Vieille Ville, ou cidade antiga de Genebra!

No segundo dia na cidade eu reservei todo o tempo do mundo para a cidade antiga de Genebra, chamada Vieille Ville. Esta foi talvez a zona da cidade mais encantadora e que eu amei visitar. Não sei se demos sorte na altura do ano em que fomos, mas no fim-de-semana que lá estávamos aconteceram algumas festividades na cidade antiga que a deixaram totalmente com ar de século passado.

Andar pelas ruas era uma experiência completamente histórica e que nos fazia recuar para tempos passados. Até parada com figurantes vestidos a rigor com farda medieval e roupas típicas da idade média havia. E mesmo depois de terminada esta parada, todos se juntaram na varanda que dá para o Parc des Bastions para confraternizarem, enquanto assavam um porco no espeto e bebiam várias canecas de vinho quente.

Então o roteiro do dia foi inteiramente dedicado a palmilhar o centro histórico de uma ponta à outra sem rumo ou direção exatas. Assim que percebi que estava a acontecer estas celebrações especiais mais medievais fiquei super entusiasmada e obviamente que isso veio melhorar substancialmente a imagem final que eu fiquei da visita a Genebra. Nem consigo imaginar a Vieille Ville sem todos aqueles figurantes a deambular por lá.

Mas ok, mesmo sem eles, a zona é super fofa e pitoresca, com muita rua empedrada, restaurantes com ar de cabana dos Alpes, casinhas medievais aqui e ali, além do ponto alto que é a Catedral de S. Pedro. Não é que seja uma catedral super fantástica e está longe de ser a mais bonita que eu já visitei, mas só o facto de estar ali bem no meio daquele espírito medieval, já a torna especial.

Nós visitamos a cidade antiga a um Sábado e ao que parece a maior parte do comércio está fechado na Suiça aos fins-de-semana. Então passámos por muitas lojas de luxo e outras mais tradicionais que estavam fechadas. Mas as festividades daquele dia trouxeram ao mesmo tempo outra forma de comércio, o de rua.

Além disso, estávamos em plena época natalícia e eram várias as decorações e barraquinhas com mini mercados de natal que íamos passando à medida que entrávamos cada vez mais no coração da cidade antiga. Eu não achei Genebra com os mercados de natal mais interessantes e tenho a certeza que a Alemanha bate aos pontos em termos natalícios, mas sem dúvida que visitar Genebra em época natalícia dá um brilho especial à cidade.

Depois de andarmos pela cidade antiga durante a manhã, e depois de assistirmos na varanda do Parc des Bastions ao mini show de flautas e flautins da parada medieval, decidimos almoçar no Restaurante Les Armures, que tem o melhor fondue da cidade. Por acaso outra bela opção tinha sido ficar por ali na feirinha e participar dos comes e bebes, mas eu já tinha feito reserva e queria meesmo testar este fondue tão conhecido e famoso.

Pedimos um fondue de queijo com cogumelos, o mais tradicional de todos, e fomos deliciando com a maravilha gastronómica que é o fondue do Les Armures. Os empregados são excelentes, muito prestáveis e a cesta do pão está sempre a ser mudada para não pararmos de comer aquele queijo derretido até as barrigas pedirem tréguas.

O restaurante fica bem no coração da cidade antiga e tem várias salas decoradas com madeira, bem ao estilo alpino, que dá um ambiente muito especial e requintado ao lugar. Este restaurante faz parte do hotel Les Armures e é a grande dica gastronómica de toda a viagem.

Depois deste almoço divinal e bem típico fomos fazer uma segunda tentativa ao mercado de Natal do Parc des Bastions, que é já ali ao lado. Sim, segunda tentativa porque na noite anterior já tínhamos lá estado mas desabou um temporal justamente quando chegámos ao recinto e tivemos de voltar para o hotel feitos pintos.

Então, aproveitando a tarde um pouco melhor e sem chuva torrencial, fomos até ao mercado ver as barraquinhas, comer uns petiscos e beber vinho quente. Ainda aproveitei a pista de gelo ao ar livre para dar umas voltas e ganhar mais umas nódoas negras. Mas e daí? Acho super divertido e era sem dúvida uma das coisas que eu estava a precisar fazer.

Adorei a decoração do recinto e apesar de este ser quase o único mercado de Natal de toda a cidade, eles até se esmeraram e criaram um monte de diversões, luzes penduradas nas árvores, árvore de natal gigante, artistas de circo a andar pelo recinto, e várias barraquinhas diferentes para passarmos um tempo super especial e tradicional.

Palais des Nations, a sede da ONU em Genebra!

Uma das exigências que eu tinha feito em termos de roteiro foi visitar a sede das Nações Unidas em Genebra, ou seja, o Palais des Nations. E sou uma verdadeira apaixonada por história e cultura, mas recentemente o interesse pela política, direitos humanos, etc… tem vindo a ocupar um lugar cada vez mais importante na minha vida. Com todo o trabalho que iniciei em 2017 ligado à política local, mais o trabalho académico que tenho feito em saúde pública, é com muito entusiasmo que eu acompanho o trabalho das Nações Unidas no mundo, especialmente quando esse trabalho é feito na área da saúde.

Visitar a ONU é super simples e nem precisa marcação prévia. Nós fomos andando até chegar à Praça das Nações, onde está a entrada “bonitinha” do Palais des Nations, com todas as bandeiras dos países membros lá alinhadas. Normalmente as fotos que vemos da sede são tiradas daqui, apesar da entrada para visitantes ser no cimo da colina. No entanto, esta praça é paragem obrigatória também pela Broken Chair, ou cadeira partida, que está bem de frente para a ONU.

E como Genebra é a cidade da paz, da diplomacia e dos direitos humanos, esta cadeira com uma “perna” partida foi colocada aqui para relembrar todos os chefes de Estado, diplomatas e políticos em geral que visitem a cidade, da importância de parar conflitos armados. A falta de uma perna na cadeira está mesmo ligada à utilização de bombas ou minas terrestres que têm um impacto brutal na vida de todos aqueles que acabam vítimas. Porque pelo mundo afora muitos são aqueles que atravessam situações complicadas de conflitos armados.

 Depois de parar na praça das Nações nós fomos andando até à entrada do Palais des Nations. Ao longo do dia há várias visitas guiadas a acontecer e em várias línguas. Como nós queríamos assistir em inglês não nos preocupámos muito com o horário porque geralmente esta visita é a mais frequente.

A entrada no edifício foi super simples mas algo complexa. Passamos por detetor de metais e ainda por uma sala onde temos de mostrar a Identificação pessoal e tirar foto para fazer um crachá que é suposto andar sempre connosco pendurado em sítio bem visível. Depois passámos por outro segurança, antes de abandonar o edifício da entrada, e por fim seguimos pelo enorme jardim, até ao edifício onde as visitas guiadas têm lugar.

Quando aqui chegámos ainda nos deram uma fitinha laranja para trazermos ao pescoço, como forma de identificar o grupo da visita e esperámos um pouco na sala até iniciar a visita propriamente dita. A visita durou mais ou menos 1h e passámos pelas principais salas onde acontecem as maiores e mais importantes reuniões. Aquelas que de vez em quando aparecem nas notícias!

Ah, podem imaginar o fascínio de entrar nos enormes anfiteatros que vemos ocasionalmente na televisão e onde tantas medidas e decisões importantes são discutidas. E o impacto que elas têm em várias áreas a nível mundial!

A visita guiada começou no edifício novo, que foi construído como forma de ampliar o antigo, construído entre 1929 e 1936, para a agora extinta Liga das Nações. A partir de 1966 as Organização das Nações Unidas, como conhecemos hoje, foi criada, e desde essa altura que o trabalho não pára de aumentar. São milhares as reuniões que todos os anos acontecem nas instalações aqui em Genebra e, daí a necessidade de se construir o novo edifício.

As diferenças entre os dois são visíveis e eles estão ligados por uma ponte de vidro, de onde é possível, em dias bons, ver os Alpes. Como este dia estava fantástico, conseguimos ter um vislumbre fantástico dos Alpes lá ao longe, bem no entardecer. 🙂

Ao longo dos corredores também estão várias obras de arte que ocasionalmente são oferecidas por chefes de Estado de todo o mundo e ficam expostas aqui no Palais des Nations. Sim, fiquei ainda mais apaixonada pela ONU e por todo o trabalho que têm feito e continuam a fazer, muito dele com extrema dificuldade. E fiquei sobretudo com muita vontade de no futuro poder vir a colaborar de alguma forma com algum dos seus muitos projetos relacionados com a saúde. Sim, é um sonho. Deixem-me sonhar que faz bem. 😀

Para além dos Palais des Nations em Genebra, a sede principal da ONU é em Nova Iorque. E pronto, escusado será dizer que não vejo o dia de entrar lá também.

O lago de Genebra!

É impossível elaborar seja que roteiro for sem que todos os dias ele não passe pelo imenso lago. E connosco foi mesmo isso que aconteceu. Apesar de ter zonas diferentes da cidade no roteiro dos 2 dias, a verdade é que passámos pelo lago no início de cada dia e seguimos direções opostas. Porque ele está logo ali, a estrela da capital da Suiça!

Qual é o cartão-postal de Genebra que não tem o jato de água bem lá no fundo? Assim que chegámos ao hotel e largámos as malas fomos logo a andar até junto do lago e lá estava ele, tal como em todas as fotos que já vi até hoje. O dia estava fantástico e a única exigência que tinha era visitar a Sede da ONU. Como em Genebra tudo fica perto de tudo, decidimos rapidamente que íamos fazer o caminho a pé e apreciar as vistas espetaculares do lago.

Então um ótimo aperitivo ou uma introdução perfeita da cidade é começarmos com um passeio pelas margens do lago. Por várias razões! A principal sem dúvida que tem a ver com as paisagens, mas também porque ao longo do lago temos alguns locais interessantes do ponto de vista histórico. Então, mesmo junto ao nosso hotel, e sem eu sequer imaginar quando o reservei, está o Hotel Beau-Rivage onde a princesa Sissi da Áustria costumava passar as temporadas em Genebra.

E foi justamente nas margens do lago, quase em frente ao hotel, que ela foi assassinada. Então, para assinalar estes factos históricos, está uma estátua da princesa em frente ao hotel e ainda uma plaquinha a marcar o sítio onde ela foi atingida mortalmente, antes de entrar no barco para o cruzeiro habitual no lago.

Se seguirmos o passeio na direção da Sede da ONU, vamos passar por uma das marinas, mas também por uma zona bem conhecida em Genebra, o Bains des Pâquis, que é o sítio mais usado no Verão, pelos habitantes e turistas, para se banharem no lago. Quando está frio este local transforma-se e é utilizado como bar a céu aberto onde multidões se reúnem para beber um copo e socializar.

No primeiro dia nós percorremos todo o passeio junto ao lago até chegar ao Parc de la Perle du Lac. Aqui começámos a subir em direção ao Palais des Nations, que eu vou falar noutro post. Na direção oposta do lago, para onde seguimos no segundo dia, vemos outra parte da cidade completamente diferente. Enquanto que a zona para o Palácio das Nações é mais séria e cheia de edifícios empresariais, a zona oposta é mais pitoresca, com mais restaurantes, bares, lojas, e todas as praças fofas que marcam o início da zona antiga.

Então quando seguimos para o lado oposto do lago, rapidamente chegamos à ponte mais fotogénica de Genebra, a Pont du Mont-Blanc, que é a primeira de muitas que seguem paralelamente à primeira, numa zona em que o lago entra pela cidade a dentro e forma vários canais. Como o nosso intuito no segundo dia era visitar a “Old Town”, então atravessámos a Pont du Mont-Blanc e fomos até ao Jardim Inglês, onde está o famoso relógio florido, o Horloge Fleurie, que chama a atenção, especialmente no Inverno, por ser a única mancha florida de quase toda a cidade. Além de ser um mega relógio, claro!

O jardim Inglês está na base da colina da Vieille Ville, ou Cidade Antiga, por isso nós não continuámos em frente, junto ao lago, e decidimos começar a embrenhar pela parte mais histórica de Genebra. Contudo, outro passeio interessante seria continuar em frente e percorrer a pé mais uns km’s de lago, com mais uma marina e um ponto de observação para o Jato de água.

Não achei Genebra recheada de monumentos históricos para ver e fiquei claramente com a impressão de que a cidade gira em torno do lago, da cidade antiga e, claro, das Sedes de algumas das organizações mais importantes do mundo. Mas, obviamente que visitar Genebra é passar muito tempo junto ao lago, não interessa a estação do ano.

Mercado de Natal em Genebra, na Suiça!

No início do mês de Dezembro fomos tentar manter a tradição e viajámos até Genebra, na Suiça, para conhecer o mercado de Natal. A viagem teve um gosto especial porque foi a primeira vez que fomos à Suiça e porque acabámos por nos encontrar com família do meu marido que está lá a viver. O propósito da viagem era podermos descontrair e fazer uma pausa do stress que anda as nossas vidas ultimamente, ao mesmo tempo que íamos ver as decorações de Natal e eu ia ver a Sede das Nações Unidas, que é um sítio que significa muito para mim. Também tentei visitar o CERN, mas já não consegui comprar os bilhetes online, que aparentemente esgotam com muita rapidez.

O post de hoje será um género de primeiras impressões com algumas dicas práticas e roteiro geral. Tudo num só lugar porque a realidade é que a viagem não teve naaada de muito turístico e demos realmente preferência a conhecer a cidade sem pressas. Ficámos um total de 2 dias e meio em Genebra e eu ainda ponderei tentar conhecer mais alguma cidade da região do lago, mas acabei por desistir por achar que isso iria trazer aquele stress extra que não era de todo o que queríamos.

Então, eu fiz reserva no Aparthotel Adagio Genéve Mont-Blanc, que fica mesmo de frente para o imenso lago, super bem situado para chegar a todos os pontos principais da cidade. O hotel foi fantástico, super confortável, com cozinha para fazermos algumas pequenas refeições, que neste caso foram apenas os pequenos-almoços.

Dedicámos o primeiro dia a percorrer o lago sem pressas em direção à Sede das Nações Unidas e visitámos toda aquela região, com visita guiada à Sede propriamente dita. Eu adorei!!! Se eu já sou uma apaixonada por diplomacia, direitos humanos, políticas de saúde, imaginam o quão apaixonada eu fiquei quando entrei nas várias salas onde diariamente se discute o futuro do mundo.

No dia seguinte eu dediquei tempo a conhecer a parte velha da cidade, que é a região mais linda e fofa de todas. A parte antiga da cidade estende-se por várias ruas e ruelas e é a zona onde acabámos por passar mais tempo. No fim-de-semana que fomos estava a acontecer um mercado medieval com direito a desfile e tudo. Suuper pitoresco!

Além deste mercadinho e de todos os figurantes que andavam pelas ruas da parte antiga e traziam uma alma diferente ao sítio, também estava a decorrer no Parc des Bastions o merdado de Natal. Este parque é enorme e é aqui que os festejos natalícios se concentram num grande mercado de Natal que tem carrossel, pista de gelo, árvore de Natal, várias personagens que animam a criançada e, claro, muitas barraquinhas de artesanato e de especialidades gastronómicas.

Como Genebra é muito multicultural por estar bem na fronteira com a França e por receber diversos migrantes vindos de várias partes da Europa e do mundo, então o mercado de natal conta com barraquinhas de comidas de vários países. E claro que a barraquinha portuguesa tinha de lá estar!

Eu achei Genebra uma cidade suuper civilizada, que respira diplomacia! É impossível não sair da Suiça a achar que é um dos povos mais civilizados do mundo! E o quanto eu li opiniões de que era um povo sem graça, meio chato e tal. Eu não achei nada disso! E ainda só conheci um pedacinho bem pequeno da Suiça.

No primeiro dia demos sorte com o tempo e ainda conseguimos ver os Alpes lá no fundo, do outro lado do lago. E foi uma sensação fantástica! Morri de amores pelos Alpes assim que os vi ao longe e, escusado será dizer que os planos das viagens do próximo ano já estão totalmente virados para outra visita à Suiça. Desta vez para conhecer os Alpes.

Dicas práticas:

Achei fascinante o apoio que eles dão aos turistas de visita à cidade. No aeroporto, na sala de recolha de bagagem está uma máquina a DAR bilhetes de comboio válidos por 80 min para os turistas poderem pegar o comboio e ir até ao centro de Genebra. Claro que só dá até ao centro, que é literalmente a paragem seguinte, mas é uma borla fantástica a aproveitar.

Depois de chegarmos ao hotel e fazermos o check-in também recebemos dois cartões de transporte que dão acesso ilimitado a todos os transportes da cidade de Genebra durante o período da nossa estadia. Não é fantástico? Todos os hotéis dão este cartão! Outra borla a aproveitar, já que no restante a cidade é cara, principalmente restaurantes, bares, lojas de souvenir, enfim…