RoadTrip Itália: as casas alugadas!

Como eu já tenho vindo a falar nos últimos posts, a dica chave para poupar euros nesta viagem foi a opção de alugar casa. Sem dúvida que o facto de não ficarmos em hotel contribuiu não só para poupar no preço do quarto, mas também nas refeições que cozinhámos em casa e não fomos ao restaurante.

Além disso, alugar casa com um casal amigo faz concerteza a viagem. Em vez de estarmos cada um no seu quarto de hotel, conseguimos conviver no serão. Geralmente víamos as fotos do dia, fazíamos o jantar, etc…

Claro que é algo que deve ser feito com alguém que temos confiança porque pode ser uma situação complicada se cada casal tiver ideias fixas e ideais diferentes. Neste caso correu bem, como já tinha corrido na viagem que tínhamos feito a Salamanca em Abril. Desta vez, as casas eram mais pequenas, excepto a da Toscana, mas conseguimos dividir o espaço muito bem.

Alugámos três casas unicamente porque eu também não queria dormir um dia em cada casa e porque achei que ia dificultar muito a viagem em si. A começar no stress adicional de escolher várias casas, depois teria de entrar em contacto com todos os proprietários e ainda arranjar maneira de os encontrar para receber chave.

Então, assim sendo, decidi ficar pelo menos duas noites em cada casa (Milão e Veneza) e três dias na Toscana, onde passámos mais tempo. Os dias em que saíamos de uma casa para entrar na seguinte eram passados numa cidade a meio caminho, como foi o caso de Verona, Modena e CinqueTerre.

Alugar casa tem muitas vantagens mas é uma tarefa algo dificil. É preciso ter certeza que vai compensar em relação a um quarto de hotel. Em primeiro lugar importa decidir o porquê de alugar casa. Se não for para cozinhar e tal, talvez não valha a pena.

Por outro lado, é importante alugar uma casa minimamente equipada e que nos faça sentir confortáveis. Um espaço acolhedor, com boas áreas, relativamente perto de transportes, etc… Podemos até nem ficar no centro de uma cidade, mas convém ficar perto de um transporte que nos leve lá.

Milão:

A casa em Milão ficava numa zona residencial muito chique, fora do centro, mas muito perto do metro que rapidamente nos levou ao Duomo. Foi uma opção mais do que acertada e ficámos a adorar não só a casa como a simpatia da dona da casa. A casa estava muito bem equipada, com vários utensílios indispensáveis para cozinhar, mas não só. Também tínhamos algumas especiarias, café, bolachas, chá, etc, que deram aquele miminho extra e também fez com que não gastássemos dinheiro a mais no supermercado.

Nós ficámos nessa casa nos dois primeiros dias em solo italiano e na última noite antes de embarcar de regresso a Portugal. O único senão foi a falta de parqueamento incluído na estadia, no entanto, como era zona residencial só pagámos o primeiro dia 6h (período da manhã).

A casa não era enorme mas era muito prática e claramente sentimos aquele feeling the chegámos a casa. não sei se foi por ser a primeira, mas ficou num cantinho especial, sem dúvida!

Veneza:

Para visitarmos Veneza eu decidi ficar em Mestre e alugar casa por aqui. Mais uma vez foi aquela decisão mais do que acertada. A nossa casa era tipo moradia, que ficava ao pé da avenida principal onde existia supermercado, papelaria (para comprar bilhete do autocarro) e claro, ficava ao lado praticamente da paragem de autocarro que levava até Veneza.

Então, apesar de não ficarmos mesmo no centro de Veneza, acho que esta é uma óptima forma de mais uma vez economizar uns euros na visita. Em primeiro lugar porque qualquer buraco em Veneza custa uma fortuna e eu sempre tive a ideia que o dia em que eu visitaria Veneza, concerteza iria ficar em Mestre.

Mestre é uma cidade meio industrial e nada bonita, sem nada para ver e ainda com uns homens meio indianos e cara de mafiosos em cada esquina. Mas devo confessar que, apesar do primeiro baque, acabámos por nos habituar e não passámos por nenhum aperto nem senti receio em algum momento.

Tivémos lugar marcado para o nosso carro à porta de casa, a própria casa tinha muito boas condições e áreas ainda maiores que em Milão. E, para além disso, a verdade é que saíamos de casa muito cedo para ir a Veneza e no dia seguinte para viajar até à Toscana. Por isso, não passámos muito tempo em Mestre. Era mesmo a nossa base para explorar Veneza. E como essa base tinha tudo o que precisávamos e estava perto de todas as facilidades, considero esta casa uma óptima dica para quem quer visitar Veneza.

Toscana:

Eu amei ficar três noites no meio do campo, para começar! Ainda mais, sabendo que estava no coração da Toscana. Eu saía à noite à porta de casa e literalmente não via nada no horizonte. De manhã, acordávamos com os sons dos passarinhos, galinhas e com uma paz que não tem explicação.

Esta foi, das três, a casa com maiores áreas. Tínhamos dois quartos enormes, um deles com suite, uma sala grande ligada à cozinha, e ainda um pequeno quintal na parte traseira.

Apesar desta sensação de desterro, estávamos a 10 minutos de carro do comboio que nos levou a Florença, e estávamos muito perto da região de Chianti. Ou seja, qualquer estradinha que passávamos tinha imensas vinhas a perder no horizonte e algumas adegas perdidas à beira da estrada. Além disso, acho que a nossa localização foi a ideal para explorarmos a Toscana. Não estávamos no centro de cidades, por isso o estacionamento e a calma estavam mais que assegurados.

E, de carro, chegávamos com facilidade a cidades como Siena, San Gimignano e Pisa. Era ali a zona perfeita, meio central, que nos permitiu explorar bem os arredores e ao mesmo tempo tomar contacto com a verdadeira Toscana dos montes, vinhas e casinhas a pontilhar o horizonte.

Esta casa na Toscana não consegui dar link porque deixou de aparecer no site, de qualquer das formas deixo a foto principal que ainda me aparece nas reservas passadas.

Alugar carro em Itália (dicas)!

Alugar carro em Itália é simples, pelo menos o processo em si. O único percalço que nos aconteceu foi na questão do seguro. Tínhamos feito um online que afinal não era suficiente e acabámos por ter de pagar mais para podermos levantar o carro. E como ainda íamos estar com o carro muitos dias, o seguro não foi barato. Meio que aquela despesa adicional que não estávamos a contar ter.

Alugar carro pareceu a decisão mais acertada por várias razões. Primeiro, o nosso plano era bem ambicioso. De jeito nenhum nós íamos conseguir ver tanta coisa como vimos, se não estivéssemos com carro. Depois, conseguimos também poupar dinheiro porque em vez de pagar bilhetes individuais de comboio, dividíamos as despesas do carro pelos dois casais.

No entanto, sem dúvida que a vantagem maior é conseguir poupar no tempo entre cidades. Estar dependente de horários de transporte público e conexões pode ser uma verdadeira dor de cabeça, principalmente quando vamos percorrer uma região tão vasta e não nos vamos cingir a cidades principais.

Como é que eu chegaria a Greve in Chianti se não tivesse carro? Estou a dar assim o exemplo mais drástico de toda a viagem, mas é mesmo para terem ideia da importância da decisão entre alugar carro e não o fazer. isso vai influenciar e muito a escolha do roteiro e o quanto vamos conseguir explorar a região que nos propomos.

Depois é importante não esquecer os pequenos desvios que fazíamos entre cidades base. Como foi o exemplo da viagem entre Veneza e a casa que alugámos na Toscana, para lá do Sol posto. Pelo meio desviámos até Modena e ainda fomos até Pisa nesse dia.

Era muito difícil, se não impossível, fazer tudo isso com comboio. Agora, claro que isto é no nosso caso, com o roteiro que eu tinha idealizado. Porque obviamente que uma viagem só pelo norte de Itália, ou só entre grande cidades, como Milão-Veneza-Florença, ou em viagens de vários dias e não muito ambiciosas (como a nossa), é viável utilizar-se o comboio.

Aliás, eu tenho a certeza que o comboio teria sido muito confortável como meio de transporte. Se perguntarem ao meu marido se ele tinha preferido fazer a viagem toda de comboio em vez de conduzir todos aqueles km’s, sem dúvida que ele diria que sim.

Porque viajar de carro e principalmente conduzir durante horas e dias a fio é muito cansativo. Mas por outro lado, como é que levávamos malas, o saco das mercearias que íamos comprando, etc?

Então, cada caso é um caso e o meu conselho vai para viajantes com roteiros tão ambiciosos quanto o meu e com uma área geográfica tão grande em mãos. Carro alugado é a opção mais viável. Toscana sem carro alugado é o caos!

Mas, se a intenção for fazer percursos entre cidades grandes, e se estiverem em casal, o comboio é uma excelente forma de transporte em Itália. Aliás, Itália tem um serviço de comboios (Trenitália) muito bom e confortável.

Em relação a conduzir em Itália, ela é bem decente, porém eu acho que os italiano são meio lei do desenrasca. Contudo, a ideia que eu fiquei é que conduzir em Roma é bem pior e lá é sempre imprevisível como vamos encontrar o carro depois de estacionar. Muito provavelmente estará com mais uma mossa ou arranhão.

Estacionamento!! Bem, ele é um pouco chatinho porque em quase todas as cidades por onde passámos tivemos de pagar parquímetro. Acho que as únicas excepções foram em zonas de mato mesmo, como na casa em Florença e em Greve in Chianti.

Tudo o resto tinha ou parques de estacionamento ou parquímetro à porta de casa. Em Mestre a casa tinha o estacionamento incluído, mas em Milão tivemos de pagar um período de 6h (de manhã). E mesmo assim tivemos sorte porque era uma zona residencial e o período abrangia só a manhã. Praticamente todos os outros que passámos era o dia todo.

A maioria dos parquímetro tem também uma forma diferente de pagamento. São uns cartões tipo raspadinha que se compram nas papelarias/tabacarias e nós raspamos o ano, mês e dia, depois as horas que vão ser usadas.

 

Roadtrip Itália: dicas práticas (parte 1 – norte de Itália)

Dar as dicas práticas desta viagem não é fácil porque eu acho que todas as cidades por onde passei são muito distintas e o que era realidade num sítio já não é no seguinte. Então acabei por ter muita coisa diferente a dizer e sei que pode parecer chato voltar a tocar em todas as cidades em detalhe, mas acredito que no fim vai valer a pena. Vai ficar tudo bem mais organizado e simples de achar. Isto porque nem todos vão fazer exatamente este roteiro e é chato ler sobre tudo, quando na realidade só queríamos um terço.

  1. Custo:

Milão foi aquela cidade ultra-chique que eu já falei no primeiro post, então eu achei uma cidade bem cara, como de resto parece ser todo o Norte de Itália. As pessoas também são muito senhoras do seu nariz, quase todos muito arranjados com cara de escritório e tal. Então talvez aquela simpatia típica italiana, com muita descontração, não seja tão evidente por aqui.

Verona já tinha um ar bem mais descontraído, no entanto ainda se sente o preço elevado do norte de Itália, principalmente em mercadinhos de rua onde supostamente isso não deveria acontecer.

Veneza surpreendeu pela positiva porque não estávamos à espera de pagar 1€ por cada íman de frigorífico, por exemplo. Em Milão e Verona tínhamos dado muito mais por ele. Por outro lado ainda consegui comprar uma máscara por 5€, coisa que também me deixou agradavelmente surpreendida. Claro que em outras coisas, como Gôndola, comida e hotel a coisa estica mais, principalmente se falarmos em estadias e restaurantes próximos do Gran Canal.

2. Transporte:

Nós alugámos o carro no aeroporto e ficámos com ele toda a semana, voltando a entregar no mesmo sítio onde tínhamos levantado (vai haver post exclusivo sobre isso). Mas apesar de estarmos com carro, eu decidi que era preferível alugar casa perto do metro e usar transporte público para ir até ao centro. Isto porquê? As cidades italianas em geral têm parquímetro em cada esquina e tem uma coisa muito stressante aqui que é o facto do bilhete do parquímetro ser comprado em papelarias/tabacarias, em vez de tirar tiquê.

Então, em Milão e Veneza optámos por apanhar transporte público para o centro, o que saiu mais barato. Mesmo assim, em Milão ainda tivémos de pagar parquímetro algumas horas, na rua onde estávamos hospedados. Mas como era fora do centro e zona residencial, as horas do parquímetro eram só no período da manhã (6h) e não o dia inteiro e noite.

Em Verona estávamos de passagem, então pusémos o carro num subterrâneo nas traseiras da Arena. Um pouco caro, mas cómodo, sem dúvida!

Andar de cidade em cidade pode ser feito de carro alugado ou comboio. Eu desde o início preferi o carro alugado porque dá uma maior autonomia e porque neste caso íamos 4, então acabámos por economizar. No entanto, se forem poucas as cidades a visitar (por exemplo, Milão e Veneza), o trajecto entre elas pode ser feito de comboio. E para um casal eu acho que é até mais cómodo e fácil.

3. Moda e lojas:

Se há coisa que Itália tem no geral é muita loja de marca, no entanto, o norte de Itália ganhou nos pontos, principalmente Milão e Verona. Por todo o lado, mas especialmente nas principais artérias do centro, estão várias lojas com várias marcas, das mais luxuosas às mais acessíveis na carteira. Tem desde moda a calçado, a bijuteria, malas, maquilhagem, perfumes, etc… Uma verdadeira perdição. não admira que entrar em lojas passe a fazer parte do roteiro turístico de Milão e Verona.

Em Veneza todo este conceito não é tão evidente mas passa a fazer parte dos produtos tradicionais da zona, como as máscaras, o vidro de Murano, os bordados de Burano, e muito mais. Em lojinhas tradicionais super fofas ou até mesmo em barraquinhas na rua. O que não quer dizer que seja mais barato comprar aqui. A oferta é que é diferente do que vemos nas outras cidades.

4. Comida:

Eu achei super estranho andar pelo centro de Milão e não encontrar restaurante com a típica rotina de entrada, prato e sobremesa. Pelo contrário, nós passávamos por imensas pastelarias com esplanada cheia à hora de almoço. Então começámos a perceber que naquela zona era habitual sentar e comer sandes ao almoço. E foi mesmo isso que fizemos! Uma típica sandes panini italiana com muitas especialidades do país.

Acabámos por repetir a dose em Verona, mas desta vez no mercado de rua mesmo. Mais uma vez optámos pela sandes e sentámos nos degraus da praça para fazer o nosso almoço. E eu já tinha falado nesse post que achei o máximo. É daquelas experiências simples mas que não têm preço.

Já em Veneza eu encontrei uma maior variedade de restaurantes. Só que desta vez decidimos levar de casa e fazer um piquenique improvisado num jardim do centro, porque tínhamos a ideia de Veneza ser muito caro, etc… Sinceramente continuo a achar que restaurante lá é caro, mas comparado com o restante norte de Itália se calhar não há essa diferença abismal que estava à espera.

5. Museus e bilhetes

Toda e qualquer coisinha é paga em Itália no geral, mas especialmente no norte de Itália. Então até a igreja e sepultura de não sei quem tem bilhete de entrada, mais as dezenas de museus conhecidos e que todo o turista tem de visitar. Se não visitar nunca é a mesma coisa certo? Errado! Se há coisa que abomino é aumentar exponencialmente o orçamento de uma viagem por causa de bilhetes de museu, igreja, sepulcro, e mais o que houver para ver.

Então eu desta vez decidi não bater o ponto em todo o museu e sim aproveitar as coisas autênticas de cada cidade. Eu já tinha falado sobre isto no post introdutório mas aqui reforço a ideia. Óbvio que quem quiser e fizer questão tudo bem, mas já deixo aqui a dica de que com tanto museu e igreja o mais provável é o orçamento aumentar bastante no final.

6. Locomoção:

Por fim, a locomoção em cada cidade! Algo que eu considero excelente é conseguir andar a pé pela cidade que estou a visitar e conseguir percorrer todas as atrações ou pelo menos a maioria delas. E nestas cidades do norte de Itália isso é possível.

Apesar de serem cidades muito turísticas, são muito compactas também e só andávamos de metro/autocarro para ir e voltar do centro da cidade. Não precisei de andar de metro no centro de Milão para me deslocar para algum ponto turístico, por exemplo. E num dia conseguimos ver tudo o que tínhamos planeado só andando a pé. Isso é vantagem!

Veneza!

Eu acho que Veneza foi talvez a cidade mais inesperada que visitámos e muito provavelmente a mais bonita e única! Como eu disse no post anterior, é difícil para mim decidir de caras qual foi o sítio mais espectacular de toda a viagem, mas Veneza foi escolhida pelos restantes do grupo, então se calhar este foi mesmo o ponto alto.

Para já, eu achei Veneza muito inesperada tudo porque estava um lindo dia de Sol e calor imenso. Então Veneza não foi nada daquilo que eu tinha imaginado na minha cabeça. Sabem quando vêm fotos e mais fotos de um sítio e quando lá chegam parece que não tem nada a ver?

Tudo muito brilhante, casas coloridas, tudo super limpo e arranjado. Nenhum mau cheiro!! Lindo e perfeito com água quase cristalina! Hello?? Onde está a Veneza escura dos filmes? Onde está o cheiro a esgoto? Parecia quase surreal de tão perfeito.

A sensação que deu é que construíram esta cidade à poucos anos para substituir a velha e decrépita Veneza. Ou então as fotos que aparecem por aí e os filmes com Veneza como pano de fundo não fazem jus à real beleza da cidade. Também há a hipótese de ter dado sorte com o tempo e quase nunca ser assim.

Mas pronto, passando à frente, depois de ter dado o meu desabafo. Cheguei a Veneza de autocarro, vinda de Mestre onde alugámos casa. E foi super simples. Chegámos quase na beira dos primeiros canais e depois foi só ir embrenhando cada vez mais pelos labirintos de Veneza.

Para mim o mais importante e experiências únicas que não queria perder seriam o passeio de gôndola, perder-me pelas ruelas e canais, ver de perto o Rialto e Piazza de San Marco e trazer para casa algo com o famoso vidro de Murano. Ah, e claro apreciar o Gran Canal com o movimento que ele tem.

E posso dizer que saí feliz porque cumpri todos os objetivos. Nada de museus, não era esse o meu objetivo para uma primeira visita a Veneza. Também me falaram imenso em visitar Murano e Burano, mas eu achei que devia me concentrar exclusivamente em Veneza.

A minha escolha de roteiro? Entrar em Veneza e seguir as placas (que estão literalmente em cada esquina) em direção ao Rialto. Pelo caminho vamos passar por ruas estreitas cheias de lojas, igrejas escondidas em praças, muitas máscaras de Veneza de tirar o fôlego, e muitos canais.

O que quer dizer que mais ou menos a meio do percurso para o Rialto fomos fazer o passeio na gôndola. Qualquer altura é boa e existem gondoleiros espalhados por todo o lado. Como era de manhã e não estávamos próximos do Gran Canal, o nosso passeio foi a coisa mais pacata e espectacular. Adorei, mesmo assim, ver que existem semáforos em Veneza, em certos cruzamentos entre canais. A-M-E-I!

Por outro lado, eles também comunicam muito entre si e conhecem-se todos uns aos outros. Mesmo entre gondoleiros e taxistas (que lá são barcos lancha). Então sempre que viram perguntam se vem alguém ou sempre que passam por um barco trocam umas palavras com o colega. Super giro!

Voltando ao percurso, desde os autocarros até ao Rialto, ainda andámos bastante, o que se faz totalmente sem esforço, porque em cada canto nos apaixonamos por qualquer coisa. O ambiente é mágico mesmo e quando eu finalmente cheguei à ponte do Rialto nem acreditava que era ela. O ambiente aqui nesta zona é bem mais agitado, além disso estamos mesmo por cima do Gran Canal.

Da ponte tínhamos vistas incríveis da extensão do Gran Canal. Cheio de barcos (gôndolas, táxi-boat, ou vaporeto). Além disso, nas margens do canal a agitação era imensa com todas as esplanadas cheias a abarrotar, muita gente a passear por ali, muitos turistas a tirar fotos à ponte de todos os ângulos e mais alguns.

Daqui até à Piazza San Marco é um pulinho. E lá, na ponta mais afastada do nosso ponto de partida, parámos no tempo para contemplar não só a praça com a sua basílica que é um espanto de tão linda, como toda a vista sobre a água.

Foi o fim de dia perfeito antes de voltar a percorrer todo o caminho para trás. Era mesmo aquele último sítio que precisávamos ir para sentir que estávamos mesmo em Veneza. O Palazzo Ducale tem toda aquela arquitectura intricada e um excelente complemento à Basílica.

E logo ao lado está também a Ponte dos Suspiros, que é assim chamada por ser a ponte que ligava o Palácio Ducale, onde eram dadas as sentenças, à prisão. Então, os prisioneiros, quando aqui passavam suspiravam por ser a última vez que veriam a luz do dia.

Road trip em Itália!

Tava a demorar a começar a série de posts sobre a mais recente roadtrip a Itália. Mas coincidiu com o finalzinho da tese, entrega da mesma mais uma série de dores de cabeça do regresso ao trabalho. Mas sempre que olho para o livro bate aquela saudade da semana em cheio que passei e que parece quase surreal. Como é que eu consegui ver tanto em 8 dias?

Mas basicamente Itália sempre foi aquele sonho e tinha muitas cidades e zonas italianas que faziam parte da minha lista de viagem que tinha de fazer. Itália para mim é um marco muito importante na história. Sem dúvida que é um país muito rico culturalmente e tem um dos povos mais simpáticos e amistosos que eu já vi.

Só tem um probleminha: são um zero à esquerda a falar inglês. E esta tinha sido uma das minhas batalhas fracassadas na viagem a Roma do início do ano. Mas já nessa altura não deu para negar o quanto queria voltar e de preferência no Verão, para poder desbravar mais território.

Aconselho este roteiro a quem for tão destemido e sedento de conhecer cidades novas quanto eu. Sim, é possível, mas vamos regressar muito cansados e a precisar de ficar uns dias de papo para o ar, antes de regressar ao trabalho.

Nós tivemos 7 dias inteiros em território italiano mais dois pedacinhos de dias que não usámos para visitar nada. Chegamos a Itália através de Milão e ao fim de uma semana chegámos de novo a Milão para apanhar o avião no dia seguinte e voltar para Portugal.

O mais baixo que fomos no mapa foi Siena, mas passámos por cidades tão diferentes quanto Veneza e zona da Cinque Terre. Ou seja, teve de tudo e sobretudo, imensa diversidade.

Saltitámos de cidade em cidade, ficando no máximo um dia em cada uma dela. Na zona da Toscana, começámos um dia em Siena, a tarde em San Gimignano e acabámos o dia a provar vinhos em Greve in Chianti porque ficava perto da casa que alugámos e eu fazia questão de conhecer aquela zona cheia de vinhas.

Alugámos sempre casas, onde ficávamos pelo menos dois dias (Milão e Veneza) ou três (Toscana), que foi onde passámos mais tempo da viagem. Muitas refeições eram feitas em casa, depois de ir ao supermercado comprar produtos tipicamente italianos.

Se foi corrido? Adorei e não teria feito de outra maneira. A minha prioridade nesta viagem não era bater todos os museus e igrejas, ao contrário de Roma. O grande objetivo era aproveitar a diversidade e história de cada cidade, experimentar vinhos em Chianti, ver o museu da Ferrari em Modena, passear de Gôndola em Veneza, deambular pelos mercados de rua em Verona, sentar em Florença para ver a vida passar e a energia acontecer, ver o mar em Cinque Terre com as casinhas coloridas dos pescadores e almoçar lá mesmo no beiral de uma porta.

Isto sim fez a minha viagem inesquecível e preciosa. Foram 2500km de estrada, fora aqueles que fizemos de comboio, e praticamente o mesmo número em fotografias.

Para esta viagem fomos com mais um casal amigo e ficou aberta a época das viagens com amigos. São de facto inesquecíveis e dão uma energia diferente a tudo aquilo que vimos e fazemos. Óbvio que é preciso coragem para enfrentar este ritmo com outras duas pessoas completamente diferentes, no entanto o segredo está no entendimento e também na definição prévia dos objetivos da viagem seu itinerário. Nós tínhamos tudo pensado ao detalhe.

Claro que é preciso estar preparado para imprevistos, mas também é preciso encara-los como parte da viagem. São os imprevistos que nos dão as histórias para contar e também a experiência para uma próxima vez.

Saímos de lá a falar italiano no café, supermercado, bilheteira, etc… Longe da perfeição, óbvio, mas até eu tive de dar o braço a torcer e entrar na onda. E não é que me stressei muito menos vezes e simplesmente aprendi a aceitar que italiano não fala inglês? Ahahaha

Tenho imensa coisa para contar e mostrar, como já devem ter percebido. Então muita paciência e coragem, que esta viagem está apenas a começar.