Dividindo a viagem a metade sobra a zona da Toscana, onde passámos os restantes dias. Vou incluir Cinqueterre aqui também porque é relativamente fácil de chegar a partir de cidades como Florença ou a partir da Toscana no geral, apesar de que teoricamente não faz parte desta região. Também tem um clima muito semelhante à Toscana, por isso mais uma boa razão para misturar.
Toscana foi diferente em muitas coisas do norte de Itália e foi a zona onde passámos mais dias de viagem.
1. Simpatia dos habitantes:
Tenho que falar no quão amistosos os italianos são nesta zona. A energia na Toscana é diferente e não me perguntem porquê. Não há uma explicação clara e óbvia, mas podemos supor que tenha a ver com o clima mais solarengo e quente, com as paisagens deslumbrantes e com um estilo de vida mais ligado ao campo.
As pessoas são mais simples e mais descontraídas. Não é que não tenha gostado da parte norte, ela é simplesmente diferente e muito mais virada para a moda e para tudo o que tenha a ver com o fashion.
2. Transporte:
Na zona da Toscana é muito mais simples de chegar a povoações de carro e é até preferível e quase essencial e indispensável ter viatura para locomover. Não vejo outra forma fácil de andar de cidade em cidade sem ter carro alugado. Pode ser possível andar de comboio, mas é muito mais limitante.
Perdemos muito mais tempo nesse transporte, perdemos a liberdade de escolher uma casa/hotel fora de grandes centros, onde elas são mais caras, e consequentemente não vamos conseguir fazer planos ultra ambiciosos principalmente se estivermos com o tempo curto para visitar a Toscana.
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Então eu achei fundamental estar de carro alugado para poder ver tudo o que vi e aconselho este meio de transporte vivamente para esta região. Só há dois senão. Florença e Cinqueterre.
Florença tem câmaras de vigilância em todo o centro histórico e tem regras de restrição de viaturas bem rígidas, o que torna mais complicado chegar à cidade e estacionar o carro sem passar por nenhuma zona proibida e levar multa entretanto.
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O dono da casa que alugámos preveniu-nos acerca disso (graças a Deus!!) e aconselhou-nos a ir até à cidade mais próxima (que ficava a 5 minutos de carro da nossa casa) e apanhar o comboio até Florença. Muito cómodo e a melhor decisão, sem dúvida! Para já, o comboio demorou só 30 minutos no trajeto e depois a estação ficava a 100 metros (mais ou menos) da catedral.
Já na zona de Cinqueterre não há acesso a carros totalmente, então a única forma de lá chegarmos é mais uma vez de comboio. Desta vez fomos até La Spézia, cidade base para quem quer chegar a Cinqueterre, deixámos o carro no subterrâneo da estação e fomos de comboio até às povoações que queríamos.
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Conduzir na Toscana em geral é uma aventura porque fora das autoestradas as vias regionais são cheias de curvas, estreitas e à noite têm muito pouca iluminação. Afinal estamos no meio do campo certo? Então o que poderiam ser uns meros 50km, pode demorar um pouco mais, entre tanta curva, estrada com buraco ou estreita, e por aí fora.
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No entanto, conduzir na Toscana é uma experiência especial, por toda a beleza que vemos e também pela liberdade em parar na beira da estrada só para tirar fotos ou comer umas uvas.
3. Restaurante:
Aqui os restaurantes já começaram a parecer-se mais com o normal e com o que para mim é uma refeição normal, com entrada, pratos e sobremesa. Já não existe tanto a sandes panini e começámos a comer a verdadeira comezinha italiana: rizzoto, pasta, caneloni, lasanha, pizza, spagheti à carbonara e à bolonhesa, etc… 🙂 (perdoem o meu italiano!)
Ou seja, amei cada restaurante que fui aqui na Toscana. Não só pela comida mas também pelo ambiente em si. Além de que a oferta de vinhos aqui já é algo imperdível. Toscana é vinhas e toda a cultura associada. Então não há como não gostar e apreciar um bom vinho daqui.
4. Hospedagem:
Mais uma vez seguimos a norma do aluguer de casa, desta vez uma só para toda a região da Toscana. E é uma dica que eu aconselho vivamente e que nos permite economizar e ao mesmo tempo tornar-nos independentes para chegar a qualquer ponto da Toscana. Nós ficámos perto da cidade de Florença, ali quase a entrar na região dos vinhos Chianti.
Totalmente no meio do campo, com montes em frente, acordar com o som dos passarinhos, à noite saíamos de casa e não víamos um palmo à frente dos olhos, enfim, estão a ver o estilo.
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Ao mesmo tempo conseguíamos cozinhar e fazer os nossos próprios lanchinhos para o dia seguinte, o que era óptimo. Ou seja, para explorar a região da Toscana não precisamos escolher uma cidade e ficar lá. Existem inúmeras opções fora e estas são as mais baratas e com mais qualidade e espaço, muitas vezes.
Claro que a escolha da zona onde alugamos casa vai depender das cidades que queremos muito visitar e incluir no roteiro. Se elas estão mais a sul, então é lá que devemos alugar a casa, etc…
5. Locomoção dentro das povoações:
Como o próprio nome indica, na Toscana a maioria das povoações são bem pequenas e fáceis de percorrer a pé. Tirando Florença, todas as outras povoações são de fácil acesso e na entrada tem uns parques para deixar o carro. Claro que pagamos parquímetro, mas não é nada caro.
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Além disso, como não há muito para ver, o segredo é andar a pé pelas ruas e descontrair. Florença, apesar de bem maior que as suas vizinhas, também é relativamente compacta, excepto quando queremos visitar o miradouro de Michelangelo. Aí aconselho ir de autocarro para quem não gosta muito de andar.
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Já em Cinqueterre, o problema não é a enormidade das povoações, mas sim a sua geografia. Todas elas estão construídas em zona montanhosa junto ao mar e isso vai fazer com que hajam muitos planos inclinados para percorrer, se queremos conhecer a região. Então, preparem-se porque há muita rampa e muita escadaria íngreme que nos faz quase cair para o lado.
6. Custo:
Eu achei a Toscana mais em conta que o norte de Itália, mas com algumas excepções, como Florença e Cinqueterre. São zonas mais turísticas, daí ser normal aumentarem um pouco. Mas achei que era como Roma, temos de tudo. Conseguimos encontrar restaurantes muito caros, mas também é possível comer sem gastar muito. E isso é bom!
Por outro lado, no que diz respeito aos bilhetes para museus, etc, a coisa mantém-se igual. Toscana não tem uma legião de museus para ver, mas só Florença leva a medalha pela restante região. E se contabilizarmos tudo no final, fica uma visita a Florença ultra cara.