Sigtuna

Sigtuna é a segunda vila mais antiga da Suécia, fundada a 980, rapidamente se tornando o centro do Cristianismo. A vila em si não é nada grande e nem se pode comparar a Uppsala, mas tem um charme pitoresco que não vi noutro lugar. Cada sítio tem a sua importância e originalidade e aqui não é excepção.

Aproveitámos um Domingo de Primavera, porém ventoso, e fomos de comboio para o norte de Estocolmo. A vila fica mais ou menos a meio caminho de Uppsala, então chegamos lá ainda mais rápido. Tem o inconveniente de ainda termos de apanhar um autocarro para chegar lá. Desta vez vamos mesmo para o fim do mundo. 🙂

A vila dá a ideia de estar completamente isolada do resto da civilização e é engraçado olharmos para a qualidade de vida daquelas famílias. Vê-se muito a influência da pesca na região e as casinhas construídas praticamente em cima da água, com os quintais partilhados com quem estiver a passar.

Mais uma vez fomos parar ao quintal de alguém e lá pedimos licença para atravessar o portão que ia dar ao rio. O senhor que estava a apanhar banhos de sol foi muito prestável e lá nos abriu o portão na boa. Portanto, eu acho que quanto mais para o interior nós vamos, mais tomamos consciência da verdadeira maneira de ser deste povo. E, na verdade é como nós. Somos influenciados pela qualidade de vida do campo.

No nosso passeio por toda a vila, nós acabámos por seguir uma trilha que nos levava a sítios importantes que contavam a história dos antepassados da vila. Basicamente o que ela tem para oferecer é o seu antepassado interessante e a fofura em que se tornou agora. Portanto, para conhecermos tudo a fundo nós decidimos seguir aquela trilha e até pedimos um mapa no restaurante onde comemos.

Então, acabámos por, não só conhecer a história da fundação da região e alguns pormenores dos antepassados ligados ao cristianismo (aquelas histórias de príncipes, princesas e povo), como também deu para passar por várias casinhas construídas por ali, umas à beira da estrada, outras à beira da água.

Demos de caras com montes de animais domésticos engraçados, como patos, gatos, cães, esquilos. Sim, também animais um pouco mais selvagens mas que já fazem vida de domésticos. Enfim, montes de pormenores de uma vida bem mais pacata de vila rural, que nós já nos tínhamos esquecido que existia, por estarmos sempre acostumados a viver em Estocolmo.

Eu sempre vivi meio numa comunidade pequena, apesar de ficar bem próximo de Lisboa, então uma pessoa revê-se naquele estilo de vida ainda mais rural e que tanto me fascina. Como é que aquela gente não sente falta do reboliço da cidade?

Bem, depois os restaurantes não abundam por lá, assim como as lojinhas também não abundam. É uma vila pequena com tudo a que tem direito. Uma rua principal super fofa e charmosa com as principais lojinhas da vila, depois algumas ruas perpendiculares, algumas delas que já vão dar às tais casas com quintal do povo. 🙂

Então arranjar restaurante lá foi super fácil, porque só havia escassas hipóteses. E não é que almoçámos super bem? Ali com esplanada para o mar e com a ventania que se levantou também a fazer-nos companhia. Vá, também não estava assim tanta à hora de almoço.

Quando começámos o nosso passeio pela mini marina, começámos a perceber que se calhar aquela zona já era ventosa por natureza. Ou então o Inverno tinha sido especialmente rigoroso nesse ano, tendo em conta que as madeiras estavam um pouco torcidas e as ondas batiam forte.

Mas não dá para não reparar na paisagem. A vila fica mesmo plantada à beira do mar, e das muitas ilhas que a zona litoral é constituída. Sim, nós andamos sempre de ilha em ilha quando nos queremos mover pelo país. Se há coisa que a Suécia tem bastante é água.

Acabámos o dia com um gelado numa gelataria da rua principal, toda ela a acompanhar o grau de fofurice que eu tinha falado à pouco. Então programa perfeito de Domingo.