Como nos vestirmos para o Inverno Europeu?

Bem, este tópico tem muito que se lhe diga porque eu considero a Europa dividida em várias partes: o sul, centro e norte. E cada uma delas tem as suas particularidades, consoante a temperatura que se faz sentir, se a zona é húmida ou não, qual a sensação térmica, ventosa ou não, etc…

Para andar por Portugal eu geralmente uso roupa quente, mas não tão quente como usei na Suécia, e arranjei um meio termo para ir à Inglaterra. A verdade é que o guarda-roupa tem de ser pensado ao detalhe para não ir com roupa atrás que não se adequa ao sítio onde estou a viajar.

Este post tinha inicialmente idealizado lançar antes da viagem a Londres, mas aí estava com alguma pressa de acabar os de Estocolmo e Suécia em geral, então decidi incluir este post como uma extensão de Londres, mas também com dicas para a neve, dando os truques do meu guarda-roupa lá pela Escandinávia.

Então, a dica fundamental é sempre usarmos várias camadas de roupa para proteger do frio e optarmos por não escolher uma camisola super grossa e esperar que ela faça o trabalho sozinha. Não vai resultar porque as camadas de ar que se criam entre o tecido serão bem mais importantes na hora de nos proteger do frio e estarmos confortáveis em qualquer situação.

As camadas de roupa também são úteis quando pensamos que nos países frios eles têm um sistema de aquecimento super poderoso e que funciona lindamente dentro das superfícies/casas/etc, o que faz com que seja preciso tirar alguma roupa quando saímos da rua, caso contrário vamos suar muito, o que é super desconfortável e dá até direito a uma bela gripe no final.

Então, na Suécia em geral, durante o Inverno, a minha roupa passou por (de dentro para fora):

– Blusa interior térmica manga comprida – Esta blusa convém ser o mais justo ao corpo possível para poder preservar o calor do corpo e não criar correntes frias. A parte do térmico é super importante para nos dar uma sensação rápida de calor e, claro, preservar bem a temperatura corporal.

– Blusa mais quente (lã, térmica, malha, algodão, etc) – Esta é a blusa do dia-a-dia, que vai aparecer quando tiramos os casacos todos, numa superfície aquecida. Convém que seja quente mas não muito quente pois não a vamos tirar no caso de estarmos em qualquer lado aquecido.

– Casaco térmico – Eu acho este casaco super importante na nossa vestimenta final, em caso de estarmos num país com neve. Ele é concebido para ser leve e fácil de manter, e dá uma protecção extra abaixo do casacão da neve. Eu adorava tanto estes casacos térmicos que comprei, que até em casa, se estava um pouco mais fresco (sou algo friorenta), ficava sempre com eles por cima do pijama enquanto fazia os meus relatórios do trabalho. Ou seja, estes casacos são super versáteis e ainda hoje em Portugal eu uso muito para ir correr no Inverno com uma t-shirt por baixo, porque eles são super quentinhos e protegem mesmo do frio, sem pesar nada.

– Casacão de neve impermeável – Aqui há muitas hipóteses de casacos que se podem usar para ir para um país com neve. Eu pessoalmente levei um daqueles que se vê nos desportos de neve, são finos, mas quentes, e são super práticos e impermeáveis. No entanto, a minha colega de estágio levou um grosso, de algodão, mais comprido que o meu. Ambas não passámos frio, então eu recomendo qualquer das duas opções, desde que o casaco seja quente e impermeável.

– Leggins – Esta é uma dica para a parte de baixo, para protegermos melhor as pernas se realmente estiver muito frio. Eu só usei leggins por baixo das calças com temperaturas abaixo dos -10ºC, mas se estivermos no Inverno do norte da Europa isto não é impossível de acontecer, então mais vale irmos preparados com umas leggins que tenham um pelinho e sejam mais ou menos grossas, para proteger as nossas pernas do frio, caso contrário pode ser doloroso andar pela rua a passear com temperaturas tão baixas. Experiência própria!

– Botas para neve impermeáveis – Se vamos enfrentar neve é bom investir num calçado próprio, não é só o casaco que é importante. As botas que eu comprei eram de cano alto, com sola de borracha e grossa, para além de terem pelo por dentro e serem impermeáveis. Estas são as características principais que elas devem ter, mas na altura que compramos também é importante perguntar se elas estão desenhadas para aguentar temperaturas negativas.

– Meias – As meias que eu comprei na altura que fui para a Suécia foram especiais, por isso eu estou a incluir as meias num tópico à parte. Apesar de ter custado dar 11€ por cada par de meias, elas foram super úteis, porque são mesmo desenhadas para a neve e para dar conforto e calor ao pé. Assim, juntamente com a bota, as meias são muito importantes para dar o calor que os nossos pés precisam.

Para a viagem a Inglaterra, o meu guarda-roupa passou por:

– Blusa interior térmica manga comprida – Pelas mesmas razões dadas em cima, aqui, apesar do frio não ser o mesmo, esta blusa é indispensável para manter o corpo bem aquecido, e é tanto melhor quanto mais justa ela estiver.

– Blusa quente (lã, malha, algodão, etc…) – Mesma ideia que dei em cima, a escolha desta blusa é feita a pensar que tem de ser quente o suficiente, mas não muito quente, para aguentarmos nas superfícies aquecidas. Se o tempo estiver muito frio, eu aconselho a colocar uma blusa fina de manga comprida por baixo, para evitar estar a levar o casaco térmico, e mesmo assim ficar quentinho.

– Casaco de algodão – Eu aqui já não dou a dica do casaco térmico porque o frio não é tão intenso como nos países com neve, mas obviamente que o casaco exterior tem de ser bom e quentinho. Então, eu aqui fui comprar um casaco de algodão de propósito para a viagem e aproveitei para comprar um mais compridinho, apesar de que isso já vai de cada um. Eu adorei o casaco que comprei e achei tão quentinho que mesmo em Portugal cheguei a usar várias vezes por causa das vagas de frio que de vez em quando decidem aparecer por aqui também.

– Botas impermeáveis – O Inverno no centro da Europa pode não ser tão rigoroso em termos de frio como na Escandinávia, mas chove muito, então é sempre importante levarmos calçado confortável (nada de saltos altos), sola de borracha para proteger do frio e um calçado impermeável, por causa da chuva.

No tópico dos acessórios é fundamental levarmos um cachecol, gorro e luvas para proteger as extremidades do nosso corpo que ficam em contacto com o exterior e mais expostas. Podemos ter o nosso corpo muito bem protegido, mas se nos esquecermos das mãos, cabeça e pescoço, que estão expostas, podemos arrefecer rápido, já que nestas zonas há uma grande perda de calor. Então é sempre bom não nos esquecermos de proteger bem as zonas de maior perda de calor e aproveitarmos para arranjar umas combinações engraçadas que sempre dão um toque ao nosso modelito.

Visby, na ilha de Gotland!

Até a Suécia, país riquíssimo culturalmente e não só, tem uma ilha para chamar de sua. 🙂 Não é qualquer país! E esta fica tão próxima de Estocolmo que basta uma viagem de comboio e depois de ferry para se chegar lá. Este foi um dos meus últimos destinos de passeio, na tentativa de ver o mais possível da Suécia. Então, por essa razão eu também deixei para o final este post.

Quando o Verão começa a aproximar-se, o que os suecos mais querem é arranjar um sítio solarengo e fora da rotina normal, para se poderem divertir, apanhar sol, conviver entre amigos ou família. Então, tirando os parques óptimos que eles têm mesmo no centro da cidade, uma excelente opção que eles aderem com facilidade é sair totalmente da cidade e irem até Visby.

Na altura, quando vi o meu guia turistico fiquei super entusiasmada de visitar esta ilha, que tem em Visby a principal cidade. Mais uma vez, o centro histórico não é enorme e facilmente se vê e percorre tudo a pé, mas… as fotos são lindíssimas. É daqueles sítios que ficamos a pensar quando vai dar para lá ir.

Então, aproveitando a última semana antes de voltar para Portugal (eu disse que era quase Verão), lá fomos nós de comboio até à última paragem, bem a sul de Estocolmo. Aqui fica a terra de Nynashamn, que por si só já tem umas vistas lindas sobre o oceano. Depois de estar tanto tempo a ver mar e ilhas, finalmente temos uma vista desafogada do mar à nossa frente, sem mais nada que não seja mar.

Aqui está um ferry que eles chamam Destination Gotland, e é mesmo na página deles online que eu fiz a reserva dos bilhetes e depois imprimi. Super fácil, tal como já tinha feito para os bilhetes do cruzeiro. Os bilhetes vão aumentando de preço consoante o conforto que vamos escolhendo e eu experimentei duas possibilidades.

Na viagem de ida comprámos bilhetes na poltrona, que era super confortável e sossegada. Deu bem para inclinar e dormir sem que nada perturbasse. tipo avião. Não me chateiam e eu não chateio ninguém. Já na viagem de volta ficámos nas mesas centrais, as que ficam ao pé dos restaurantes e tal. Então, óbvio que aqui o conforto não foi quase nenhum, mas também como íamos na conversa o tempo passou rápido. Também tínhamos a nossa festa de despedida da residência logo a seguir, então estávamos super empolgadas com isso.

Na chegada a Visby fomos directos para o Albergue. Sim, nada de luxos. Era uma casa típica, com sala de estar partilhada, cozinha pequenininha, casa de banho partilhada e quarto minúsculo com cama de casal quase a chegar ao tecto. Ahahah é vida de estudante mesmo.

Eu amo estes albergues que nem imaginam o quanto. Eu estou lá só mesmo para dormir. então nada de luxos desde que a zona seja asseada e confortável. E nisso saio sempre satisfeita. Não vou dar o nome do albergue porque já esqueci qual é, mas tenho algumas fotos que mostram que o sítio até é bem simpático, com jardim à frente e tudo.

Mas a cidade/vila!!! Ela está construída entre muralhas e ruínas e é mesmo Património Mundial da UNESCO. Muito popular pelas festas de Verão, que é a altura onde se enche literalmente de turistas. E isto é válido desde famílias até grupos de amigos, passando por namorados. Há de tudo um pouco.

Na nossa noite lá ainda fomos conhecer um bar e depois demos uma alta caminhada à beira-mar já com a nostalgia a bater forte de que eram os últimos momentos em solo sueco, antes de voltar definitivamente para Portugal. Ah saudade já a bater forte.

Mas olhem eu super recomendo Visby porque é uma cidade super fofa, daquelas que tem ponto de interesse espalhado nela toda. As ruas são super engraçadas, com comércio a cada esquina. Depois o nosso albergue era tão central que nós saímos da porta estávamos quase na praça central, onde tem umas dezenas de bares e cafés e ainda supermercado super engraçados.

E depois basicamente é andar por lá e deixar-se surpreender pelas construções das casas e arquitectura no geral. Eles realmente esforçaram-se para ficar com uma cidade bem genuína e típica do povo sueco. Daí eu já ter achado que uma viagem de dois dias mais do que valeu a pena para conhecer mais do que só a zona de Estocolmo.

Sigtuna

Sigtuna é a segunda vila mais antiga da Suécia, fundada a 980, rapidamente se tornando o centro do Cristianismo. A vila em si não é nada grande e nem se pode comparar a Uppsala, mas tem um charme pitoresco que não vi noutro lugar. Cada sítio tem a sua importância e originalidade e aqui não é excepção.

Aproveitámos um Domingo de Primavera, porém ventoso, e fomos de comboio para o norte de Estocolmo. A vila fica mais ou menos a meio caminho de Uppsala, então chegamos lá ainda mais rápido. Tem o inconveniente de ainda termos de apanhar um autocarro para chegar lá. Desta vez vamos mesmo para o fim do mundo. 🙂

A vila dá a ideia de estar completamente isolada do resto da civilização e é engraçado olharmos para a qualidade de vida daquelas famílias. Vê-se muito a influência da pesca na região e as casinhas construídas praticamente em cima da água, com os quintais partilhados com quem estiver a passar.

Mais uma vez fomos parar ao quintal de alguém e lá pedimos licença para atravessar o portão que ia dar ao rio. O senhor que estava a apanhar banhos de sol foi muito prestável e lá nos abriu o portão na boa. Portanto, eu acho que quanto mais para o interior nós vamos, mais tomamos consciência da verdadeira maneira de ser deste povo. E, na verdade é como nós. Somos influenciados pela qualidade de vida do campo.

No nosso passeio por toda a vila, nós acabámos por seguir uma trilha que nos levava a sítios importantes que contavam a história dos antepassados da vila. Basicamente o que ela tem para oferecer é o seu antepassado interessante e a fofura em que se tornou agora. Portanto, para conhecermos tudo a fundo nós decidimos seguir aquela trilha e até pedimos um mapa no restaurante onde comemos.

Então, acabámos por, não só conhecer a história da fundação da região e alguns pormenores dos antepassados ligados ao cristianismo (aquelas histórias de príncipes, princesas e povo), como também deu para passar por várias casinhas construídas por ali, umas à beira da estrada, outras à beira da água.

Demos de caras com montes de animais domésticos engraçados, como patos, gatos, cães, esquilos. Sim, também animais um pouco mais selvagens mas que já fazem vida de domésticos. Enfim, montes de pormenores de uma vida bem mais pacata de vila rural, que nós já nos tínhamos esquecido que existia, por estarmos sempre acostumados a viver em Estocolmo.

Eu sempre vivi meio numa comunidade pequena, apesar de ficar bem próximo de Lisboa, então uma pessoa revê-se naquele estilo de vida ainda mais rural e que tanto me fascina. Como é que aquela gente não sente falta do reboliço da cidade?

Bem, depois os restaurantes não abundam por lá, assim como as lojinhas também não abundam. É uma vila pequena com tudo a que tem direito. Uma rua principal super fofa e charmosa com as principais lojinhas da vila, depois algumas ruas perpendiculares, algumas delas que já vão dar às tais casas com quintal do povo. 🙂

Então arranjar restaurante lá foi super fácil, porque só havia escassas hipóteses. E não é que almoçámos super bem? Ali com esplanada para o mar e com a ventania que se levantou também a fazer-nos companhia. Vá, também não estava assim tanta à hora de almoço.

Quando começámos o nosso passeio pela mini marina, começámos a perceber que se calhar aquela zona já era ventosa por natureza. Ou então o Inverno tinha sido especialmente rigoroso nesse ano, tendo em conta que as madeiras estavam um pouco torcidas e as ondas batiam forte.

Mas não dá para não reparar na paisagem. A vila fica mesmo plantada à beira do mar, e das muitas ilhas que a zona litoral é constituída. Sim, nós andamos sempre de ilha em ilha quando nos queremos mover pelo país. Se há coisa que a Suécia tem bastante é água.

Acabámos o dia com um gelado numa gelataria da rua principal, toda ela a acompanhar o grau de fofurice que eu tinha falado à pouco. Então programa perfeito de Domingo.

Uppsala

Se em Estocolmo começamos a tomar consciência da cultura sueca, a verdade é que quanto mais nos distanciamos do centro, mais tomamos noção da genuinidade e real sentido da palavra Suécia. É sempre assim, uma cidade muito movimentada torna sempre difícil perceber como é a cultura de um país.

Então, Uppsala fica relativamente próximo de Estocolmo, a uma hora de caminho, e perto do aeroporto principal, por onde eu cheguei e parti, todas as vezes. Nada que saber, é um óptimo passeio de um dia para sair da rotina da cidade e ir conhecer um bocadinho do país, sem ser preciso fazer uma grande viagem.

Esta cidade foi durante muito tempo uma simples vila, que foi crescendo, e hoje em dia ela é muito conhecida pelos seus estudantes. Sim, para ser justa na comparação, ela é considerada como a Coimbra da Suécia. São muitas as universidades e o clima estudantil está pela cidade inteira.

Durante o tempo que estive lá houve até um evento de estudantes muito conhecido que atrai pessoal de várias povoações à volta, incluindo claro de Estocolmo. Então é ver os comboios à pinha com montes de estudantes que estão por Estocolmo a ir festejar e curtir toda a festa para Uppsala.

Lá na residência onde estava, havia até um português que tinha ido estudar para a Suécia e primeiro foi viver para Uppsala, antes de continuar os estudos por Estocolmo. Então, a cidade não é assim tão desconhecida, e é um sítio bem interessante para se ver.

Para alguns estudantes, Uppsala pode ser um bocadinho longe de tudo, porque claro que a animação de uma cidade como Estocolmo dificilmente é conseguida na periferia, mesmo quando a cidade é estudantil. Mas para nós turistas, a cidade é super fofa e fácil de ser visitada. Tudo fica ao pé umas coisas das outras e num instante colocamos check em mais uma cidade sueca.

Por aqui o vício da bicicleta como meio de transporte principal e importantíssimo está claramente destacado de Estocolmo. não sei se é por ser uma cidade mais pequena e, por isso, mais condensada, em todos os sentidos. A verdade é que assim que saímos do comboio só vemos bicicletas paradas em todo o lado. E depois por toda a cidade é isso mesmo que vemos.

Como uma cidade que se preze ela tem um palácio, que não está aberto a visitação. É uma pena, sim, mas pelo menos a parte exterior está bem arranjadinha com uns jardins bem engraçados para dar uma volta por ali. e o palácio é…rosa!! Super fofo e original, com os seus canhões ali ao lado.

O centro da cidade para mim é o mais engraçado porque é muito pequeno e condensado. Praticamente tudo o que precisamos está ali. Toda a vida da cidade está ali. É só seguir a multidão e os sons que vamos dar ao que precisamos. Nem é preciso usar transportes públicos. Já ganhou!

Tem todas as lojas sensação que nenhuma mulher desperdiça, como Zara, H&M, etc, por aí fora… Da avenida das lojas passamos rapidamente para a dos restaurantes, para a praça central, enfim… Estão a ver quão pequena ela é. Dá para percorrer tudo muito rapidinho e ficarmos felizes no fim do dia porque vimos tudo.

Ok, eu percebo o porquê de alguns estudantes se queixarem que Estocolmo fica lá longe, mas sem dúvida que a qualidade de vida desta gente bate tudo. Eu não me importava nada de ter passado uma temporada aqui a estudar. Tenho a certeza que ia ser divertido na mesma.

Há, e claro, tem uma igreja gótica enorme e daquelas que ficam sempre bem na paisagem de uma cidade. Ela está mesmo envolvida no clima do dia-a-dia, e super bem posicionada para render fotos lindas a partir de uma das praças centrais. Eu sempre via a mesma foto tirada daqui, quando se referiam a Uppsala. E, claro, quando lá fui e passei pela tal praça não resisti a tirar a minha foto também. Já tenho uma foto cartão postal!

Millesgarden, a partir de Estocolmo!

Com o avançar dos posts para o fim, cada vez mais as dicas são relativas a lugares nos arredores de Estocolmo. Este é oficialmente o último post de Estocolmo, e esta semana vou entrar nos passeios bate e volta a partir do centro da cidade. O comboio está muito bem estruturado para que o pass dê para uma gama bem ampla de movimentos, mesmo quando já falamos em sítios fora da cidade.

Então, para o finalzinho, eu trago uma dica de um passeio bem rápido aos arredores de Estocolmo, para visitar o Millesgarden, o jardim particular de Carl Milles. Este escultor é sueco, sim, e foi um dos mais conhecidos internacionalmente no século XX. Este jardim foi inteiramente obra sua, aproveitando o pátio grande que ele tinha em frente à sua casa particular.

Incrível como a vista é linda. Não totalmente para o centro de Estocolmo, mas como a cidade está cheia de ilhas, umas maiores que outras, esta é só mais uma, com uma vista espantosa para o mar. Já para não falar que esta zona é super calma. Muito diferente do que estávamos habituadas a viver no centro de Estocolmo.

Para entrar na ilha nós usámos um género de mini comboio super engraçado, muito parecido com um eléctrico, mas daqueles bem antigos, que mais parecem peça de museu. Passámos uma ponte e entrámos noutro mundo. Eu não percebi se a zona é mais virada para gente rica, mas só o aspecto dela, todo aprumadinho, com chalés super luxuosos e tal. Se não é uma das zonas ricas da cidade está lá próximo.

Mas, virando de novo para Carl Milles. Ele, em 1931, foi para os EUA e vivei por lá cerca de 20 anos, onde se tornou o brilhante escultor reconhecido mundialmente. Em 1906 ele comprou um terreno na ilha e mandou construir a casa que vemos hoje em dia.

Aqui viveu com a sua mulher depois de regressar dos EUA e em 1936 eles doaram a propriedade para o povo sueco, formando o museu que hoje conhecemos. Este museu é formado pelo tal jardim, que tem algumas das suas obras e também por uma exposição interior que está relacionada com o escultor mas que nós não chegámos a ver.

Isto porque…temos história engraçada para contar! 🙂 No dia que fomos visitar o museu, depois do estágio, acabámos chegando mesmo depois da hora do fecho. Então, o senhor com muita pena nossa, por termos feito aquela viajem de propósito até lá, deixou que déssemos uma olhada pelo jardim. Isto na condição de voltarmos no dia seguinte com mais calma e pagássemos o ingresso.

Acontece que nós entusiasmámo-nos e percorremos tudo a passo de corrida. Tirámos muitas fotos e demorámos bem mais que os 5 minutos previstos no acordo. Então, depois de conhecermos o que queríamos conhecer, decidimos que estava visto e não merecia a pena voltar no dia seguinte.

Resumindo, ficámos com a ideia do que é e não pagámos nada por isso, o que para nós já chegou e muito para termos uma noção do jardim e do trabalho de Carl Milles. Tenho pena do senhor mas né, somos estudantes, temos desculpa. 🙂

Drottningholm, com o palácio à beira mar!

Drottningholm é uma vila bem pequenina, que está um pouco longe de Estocolmo. Para lá chegar ou vamos de barco, ou então apanhamos o comboio para o norte e depois o autocarro. Fica bem lá no final do mundo, é o que dá a sensação. 🙂 Mas sem stress, porque a visita vale demais a pena.

Esta vila tem um palácio, teatro parque (enorme) e Pavilhão Chinês, que fazem parte do Património Cultural da UNESCO. Tudo isso não pode ser fotografado, tirando a parte do jardim, então é chato não poder mostrar ao detalhe tudo o que estes edifícios têm.

Eu particularmente amei o pavilhão Chinês, feito com o estilo rococo, como aliás também outros apontamentos deste recinto são feitos. Mas a história à volta da construção desta área é super interessante de saber, pois foi tudo prendas de príncipes para princesas, como manda o romantismo da realeza.

Hoje em dia nós damos presentes mais ou menos singelos, naquela altura eles ofereciam pavilhões estilo palácios mini, como prenda de noivado ou até de casamento. Neste caso, o rei ofereceu à rainha este pavilhão no dia do seu 33º aniversário. Que fofinho! 🙂

Só que o pavilhão original não resistiu aos muitos anos e acabou por ser substituido pelo novinho em folha, que é o que visitamos hoje em dia. Tudo por culpa do caruncho. eu não sei como ele era antigamente, mas sei que a obra que fizeram depois do antigo está linda e é mesmo uma das atracções principais do recinto. Não é à falta que ele é muito diferente do que estamos acostumados a ver. E tudo o que é diferente nós gostamos.

O Palácio também é muito bonito e tem umas salas que são verdadeiras obras de arte. Eu adorei a Biblioteca da Rainha, tão bem decorada, em tons de bege, branco e dourado. Com umas mesas centrais muito interessantes, tudo isso realçando a importância que a rainha teve nas artes e nas ciências suecas do século XVIII.

Depois o resto é típico de uma grande e imponente palácio. Eles podem não ser todos iguais, mas têm sempre a particularidade de nos deixar de queixo caído a cada visita que fazemos. E isto nunca muda por mais palácios que visitemos. Então, como é lógico, este não é excepção à regra.

Infelizmente, tudo o que era interiores não deu para fotografar, mas em compensação fiz a desforra nas fotos do jardim, que fazem lembrar um pouco o de Versalhes, mas mais simples e com muito menos turistas a cirandar por lá. Para preservarem o melhor possível a parte dos jardins eles até puseram umas cordas para impedir a passagem dos turistas para qualquer zona, o que poderia danificar o relvado, etc…

Eu raramente dou sorte de apanhar a troca da guarda em qualquer sítio que vou, e até já nem faço questão disso. Mas desta vez dei sorte de apanhar uma troca em frente à parte do teatro do palácio e vá isso é sempre giro e engraçado de ver. Principalmente se forem como eu azarentos no que toca a apanhar a melhor altura. Tem como vantagem que aqui não há muita massa de turistagem, então é quase como exclusividade só nossa.

O sítio é muito bonito e ao mesmo tempo calmo, sem grandes confusões típicas de outros palácios da Europa, ou até mesmo do palácio do centro da cidade. Então o ideal é ir sem pressa e desfrutar o melhor possível do jardim que se estende por muitas centenas de metros.

Quando eu fui ainda era início de Primavera, então as árvores ainda não estavam numa de brotar o verde. Parece que o clima está meio invernal, mas até estava uma boa temperatura para o passeio. Então, para quem tem um tempo extra pela cidade eu recomendo este passeio como óptimo para se fazer como bate e volta do centro de Estocolmo.

Hagaparken, outro jardim nos arredores de Estocolmo!

No post de Londres que já está aí no blog, eu começo por avisar que algumas coisas, principalmente as primeiras impressões foram para as parecenças com Estocolmo. E não foi só no clima. Aqui, em Estocolmo, não faltam bons parques para os habitantes aproveitarem para descontrair depois de uma semana de trabalho.

Também aqui se faz muito a fotossíntese. Quando um raio de sol decide espreitar no meio do tempo cinzento, bora fazer fotossíntese para a relva dos jardins e parques. Então já têm dois pontos, pelos menos, em comum. 🙂 Nós fomos a Hagaparken já a Primavera tinha entrado para ficar e então a temperatura já estava bem boa, com um sol bem gostoso daqueles que dá vontade de não fazer nada.

Depois de gastar as coisas mais turísticas para fazer na cidade (centro), esta é uma óptima dica até porque não fica tão longe da cidade assim e tem coisas muito interessantes para serem exploradas. Como sempre e como quase tudo que existe pela cidade, este parque foi ideia do rei Gustav III, que decidiu criar um parque na zona de Haga.

O resultado foi um parque estilo inglês com algumas contruções invulgares e diferentes do que estamos habituados a ver no centro da cidade, principalmente no que diz respeito à realeza, sempre tão chique e tal. Também foi planeado um edifício/palácio tipo o de Versalhes, em Paris, no entanto a construção não foi acabada e as ruínas estão lá para contar a história.

Actualmente, o Hagaparken faz parte do Ekoparken, o primeiro parque de cidade do mundo, que é um verdadeiro oásis dentro da cidade. Tudo bem que não é mesmo dentro dela, mas ainda assim não deixa de ser um óptimo refúgio muito acessível a quem tem um tempinho extra para explorar os arredores também.

Algumas construções engraçadas de se ver por lá é o museu Fjarils & Fagelhuset, que tem um clima tropical lá dentro de fazer esquecer o sítio onde estamos. É como se entrássemos num país à parte e não dá nem vontade de sair dali tão depressa. E atenção que estávamos na Primavera. Mas clima tropical é clima tropical, sem discussão possível.

Lá dentro habitam centenas de borboletas e pássaros exóticos, que voam livremente dentro das enormes estufas, com as tais representações de florestas húmidas e tropicais e até cataratas. Tudo à temperatura de 25ºC. Aquilo dá a sensação que à medida que vamos entrando nas várias estufas a temperatura vai aumentando mais ainda. Eu não acredito que o máximo seja 25ºC, mas isto é o que eles apregoam.

Cá fora, no parque, ele está cheio de placas e mapas a mostrar onde fica cada coisa. Então não é difícil irmos dar exactamente aos sítios certos e mais importantes. Sem dúvida que o que mais marca pela diferença é a Koppartalten, ou a tenda de campanha romana. Quando foi construída tinha como propósito servir de estábulo e alojamento, mas agora é mesmo um restaurante e o café oficial do parque que lá estão.

Depois, super engraçado é o Ekotemplet, o género de um templo mini muito fofo, que foi construído para ser uma sala de jantar real para o tempo do Verão. Dizem que a acústica era tão boa que dava até para escutar as conversas mais íntimas que eram feitas entre as paredes.

Por fim, o Kinesiska Pagoden foi construído por causa do fascínio que se tinha por tudo o que era chinês, no séc. XVIII. Não tinha um propósito especial como as outras construções, mas ocupa um lugar de destaque mesmo no topo de um monte, num dos passeios do parque.

Para além disso, eu ainda achei interessante o facto de haver casas normais mesmo no meio do parque. Engraçado como há pessoas a viver ali. Dá para ter ideia da dimensão que ele tem, para haver casas lá dentro. Numa procura pelo pagode, nós entrámos no quintal de uma dessas casas e ainda tivémos de fugir a sete pés de um cão que lá estava.

Skansen, o museu/zoo a céu aberto!

o Skansen é o maior museu a céu aberto da Suécia e o primeiro que abriu no mundo inteiro, em 1891. Foi criado para mostrar a sociedade em constante mudança e a tornar-se cada vez mais industrializada, e ainda como as pessoas vivam naquela altura.

Hoje em dia o museu foi evoluindo e está enorme, com muitas áreas diferentes que, todas juntas, mostram na perfeição quem é o povo sueco e os seus costumes mais enraizados. Mesmo para quem está muito tempo na cidade, visitar o museu é uma oferta imperdível, porque só desta maneira tomamos consciência da maneira de ser deste povo para além do que se vê no dia-a-dia citadino.

Sim, o melhor da Suécia está no seu interior, nos campos e florestas. Justamente aquilo que pouco ou quase nada vi enquanto lá estive. E acredito que o mesmo acontece à maioria dos turistas. o tempo é sempre escasso para ir mais para o interior, etc. As desculpas são muitas e, com isto se perde o melhor do país.

Então no Skansen, dá para ter uma ideia das construções dos vários estratos sociais, mas claro, sempre mais direccionado para o que se vê no interior do país. Tem edifícios rústicos trazidos de vários locais da Suécia, a casinha dos camponeses de lá atrás do sol posto, mostra a pequena nobreza proprietária de terras e até a cultura da Lapónia.

Tudo isto em casinhas, celeiros, igrejas típicas, torres, tudo que se possa imaginar num espaço enorme que custa a percorrer mesmo num dia inteiro. A igreja ainda é usada para a realização de casamentos porque é lindíssima. Infelizmente na altura que fomos ela estava fechada para remodelação e então não trago recordações nenhumas.

O Skansen está muito direccionado para crianças, mas a verdade é que até os adultos se divertem à brava. Eu falo por mim. Achei tudo tão engraçado e diferente que tive pena de só lá ter ido um dia, o que foi pouco para aproveitar tudo o que eles lá têm.

Para além das casinhas típicas, também há várias zonas de animais. E aqui entra a parte diferente. É que nos zoos aqui da Europa do sul nós estamos habituados a ver os típicos animais da selva, entre outros. Já é tão comum que a grande atracção deste zoo da escandinávia passa a ser os animais típicos do norte, como os alces, ursos, renas, linces.

Claro que também há muitos mais animais, principalmente os domésticos e aqueles usados no dia-a-dia dos camponeses (vacas, cavalos, porcos), mas sem dúvida que a atracção principal são estes primeiros que nós não vemos todos os dias. Então é ver multidões ali à volta a fazer figas para que o alce apareça, ou então os ursinhos bebés venham dar um olá ao pessoal. Fazem as delícias dos mais pequenos e dos turistas, claro!

Nós guardámos para o fim a parte da vila, onde estão várias casinhas de madeira representando as várias profissões dos artesãos do séc. XIX, como os sopradores de vidro, sapateiros, entre outros. Aqui estão as suas oficinas no rés-do-chão da casa e depois dá para subir ao primeiro andar e conhecer como eram as suas casas. E o melhor é que lá dentro estão pessoas vestidas a rigor imitando os artesãos e famílias daquela época.

Então vamos andando lá por dentro, como se estivéssemos no meio de um filme, a observar como era a vida naquela altura. no fundo aquelas pessoas estão ali também para responderem a perguntas que tenhamos e para explicar como era a vida e dia-a-dia daquela família.

Como guardámos para o fim, estas casinhas já estavam quase a fechar, então tivémos de acelerar o passo para vermos o máximo que conseguíssemos. Mas fiquei fã deste estilo de museu e sem dúvida que ajuda a ver as culturas com outros olhos.

Museu Vasa, toda a história do naufrágio!

Eu achei toda a história em volta da caravela muito interessante. E mais, não é todos os dias que vamos a um museu com uma caravela autêntica, dos antepassados bem lá atrás. E bem bonita e arranjada. Perfeita para ser o centro das atenções. Um museu que gira completamente em torno de uma caravela, só podia haver um no mundo, e está aqui. A maior caravela alguma vez recuperada está num museu de Estocolmo.

O edifício é tão grande que do tecto, nós já vamos vendo o mastro, que sai completamente do tecto e vem dar um olá ao pessoal que anda ali em volta. Não há como falhar no edifício do museu. Na altura que fui ainda estava o campo todo coberto de neve em volta, tal e qual como já tinha falado para o Nordiska, a sensação de ali estar foi igual.

Depois, mentalidade sueca, há cemitérios em qualquer lugar, e ali na frente de qualquer pessoa. Se há coisa que eles gostam é tornar um cemitério algo muito normal no quotidiano de todos. Então para chegarmos ao museu passámos mesmo no meio de um cemitério, todo coberto de neve e com o tal silêncio de arrepiar. 🙂

O museu está muito bem estruturado em vários pisos, e em cada um deles vai havendo pequenas exposições de várias partes do navio, bem como da vida que as pessoas tinham lá, naquela época. Claro que isto não se aplica muito *a caravela em questão, que veio parar ao fundo do mar poucos metros depois de ter começado o trajecto inaugural. Ou seja, veio ao fundo mesmo nas barbas de todos os espectadores, e só anos mais tarde se conseguiu recuperar a caravela do fundo do mar, começando assim as obras de reconstrução.

O museu está todo climatizado com a temperatura ideal para manter o navio e no rés-do-chão estão lá fotografias de como decorreu todo o trabalho de reconstrução. Também há coisa que os suecos fazem na perfeição, que é reconstruir a cara das pessoas como se elas estivessem mesmo ali.

Então, como memória aos tripulantes que morreram naquele dia eles fizeram a reconstrução facial a partir do esqueleto encontrado no navio (tal e qual série Bones) e vestiram o boneco com o que ele deveria estar a usar no dia. Dá ainda uma breve explicação de quais eram as funções de tal pessoa e assim ficamos a conhecer melhor quem ia no trajecto inaugural e quem não conseguiu escapar.

Num dos pisos cimeiros do museu eles fizeram uma réplica de como seria o convés com os canhões enormes e pesados lá dentro. Ou seja, esta é uma das explicações para ter vindo ao fundo, o excesso de peso em material de artilharia que ele levava lá dentro. Foi o suficiente para que entrasse um bocadinho de água e o navio começasse a afundar. Quem sofreu mais para tentar escapar foram mesmo os tripulantes que estavam no convés.

Para conhecer a fundo a história da caravela e as possíveis teorias que explicam o porquê de ter afundado tão cedo, há uma salinha de cinema logo à entrada que reproduz periodicamente um filme em inglês do que se passou. É uma óptima dica para começar logo a visita porque a seguir já vamos com a história na cabeça, do que aconteceu, e aproveitamos melhor o museu.

O navio é enorme e até ao último piso, de três, ainda é possível estar ao mesmo nível do convés superior. E já estamos a uma distância enorme do chão. Eles dão um exemplo para vermos as dimensões através da popa, que é a parte de trás do navio. A popa está completamente trabalhada, através de um trabalho enorme de reconstrução que fizeram. Ela tem de altura 5 metros e cobre a altura de um piso até ao de cima. É enorme!

Achei pena o museu estar com uma luz muito fraquinha, que isso atrapalha na hora de tirar fotos decentes. As fotos ficam sempre algo tremidas e a máquina ainda não era nada de especial, então pronto está tudo dito. mas eu recomendo este museu, como um dos que mais me surpreenderam pela positiva, sem dúvida.

Nordiska museet

O Nordiska museet ou Museu do Norte é um misto de sensações. Se por um lado parece enorme e interessante, visto por fora, o interior pode decepcionar, dependendo das expectativas que se trás à partida. Este foi o meu primeiro museu em Estocolmo, e eu ia talvez com as expectativas altas, porque tinha acabado de chegar e queria ver algo mesmo turístico.

Depois, como o tempo estava uma porcaria, só neve, frio que congelava o corpo todo, então o espírito já não ia em cima para encarar coisas turísticas pela cidade, mas ainda assim havia uma parte de mim que queria conhecer. Para quê estar num sítio e não ver nada dele? Que desperdício, né?

Então eu acho que, mesmo assim, eu acabei por gostar do museu por estar numa de avidez em conhecer tudo o que estivesse no quentinho e não implicasse andar ao frio. Embora para lá chegar tivesse passado muitos minutos parada numa paragem de autocarro a congelar.

Depois, quando se chega, não dá para não reparar no edifício. É lindo!! E ainda mais quando tudo à volta está braquinho da neve, o silêncio do Inverno, com os corvos a dar sinal de vez em quando. Imagem típica do inverno rigoroso, mas deliciosa ao mesmo tempo.

O museu tem um monte de colecções para ver, cada uma mais diferente da outra, mas que, no fundo, todas elas acabam por contar a história do país. Depois o mais interessante é que tudo o que vemos neste museu, a falar de Estocolmo, e da Suécia em geral, é basicamente o que se passou nos países vizinhos, já que nos primórdios do nascimento da civilização, não havia grande fronteira entre Suécia e Finlândia, por exemplo.

Então o povo Sami, por exemplo, que é aquele que mais está na origem da civilização do norte da Europa (países da Escandinávia) andavam no topo destes países, sem grande distinção se é este ou aquele país. eu falo dos Sami, porque eu achei notável como eles conseguiam sobreviver no meio de tanto frio e neve. Na exposição tem lá as roupas que eles usavam, mostra as casas e os utensílios de caça e pesca. Mas né? Coitados! Dá até frio só de olhar para as fotos.

Infelizmente, este povo ainda hoje é mal visto e um pouco discriminado pela sociedade em geral. O que é pena, pois eles fazem parte de um antepassado importante destes países escandinavos.

Depois há de tudo um pouco, tudo o que mostra um bocadinho desta cultura tão diferente da nossa, espalhada por 4 andares. Dá para ver Casas de Bonecas (tradição sueca, aparentemente), Mesas Decoradas (que mostram como o povo foi decorando a sua mesa, consoante o estrato social), Tradições, Galeria de moda, Arte Folcórica, Mobiliário, Casas Suecas e outros Objectos.

O que eu mais achei interessante foi sem dúvida as casas decoradas e as mesas decoradas. Vá, já aqui a minha veia de decoradora queria vir ao de cima. Eu é que nunca percebi ela a chamar por mim. 🙂 É nestes pormenores que nós vemos a maneira de ser de uma civilização. Tudo bem que há muita coisa em comum, mas até o que é comum é engraçado ver. porque só dá para termos ideia que afinal não somos assim tão diferentes quanto isso.

Depois a decoração mostra também as diferenças entre as várias profissões e a maneira de viver dessas famílias. Na maioria das vezes só mostra a zona onde a família se reúne, ou seja, a sala ou cozinha. Mas já aí se vê bem a diferença nas decorações.

Tem ainda uma exposição de pintura de um senhor sueco que não me lembro o nome, mas não é nada conhecido. Então, para quem é interessado em pintura pode ser interessante, mas para os restantes, como eu, não é nada demais.