Taupo e as Huka Falls!

Uma das zonas mais bonitas da ilha norte da Nova Zelândia é sem dúvida Taupo! É outra zona base para se explorar mais uns quantos parques naturais, montanhas e belezas naturais, assim como Rotorua! Como o tempo não abundava, eu decidi passar mais dias em Rotorua e apenas reservei um dia para Taupo. Que é manifestamente pouco, mas o suficiente para ver o lago e fazer a trilha até às Huka Falls, pelo menos!

A ideia inicial era partir de Taupo para fazer o hiking de 8h no Tongariro, que vai terminar no National Park. Mas depois de me desmarcarem por causa da neve, eu mudei de ideias e decidi passar apenas este dia em Taupo e os restantes em Rotorua. E se temos apenas um dia nesta zona nada melhor que aproveitar o melhor dela: a lagoa, as piscinas naturais aquecidas e as Huka Falls.

Também há o vale vulcânico mais a norte das Huka Falls e que tem algumas fumadoras e tal. Mas depois de ver os parques Wai-O-Tapu e Waimangu esta zona vulcânica não tem tanta piada e não consegue nos surpreender. Então optei por ser prática e objetiva no roteiro e foquei-me em algo que ainda não tinha visto na NZ: cascatas imponentes!

E nesse capítulo, se temos de escolher, eu diria que as Huka Falls são de longe as melhores e mais impressionantes cascatas que alguma vez vi. E talvez sejam as mais imponentes da NZ, apesar de que neste capítulo não tenho outra base de comparação.

Existem várias formas de chegarmos às cascatas: de carro, bicicleta, a pé ou de transporte público. Desde início que eu pus na cabeça que queria fazer o trekking de bicicleta e chegar desta forma às cascatas. E foi justamente essa a forma que usei para ir.

No entanto, se fosse hoje, teria preferido ir a pé e fazer o percurso pedestre por várias razões. Primeiro porque este percurso de bicicleta é um autêntico downhill pela montanha, com sobe e desce que dura horas e, para quem não está preparado a subidas e descidas íngremes (meu caso) a aventura pode descambar a qualquer momento. Eu, quase a chegar ao final, caí numa descida íngreme e fiz nódoas negras imensas nos joelhos, que nos dias seguintes só pioraram e alastraram a toda a perna e coxa.

Em segundo lugar eu teria preferido fazer o percurso pedestre porque é sempre a acompanhar o rio e rende vistas bem mais bonitas do que propriamente o interior da montanha. Por último, o tempo virou no regresso para o centro de Taupo e tornou impossível fazer o percurso pela montanha de bicicleta. Resultado: tivemos que ir de estrada e como estávamos de bicicleta e sem poder pegar em guarda-chuva, chegamos que nem pintos ao hostel!

Mas tirando estes percalços inevitáveis principalmente por estarmos em pleno Inverno na NZ, eu adorei o momento em que cheguei finalmente de bicicleta às Huka Falls e ouvi aquele barulhão que a enorme massa de água faz a mover-se ao longo das escarpas até cair em cascata.

Eu nem sei se posso chamar de cascata nas realidade porque a imensidão de água ali é algo que nunca tinha visto em qualquer cascata do mundo onde já fui até hoje. Foi sem dúvida um dos sítios mais impressionantes. E pensar que dá para fazer canoagem aqui, ou rafting, por exemplo. Também há uns jets que andam pela base da cascata e têm todo o aspecto de serem super loucos.

Ao longo do curso do rio temos vários miradouros para irmos acompanhando cada pedaço desta maravilha da natureza até à cascata propriamente dita. O rio segue depois até à cidade de Taupo e desagua no próprio do lago.

As fotos raramente conseguem fazer jus à beleza de um lugar. E se há sítio onde eu senti isso mesmo foi aqui na cascata. É qualquer coisa de surreal e um sítio de visita obrigatória na NZ, seja Verão ou Inverno.

Canopy tour nas Redwoods!

Se houve tour que não estava de todo nos planos foi a Canopy nas Redwoods, Whakarewarewa Forest! Inicialmente os planos era aproveitar o dia para visitar a White Island, que é uma ilha a norte de Rotura, onde está um dos vulcões ativos e mais espetaculares da Nova Zelândia. É daqueles sítios que eu sempre sonhei visitar mas que na véspera recebo um telefonema a avisar que a tour tinha sido cancelada por causa das condições atmosféricas adversas.

O mar aparentemente estava demasiado agitado e esta agência, que opera os tours para a white island é super preocupada com a segurança. Então, assim de repente tinha outra das tours do fim-de-semana desmarcadas por causa do Inverno da NZ!! Oh quão frustrada eu fiquei com este Inverno que estragou demasiado os meus planos!

Mas enfim, quando percebi que tinha um dia inteiro livre por Rotura, imediatamente comecei a tentar ver soluções. Então, depois de algumas pesquisas e de ficar indecisa entre um rafting e um passeio na floresta, acabei por escolher este último que tinha a certeza iria garantir fotos fantásticas. Além disso, a menina da agência onde fiz a reserva confirmou que a floresta ficava ainda mais bonita em dias de chuva (daí o nome raining forest).

E de facto foi tudo isso! A floresta verde estava com um tom ainda mais brilhante e vivo do que estaria em dia de sol intenso. A chuvinha que pegámos durante a tour não atrapalhou em nada os planos e a verdade é que mal a sentimos de tão fechada que era a floresta e a vegetação.

Acabou por ser o melhor plano que podia ter pedido para aquele dia livre em Rotorua! Uma van da empresa foi buscar-me ao hostel à hora marcada e, já na sede da empresa nós assistimos a um briefing sobre a tour e os objetivos da empresa para a conservação da natureza e floresta, usando parte das receitas para patrocinar os projetos que têm para aquela zona da floresta. Depois fomos equipados e seguimos numa carrinha para a entrada da floresta onde começamos o percurso a pé que nos leva até ao coração da floresta.

E à medida que vamos andando eu fui percebendo o porquê da floresta ser muito mais bonita em dias de chuva. Todas as árvores e folhagens estavam húmidas, a pingar, mesmo não estando a chover naquele momento. E a cor das folhas era um verde super carregado que transformou por completo a floresta e a tornou magnífica.

Ao longo das próximas horas eu passei o tempo todo em cima de árvores, a fazer slide com centenas de metros de comprimento, a atravessar pontes de madeira a muitos metros do chão (o mais alto foi cerca de 70metros) ou a contornar escarpas da montanha.

Fez-me lembrar muito a experiência no Canadá, mas com a diferença que agora a floresta não era nenhum parque temático, onde todos podem ir e circular livremente. Para chegar ali e fazer este percurso é preciso ir em tour e só esse aspeto basta para dar-nos a sensação que estamos quase sozinhos no meio da natureza.

Os grupos não são muito grandes e apesar de termos sempre aqueles momentos de espera, enquanto uns estão a deslizar no slide, não é nada monótono e temos sempre toda aquela imensidão de árvores à volta que nos tira o fôlego de cada vez que olhamos.

A Canopy Tour tem duas opções de roteiro para a floresta: o básico e o ultimate! Eu fiz o último e adorei. Sim, é um pouco mais caro mas há coisas na vida que para fazer tem de ser assim, o percurso mais longo, mais alto e que permite ter a melhor experiência possível.

As grandes diferenças entre os dois estão mesmo na quantidade de slides que fazemos e a sua extensão, o que vai determinar por onde andamos. Seguindo o caminho mais longo vamos também passar por árvores mais altas, por pontes suspensas e por mais slides, do que seguirmos o roteiro básico.

Então no final eu fiquei que nem criança quando está a ter o melhor tempo da vida! Achei que foi super divertido e diferente. Uma nova abordagem à natureza da NZ e que, para quem está de visita em tempo de Inverno, faz todo o sentido aproveitar quando tudo o resto está vedado.

Hobbiton Movie Set!

Sabem aqueles sítios que nós sempre sonhamos visitar mas não vemos isso acontecer tão cedo pelas inúmeras dificuldades da viagem? Bem, o Hobbiton Movie Set, que nada mais é do que o local onde as filmagens da trilogia “O Senhor dos Anéis” e “Hobbiton” foram feitas, era um desses casos dramáticos.

A Nova Zelândia ficava demasiado longe e mesmo quando percebi que tinha conseguido esta parceria e que iria lá ficar por um mês, nunca imaginei ser possível viajar toda a ilha, literalmente para a ponta oposta, só para visitar o set de filmagens. Sempre foi um sonho mas parecia completamente inatingível!

E eu passei toda a minha estadia na Nova Zelândia a tentar planear roteiros que conseguissem incluir o Hobbiton. Até que, depois de ter o trekking de 8h no Tongariro desmarcado por causa da instabilidade da neve na zona montanhosa, refiz todo o roteiro do último fim-de-semana e finalmente encarei uma excursão de um dia ao local.

E tudo foi mais simples quando percebi que a partir de Rotorua era possível fazer esta excursão, porque eles têm loja oficial lá e todos os dias partem autocarros que pertencem mesmo ao parque e levam os dois grupos diários na excursão. Foi tudo o que precisava saber. Na hora ficou decidido e reservado online, no site!

No dia que reservamos fui até à loja oficial em Rotorua, fiz o check-in e recebi logo os panfletos do sítio e os bilhetes físicos que depois usamos na chegada ao local das filmagens. Na hora combinada chegou o autocarro e fomos todo o caminho até ao set a ver vários documentários acerca da construção do local, entrevistas aos atores, processo de seleção dos figurantes para serem hobbit’s, porque é que aquele sítio foi escolhido e como foi filmar lá.

E eu achei fascinante porque há imenso tempo que não via os filmes e foi ótimo poder assistir de novo àquelas partes iniciais gravadas lá, e perceber o que está por trás de tanta coisa que não vemos na realidade. Além disso, há alturas do filme tão características que foi surreal assistir na TV do autocarro e depois chegar lá e olhar para aquele sítio onde se filmou esta e aquela cena tão famosa e que marcou o começo de duas trilogias distintas.

Mas sem dúvida que o que vemos hoje em dia nos faz lembrar muito mais da trilogia Hobbiton e a explicação é simples! Depois de terminarem a gravação para o Senhor dos Anéis todas as casinhas foram desmontadas e o sítio ficou sem nada até muitos anos depois voltarem a pensar na possibilidade de filmar Hobbiton!

Então aí, o realizador voltou ao local e pensou, em conjunto com o dono dos terrenos construir algo permanente e que ficasse para todo o sempre. Algo que pudesse ser visitado e que marcasse definitivamente toda uma história, para que todos os fãs das trilogias pudessem ver ao vivo e a cores.

Então, o que vemos hoje em dia foi totalmente construído para a trilogia “Hobbiton”, que contou com mais casinhas coloridas, árvores construídas de propósito para o filme, e até o sinal “No admittance except on party business” que aparece nos filmes a ser colocado. Tudo lá está! Tal e qual como vemos nos filmes!

O set de filmagens fica localizado nos terrenos que pertencem a uma quinta enorme, cujo dono aceitou encarar a loucura de ter 1/10 da sua quinta utilizada para as filmagens de duas trilogias que completamente revolucionaram a sua vida. Nunca mais houve sossego e a partir da estreia dos filmes muitos são os fãs que dia após dia visitam o lugar! A quinta do senhor continua ativa e a verdade é que ela é tão grande que um dos filhos do dono está encarregue de gerir toda a logística do Hobbiton Movie Set, enquanto o resto da família prosseguiu o seu negócio calmamente, como bons Neo-zelandezes que são!

Para visitarmos o Hobbiton Movie set é preciso sempre escolher um dos muitos horários disponíveis para visita guiada. Não é de todo possível visitar por nossa conta! Mas depois de lá estar e visitar tudo acho que faz todo o sentido mesmo! Afinal das contas a nossa guia vai parar em cada canto e dar uma explicação detalhada acerca do local, curiosidades das filmagens e o papel que o sítio teve nelas.

No final, a última paragem é o The Green Dragon, outro ícone dos filmes. Lá vamos receber uma bebida e ficar uns tempos a curtir o sítio e a apreciar as últimas vistas antes de voltarmos para o autocarro que nos leva de regresso ao ponto de partida da tour. No meu caso foi Rotorua!

Polynesian Spa, em Rotorua!

Um dos programas mais famosos e quase obrigatórios de fazer em Rotorua é experimentar uma das piscinas termais da zona. E sem dúvida que a mais famosa é a Polynesian Spa! E o que tem ela de tão especial? Basicamente é uma zona de piscinas termais que fica nas margens do Lago Rotorua e que por essa razão tem das melhores vistas naturais de toda a cidade.

E se somarmos o facto de podermos estar em várias piscinas de água quente, num cenário de pedras e arbustos, com borda infinita, a apreciar toda aquela paisagem enquanto o sol se põe sobre o lago, tudo fica mais especial né?

O Polynesian Spa não precisa marcação e está aberto todo o dia até as 22h o que dá tempo suficiente para curtirmos uma piscina depois de um dia de turistagem ou passeio no exterior de Rotorua. Eu fui dois dias até lá e experimentei várias zonas.

Então, o Polynesian tem basicamente 3 zonas distintas com preços que variam. Dá para alugarmos por um período de tempo relativamente curto as piscinas privadas e nesse caso temos uma piscina virada para o lago só para nós. A única desvantagem é que o valor é quase o mesmo que pagamos para as outras piscinas públicas e só temos direito a 30 min/1h enquanto nas outras podemos ficar sem tempo limitado.

Depois, dentro das piscinas públicas, podemos optar pelas básicas, onde só duas das piscinas estão viradas para o lago e os balneários não têm uma série de confortos da zona Premium. Então, esta zona não dá direito a toalhas, nem cadeado para o cacifo e não tem secado de cabelo.

Fui para esta zona no primeiro dia na cidade, depois de chegar de um dia super intenso nos parques geotérmicos de Wai-O-Tapu e Waimangu. Como estava ainda acompanhada com a colega da faculdade então decidimos ir testar esta zona básica e depois tentar secar o cabelo no hostel.

Gostei bastante do ambiente mesmo desta zona e quando voltei uns dias depois, já sozinha, decidi experimentar a zona Premium. Ok, esta zona tem todo um conforto que a outra não tem. A começar pelas toalhas que quem não quer viajar carregado não trás. Como eu não trazia! E obviamente que outro ponto muito positivo é o secador de cabelo! Mas além disso, os chuveiros tinham champô, gel de duche e condicionador, todos os cacifos tinham chave e nós levávamos no pulso para a piscina, os balneários eram super luxuosos e cá fora nas piscinas o ambiente era diferente com várias espreguiçadeiras aquecidas.

Faz toda a diferença pagar aquele dinheiro extra se queremos ter a melhor experiência e mais confortável no Polynesian Spa. Não achei que o valor compensa assim tanto se pensarmos unicamente nas piscinas porque elas são igualmente muito boas na zona básica. Mas onde o valor compensa mesmo é no conforto dos balneários e segurança dos cacifos.

As piscinas na zona Premium são todas viradas para a lagoa e todas elas, praticamente, têm borda infinita. E até há cascata numa das piscinas. Se o lugar é mais sossegado por causa do preço? Não achei muita diferença, apesar de ter achado que o horário do pôr-do-sol é curiosamente aquele que teve menos gente.

Waimangu Volcanic Valley!

Pertinho de Wai-O-Tapu está outro parque incrível nas redondezas de Rotorua e que reúne mais uma série de paisagens vulcânicas com lagos coloridos, montanhas fumegantes e muitas árvores verdes estilo tropical. A zona é enorme e é preciso várias horas para conseguirmos percorrer tudo.

Há várias opções de roteiro para seguir lá dentro e logo na entrada o preço é diferenciado consoante o tipo de trajeto que queremos fazer e o que queremos ver. Tudo vai depender do tempo e da altura do ano. Mais uma vez, quem está a visitar no Inverno acaba por sair mais prejudicado, principalmente se temos só a tarde porque já passámos a manhã em Wai-O-tapu. E foi esse o meu caso!

Então o parque tem uma extensão enorme e dois caminhos que se dividem mais ou menos a meio. Dá para seguir por uma zona mais plana ou começar a subir a montanha e fazer o percurso mais sobe e desce. As principais atrações naturais do parque estão na primeira metade que é a que tem o percurso comum.

Então, quando chegou a altura de decidir qual o percurso fazer nós optámos pelo amplo que segue o rio e que chega mais rápido ao Lago Rotomahana, que é a cratera de um vulcão muito conhecido da zona, o Tarawera! E qual foi a razão para querermos chegar ao lago mais rápido?

Porque o último barco, que dá a volta pelo lago e mostra mais de perto as montanhas fumegantes e os géiseres na extremidade oposta, iria partir dali a 1h mais ou menos. E eu tinha pago o valor extra do barco para fazer a travessia porque todos diziam que era fantástica e um dos pontos altos do parque. Como estávamos no Inverno, os horários dos barcos são mais limitados e acabam mais cedo.

No regresso à entrada do parque há a opção de usar o autocarro a cair aos pedaços e que faz de todo lembrar que estamos no meio da selva. Mas sem dúvida que ele é outra atração só por si! Então, depois de saímos do barco, lá fomos para a paragem do autocarro que fica ao lado e apanhámos a última carreira do dia para a entrada.

No entanto, ao longo do parque existem mais duas paragens e, por exemplo, se na ida para o barco nos tivéssemos atrasado, tínhamos a opção de apanhar o autocarro para chegarmos mais cedo ao barco e assim não perdíamos o último passeio do dia.

O Waimangu foi o meu parque preferido e uma das zonas mais lindas que eu visitei em toda a Nova Zelândia. A caminhada ao longo do parque é uma sucessão de belezas naturais sem igual e nem Wai-O-Tapu consegue fazer frente, mesmo com todas aquelas manifestações geotérmicas.

O que mais me fascinou em Waimangu foi a selva misturada com lagoas e montanhas fumegantes, uma paz incrível, géiseres e uma lagoa imensa com uma paisagem de tirar o fôlego. Foi um dos sítios mais bonitos que eu visitei em toda a minha vida e quando me lembro dele dá uma saudade imensa.

Um dos sítios mais lindos é a Cathedral Rocks que é uma cratera enorme com montanhas coloridas e fumegantes, além da lagoa lá em baixo que é igualmente fumegante. Então todo o cenário parece um mega caldeirão que vai lançando fumaça a todo o momento e que deixa o horizonte bem exótico.

Outra zona que adorei foi a Cratera do Inferno que, apesar de estar meio escondida pelos arbustos altos, é uma lagoa azul bebé linda! É uma das lagoas cartão-postal do sítio e uma das razões para eu atravessar km’s para ver este parque!

Depois ao longo do parque vão surgindo mais e mais crateras, com as suas lagoas coloridas e um rio que vai correndo e deixando um rasto esverdeado nas rochas e montanhas. Não é à toa que no site do parque eles falam que Waimangu é um exemplo perfeito para conhecermos o berço do mundo, ou as origens do mundo.

É aquele sítio onde nós damos de caras com o quão fascinante o nosso planeta Terra consegue ser e encaramos uma bela aula de Geologia ao vivo e a cores!

Wai-O-Tapu Thermal Wonderland!

Nos arredores de Rotorua, no norte da ilha norte da Nova Zelândia estão algumas das manifestações geotérmicas mais fascinantes e que fazem da Nova Zelândia a ilha dos vulcões! Chegando a Rotura, a cidade base da região para se explorar todo este geotermismo, já começamos a sentir o cheiro forte a enxofre e os muitos vapores que saem das lagoas e géiseres um pouco por toda a cidade. No entanto, para termos uma experiência mais autêntica e fascinante o ideal é viajar uns km’s e visitar o Wai-O-Tapu e também o Waimangu Volcanic Valley!

Como eu não aluguei carro, viajei de autocarro desde Palmerston North até Rotorua e reservei um serviço de transfer para o dia seguinte onde me levariam de manhã até Wai-O-Tapu, iam buscar-nos à hora de almoço e deixavam-nos de seguida em Waimangu para passarmos a tarde.

Ao final da tarde foram buscar-nos e regressámos à cidade. O preço que paguei já incluía até os bilhetes de entrada em ambos os parques. Super simples e prático! Um dia em cheio para explorar o melhor da região no que diz respeito à atividade geotérmica. Reservei tudo no site da empresa Thermal Land shuttle! E adorei a experiência com eles!

Apesar de ambos os parques terem a mesma essência eu vou dividir os posts porque achei que no fundo eles são bem diferentes um do outro e ambos merecem o seu destaque. Além disso, algo que eu reparei é que Wai-O-Tapu é um parque muito mais famoso e geralmente o preferido dos visitantes, principalmente quando não conseguem visitar os dois. E como eu achei isso injusto! Apesar de o post hoje ser totalmente virado para Wai-O-Tapu, vou já avisando que Waimangu é absolutamente espetacular e de uma beleza natural sem igual! É uma pena não ser tão visitado e conhecido como o seu vizinho!

Mas começando no Wai-O-Tapu, ele é um dos maiores parques com atividade geotérmica de toda a Nova Zelândia e, tal como o nome indica (Thermal Wonderland), consegue ser um verdadeiro parque de diversões para os amantes desta área. Tem de tudo! Desde Mud Pool, até géiser, passando por várias lagoas coloridas e fumarolas! E tudo condensado num só recinto, onde literalmente vamos andando e abrindo a boca de incredulidade a cada minuto.

Para os que seguirem a dica do shuttle, a primeira paragem do dia vai ser na Mud Pool que não é bem dentro do recinto do parque, mas na estrada que leva a ele. Então acaba por ser gratuito. E é uma lagoa de lama que borbulha e lança vapores. A zona acabou por ser conhecida na antiguidade pelo povo como uma lagoa com propriedades curativas e quase sagradas.

É uma excelente introdução para o que vamos ver a seguir. Logo de seguida vamos até ao géiser que também não fica dentro do restante recinto, mas sim numa zona à parte e tem a sua atividade perto das 10h da manhã. Apesar de achar que esta é uma atividade meio forçada porque colocam detergente para haver reação, acaba por ser até giro ver o que aconteceu ao povo que habitava a região e num belo dia de lavagem da roupa nas águas da zona, perceberam que elas começaram a reagir depois de estarem saturadas de detergente.

Já no recinto do Thermal Wonderland é tudo natural e fica difícil de acreditar que aquelas lagoas têm mesmo aquelas cores todas. Mas sim! Por causa da atividade geotérmica e da concentração anómala de certas partículas e minerais nas águas, elas ganharam aquelas cores. Sem dúvida que a lagoa mais popular é a Champagne Pool, que tem bordas alaranjadas e muda de cor no centro, para se tornar azul turquesa. Tudo isto sempre envolto em fumo que constantemente sai das lagoas! Esta ganhou o prémio da mais fotogénica!

Mas ao longo do parque temos ainda a Devil’s Pool que é uma lagoa amarela fluorescente e o Lake Ngakoro que está no finalzinho do recinto mas que se estende por muitos km’s de um verde esmeralda absolutamente fascinante. E fotogénico também!!

Para chegar ao Lake Ngakoro significa que já passámos por praticamente todas as grandes maravilhas do parque. Mesmo aquelas que não são tão conhecidas assim. Então, quando aqui cheguei foi como o culminar de todas as belezas que já tinha visto e dei a mim própria um momento para só ficar ali a absorver toda a paisagem em volta.

Como esta é uma zona vulcânica ativa, faz parte do centro vulcânico de Okataina, é preciso muita precaução em todos os caminhos que percorremos no parque. E apesar de eu ter dado destaque às principais lagoas coloridas que logicamente despertam o maior interesse dos visitantes, são imensos os lagos, as fumarolas e até as crateras que vamos passando ao longo do recinto.

As muitas crateras surgiram pela pressão do local que provocou abatimento de terras e/ou pequenas explosões. Hoje em dia, tem mud pool’s pequenas a borbulhar e sai gases constantemente. Por outro lado, também vemos muitos riachos que vão correndo ao longo do recinto e estão a uma temperatura tão elevada que vemos o vapor a sair deles.

Visitar Wai-O-Tapu é desafiar os nossos sentidos e ficar definitivamente admirados com a “vida” do nosso planeta Terra!

Roteiro de um dia em New Plymouth!

No segundo fim-de-semana na Nova Zelândia tudo estava em aberto e as certezas acerca do que visitar não eram nenhumas até à própria sexta feira de manhã quando eu decidi que mesmo sozinha ia apanhar o autocarro e visitar a zona de New Plymouth e o Mount Taranaki, que é um dos principais da ilha norte. A ideia era fazer uns trekkings na base da montanha e passar um fim-de-semana com vistas fantásticas e sem fazer mais nada do que contemplar os picos cheios de neve do monte.

E lá fui eu depois do trabalho de autocarro até à cidade que serve de base para a exploração ao Mount Taranaki – New Plymouth! O problema é que durante o Inverno o tempo na Nova Zelândia é super inconstante e imprevisível e nessa mesma semana esteva a nevar quase todos os dias e a perspectiva de tempo bom para o fim-de-semana também era escassa.

Resultado: na noite que cheguei ao hostel e tentei marcar uma excursão para me levar no dia seguinte para a base da montanha, fiquei super frustrada quando me disseram que não havia nenhum transporte a operar porque todos os caminhos de trekking estavam fechados. Aparentemente havia demasiada neve até mesmo em baixa altitude, esperavam mais ainda no decorrer do fim-de-semana e simplesmente não era seguro ir até lá.

Então eu tive de improvisar e, ilhada em New Plymouth, comecei a encarar a perspectiva de aproveitar o melhor possível do meu Sábado e visitar a cidade. E no final, mais uma vez me surpreendi com o quão errada eu estava em achar que o meu fim-de-semana estava completamente estragado. A cidade é super fofa, muito pequena e fácil de andar a pé. Além disso, é junto ao mar e tem muita natureza verde que não é muito comum em pleno Inverno! Resumindo: adorei o roteiro e recomendo a visita!

A cidade pode ser só conhecida pela proximidade ao Mount Taranaki, mas vale o tempo despendido a percorrê-la. Eu comecei a manhã no The Wind Wand que é uma lâmpada num dos pontos mais centrais do percurso Coastal Walkway que é um passadiço junto à orla costeira e que tem imensos km’s de extensão. De manhã fiz o percurso até à central elétrica e só à tarde me aventurei no sentido oposto.

Depois de um pequeno percurso matinal junto ao mar eu voltei ao ponto inicial da caminhada e comecei a subir e a embrenhar na cidade. Uma das zonas mais pitorescas é a que fica em frente ao centro comercial principal. Ali, bem no centro dos imensos restaurantes, pubs e cafés, estão alguns dos graffitis mais impressionantes. Entre paredes e becos vamos vendo esta arte que é bastante comum na Nova Zelândia.

A partir daqui subi até ao Observatório na esperança de captar alguma vista do Mount Taranaki mas as nuvens eram muitas e foi completamente impossível. No entanto, como literalmente nenhuma alma andava ali nas redondezas tirei vários minutos para me sentar na relva e relaxar. Sozinha, longe de tudo o que conheço, isolada, sem net! Ahahah pensei em tudo e em nada de especial mas o que melhor me lembro é justamente de pensar no quanto aprecio a minha companhia e que até adoro viajar sozinha.

Logo ali ao lado está o Pukekura Park que é o parque principal da cidade e outro retiro super pacífico para relaxarmos e apreciarmos a natureza. Tinha lido no meu guia que havia algures por lá uma cascata, então já ia animada para a encontrar. O parque é gigante de facto, e tem imensa coisa para ver lá dentro. Até um zoo lá está e eu, que passei horas a passear, nem cheguei a ver a entrada dele.

Logo na entrada principal tem um caminho escondido que leva a uma roda com uma mini cascata, pouco à frente está o lago principal com imensos animais e logo a seguir está a dita cascata que não está sempre ligada. Ela foi construída artificialmente e tem um botão que carregamos quando a queremos pôr a funcionar. A realidade é que, com as crianças por lá a brincar, a cascata está quase permanentemente em funcionamento.

Se seguirmos em frente vamos passar por várias pontes e começamos o caminho dos abetos, que se estende até à entrada do zoo. A minha intenção era ir até ao zoo e voltar para trás mas quando percebi a dimensão do parque fui lentamente desistindo da ideia e voltei pelo mesmo caminho até à entrada do parque.

Na lateral do parque tem uma entrada para um dos muitos percursos pedestres da ilha, que são rodeados de natureza. Este vai seguindo o percurso de um ribeiro que segue até ao mar. Ao início ainda ponderei ir no caminho contrário e ver o que haveria para trás. Mas depois de alguma caminhada percebi que não valia a pena seguir e voltei para trás para andar em direção ao mar.

O percurso vai terminar justamente no Coastal Walkway e aproveitando isso mesmo eu decidi continuar na direção oposta que tinha feito de manhã. Então eu sei que percorri km’s e km’s passando por várias zonas. Comecei mais ou menos junto ao grande paredão de cimento que está perto do The Wind Wand e continuei até à praia de arei preta.

Fui até à areia e fiz este percurso todo com a bota na areia. Mais à frente voltei ao percurso original e continuei até à ponte Te Rewa Rewa, que em dias bonitos e sem nuvens dá para ter uma visão perfeita do Mount Taranaki. Mas enfim né? Mais uma vez ele ficou escondido.

Depois de atingir a minha meta do percurso eu fiz todo o caminho inverso já com o sol a cair do horizonte e regressei ao hostel enregelada do frio e humidade mas super feliz porque o meu dia tinha sido fantástico.

Picton, nas Marlborough Mountains!

Todas as terrinhas na Nova Zelândia são pequenas mas existem umas, como Picton, que são minúsculas e literalmente nada acontece por lá. Então porque elas são o epicentro do turismo da região? Porque servem de base para algumas das maiores maravilhas da natureza que as ilhas têm a oferecer. E Picton é claramente um desses casos de sucesso em que nada se passa, mas que tem uma beleza inimaginável.

Picton é uma terriola perdida no norte da ilha sul da Nova Zelândia e é onde atracam os ferrys da Interislander. Na maior parte dos casos, o que acontece é que quem chega aqui agarra no seu carro e segue viagem para o sul, rumo aos lagos do centro da ilha e aos glaciares e fiordes do extremo sul. Outros, com mais tempo, ficam uns dias para explorar a região das Marlborough Mountains que são uma das melhores paisagens do país.

Há várias opções de roteiros para se fazer esta exploração, mas de caras que a mais fácil é apanhar um dos barcos locais que levam os turistas desde o centro de Picton (marina) até ao ponto inicial nas montanhas onde começa o trekking propriamente dito. Este trekking tem uma extensão aproximada de 40km e a forma mais comum de fazê-lo é por bicicleta.

No entanto, os mais corajosos podem decidir fazer a pé mesmo e para isso existe a possibilidade de acampar ao longo do percurso e fazê-lo em vários dias. O próprio percurso tem várias etapas e não é preciso fazê-las todas necessariamente. Aliás, há etapas que são gratuitas e outras que têm um preço, caso decidamos entrar naquelas zonas protegidas do parque.

Como Picton serve de base para a exploração desta região, existem várias empresas que alugam bicicletas e até barcos para tornar tudo mais personalizado para a necessidade de cada pessoa. Se o orçamento for apertado o mais fácil é usar os barcos públicos e alugar a bicicleta no próprio hostel que ficar alojado. No entanto, usar os barcos públicos também significa entender que os horários são escassos.

Por todas estas razões, e porque não tínhamos tanto tempo assim para nos arriscarmos nos barcos públicos, nem queríamos gastar um balúrdio num barco privado, optámos por desistir da ideia inicial de fazer uma parte do trekking de bicicleta. Por isso, o nosso plano B para aproveitarmos ao máximo Picton e toda a natureza envolvente, foi fazer dois percursos pedestres na montanha por trás da vila e até à marina da terriola ao lado, que é tão pequena quanto Picton!

E foi a melhor decisão que tomámos até porque chegar e partir através do Interislander já nos deu aquele visual incrível da região e das montanhas. Ter arriscado e gasto uma fortuna só por umas horas nas montanhas teria sido corrido e muito dispendioso.

Para quem está numa de curtir Picton e a natureza mas sem gastar muito tempo na região esta é uma óptima solução e já rende vistas incríveis das montanhas e da própria vila com o mar a envolver. O percurso pedestre começa bem no lado da linha do comboio e é super fácil de achar e seguir. Não me considero mal preparada fisicamente mas também não estou na melhor condição física, e mesmo assim achei a subida da montanha super fácil e acessível.

Nós subimos por um lado da montanha até atingirmos o topo que dá o tal visual fantástico, e fizemos a descida pelo lado oposto que nos foi colocar bem no começo da avenida principal que leva à marina de Picton. Aqui no lado tem outra montanha/monte com vários percursos pedestres a iniciar. Cada um tem o seu grau de dificuldade dependendo da inclinação e do tamanho do percurso.

Como nós ainda estávamos com algum tempo decidimos avançar pelo percurso mais pequeno e fácil que nos levaria quase em linha reta pela base da montanha, até à marina da tal terriola ao lado. E enquanto no primeiro percurso foi basicamente floresta e caminhos íngremes e estreitos, agora pudemos passar por fazendas, e por uma floresta diferente, de árvores centenárias, altíssimas.

Ambos os percursos foram excelentes e no final não tive pena nenhuma de não ter conseguido cumprir o plano A do fim-de-semana. Muitas vezes temos de improvisar e isso não quer dizer que a solução seja necessariamente pior. Aliás, durante o Inverno na Nova Zelândia muitas serão as vezes que os planos saem furados! E esta foi logo uma lição que comecei a aprender neste primeiro fim-de-semana no país.

Interislander, ligando as ilhas norte e sul da Nova Zelândia!

Viajar pela Nova Zelândia não é super fácil, como eu já tenho vindo a falar nos últimos posts, mas quando eles criam rotas eles fazem questão que elas sejam espetaculares e valham a pena só pela travessia em si. E, apesar de não existirem muitas opções de rotas, o Interislander é uma delas e a única feita por via marítima!

O Interislander é o ferry principal que faz a travessia entre a ilha norte e sul (e vice-versa) da Nova Zelândia, permitindo a pessoas e carros passarem de uma ilha para a outra. Em termos logísticos esta opção é fantástica tanto para residentes como para turistas que estão de visita ao país e querem uma solução mais económica que permita continuar o roteiro na ilha seguinte.

No meu caso que não reservei nada com antecedência porque não sabia como seria a minha vida e o tempo que teria para visitar o país, a solução mais eficaz para ver mais alguma coisa para além da ilha norte, era mesmo usar o ferry que tem preço tabelado.

E depois de chegar e ouvir várias dicas de coisas super interessantes a fazer, o ferry entrou rapidamente na lista não só pelo destino e pela oportunidade de ver alguma coisa da ilha sul, mas também pela travessia em si, que todos no laboratório diziam ser das mais bonitas do país! Claro que fiquei curiosa e não quis perder a oportunidade de fazer!

Os horários do ferry não são imensos e penso até que no Inverno a coisa piora um pouco. Então a tarefa de incluir uma ida à outra ilha num fim-de-semana onde já íamos visitar a capital foi tipo loucura. Mas para quem está com tempo limitado e com muita vontade de conhecer o mais possível, encarar um fim-de-semana de correria foi aceite logo à partida.

O ferry é super confortável e de caras que a melhor zona para nos instalarmos é na parte da frente, onde estão várias poltronas, bar e acesso ao exterior do navio, onde podemos literalmente ficar todo o tempo a olhar o infinito e a ver a paisagem a mudar à medida que saímos de uma ilha e nos vamos aproximando da outra.

Ambas as ilhas estão relativamente perto uma da outra e a viagem em si, apesar de não ser super rápida, também não é cansativa e rapidamente começamos a ver a outra ilha a aparecer no horizonte, com os picos das montanhas cobertos de neve.

O melhor de toda a travessia é a chegada ou partida da ilha sul, com as Marlborough Mountains que são a atração principal desta região norte da ilha sul. Como nós não tínhamos muito tempo disponível para explorar a região e fazer os famosos trekkings ou circuitos de bicicleta pelas montanhas, a chegada à pequena vila de Picton, que fica bem no centro desta região, é o momento perfeito para observar as montanhas.

E daí eu dizer que a viagem em si já compensa a visita à ilha sul, porque durante a última hora de viagem vamos estar a navegar pelo meio de toda a região das Marlborough, rodeados de montanhas por todo o lado. E o dedo não vai sair da máquina fotográfica! A paisagem é das mais bonitas que alguma vez vi!

No Verão há residentes que fazem toda a travessia só para alugar uns barquinhos e passar o dia a mergulhar e a passear pelo meio das montanhas. Então esta é de facto uma das rotas cénicas mais especiais de toda a Nova Zelândia e daqueles passeios que eu recomendo.

A compra dos bilhetes é feita online no site deles, onde escolhemos dia e hora e se vamos só nós ou levamos carro também. Levar carro no ferry é um balúrdio e se podermos evitar é preferível, até porque há sempre a possibilidade de alugar carro no outro lado ou seguir por transporte público até uma cidade maior o suficiente para aí alugarmos carro.

Wellington, a capital da Nova Zelândia!

Wellington é uma cidade super pitoresca no extremo sul da ilha norte da Nova Zelândia. Apesar de ser a capital do país, perde fama para a “rival” no norte da ilha, Auckland! A maioria dos voos internacionais que chegam ao país é mesmo através de Auckland, o que faz com que o aeroporto de Wellington seja uma pequena amostra em comparação com tantos outros mundo afora. Eu cheguei à Nova Zelândia a partir de Wellington porque a cidade que ia viver durante um mês fica a 2h30 de bus, mais ou menos, para norte. Então, para facilitar tudo, acabei porque pagar um pouco mais pelo conforto. E assim que aterrei na ilha e sobrevoei a cidade, fiquei logo maravilhada com a forma como ela está construída.

Na Nova Zelândia tudo é pequeno e mesmo as principais cidades são super pequenas quando comparamos com tantas outras na Europa, Ásia, América, enfim… por todo o mundo. Mas destoando com as cidades pequenas são as distâncias que demoramos para chegar a todo o lado. Mesmo estando relativamente perto da capital, o primeiro fim-de-semana de turistagem foi bem intenso para conseguirmos aproveitar bem.

Então, depois de uma semana de trabalho eu peguei no bus intercidades na sexta à noite e vim logo para Wellington, na tentativa de aproveitar o dia seguinte o melhor possível e ainda ir até ao norte da ilha sul, no ferry. Sim, foi um fim-de-semana super insano mas deu bem para ver um pouco das maravilhas desta zona.

Como Wellington é relativamente pequeno, conseguimos ver o melhor da cidade em algumas horas e é esse o roteiro que hoje vou deixar aqui. Chegámos à cidade de bus intercidades, que é a forma mais fácil de andar pela ilha sem carro, e a paragem é na lateral da estação de comboios, o que nos coloca logo num ponto bastante central da cidade.

Como chegámos na noite anterior, fomos ainda aproveitar e conhecer os bares de Wellington, e a melhor zona para o fazer é na Cuba Street, que reúne das melhores lojas e bares da cidade, tudo condensado numa rua super fofa que tanto é ótima de dia como de noite.

No dia seguinte começámos o dia logo pela Waterfront, que se estende desde a estação de comboios, onde fiquei hospedada, até ao extremo oposto da cidade. É uma extensão enorme de passadiço, que nos vai levando por entre restaurantes e lojas abertas em armazéns enormes virados para o mar, casinhas de pescadores com as suas embarcações espalhadas, e toda a paisagem fantástica da baía.

Enquanto isso, na rua paralela sucedem-se os prédios altos da zona empresarial da cidade. Nós continuámos sempre junto ao mar, e só voltámos para o centro da cidade quando nos aproximámos da zona da Cuba Street e quisemos ir ver como ela estaria em plena luz do dia.

Contudo, bem ali no final do Waterfront está um dos museus mais populares da cidade e até de todo o país, o Te Papa Tongarewa, que conta a história da Nova Zelândia com toda a sua cultura, muito focada no povo indígena Maori que moldou o país que vemos hoje e toda a forma que têm de encarar a vida. Como estavamos com pouco tempo, decidimos andar em direção à Cuba Street e focar mais nas ruas e na cidade em si, que é super rica.

Esta zona em redor da Cuba Street é completamente diferente da que viémos e conseguimos ver bem a diferença que as casinhas baixas e os muitos graffitis fazem na cidade. Esta é sem dúvida a minha parte favorita e onde passámos imenso tempo, quer de noite como de dia.

A vantagem do dia é conseguirmos ver a street art imensa do sítio e apanharmos todas as lojinhas abertas. Existem várias marcas locais desta zona do mundo e tantas que eu desconhecia. Muitas delas relacionadas com os principais interesses do povo aqui – natureza, trekking, escalada, desportos aquáticos.

Então para quem está a pensar fazer algum tipo de desporto radical na Nova Zelândia ou simplesmente fazer trekings/escalada nas muitas montanhas, é boa ideia deixar para comprar o equipamento aqui mesmo e usufruir das muitas possibilidades de marcas locais e de óptima qualidade.

O ponto alto da zona é mesmo a Cuba Street que se estende quase desde a waterfront até ao topo do monte e tem imensos locais interessantes para passar tempo. De noite ainda vimos um mercado de comidas que estava a acontecer por lá e reunia vários pratos diferentes de todo o mundo.

Depois de andarmos por aqui começámos a fazer o caminho inverso para a estação de comboios, mas desta vez não voltámos para o passadiço junto ao mar e fomos andando pelo centro da cidade, de rua em rua, observando as diferentes zonas de Wellington e como a cidade vai mudando de um quarteirão para outro.

A paragem seguinte foi o Cable Car, que fica num beco na Cable Street. O Cable Car é nada mais nada menos que um ascensor de madeira que foi construído no século passado quando esta tecnologia ainda era considerada super inovadora. A tentaiva era ligar o povo que vivia no topo do monte à cidade junto ao mar, que era normalmente onde trabalhava a maioria. Como Wellington está construída num relevo super montanhoso, o Cable Car veio solucionar em muito os problemas que tinham e hoje em dia tornou-se mais como uma das principais atrações turísticas da cidade.

Quando subimos até ao alto e saímos na última paragem, chegamos ao Space Place at Carter Observatory  e ao Jardim Botânico de Wellington. Tudo isto fica no topo de um dos montes que circundam a cidade e, por isso mesmo, torna-se um ótimo local para termos uma visão espetacular de toda a zona baixa e da baía. Em Wellington existem outros tantos locais semelhantes onde podemos ter vistas fantásticas. É uma questão de priorizar consoante o tempo que temos e o que é mais fácil de encaixar no roteiro. O Mount Victoria tem igualmente um observatório espetacular no topo mas é um pouco mais deslocado, o que tornou dificil de incluir no roteiro.

Depois do Clable Car fomos andando até à estação de comboios e fizemos uma última paragem no edifício do Parlamento neozelandês, que tem o Behive, um edifício meio futurista que pertence à ala executiva do parlamento e se destaca pela diferença.

Depois deste roteiro super rápido sobre o melhor de Wellington nós fomos apanhar o Interislander, o ferry que faz a travessia entre as ilhas norte e sul da Nova Zelândia e que só pela viagem vale a pena. Mas esse é assunto para outro post! 🙂