Roteiro no Zêzere com dicas práticas!

Bem, já chega de posts sobre o Zêzere né? Então para finalizar isto eu vou misturar o roteiro que fizémos pelo Zêzere e arredores com algumas dicas práticas para quem está a pensar fazer uma coisa parecida mas sem seguir à risca aquilo que nós vimos.

Então, no Sábado nós já não saímos propriamente cedo de casa e fomos directamente para o Castelo de Almourol. Ele estava na lista de must see deste fim-de-semana e era alguma coisa que eu tinha expectativa alta para conhecer. Também, pela paisagem em si, sabia que ele ia render fotos muito bonitas, o que de facto aconteceu. Algumas das melhores fotos da viagem foram tiradas por aqui!

A seguir, fomos logo directos para o hotel. O plano era arranjar um restaurante pelo caminho e almoçar, antes de ir para lá, mas acabámos por decidir seguir viagem e arranjar alguma coisa lá perto, depois de largarmos as malas. Mas quando lá chegámos percebemos que o hotel era bastante funcional e tinha um restaurante óptimo com óptimas vistas também. Então, ficámos por lá a almoçar e a tarde foi toda ela passada entre piscina e passeio de gaivota no Lago Azul.

Jantámos por aqui também e não ficámos nada arrependidos por ter deixado pra lá a ideia de sair do hotel e ir conhecer outras coisas. O hotel é super completo e não sentimos necessidade alguma disso. Além disso, soube bem ficar por lá mesmo depois do jantar, na esplanada e depois na sala de jogos, para descontrair um pouco da viagem e do dia em si.

No Domingo acordámos mais cedo, tomámos o pequeno almoço, e a ideia era ir logo para o Convento de Cristo. Mas, como eu já tinha falado, vimos a plaquinha a indicar Dornes e não resistimos em fazer o desvio para ir conhecer esta vila/terriola meio perdida nas margens do Zêzere. Eu tinha ouvido bons comentários sobre ela no tripadvisor, então daí a decisão.

Depois de Dornes fomos para o Convento de Cristo, mas quase a chegar lá, fizémos uma rápida paragem pelo Aqueduto de Pegões, que tem uma história muito envolvida no próprio convento. Fizémos uma mini-sessão fotográfica por aqui e aproveitámos sobretudo a calma do lugar.

Depois, fomos finalmente para o Convento de Cristo, onde ainda passámos algumas horinhas. Ele é maior do que estávamos à espera, então é bom reservar algum tempo para ficar por aqui e curtir o convento nas calmas sem stress. Mesmo assim, ficou um pouco tarde para nós, e acabámos por deixar a parte dos jardins de lado.

Depois do Convento descemos até à cidade de Tomar e fomos directos para o almoço, depois do pesadelo para estacionar o carro perto da zona histórica. Andámos pelas ruelas à tarde e ainda fomos visitar a sinagoga, onde recebemos uma explicação super interessante. Ainda demos um pulinho ao jardim, que é muito bonito, com pormenores interessantes.

Já no caminho para casa, parámos na barragem de Castelo do Bode, que também não fazia parte do plano, mas foi antes uma dica de última hora do Carlos. Eu não sou particularmente fã de barragens, mas achei que tinha vistas espectaculares que merecem de facto uma passada rápida. Principalmente se estivermos nas redondezas.

Dicas práticas:

Alojamento – Zêzere é grande e não se resume a Ferreira do Zêzere, como eu tinha em mente. Não sei se a dúvida era só minha, mas fica já esclarecido. Se querem ficar bem na frente do rio, com vistas espectaculares e terem ali à disposição a possibilidade de praticar algum desporto aquático, ou só mesmo nadar no Zêzere, então têm de escolher entre uma das terriolas que ficam nas suas margens. Estas terriolas normalmente não têm nada de mais, sem ser poucos hotéis, restaurantes e algumas casitas. Pode variar entre terriola para terriola, mas regra geral é isto. Então o propósito é mesmo escolher uma terra base e ficar por lá a descansar, ou então saltitar entre várias terriolas para conhecer um pouco mais do Zêzere. Como nós só íamos por uma noite, escolhemos o que estava disponível na altura da reserva e incluímos algumas coisas interessantes na periferia. O ideal é sempre escolher um hotel que forneça o máximo de serviços possíveis, porque se a terriola é pequena e sem nada de muito interessante para fazer, então convém que consigamos ficar satisfeitos só com o que o hotel tem incluído.

Barco no Castelo de Almourol – É preciso ter atenção ao horário do barquinho que faz a travessia para a ilha onde está o castelo. O barquinho está sempre, de meia em meia hora a chegar para levar pessoas, mas quando chega às 13h ele pára e só volta a funcionar às 14H30. Para quem está só de passagem torna-se chato e é o suficiente para já não esperar e ir embora sem ter visto o castelo por dentro.

Carro – Não é preciso levar um jipe mas é preciso ter consciência que não estamos de jipe! Principalmente saber onde parar o carro e onde devemos desistir de avançar, mesmo quando o GPS nos diz o contrário. Eu sei que o GPS foi a melhor coisa que aconteceu nas nossas vidas e que é bastante útil, mas chega aquela altura em que ele nos vai mandar para um caminho de cabras ou até mesmo para ruelas que o carro não passa ou até passa mas nos enche de suor na travessia. Então, é sempre bom ponderarmos até onde vale a pena levar o carro e o que nos pode estragar o bom humor para o resto da viagem.

Auto-estrada – Nós fizémos todo o percurso desde casa, até cada coisa que visitámos, sem pôr os pés na auto-estrada com portagem. Andámos pouquinhos quilómetros pela skut e nada mais. Para nós foi perfeito porque não estamos assim tão longe do Zêzere e a nacional está em óptimo estado e com um trânsito muito suportável. Então fica a dica que nem sempre a auto-estrada é o mais viável, principalmente no que toca a poupar dinheiro. O custo-benefício para nós foi óptimo e assim poupámos alguma coisa também.

Estacionamento – Mais uma vez volto a relembrar, mas é sempre bom pôr aqui bem destacado. Tomar é um pesadelo para estacionar junto à parte antiga da cidade. Friso que é junto à parte antiga e quanto ao resto penso que o problema não é o mesmo. O estacionamento na estrada junto ao parque é escasso para tantos carros e mais ainda quando começamos a entrar nas ruas do centro antigo. Parece que toda a gente decidiu visitar Tomar no mesmo dia que nós! Então vale a pena levar uma boa dose de calma e anti-stress connosco!

Percursos pedestres – Existem alguns percursos pedestres pela zona do Zêzere e houve um que me chamou mais a atenção, que era o percurso das quedas de água e cascatas. Este percurso parte de Vila do Rei e li na net que ainda tinha alguma dificuldade por causa do percurso íngreme e das pedras que eram um pouco escorregadias. Nós não tivémos mesmo tempo para experimentar, mas fica a dica para quem não dispensa uma caminhada.

Castelo de Almourol

Depois de muito pesquisar que roteiro seria melhor para o fim-de-semana do feriado de 15 de Agosto, já que deixámos muito para a última da hora para marcar alguma coisa, lá a escolha foi para a zona de Tomar e Ferreira do Zêzere. A opção de hotéis já estava escassa e só havia um que nos despertava a atenção, a Estalagem Lago Azul.

Assim, lá montei o meu roteiro muito rapidamente com todas as coisas que eu sabia que queria fazer ou ver nas redondezas. A primeira paragem foi o Castelo de Almourol, que ficava bem no caminho entre Lisboa e o hotel onde íamos ficar. Este castelo tem a particularidade de ficar numa ilha no meio do rio Tejo, com paisagens espectaculares em volta.

Já no livro turístico a foto dava para ter uma ideia do quão bonito ele é, mas quando lá chegamos e olhamos para ele aí tudo fica melhor. Apesar deste castelo já estar um pouco deslocado da cidade de Lisboa, fiquei super admirada por ouvir tantos estrangeiros por lá a visitar. Só significa que cada vez mais o nosso país está a atrair pessoas para conhecer o mais a fundo, e não só a capital.

Este castelo tem uma história bem simples relacionada com a sua importância estratégica para travar batalhas. Ele foi erguido em 1171 por Gualdim Pais (mestre templário), sobre uma fortaleza romana. Apesar de muito do seu objectivo ser estratégico e defensivo, o castelo nunca foi invadido por forças invasoras.

A sua localização difícil de alcançar, a somar às muralhas altas e torres em volta, faz com que aumentasse a dificuldade de invasão e que o castelo pudesse servir como escudo contra tropas inimigas ou até mesmo como vigia, sem que com isso corresse perigo de ser tomado.

Como um bom castelo que ele é, tem umas quantas lendas que com o tempo foram sendo associadas a ele, principalmente contadas nos versos de Palmeirim de Inglaterra, no século XVI. As lendas contam histórias de gigantes e cavaleiros e dos combates do cruzado Palmeirim pela amada Polinarda. Outras lendas dizem ainda que o castelo é habitado pelo fantasma de uma princesa que soluça de amor pelo seu escravo mouro.

De resto, pouco mais se sabe sobre o dia-a-dia no castelo e outras histórias relacionadas. Em frente ao castelo está uma placa grande que conta um pouco da história e da função do castelo, enquanto que a parte das lendas fui retirar ao meu guia turístico. Então, acaba por ser um castelo muito conhecido pela sua beleza, mas nem tanto assim pelas suas funções na época em que foi construído.

Para chegar ao castelo vamos de barco, que tem o cais mesmo ali em frente, e ajuda também a compor a experiência única de andar pelas águas calmas do Tejo com o castelo em pano de fundo. O barquinho é super velhote e dá ideia que vamos quase dentro de água. É só esticar a mão e ela toca a água. Mas é super fofo e faz o trajecto num instante.

O interior do castelo é muito simples e acaba por não ser grande com muita coisa para ver. Pelo contrário! Rapidamente damos a volta ao castelo e o caminho de ida é o mesmo da vinda. Mas o importante aqui não é tanto ver a parte cultural da coisa mas sim usufruir do sítio onde estamos e da natureza à volta. 

Ali à volta, a zona é muito aproveitada para desportos aquáticos, como de resto será sempre assim até ao rio Zêzere. Pratica-se caiaque, nada-se, anda-se de mota de água, etc… O que não faltam são grupos a organizar este tipo de actividades ao longo do rio, mas muito mais nesta zona o castelo.

Agora óbvio que não podia deixar de falar nas fotos que tiramos ao castelo. Ele é muito fotogénico e ficará bem na fotografia em qualquer ângulo e período do dia. Nós fomos de manhã já perto da hora de almoço e o dia estava espectacular. Mas fiquei com aquela sensação que o castelo ao fim do dia, na hora do pôr-do-sol deveria render umas fotos bem bonitas.

Então, fica a dica para uma visita de passagem, a caminho de qualquer sítio nas redondezas, como por exemplo Ferreira do Zêzere, que é um pouco mais acima.