Como já tinha partilhado convosco no post anterior, eu não tinha muitas perspectivas turísticas em relação a Alghero por causa do contexto específico da viagem. E o pouco que tinha pesquisado não me tinha adiantado de grande coisa porque sempre chegava à conclusão que a cidade era pequena e que poucas pessoas da blogoesfera se interessaram até à data por conhecer mais a fundo aquela região.
Mas uma coisa eu tinha a certeza. A cidade era super pitoresca, muralhada e dava facilmente para percorrer a pé. Então eu deixei para lá grandes planos de pontos turísticos a visitar e decidi focar-me em deambular pelas ruelas e sentir a cidade com calma (no tempo livre que tivesse, óbvio).
E sabem, foi a decisão mais acertada! De facto Alghero não é o centro turístico da ilha, mas não é por isso que ela deixa de ser linda e encantadora. Pode também não ter grandes pontos turísticos a visitar, mas não quer dizer que não possa ser vivida como um todo.
E em beleza ela conseguiu superar as expectativas e era impossível não ficar deslumbrado com cada canto e até com a própria história da região. Como a cidade fica ali na beira do mar, então a sua história está muito relacionada com invasões de piratas e batalhas para defender a terra dessas mesmas invasões.
Então, daí vem a bandeira da Sardenha, que são 4 caras de piratas, e daí vem toda aquela cultura de pôr pirata em tudo que é canto e em tudo que é loja. Ahahaha Além disso, eles têm toda uma muralha bem preservada, com torres de vigia, canhões e catapultas, que em tudo nos faz lembrar a história passada (ou mais ou menos recente) daquele povo.
Hoje em dia aquelas muralhas adicionam todo um fascínio à cidade e é maravilhoso percorrer a pé todo o percurso muralhado, com o mar azul a estender-se no horizonte e as casinhas pitorescas no lado oposto.
Mas o facto de eles terem mantido os canhões e as catapultas ao longo de toda a muralha só serve para nós termos um encontro autêntico com a história do local e imaginarmos as lutas que eles tiveram de passar por estarem ali tão expostos ao mar e aos perigos que isso representa.
Para além das muralhas, começando a embrenhar-nos pelas ruelas empedradas do centro histórico, deparamo-nos com aquele gostinho típico italiano. Casinhas coloridas, lojinhas fofas, muitas scooter, e aquele sorriso e boa disposição dos italianos que nos enche o coração.
É a 3ª vez que eu visito Itália e acho que nunca me vou cansar de ver toda a alegria dos italianos. Desta vez eu tentei falar o máximo italiano possível (raquítico, mas enfim) e acho que isso ainda contribuiu mais para a experiência maravilhosa que passei nestes dias por lá.
Mas voltando ao centro histórico, ele é bem labiríntico mas ao mesmo tempo é fantástico podermos “perdermo-nos” por lá, andando de rua em rua, sem destino certo. Nós só tivémos uma manhã para passear mas a realidade é que conseguimos ver bastante e nem andámos apressadas.
Ali aquela região tem um coral vermelho no fundo do mar que é típico, então muitas lojas existem a vender toda a bijuteria possível e imaginária feita de coral. Nem todas as lojas são oficiais (geralmente só as ourivesarias o são), então o preço e a qualidade/autenticidade podem variar.
Para quem quiser conhecer mais acerca deste coral, há um museu lá no centro que eu não visitei mas que é uma boa dica para quem estiver com mais tempo disponível. Lá no centro também há umas igrejinhas em cada esquino muito pitorescas, no entanto, a mais importante da cidade é mesmo a Catedral de Santa Maria.
Ela é lindíssima por dentro. Muito simples, quando comparada com as habituais catedrais italianas, cheias de ouro e muito requintadas. Esta é linda mas porque está trabalhada em mármore branco, o que não é tão comum assim. Apesar de Catedral, não é muito grande, mas como está tão bem trabalhada no seu interior, acaba por ter uma beleza elegante e diferente.
Ali junto ao centro histórico está a marina, que se estende ao longo de uma calçadão igualmente elegante, que vai dar ao início das praias ali da zona. Eu passei mais tempo na marina no último dia, quando viémos da praia e parámos ali para jantar. Então apanhei o pôr-do-sol na marina, que foi lindo. O mar muito calmo, uma brisa ligeira e um calor ameno. Ingredientes perfeitos para acabar esta viagem.
Fiquei a adorar esta região e fiquei com vontade de regressar e visitar mais da ilha. Quanto a Alghero, apesar de não estar na mira da maior parte dos turistas que vêm à Sardenha, é uma cidade super fofa e que eu fiquei a amar. Apesar de não ter muuuuita coisa para ver, ela é sobretudo para ser vivida. E quem for com esse espírito concerteza vai passar um tempo óptimo por aqui.