Roma: dicas práticas de sobrevivência!

Meio trágico o título, eu sei, mas abram os olhos pessoal, que vem aí dicas bem úteis, quer no planeamento da viagem, quer no dia-a-dia da visita em si. Portanto, usem e abusem delas, se faz favor!

Transfere Aeroporto-Roma-Aeroporto:

Com o desenvolvimento das companhias low-cost, viajar tornou-se mais barato, mas ás vez pode ser uma dor de cabeça encontrar transfere em conta para chegar à cidade. Para Roma eu pesquisei muito e encontrei uma marca de autocarros, a Terravision, que, não só faz o percurso Fiumicino-Roma, como também opera em mais algumas cidades da Europa. O autocarro tem preços low-cost, as reservas são online e quando chegamos na entrada do aeroporto o autocarro já está à nossa espera. Temos de marcar hora, dentro das disponibilidades que eles dão, mas vou avisando que é super prático e fácil de fazer, com vários horários disponíveis. os autocarros também são muito confortáveis e todo o staff foi muito simpático e prestável.

Alojamento:

Vou só dar umas dicas desta vez, incluídas neste post, porque me esqueci totalmente de tirar fotos ao hotel. Nós ficámos no Scott House Hotel, que tem imensas vantagens e contribuiu para uma experiência bem relaxante nesta viagem. Em primeiro lugar está o facto de ele ficar junto à estação Termini dos comboios. Esta estação é basicamente a mais central e principal de Roma. É onde chegam os comboios e autocarros dos aeroportos, o que aconteceu com o nosso também. Isto ajudou imenso para não estarmos a carregar malas pelo metro e para não demorarmos eternidades a chegar ao hotel.

Além disso, fica a 15 minutos a pé do Coliseu, o que dá perfeitamente para percorrer, sem precisarmos de estar sempre a entrar e sair do metro. No dia de irmos embora, o Hotel tem uma sala para deixarmos as malas depois do check-out, se ainda quisermos e tivermos tempo de ir passear pela cidade. E foi o que fizemos! À hora do almoço fomos buscá-las e ficámos ali pelo shopping da estação a almoçar e a ver montras. À espera da hora do nosso autocarro. Super recomendo!!

Comer ao balcão vs Sentar na Mesa:

Meus amigos, povo italiano considera luxo sentar na mesinha a comer o croissant e beber o capuccino!! Então, regra geral, todos os cafés, bares e pastelarias têm preçário diferente para quem senta a comer e para quem apenas fica no balcão. Eu já ia com esta fisgada porque andei a pesquisar dicas úteis para não gastar muito dinheiro em Itália e esta era uma delas!

Então, quando entrarem num café/pastelaria/bar, olhem para o preçário da parede e confiram se aquele estabelecimento faz isso. Às vezes estamos a falar do dobro ou triplo do preço, não brinquem! No entanto, eles têm isto bem escrito na parede, nós é que não estamos habituados e não olhamos para isso. E depois na hora de vir a conta tomamos um susto!

Souvenir:

Souvenir em Roma é barato!! Não comprem um íman de frigorífico por mais de 1€, que estão a ser roubados. Se estiverem de caras com um monumento super turístico, tipo Coliseu ou Basílica de S. Pedro, é muito provável que os vendedores ambulantes tentem impingir um preço mais caro, mas basta andar umas ruas e vamos encontrar mais barato. Então, não comprem a primeira coisa que vêem.

Melhor localização para comprar souvenir é junto à estação Termini. Eu sei que aquelas lojas parecem um pouco estilo indianos e marroquinos, mas têem os melhores preços e são muito pacíficos. Nós passávamos lá à noite e nunca ninguém se meteu connosco.

Vendedores ambulantes:

Evitar os “marroquinos” ou povo africano no geral que abordam na periferia da Fontana di Trevi, a oferecer pulseiras entre outras coisinhas típicas africanas. Eles vão primeiro criar empatia, perguntando de onde somos e dizendo que gostam imenso de nós como povo, depois contam a história deles, dão-nos presentes e acabam a pedir dinheiro por aquilo que “ofereceram”.

Como eu costumo ler alguns blogs já estava meio preparada para isto e nunca ia aceitar nada deles, mas o Carlos não. E, estava eu, distraída a tirar fotos quando olho e vejo que o Carlos já tinha ido na cantiga. Tarde demais, agora era deixar rolar e dar uns trocos para espantar a coisa. Mais à frente, voltaram a tentar fazer-lhe o mesmo e achei piada à diferença da reação! Ahahah Ele quase fugiu dos presentes!

Bilhetes do Coliseu:

Os bilhetes para Coliseu e Fórum Romano são combinados, então basta comprar num sítio e depois ir até ao outro e só entrar. A entrada no Coliseu pode ser um pouco confusa por causa da diferença das filas. Tem fila para quem comprou online, para quem ainda não comprou, para quem tem prioridade, para X e para Y. A dica é comprar o ingresso no Coliseu, que eu penso ser mais rápido do que no Fórum Romano. A bilheteira está mesmo dentro do Coliseu e não no exterior, como nós pensámos inicialmente.

Museus do Vaticano:

A entrada para os Museus não é ao lado ou dentro da Basílica. Eles ficam mesmo nas suas costas e para entrar lá é preciso contornar o muro pelo exterior. Vamos sempre pela direita e acabamos por lá chegar. Ainda se anda um pouquinho mas nada demais. Só os museus se pagam e a Basílica, juntamente com as catacumbas, é grátis. Caso queiram subir até à Cúpula, aí têm de pagar, sendo que há diferença no preço, caso queiram subir de escadas ou elevador.

Preço reduzido nos museus:

Não se esqueçam que, pelo menos, os bilhetes do Coliseu/Fórum e o Museu Vaticano têm desconto para estudantes ou para menores de 25 anos. Agora não tenho a certeza das condições de cada um, mas perguntem sempre e vejam as opções de preços reduzidos que cada museu oferece. Eu paguei metade dos bilhetes por ser estudante e por ter menos de 25 anos.

Roma no Inverno:

Desengane-se quem pensa que Roma é clima temperado, mesmo no Inverno e que não vale a pena levar casacão. Mentira!! Janeiro em Roma é frioooo pessoal! Não é clima tropical! Eu não levei um casaco propriamente de Primavera, levei o casaco que uso aqui em Portugal, e passei algum frio. Não gelei, mas só apetecia entrar dentro das lojas aquecidas, assim de quando em vez, só para aquecer um pouco.

Então, é favor levar cachecol, casaco quente, gorro, botas quentes, enfim, a parafernália de roupinha quente de Inverno que eu já falei noutro post e que posso deixar o link novamente aqui!

Metro vs Andar a pé:

Roma é uma cidade relativamente pequena, com todas as atracções principais bem perto umas das outras. Além disso, a zona histórica de Roma, ou seja, aquela bem central, não tem metro. O metro mais próximo é o do Coliseu, e depois tem outro a uns 5 minutos a pé da Fontana di Trevi. Ou seja, o metro faz um género de um círculo à volta da zona histórica e não tem estação lá dentro mesmo.

Ou seja, preparem-se para andar a pé e para no final do passeio olharem e verem que têm de fazer um percurso de 10/15 minutos até chegar ao metro mais próximo. isto, claro, depende de como organizam o passeio. Nós só ficámos mais apeados no dia que fomos até ao Panteão. Mas nada de grave, porque acabámos por, no caminho até ao metro, passar novamente pela Fontana di trevi e tirar fotos de noite, coisa que ainda não tínhamos feito.

Mas Roma está feita para andar a pé mesmo. De que outra forma vemos os bairros típicos? É muito fácil de andar a pé e é a minha grande dica, para podermos aproveitar o melhor clima da cidade.

Restaurantes em Roma & outras dicas gastronómicas!

Eu sei que tenho andado desaparecida (outra vez :D), mas é por uma óptima razão. Finalmente estou a iniciar alguns projetos importantes que me têm roubado completamente o tempo para escrever aqui. A minha vida agora é trabalho, telefone, reuniões, formação e escrita da tese de mestrado. Só para generalizar um pouco da loucura e roda viva que anda a minha vida diária.

Posto isto, eu decidi dar uma paragem até nas viagens que poderia fazer nos próximos meses e dedicar-me exclusivamente a esta fase que eu estou a adorar. Com isto não quer dizer que pare de dar uns giros por aí, mas vai ser muito raro.

De Roma, ainda me faltou dar as dicas práticas e as dicas de restaurante, que são os posts mais importantes para mim. Daí, se calhar, ainda não ter ganho coragem de os escrever. Sei que, inevitavelmente, vão levar tempo. Mas hoje é dia, e sai o post dos restaurantes!!! Yeyyyy!!!

Achar restaurante em Roma não é difícil e achar restaurante barato em Roma também não é assim tanto. Agora, eu não sei se a minha sensação de caro/barato é a mesma que vocês terão e passo a explicar porquê. É que na última viagem, Dezembro passado, nós fomos até à Bélgica e lá eu tive verdadeiro pânico a olhar para o preço dos restaurantes. TODOS eles eram caros!

Então, vá! Talvez depois desse susto, ir a Roma e olhar para os preços dos restaurantes, tenha sido mais relaxante. Aahahh! Eu vou dar as dicas dos restaurantes que usamos no dia-a-dia, seguindo o roteiro que falei no post anterior. O que dá boas opções em zonas diferentes da cidade.

Papa Re, em Trastevere!

O primeiro dia que chegámos a Roma fomos explorar a zona de Trastevere, um bairrinho super fofo a sul do rio Tibre. Não tinha pesquisado nada de restaurantes na zona, assim como não pesquisei para a restante viagem. Mas, depois de muito vaguear pelas ruelas de Trastevere, e passar por muitos restaurantes interessantes, acabámos por parar aqui, atraídos pelo preço.

Resumindo, o restaurante acabou sendo um óptimo custo-benefício. A comida era muito boa, com Menu bem em conta para os padrões que eu estou habituada. Começámos com o aperitivo, que eles chamam Brucheta (não sei se está bem escrito), depois eu comi pasta e o Carlos Lasagna, de seguida tivémos direito a segundo prato, que a mim foi salada e o Carlos uns bifinhos com batatas fritas. Estava tudo óptimo e o ambiente era super acolhedor.

Daqueles restaurantes típicos italianos, mais dentro do estilo Tratoria, que não podemos pedir experiência mais genuína do que tivemos. E bem no centro do bairro. Ou seja, foi uma excelente opção para começar a viagem por Roma.

The Nag’s Head!

No segundo dia, andávamos ali pela Praça Veneza, em frente ao monumento a Vitor Emanuel, quando bateu a fome. Entretanto, quando estávamos mais alerta para um possível restaurante, dão-nos um folheto de um restaurante que era ali numa das transversais.

Uma vez mais achámos os preços dos menus bem razoáveis e decidimos experimentar. O ambiente não é típico italiano, mas sim um pub bem chique e acolhedor. Os empregados estão muito bem vestidos e atendem com a maior simpatia. Achei que foi um bom custo-benefício, no entanto, a comida não era UAUUU e o serviço foi um pouco lentinho.

Mas também como estávamos com tempo, não houve crise. Fora isso é uma boa opção por ter a comida típica italiana e outras opções também por um preço bem razoável e um ambiente muito estiloso e acolhedor. Vi uns comentários no TripAdvisor que à noite costuma ser bem animado também, se bem que eu não passei lá nesse período. Mas nada como ir e confirmar!

Outras refeições:

Também almoçámos nos restaurantes do Vaticano, no dia em que passámos lá amanhã. Decidimos que, antes de seguir para a Basílica, seria mais fácil almoçar por lá, em vez de andar à procura de outras opções nas redondezas. Acabou por ser um almoço barato, já que fomos para a pizza (ainda não tínhamos comido, desde que chegámos em Roma), mas também havia hambúrguer, entre outras comidas mais consistentes. Boa dica para quem passa lá a manhã, ou mesmo o dia!

Em frente ao nosso hotel também jantámos em duas noites. Já não me lembro bem qual eram os restaurantes, mas ali naquela zona existem bastantes e com um preço bem em conta, além dos normais de fast food. Não esquecer que estávamos ao lado da Estação Termini, que ela própria tem imensa variedade de restaurantes. É só dar uma vista de olhos, que encontramos opções baratas e boas na mesma.

Abusámos também nos lanches nos cafés/pastelarias que apareciam no nosso caminho. Eu geralmente ia para o cappucino com uma fatia de bolo, ou então um crepe. Fomos a umas casas mais modestas do estilo “pedir e levar” e também experimentamos outras mais requintadas, onde nos sentamos comodamente e passamos um bom bocado a conversar. Geralmente fazíamos isto para acabar o dia, antes de voltar ao hotel. Então, se olharem para o meu roteiro, já vão perceber quais as zonas onde nos sentamos a relaxar. Mais uma vez, não sei de cor qual o nome dos cafés, no entanto, vão existir inúmeras opções. É só dar um giro e logo logo vão encontrar o sítio perfeito.

Roteiro de 4 dias em Roma!

Tecnicamente não foi 4 dias inteiros, foi mais numa de dois meios dias e dois dias completos. No entanto, para facilitar as coisas eu coloquei 4 dias, sendo que só dois deles foram mesmo intensos. 🙂

No dia que chegámos lá, 1º dia, o autocarro atrasou um pouco na saída do aeroporto e só começámos a desbravar caminho na cidade, já tinha anoitecido. Então, o que escolhi foi algo mais suave, como o bairro Trastevere. Adorei o bairro e já deu para tirar um gostinho de como era a restante cidade. Jantámos por lá num restaurante bem típico recheado de comidinha italiana.

No dia seguinte, 2º dia, acordámos bem cedo porque tínhamos um programa bem preenchido. Fomos andando desde o hotel até à Igreja Santa Maria Maggiore, que fica mesmo no final da rua do hotel.

A seguir, continuámos o nosso passeio matinal até ao Coliseu, onde começou realmente a aventura de finalmente pôr os olhos em algo tão característico da cultura romana. Logo de seguida fomos até ao Fórum Romano, que tem a entrada ali na lateral, bem em frente ao Arco.

Passámos grande parte da manhã pelo Fórum Romano e lutar contra o vendaval, e saímos pelo lado oposto, nas costas do Campidoglio, ou Monte Capitolino. Dali ainda conseguimos ter uma vista excelente de toda a extensão do Fórum.

O Monte Capitolino foi um sítio mais de passagem, mas que é fantástico e não podíamos perder, e logo de seguida chegámos ao Monumento a Vítor Emanuel, aquela magnífica construção branca que tem o túmulo do soldado desconhecido.

Parámos para almoçar numa das ruas transversais e depois seguimos pela Via del Corso, uma das mais importantes da cidade, até nos embrenharmos pelas ruelas que nos levaram à Fontana di Trevi.

Daqui seguimos andando até à Piazza di Spagna, onde acabámos a tarde a ver as montras hiper luxuosas da Via dei Condotti, com marcas de topo. Esta zona é sempre muito animada, então foi um final de tarde óptimo por aqui.

No 3º dia acordámos novamente com o galo a cantar e, desta vez fomos até aos Museus do Vaticano, que foram outra emoção indescritível. Levei todo o tempo do mundo quase a percorrer cada sala dos museus.

Almoçámos cedo por lá, antes de seguir para a Basílica de S. Pedro, que fica no lado oposto da cidade do Vaticano. Novamente, esquecemos o tempo e percorremos cada pedaço do interior da basílica, com muitas fotos à mistura. Ainda descemos até às catacumbas para ver o sepulcro dos papas.

A seguir percorremos a Via della Conciliazone, em frente da Basílica, até chegar ao Castelo de Sant’Angelo, que ficou lindo com o sol do final de tarde. Como é Inverno, o pôr-do-sol é bem mais cedo.

Daqui seguimos até à Piazza Navona, e pelo caminho passámos por outra zona de Roma que nos fascinou, cheia de lojinhas de decoração e arte. A Piazza Navona foi outra alegre surpresa, com as suas fontes.

Daqui fomos até ao Panteão, onde acabámos o dia e já estava um pouco escuro também. Mas mesmo com fraca luz, é sempre aquela construção que nos deixa de boca aberta. E o interior sem dúvida alguma que surpreende.

No caminho para o metro passámos novamente pela Fontana di Trevi, e aproveitámos para ver o outro lado dela, desta vez à noite com tudo iluminado.

No último dia, 4º dia, o programa foi outra vez mais leve e bairrista também. Fomos até ao Bairro Judeu e percorremos alguns dos pontos mais importantes desta cultura, além de apreciar outro bairro claro.

Terminámos o passeio ali pela Isola Tiberina, que apesar de ser minúscula tem umas pontes dignas de conto de fada, além das vistas sobre o rio Tibre. Acabámos no mesmo sítio onde tínhamos iniciado a viagem, no Trastevere, mas desta vez não nos embrenhámos por lá novamente.

Regressámos ao metro pelo Circo Massimo e fizémos um tour pelo shoping da estação de comboios até estar na hora de regressar ao aeroporto. Uma viagem bem mais calma do que o habitual, mas que só demonstra que estamos a aprender a ser mais relax. 🙂

Passeio pelo ghetto judeu!

Para a manhã do nosso último dia eu planeei um passeio pelo ghetto judeu, ou bairro judeu. Todos os monumentos imperdiveis da cidade já estavam vistos e nada melhor do que despender as últimas horas a apreciar o bulício da vida romana, tal como tinhamos feito no dia da chegada.

Quando se planeia uma viagem a Roma é imprescindível reservar algum tempo a fazer isso mesmo. Não andar apressado à procura do próximo monumento para bater o ponto e ir embora. Vale a pena fazer uma selecção dos melhores bairros da cidade, os que têm mais história associada, e perdermos-nos pelas ruelas estreitas.

Roma é isto mesmo, ruas estreitinhas, muitas praças e fontes com nomes sui generis, fachadas de casas antigas com os seus pórticos encantadores, vespas a passar por nós fazendo autênticas razias. Enfim… percorrer os bairros significa conhecer Roma a fundo.

E o bairro judeu pareceu-me uma óptima alternativa, apesar do frio que apanhámos neste último dia. Como os metros no centro de Roma não abundam, saímos na estação do Coliseu e fizemos uma caminhada até ao Largo Argentino, onde está umas escavações que se pensa estarem relacionadas com uma área sacra, constituída por 4 templos da época Republicana.

Daqui entrámos no bairro judeu, onde passámos pela fonte das tartarugas, uma das mais conhecidas desta zona. A história desta fonte é super interessante porque foi feita por incumbência do duque de Mattei que tinha perdido toda a sua fortuna no jogo e estava prestes a perder a sua noiva também. Quando o seu sogro viu a fonte ficou tão impressionado que deixou que o aristocrata ficasse com a sua filha.

Em frente na rua chega-se ao forno do ghetto e também ao Palazzo Cenci. Por esta altura, eram imensas as casas com o símbolo judaico na porta ou mesmo uma escola que ensina os costumes judaicos. Até o nome dos restaurantes eram alusivos ao judeísmo. Afinal estamos no coração do bairro judeu romano.

Logo ali na esquerda da praça está o Pórtico d’Ottavia, que é o vestígio que sobrou da entrada original de uma praça enorme onde, no passado, haviam imensos templos, bibliotecas e lojas. Hoje em dia só sobraram o arco com algumas colunas, que estavam em processo de restauro quando lá tivemos.

Caminhando até ao rio passamos pelo Museu de Arte Judaica, que tem lá dentro a sinagoga também. É um edifício que se destaca dos restantes em volta por não ter aquela fachada típica romana. Como era muito cedo na manhã nós acabámos por não entrar para visitar o museu.

Em vez disso seguimos até a uma das pontes que dão acesso à Isola Tiberina, a ilha habitada mais pequena do mundo. Nós já a tínhamos visto a partir da outra margem, no bairro Trastevere, logo no primeiro dia, mas na altura não sabíamos deste detalhe então passou-nos um pouco ao lado.

Desta vez, quando estava a preparar o dia seguinte, no hotel, li no guia turístico que a ilha estava classificada como a mais pequena do mundo habitada, então óbvio que olhámos para ela com outros olhos, além de, desta vez, termos cruzado de um lado ao outro.

As pontes que dão acesso à ilha, principalmente a Ponte Fabricio são qualquer coisa de muito fofo a fazer lembrar aqueles tempos medievais, totalmente. Esta ponte não tem acesso a carros, então é só usufruir da paisagem nas calmas. Além disso é das mais antigas de Roma, foi construída em 62 a.C., uma verdadeira preciosidade.

Atravessando para a outra margem chegamos ao bairro Trastevere, onde já tínhamos estado no primeiro dia. Assim, acabámos por ir andando até à estação de metro do Circo Massimo para regressarmos ao hotel.

O Circo é uma das maravilhas romanas que está em pior estado de conservação. Pouco resta do que foi em tempos e para quem não sabe o que é um Circo, vai ficar exactamente na mesma sem entender, porque não tem qualquer explicação ali à volta. Os Circos eram muito utilizados para se fazer corridas de cavalos e é suposto ser uma pista longa com bancadas em volta. Eu já tinha visto outros Circos melhor conservados na Turquia e em Mérida, onde dá para ter uma boa ideia do aspecto deles na antiguidade.

O Panteão!

O Panteão é daquelas construções raras que conseguiu resistir intacto depois de quase dois milénios de construção, o que o torna o edifício da Roma antiga em melhor estado de conservação. Por essa mesma razão é fascinante visitá-lo e ter um pouco a ideia de como eram as construções naquela altura.

Há mesmo quem diga que não há outro monumento em Roma que mostre tão bem a imponência das construções romanas, quando elas estavam no seu máximo esplendor e o Império prosperava.

O Panteão foi dedicado a todos os deuses, e ergue-se no lugar onde tinha estado o anterior templo, construído em 27 a.C pelo general Marco Agripa. Este Panteão que vemos hoje em dia foi construído por Adriano em 125 d.C.. Bem antigo!

O seu interior é simples, mas solene, com colunas coríntias e a tão famosa cúpula com o buraco por onde entra a luz do sol. Quem não tem uma foto tipo selfie com o buraco lá atrás? Até nós que já chegámos quase de noite fizemos questão de tirar a foto! 🙂

Como chegámos já no final do dia e é Inverno, o interior estava muito escuro, com fraca iluminação, mas não é que deu aquele toque de penumbra perfeito para sentirmos a verdadeira grandiosidade do espaço?

Eu confesso que não sabia grande coisa de como era o interior do panteão. Todas as fotos que já tinha visto eram da fachada e do célebre buraco da abóbada. Mas o interior é muito mais rico do que isso, com estátuas à volta e pormenores que dão uma riqueza singular ao lugar. Dá até para vermos as horas através de marcas no chão, consoante a posição do sol.

O tão famoso buraco é chamado de óculo e representa a união entre o templo e os deuses. Se começar a chover durante a visita a água cai livremente e forma um perfeito circulo no chão, antes de escoar pelos orifícios que estão na mármore e que quase não se vêem.

Ao longo dos anos ele foi sofrendo alguns saques com o intuito de ajudar na construção de outros monumentos importantes como o Castelo de S. Ângelo e a Basílica de S. Pedro. No entanto, o facto de ter sido transformado de templo pagão numa espécie de igreja, fez com que não fosse totalmente destruído.

No interior estão sepultadas personalidades importantes como: Vítor Emanuel II (o primeiro rei italiano) e o artista Rafael. Em frente está uma praça encantadora cercada de casinhas típicas romanas, onde muita gente se reúne a conversar nas esplanadas dos restaurantes e não só.

Então, além de visitarmos o Panteão, dá perfeitamente para ficar a descansar um pouco no final de um dia de caminhada pela cidade, apreciando o rebuliço à nossa volta e claro a arquitectura fascinante que tanto me conquistou.

Do Castelo de S. Ângelo à Piazza Navona!

Depois de termos passado mais de uma manhã a passear pela cidade do Vaticano, fomos acabar a nossa tarde ali pela zona da Piazza Navona. Mas o caminho até lá está recheado de belos monumentos e muita cultura à mistura.

Para começar, percorremos a avenida em frente à Basílica de S. Pedro, até chegarmos ao rio, onde está o Castelo de S. Ângelo. Essa avenida tem um percurso à parte próprio para os peregrinos ou fiéis no geral que queiram fazer o percurso até à praça de S. Pedro, de uma forma diferente.

Mas o melhor está no final da avenida, quando damos de caras com o rio e, no nosso caso, com o pôr-do-sol perfeito, iluminado toda a fachada do castelo, que já é bonita por natureza. Além disso, tem ainda a ponte de S. Ângelo à frente, que dá o cenário perfeito para fotos.

Na hora que chegámos lá estava imensa gente a passear, muitos sentados no muro do rio, simplesmente a ver a paisagem, ou grupos de amigos reunidos para uma conversa animada. Ou seja, o fluxo de gente era grande e é uma zona bem mexida da cidade, além de ser linda.

O Castelo também está aberto a visitação, apesar de eu não o ter colocado no TOP das coisas mais importantes a visitar em Roma. A história dele está relacionada com o Imperador Adriano, que o mandou construir para servir de mausoléu, no séc. II.

Ele depois tornou-se forte para os papas no séc. VI e, durante anos, foi utilizado como fortaleza, prisão e refúgio papal, sempre que algum perigo se aproximava. Hoje em dia, o Castelo tem uma colecção exposta em várias salas da fortificação, a qual mostra muitas obras de arte, como pinturas, armas, tapeçarias e mobiliário.

Daqui, atravessámos a ponte e entrámos no embrenhado de ruelas que Roma já nos habituou, com a finalidade de chegar à Piazza Navona, outro ícone da cidade. Aqui o segredo é seguir pela rua empedrada paralela à estrada junto ao rio. E isto porquê?

Porque nós tivemos uma agradável surpresa no que toca às lojinhas que existem ao longo dessa rua empedrada. Além de vermos de quando em vez umas praças minúsculas com a sua fonte fofa lá no meio. Claro que as fachadas das casas aqui também são do mais típico. Aquela cor de terra mesmo e as portadas que protegem do calor do Verão.

Quanto às lojas elas têm todo o ar de conter as preciosidades artísticas dos artistas mais conceituados de Roma, ou até mesmo da restante Itália. Em cidade de artistas como Miguel Ângelo e Bernini, não era de estranhar que as descendências fizessem trabalhos deslumbrantes também, para a época em que estamos. Nós adorámos ver as montras e cada preciosidade que estava lá exposta à venda. Claro que nada daquilo era para os nossos bolsos, mas vale a pena admirar.

Não tarda muito tempo chegamos na praça, no topo dela, para ser mais precisa. E, apesar de o sol já estar bem baixo, ficámos também deslumbrados pelas fontes, claro!! Ela é conhecida pelos seus edifícios barrocos que a rodeiam, com enúmeros restaurantes e cafés à volta, os quais dão o refúgio perfeito para o rebuliço da cidade.

Na sua origem, a praça foi um estádio, com capacidade para cerca de 33.000 pessoas, onde se faziam competições desportivas, como o lançamento do dardo, corridas e luta. Depois disso, servia para espectáculos como desfiles, jogos, torneios e festas, além de começar a ser utilizado pelos romanos para os seus passeios. No Verão, chegou a ser uma piscina enorme, onde os miúdos e adultos se reuniam para nadar.

Foi em 1968 que a praça foi fechada ao trânsito e adquiriu o aspecto que tem hoje em dia. O monumento mais famoso é a Fonte dos Quatro Rios, uma das maiores obras de Bernini. Ela representa os rios Nilo, Ganges, Danúbio e Rio da Prata, simbolizando os quatro continentes.

As fontes das extremidades não são da autoria de Bernini, mas também compõem muito bem a praça, elas são: Fonte de Neptuno e Fonte do Mouro, esta última com um acrescento de Bernini, a figura do mouro bem no seu centro.

Basílica de S. Pedro!

A Basílica de S. Pedro é considerada uma das mais bonitas de toda a cristandade e quando nós chegamos à praça não dá para ficar indiferente e não imaginar logo todas as imagens que já vimos dela na televisão, tudo a desenrolar-se à nossa frente. Muita coisa já aconteceu aqui e é um dos sítios mais importantes em termos de história.

A Basílica foi mandada construir por Constantino no local onde estava o sepulcro do santo que foi martirizado no séc. I perto deste local. Depois de mil anos dessa igreja original, ela encontrava-se em muito mau estado de conservação e quase a ruir.

Então, o papa Nicolau V encarregou vários arquitectos de construir o novo edifício, mas só em 1506 os trabalhos foram finalmente iniciados, por Donato Bramante. Ele desenhou a nova basílica com uma cúpula central e quatro abóbadas mais pequenas, supervisionou a demolição da igreja antiga e ainda levou com as críticas pela destruição desnecessária de preciosas obras de arte.

Na construção e desenho da basílica colaboraram também nomes sonantes, como Rafael, Bernini e Miguel Ângelo, no entanto este último destacou-se pelo desenho da cúpula que ficou a seu cargo.

O interior da basílica é algo de espantoso que coloca de lado qualquer igreja que alguma vez entrámos na vida. Não vale a pena fazer sequer comparações e a partir deste dia vamos ficar, de certeza, bem menos espantados quando entramos numa catedral ou basílica.

O interior está cheio de obras de arte e verdadeiras relíquias da cristandade. Tem o Trono de S. Pedro (Bernini) e a Pietà de Miguel Ângelo, que é quase a Mona Lisa da basílica. Neste momento está protegida com um vidro à prova de bala e à volta do vidro há uma verdadeira multidão de chineses a acotovelarem-se para tirar foto, tal e qual o que acontece no Louvre em volta da Mona Lisa. Ahahah De acrescentar que esta escultura foi feita por ele aos 25 anos e é a única que tem a sua assinatura.

O que chama mais a atenção é o Baldaquino barroco feito por Bernini, que está situado mesmo no centro da igreja e tem uma altura de 29m, sobre o altar-mor. O altar só é usado pelo Papa e dizem que está situado mesmo por cima do sepulcro de S. Pedro, que dá para ver a partir das catacumbas por baixo da igreja.

Bem, verdade seja dita que eu esperava do local onde os Papas estão sepultados um lugar bem mais escuro e sinistro, bem ao estilo de catacumbas reais. Não é o que pensamos quando nos falam de catacumbas? Pois bem, não é nada assim. É uma sala bem espaçosa e iluminada, com vários túmulos de um lado e outro e com o sepulcro de S. Pedro no topo. Mas nada de mais! Estava à espera de outra coisa acho… Pelo menos não se paga um extra para descer até lá, como se paga para subir até à cúpula, que nós não fomos.

À direita do altar está uma estátua de bronze de S. Pedro que também acumula uma pequena multidão de chineses sedentos para tirar a sua foto. O problema é que o propósito da estátua é o pé direito ser beijado pelos peregrinos e, por causa de se ter tornado famosa por isso mesmo, acabou por ser também ela um alvo das selfies dos chineses. O que enfurece um pouco os seguranças da igreja que guardam a estátua.

Depois da canonização do Papa João Paulo II, o seu túmulo foi transferido desde a cripta até à basílica propriamente dita e hoje em dia é possível ver o seu túmulo mesmo no interior da basílica. Privilégio dado a poucos papas ao longo do tempo.

A cúpula de Miguel Ângelo é uma obra prima à parte que se ergue a 119 m acima do altar. Nós ficámos ali em baixo muito tempo só a admirar a genialidade da obra e o quão perfeitamente encaixa na basílica, compondo todas aquelas relíquias. Eu tenho tantas fotos que nem sei como vou fazer a selecção.

Depois de visitar a basílica e a praça o melhor é seguir na avenida em frente e ir virando de vez em quando para apreciar o plano da praça com a basílica no fundo. Quanto mais elas vão ficando longe de nós, mais bonita fica a vista e as fotos, claro!

Museus do Vaticano!

O Vaticano é um micro-país dentro de Roma, com polícia própria, regras próprias e um sistema de segurança super especial, que deve ter agravado depois das recentes ameaças bombistas que aconteceram em Dezembro passado!

O que há para lá visitar vai além da Basílica de S. Pedro e da praça com o mesmo nome que fica em frente. Se seguirmos pelo muro lateral, vamos andar umas centenas de metros até chegar á entrada para os museus do Vaticano, que ficam nas costas da basílica.

Como eles ficam mais perto do metro, foi por lá que começámos logo de manhãzinha. A fila já estava grandita para entrar, mas ela anda rápido. E depois de passarmos o detector de metais já é tudo mais fácil e rapidinho chegamos ao início dos museus.

Aproveitem cada pedaço de vislumbre do interior daqueles edifícios, porque tudo está espectacularmente concebido e desenhado para dar uma impressão de grandiosidade desde a entrada, estendendo-se para os restantes edifícios, até ao momento em que saímos pela escada em caracol, também ela muito famosa.

Eu sei que museus do Vaticano é sinónimo de Capela Sistina, mas há tão mais coisas lindas para ver, que dá pena esquecer tudo o resto para ir a correr até lá e pronto, dizer que já estivemos no Museu do Vaticano. Minha gente, estamos no berço da civilização e cultura romanas!! Isso só pode significar que vamos ter uma agradável surpresa se nos deixarmos embrenhar nos museus que retratam essa mesma cultura, principalmente quando estava no seu auge.

Quando entramos no complexo dos museus, podemos escolher entre dois caminhos: o mais curto e o mais longo. Muita gente opta pelo mais curto justamente porque a Capela Sistina está em último e toooodos estão em felgas para a ver. Mas a desvantagem (grande) disso é que não dá para arrepender e voltar atrás para ver as salas iniciais do caminho longo.

Portanto, sigam o meu conselho e façam o caminho longo. As primeiras salas são na minha opinião as mais bonitas em termos de cultura romana pura porque tem imensas estátuas típicas, bustos dos imperadores e personalidades ilustres mais conhecidas daquela época, etc… Todas as salas fazem parte de colecções pessoais de vários Papas, que, ao longo do seu papado, foram se interessando por uma parte da história romana e decidiram recolher peças de valor cultural enorme, para que tudo ficasse no Vaticano e mais tarde nós pudéssemos apreciar estas maravilhas.

Então, em cada sala, está lá o nome do Papa responsável pela sua construção e colecção das obras que vemos, além de um pequeno resumo dos interesses do Papa em questão e o que o levou a coleccionar, além de quantos anos durou a construção do que vemos à nossa frente.

À medida que nos vamos embrenhando pelos corredores vamos encontrando outros museus menos conhecidos, como o egípcio ou etrusco, que valem sempre a pena dar uma passada nem que seja nas salas iniciais. Isto para quem não tem um dia inteiro para despender só nos museus do Vaticano.

Nós só passámos a manhã (4 horas!), mas acho que deu perfeitamente para ver tudo o que era principal (caminho principal) e ainda alguma coisa dos vários museus que estavam pelo caminho. E sem andar às pressas!

O caminho principal, faz-nos passar por salas e corredores importantes e conhecidos, como a Galeria dos Mapas, que tem um teto lindo e muito bem trabalhado, com imensos frescos, ou o conjunto de salas dos Aposentos do Papa Júlio II, que foram pintadas por Rafel e seus discípulos.

Escusado será dizer que vamos nos maravilhar com duas das obras mais conhecidas de Rafael: A Disputa do Sacramento e A Escola de Atenas, que penso ser a mais conhecida e bateu aquela emoção quando a vi. Ela retrata Platão e Aristóteles junto de outros filósofos, eruditos e pensadores, incluindo Miguel Ângelo e o próprio Rafael.

Finalmente, a Capela Sistina foi construída em 1484, sob a supervisão do Papa Sisto IV e desde o século XVI que é usada para o conclave que elege o Sumo Pontífice. Nessas alturas é quando todos se esquecem um pouco das obras de arte no seu interior e observam atentamente a cor do fumo que sai da chaminé: preto quando não há nenhum resultado e branco quando finalmente se vai anunciar a nomeação do novo papa.

Em finais do século XV, os artistas mais brilhantes do Renascimento foram chamados para pintar as paredes da Capela e mais tarde, Miguel Ângelo foi encarregue do teto e parede do altar, pelo papa Júlio II. Dizem que o nome dele foi sugerido por inveja e com o objetivo de o ver fracassar, no entanto, o que aconteceu foi justamente o contrário e as pinturas dele tornaram esta Capela super famosa mundialmente. Bem no centro do teto está a famosa pintura de Deus quase a tocar no dedo do Homem. Quem nunca viu em livros? Ver ao vivo é aquela sensação… Eu garanto!!

Piazza di Spagna!

Outro dos ícones de Roma é a Piazza di Spagna, que está ali no centro da moda da cidade. Bem de frente para a praça parte a Via dei Condotti que é a rua mais exclusiva da cidade, com marcas de luxo como Dolce Gabanna, Guess, Valentino, Carolina Herrera, entre outras. Toda a loja luxuosa que nos passe pela imaginação está lá.

E se não estiver lá, está numas das ruelas contíguas ou na própria praça, já que este é mesmo o quarteirão do luxo elevado a mil da cidade. Eu pessoalmente fiquei fascinada com a montra da marca Valentino e com os autênticos modelos que estavam lá dentro a atender. Aquela gente não é empregado é modelo mesmo!

Todas aquelas lojinhas tinham segurança à porta e entrar lá quase que requer mostrar o saldo do cartão. Ahahah mas passar pela rua não dá direito a gastar dinheiro nem pagamos para ver. E como nós, passa-se a mesma coisa para a grande maioria de quem está a passear pela rua. Turista ou não! Italiano também não é todo rico. Apesar de serem a capital da moda.

Voltando à praça, ela é muito famosa sobretudo pela escadaria que sobe até chegar à Igreja da Trindade dos Montes. No Verão, esta escadaria é óptima para descansar depois de um passeio pela cidade e acabou sendo o cartão postal da praça. Toda a foto que vemos da Piazza di Spagna tem a escadaria cheia de jovens e não só, a torrar ao sol.

Para o turista que visita a cidade é de esperar que possa ter esta visão. Mas nós demos azar e a escadaria estava em obras. Então, apesar de os painéis serem meio transparentes e conseguirmos ter a vista da escadaria na mesma, ela estava demasiado limpa e deslocada daquilo que costuma ser.

Para subir até à igreja ainda há um caminho que foi deixado livre nas laterais, até porque a vista que se tem lá do topo é muito bonita, mais até do que a igreja em si. Tirei uma foto lá de cima onde se vê todas as cúpulas da cidade e os topos dos prédios até à linha do horizonte. Como eu adoro o topo de Roma! Com todas aquelas cúpulas!

A escadaria foi construída entre 1723 e 1726 e tinha como finalidade unir a praça às moradias das personalidades ilustres que viviam neste quarteirão. O nome da praça deve-se ao Palácio de Espanha que foi construído numa das pontas, para albergar a sede da Embaixada espanhola. E de facto a praça ficou com um toque meio espanhol.

Já que estamos na zona das marcas de luxo, em Abril, realiza-se na escadaria um desfile de moda, que se estende pela praça, como forma de dar a conhecer os novos modelitos das colecções. Os turistas adoram e enchem a praça para ver ao detalhe cada vestido ou fato. É a única vez no ano em que os turistas sentados nas escadas são substituídos por elegantes vasos de azáleas.

Ali em volta também são muitas as casinhas de chá com um aspecto super requintado e ar de quem também não é barato! Elas estavam bem à pinha quando passámos e por isso preferi ir acabar o dia a comer um crepe numa casa mais modesta, daquelas bem pequeninas que é quase pedir e seguir comendo. Típico italiano! 🙂

Fontana di Trevi e arredores!

Há fonte mais popular que a Fontana di Trevi, em Roma? Eu desconheço! Então, por esse mesmo motivo, acabámos por passar por lá dois dias diferentes e ainda deu para vermos as duas faces da fonte: de dia e de noite! Como no Inverno anoitece cedo, também não foi difícil de apanhar ela toda iluminada!

A Fontana di Trevi é a mais famosa fonte de Roma e um dos símbolos da cidade. Foi completada por Nicolò Salvi em 1735, durante o papado de Clemente XII e imortalizada no filme La dolce Vita de Frederico Fellini, gravado em 1959. Beeem antigo e eu nem fazia ideia! Hoje em dia muitos são os filmes gravados em Roma que se usam de uma das suas fontes, mas esta continua a ser o centro das atenções.

A fonte tem uma combinação de estilos barrocos e clássicos e ocupa uma das paredes do Palazzo Poli, tendo sido decorada por vários artistas da escola de Bernini. O nome Trevi vem dos três caminhos (tre vie) que aqui convergiam.

Inicialmente, a fonte foi construída numa praça bem grandinha. Mas com o tempo e a popularidade da zona, as casas foram cercando e as ruelas foram se multiplicando, fazendo com que hoje em dia a quantidade de turistas encha completamente a praça, todos em busca da melhor foto.

Há a tradição de atirar a moeda de costas para a fonte e por cima do ombro. E quase todos o fazem, registando o momento em foto. Segundo a tradição, uma moeda atirada garante o regresso a Roma e duas para encontrar o amor em Itália. Bem, o fundamento disso não se sabe mas não há quem resista a atirar a típica moeda.

O dinheiro que se junta na fonte é retirado no final de cada dia pelo município de Roma e doado a organizações de beneficência, principalmente a Cáritas. No entanto, há uma história de que em 2002, rebentou o escândalo quando os jornais informaram que uma pessoa andava a vaguear pela fonte durante a noite, recolhendo várias moedas. Fala-se que ele conseguiu amealhar mais de 500€ por dia, durante mais de 30 anos.

Os arredores da fonte são também recheados de ruelas apertadas, lojinhas de souvenir e muito restaurante fofo para experimentar. São imensas as ruas que partem da praça central e vão seguindo por vários quarteirões tipicamente romanos. Onde não falta aquele gostinho bairrista tão italiano que nós já não conseguimos resistir.