Trabalhar na Suécia – O que é preciso fazer?

De começo vou avisando que, apesar de falarem que é fácil para habitantes da UE virem trabalhar para a Suécia, a verdade é que eles, com os anos, foram fechando aos poucos as suas fronteiras. E o pior é que isto não é assim tão evidente, o que faz com que muita gente se aventure por lá, e nunca consiga realmente arranjar alguma coisa durante todo esse tempo que lá despendeu. isto pode durar até a pessoa gastar todas as economias e voltar novamente à estaca zero.

Eu nunca presenciei de facto nenhuma situação destas, mas ouvi muitos relatos de portugueses que lá estavam a trabalhar. Tudo porque há um grupo de portugueses na Suécia, no facebook, então dava para seguir um pouco o trajecto das pessoas e as suas “aventuras”. Bem, resumindo, as minhas dúvidas essenciais vão para a facilidade em se arranjar trabalho, indo para lá à toa.

Lógico que se formos com uma promessa de trabalho, aí tudo muda e só temos de enfrentar a burocracia com a esperança de que isso vai terminar e no final vamos ter o nosso trabalho à espera. Agora, é mais fácil para mim falar na experiência pessoal do que esmiuçar o que se passa noutros sectores que não sejam a saúde. eu sei de exemplos, lógico, mas não vão passar disso, histórias contadas e não vividas por mim.

Então, de uma forma geral, o que está na lei sueca é que qualquer cidadão da UE tem direito a trabalhar na Suécia, basta pedir o cartão de cidadão, ou então arranjar trabalho primeiro e depois tratar do cartão. Até aqui tudo bem. Mas como eu tinha falado, ouvi casos em que para trabalhar pediam cartão e para tratar do cartão pediam que a pessoa estivesse a trabalhar.

Então eu ouvi que a melhor maneira de arranjar um trabalho que dê para tratar do cartão, é nas empresas estrangeiras sediadas na Suécia. Regra geral, eles aceitam qualquer trabalhador, desde que fale inglês razoável, já que o trabalho passa muito por vendas ao telefone e call-center. Claro que o ordenado ainda não é idêntico ao sueco, mas para começo de vida, acho bastante justo começar de baixo e ir subindo, já que é um país com futuro.

Depois ouvi relatos de pessoas que basicamente foram trabalhar para a Suécia já com promessa de trabalho, quer vindas de outro país da Europa, quer vindas de uma empresa portuguesa que esteja lá sediada. Há de tudo um pouco, mas segundo percebi, o mais difícil é mesmo quando se cai de pára-quedas, sem qualquer trabalho em vista.

A língua pode ser e é, muitas vezes, outra barreira, já que é mais difícil arranjar propostas de trabalho em empresas e ambientes exclusivamente suecos, se não falamos minimamente sueco. Mesmo na minha área (Saúde) isto acontece, porque os hospitais é um ambiente sueco e eles têm reticências em apostar em alguém que não fale a língua. Eu tive a sorte de encontrar uma senhora super simpática que estava disposta a dar-me emprego, na condição de eu tratar de arranjar a Cédula Profissional Sueca. Então foi o que eu fiz!

Quem é da área da saúde aproveite estas dicas milagrosas que eu vou dar, dadas na primeira pessoa!

Primeiro que tudo, é preciso ir ao site de recrutamento para a área da saúde (pus a Homepage do site aqui na imagem abaixo). Depois é só ir seleccionando qual é a nossa profissão, seleccionar o link de cidadãos da UE, etc etc. Eu fiz até um print-screen de todas as janelas mais importantes e passinhos cruciais que deve seguir, no site em questão.

No meu caso, eu seleccionei a profissão de Biomedical Scientist, mas há muitas mais! Basta escolher, na área da saúde (claro) qual a profissão que cada um tem, e depois vai ser indicada a página com as informações todinhas que precisa de saber para concorrer à Cédula.

Para além de, no próprio site, estar todos os documentos, muito bem ordenados e organizados, sobre tudo o que precisa recolher e fazer no processo de obtenção da Cédula, também está lá um link para fazer o download do pdf com a Application Form que irá ser preenchida e enviada, com os documentos em anexo, para a morada que vem lá escrita.

A Application Form tem pouca informação para ser escrita, só mesmo o essencial acerca da profissão, currículo, essas coisas. Nada de muito pessoal. Pelo menos, nada parecido com a que a UK pede (pois, também estou a braços com essa agora!). Eu pus aqui a imagem da primeira página, de duas no total. Por isso, é mesmo pouquinha informação, que é escrita em inglês, na edição do pdf. No final grava-se tudo e imprime-se, para ser anexado aos outros documentos que são pedidos.

Uma das páginas desde ficheiro é novamente toda a papelada que deve ser contida em anexo e envia por carta para lá. Eu fui buscar a imagem dessa lista e não vou repeti-la em texto, porque basicamente está tudo explicadinho aqui. Se houver dúvidas, eu esclareço.

O mais chatinho é mesmo recolher todos os documentos, o que, por si só, já é motivo para se gastar dinheiro. Depois, há certos documentos que já dá para pedir que sejam traduzidos na hora em que são emitidos, mas metade deles não. A versão original é portuguesa e é preciso arranjar-se uma tradutora oficial (muito importante) que faça esse trabalho de tradução. O problema é que os tradutores levam caro pelas suas traduções, que são pagas por documento. E depois ainda têm de ir ao notário autenticar os documentos e autenticar as traduções, provando que são tradutores oficiais. Tudo isso leva dinheiro, que é pago sempre por documento. Então é bom já estarmos preparados para gastar um bocadinho mais quando andamos a tratar destas coisas.