relacionadas com o trabalho. Coisas que guardo com saudade hoje e vou tentar ir escrevendo nos próximos dias, enquanto saboreio finalmente as minhas merecidas férias na Tunísia. 😉