O MAAT é um museu relativamente recente em Lisboa, apesar de que não é tão novo assim. Ele foi muito anunciado na altura da sua construção e até teve um período de entrada grátis quando abriu. Parte da sua grande fama teve a ver com a estrutura e design da sua construção, e claro, com a localização.
O MAAT, fazendo jus ao cariz do museu, foi construído com um design muito futurista e acabou por ser ele próprio a atração. Eu já tinha passado algumas vezes pela zona e nunca tinha entrado porque nunca me identifiquei muito com museus de arte contemporânea. No entanto, o visual da construção já me tinha rendido boas fotos antes e o “miradouro” no topo do edifício já é paragem obrigatória.
Então, sempre encarei este museu como uma mais valia paisagística do que propriamente pelo seu valor em termos de museu. Contudo, como eu nunca digo nunca a mais uma experiência cultural, mesmo que fora da minha zona habitual, chegou o dia de finalmente fazermos uma visita ao MAAT.
Num dia em que estávamos a fazer tempo para ver um musical no Casino Lisboa, fizemos uma paragem por esta zona e decidimos finalmente arriscar uma visita. Pois bem, de facto continua a ser um museu que não colocaria como top de prioridades a fazer numa cidade. No entanto, achei que no geral até está interessante e sobretudo diferente dos habituais museus com pinturas, esculturas e afins…
O MAAT é bastante tecnológico e transporta-nos completamente para o que se passa ou o que aconteceu num passado recente ao longo do mundo. Então existem muitos vídeos de situações tão diversificadas como notícias, documentários, vídeos feitos por artistas plásticos, gritos de revolta, auto-retratos, enfim… Um sem número de situações que abordam também muitos temas diferentes do nosso quotidiano ou da realidade que se passa em países em guerra civil, que passaram por catástrofes naturais, alegrias, e por aí fora…
É uma abordagem diferente e de facto mostra-nos diferentes faces do nosso mundo, diferentes circunstâncias, diferentes pontos de vista, sobretudo pelos olhos de jornalistas, fotógrafos, artistas. Os quais depois dão um significado novo até à forma de sentir tudo o que se vai passando.
Foi um museu totalmente diferente sim, até com direito a um hall cheio de projetores com imagens da Ponte 25 de Abril de diferentes ângulos em direto. Fiquei surpreendida com algumas coisas e achei super interessante ver alguns vídeos e ter consciência do quão diferentes podem ser os nossos juízos de valor em relação a diversos assuntos que só lemos nos jornais ou vemos na TV, depois de vermos um vídeo feito por um foto-jornalista que está no terreno e perde muito do seu tempo a captar o que é genuíno.
Então fica a dica para entrar no MAAT e dar uma oportunidade a este museu, mesmo para quem não é apreciador de arte contemporânea. Continua a não ser dos museus mais interessantes e provavelmente não irei entrar num em muitos mais anos (ou não, não sei), mas ainda assim vale pela experiência e pelo diferente que é.
No entanto, há que realçar o quão interessante é a estrutura em si e o quanto veio embelezar e reestruturar aquela zona junto ao rio, mesmo de caras com a ponte. Lisboa tem evoluído bastante ao longo do tempo e são notórias as tentativas de melhorar cada vez mais a oferta turística, dando destaque à arquitectura e arte.
Com certeza este museu já se tornou um ícone, nem que seja na paisagem. E muitas mais serão as fotos que veremos com este design tão futurístico a aparecer.
MAAT
Av. Brasília, 1300-598
Lisboa