Mosteiro de Alcobaça!

No início do mês de Março nós fomos para mais uma escapadinha dentro de Portugal, desta vez para aproveitar um voucher que o Carlos me tinha oferecido de prenda de anos, já lá vão muitos meses. Então, como a parte cultural tem de estar sempre incluída em tudo o que faço, decidi-me por um hotel que ficasse pertinho desta zona dos Mosteiros e assim visitar algo que há um bom tempo eu tinha em mente.

Como é relativamente perto de Lisboa, acabámos por ir até ao hotel no Sábado e ficar a curtir mais o SPA e as vistas, enquanto que reservámos a visita aos mosteiros para Domingo, que era o 1º do mês, então oferecia entrada gratuita. E correr tudo muito bem, nada cansativo mesmo!

Vou começar pelo Mosteiro de Alcobaça hoje, que foi não só o primeiro do Domingo, como também tem um pedacinho da história de amor mais bonita, e também trágica, de Portugal. Estou a falar do quê? Pois claro que é de D. Pedro e D. Inês! Não vou voltar a falar na história porque já há aqui um post no blog dedicado ao tema, na altura em que visitei a Quinta das Lágrimas.

O Mosteiro de Alcobaça é tão especial nesta história por estarem aqui sepultados os dois personagens principais (D. Pedro e sua amada). E, tal como demos na escola, os seus túmulos estão de frente um para o outro, como foi ordenado por D. Pedro. Para que quando acordassem do sono eterno se reencontrassem. É profundo chegar ali e ver na realidade tudo aquilo que só ouvimos falar um dia.

A história do Convento está muito relacionado com a conquista de Santarém e Lisboa aos mouros, como é fácil de perceber pelos imensos azulejos tipicamente portugueses que mostram toda a história desde a conquista até ao começo da construção do Mosteiro.

Então, pode-se dizer com toda a certeza que o Mosteiro foi construído com um objetivo mais estratégico, de auxiliar a conquista das terras aos mouros e garantir que todos os terrenos já ocupados estavam devidamente vigiados, para que não retornassem novamente aos mouros.

Assim, em 1178, as obras da construção começaram e a Ordem de Cister ficou com este lugar, depois dos seus direitos terem sido estabelecidos anos antes, perante a sociedade. Com o tempo, o Mosteiro cresceu na sua importância e hoje em dia é muito conhecido pelos túmulos que estão também no seu interior.

Apesar disso, a sua beleza é singular, já que, apesar de ter uma arquitectura gótica, acabou por ser uma das poucas na sua época, o que contribuiu para que crescesse em importância e fosse uma maravilha para quem a visita.

O interior é simples típico do estilo arquitectónico. Predomina o branco com decorações nada elaboradas. O interior também está muito bem iluminado, então não tem aquela penumbra a que já estamos habituados e tanta diferença faz nas fotos. A primeira impressão pode não ser de total espanto, por essa razão, mas o que a distingue das outras é mesmo a sua história e o quão bem preservada está.

Em 1752, uma das mais belas maravilhas do mosteiro foi contruída, a cozinha. E porquê? Lá dentro está uma chaminé tão grande, que os monges costumavam assar bois inteiros debaixo. Ela é enorme em altura e também em largura. Se nos pusermos lá debaixo e olharmos para cima, conseguimos nos supreender com a fantástica obra.

Na cozinha também está o tanque onde corre a levada criada pelos monges da ordem, que conseguiram desviar o curso de um rio, de forma a trazer água até ao interior do Mosteiro.

Além da espectacular cozinha existem muitas outras salas, construídas ao longo do tempo, cada uma com a sua função na vida quotidiana dos monges.

Então é engraçado sabermos que a Sala dos Silêncios era onde eles falavam de coisas que não podia sair dali e não podiam contar a mais ninguém, por exemplo. Entre outras preciosidades que vamos lendo ao longo da visita.