Roteiro de um dia em New Plymouth!

No segundo fim-de-semana na Nova Zelândia tudo estava em aberto e as certezas acerca do que visitar não eram nenhumas até à própria sexta feira de manhã quando eu decidi que mesmo sozinha ia apanhar o autocarro e visitar a zona de New Plymouth e o Mount Taranaki, que é um dos principais da ilha norte. A ideia era fazer uns trekkings na base da montanha e passar um fim-de-semana com vistas fantásticas e sem fazer mais nada do que contemplar os picos cheios de neve do monte.

E lá fui eu depois do trabalho de autocarro até à cidade que serve de base para a exploração ao Mount Taranaki – New Plymouth! O problema é que durante o Inverno o tempo na Nova Zelândia é super inconstante e imprevisível e nessa mesma semana esteva a nevar quase todos os dias e a perspectiva de tempo bom para o fim-de-semana também era escassa.

Resultado: na noite que cheguei ao hostel e tentei marcar uma excursão para me levar no dia seguinte para a base da montanha, fiquei super frustrada quando me disseram que não havia nenhum transporte a operar porque todos os caminhos de trekking estavam fechados. Aparentemente havia demasiada neve até mesmo em baixa altitude, esperavam mais ainda no decorrer do fim-de-semana e simplesmente não era seguro ir até lá.

Então eu tive de improvisar e, ilhada em New Plymouth, comecei a encarar a perspectiva de aproveitar o melhor possível do meu Sábado e visitar a cidade. E no final, mais uma vez me surpreendi com o quão errada eu estava em achar que o meu fim-de-semana estava completamente estragado. A cidade é super fofa, muito pequena e fácil de andar a pé. Além disso, é junto ao mar e tem muita natureza verde que não é muito comum em pleno Inverno! Resumindo: adorei o roteiro e recomendo a visita!

A cidade pode ser só conhecida pela proximidade ao Mount Taranaki, mas vale o tempo despendido a percorrê-la. Eu comecei a manhã no The Wind Wand que é uma lâmpada num dos pontos mais centrais do percurso Coastal Walkway que é um passadiço junto à orla costeira e que tem imensos km’s de extensão. De manhã fiz o percurso até à central elétrica e só à tarde me aventurei no sentido oposto.

Depois de um pequeno percurso matinal junto ao mar eu voltei ao ponto inicial da caminhada e comecei a subir e a embrenhar na cidade. Uma das zonas mais pitorescas é a que fica em frente ao centro comercial principal. Ali, bem no centro dos imensos restaurantes, pubs e cafés, estão alguns dos graffitis mais impressionantes. Entre paredes e becos vamos vendo esta arte que é bastante comum na Nova Zelândia.

A partir daqui subi até ao Observatório na esperança de captar alguma vista do Mount Taranaki mas as nuvens eram muitas e foi completamente impossível. No entanto, como literalmente nenhuma alma andava ali nas redondezas tirei vários minutos para me sentar na relva e relaxar. Sozinha, longe de tudo o que conheço, isolada, sem net! Ahahah pensei em tudo e em nada de especial mas o que melhor me lembro é justamente de pensar no quanto aprecio a minha companhia e que até adoro viajar sozinha.

Logo ali ao lado está o Pukekura Park que é o parque principal da cidade e outro retiro super pacífico para relaxarmos e apreciarmos a natureza. Tinha lido no meu guia que havia algures por lá uma cascata, então já ia animada para a encontrar. O parque é gigante de facto, e tem imensa coisa para ver lá dentro. Até um zoo lá está e eu, que passei horas a passear, nem cheguei a ver a entrada dele.

Logo na entrada principal tem um caminho escondido que leva a uma roda com uma mini cascata, pouco à frente está o lago principal com imensos animais e logo a seguir está a dita cascata que não está sempre ligada. Ela foi construída artificialmente e tem um botão que carregamos quando a queremos pôr a funcionar. A realidade é que, com as crianças por lá a brincar, a cascata está quase permanentemente em funcionamento.

Se seguirmos em frente vamos passar por várias pontes e começamos o caminho dos abetos, que se estende até à entrada do zoo. A minha intenção era ir até ao zoo e voltar para trás mas quando percebi a dimensão do parque fui lentamente desistindo da ideia e voltei pelo mesmo caminho até à entrada do parque.

Na lateral do parque tem uma entrada para um dos muitos percursos pedestres da ilha, que são rodeados de natureza. Este vai seguindo o percurso de um ribeiro que segue até ao mar. Ao início ainda ponderei ir no caminho contrário e ver o que haveria para trás. Mas depois de alguma caminhada percebi que não valia a pena seguir e voltei para trás para andar em direção ao mar.

O percurso vai terminar justamente no Coastal Walkway e aproveitando isso mesmo eu decidi continuar na direção oposta que tinha feito de manhã. Então eu sei que percorri km’s e km’s passando por várias zonas. Comecei mais ou menos junto ao grande paredão de cimento que está perto do The Wind Wand e continuei até à praia de arei preta.

Fui até à areia e fiz este percurso todo com a bota na areia. Mais à frente voltei ao percurso original e continuei até à ponte Te Rewa Rewa, que em dias bonitos e sem nuvens dá para ter uma visão perfeita do Mount Taranaki. Mas enfim né? Mais uma vez ele ficou escondido.

Depois de atingir a minha meta do percurso eu fiz todo o caminho inverso já com o sol a cair do horizonte e regressei ao hostel enregelada do frio e humidade mas super feliz porque o meu dia tinha sido fantástico.