O roteiro de dois dias em Dublin!

Quando eu cheguei das férias na Tunísia, eu já estava mentalizada de que seria a despedida do sol e calor do Verão. Daí ter aproveitado cada segundo de praia, piscina, calção e chinelo no dedo. Tudo a que tive direito! Mas ao mesmo tempo, voltar em Setembro, no comecinho do Outono, também foi sinónimo de “venham daí as viagens de clima outonal”! Eu sou a típica pessoa que adora qualquer estilo de viagem e não quero de todo só correr para países quentes, ou só correr para países com neve.

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Tudo para mim tem um gosto e sabor próprios. Então quando encontrei uma passagem aérea low-cost da Ryanair para um fim-de-semana de Outubro em Dublin, eu não pensei duas vezes e fui com amigas. Ir conhecer a Irlanda foi toda uma novidade para mim, mas tenho de confessar que a minha cabeça ia com todos os estereótipos do UK, e de Londres em particular. Aquela cidade cinzenta de pessoas super aprumadas e tal…

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Maaaas assim que chegamos na Irlanda eu rapidamente desconstruí tudo o que tinha de estereótipos na mente e aprendi que a cultura irlandesa tem uma dinâmica e um colorido muito diferente de Londres e, arrisco-me a dizer, da Inglaterra no geral. Aqueles senhoras sabem o que é divertir e sabem como fazer do pub um local de culto!!

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E ir a Dublin é muito aproveitar a cultura e sair do hotel para passear de pub em pub, sem estar muito preocupado com museus e pontos turísticos a visitar. Vai haver tempo para visitar os mais emblemáticos em dois dias, e ainda muito mais tempo para visitar pubs e curtir a vibe irlandesa. E, apesar de haver os famosos pubs conhecidos de todos os que visitam e querem visitar Dublin, eu recomendo a essencialmente escolher o da esquina, aquele ao lado do hotel/hostel onde nos hospedámos e ir a esse mesmo pela noite dentro.

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Porque no final não interessa muito se fomos curtir a noite irlandesa ao pub super badalado ou não, o importante é se a passámos num pub e ponto!!! Eu fiquei hospedada no My Place Dublin Hotel, que fica do lado do The Celt Bar e tive das melhores experiências em viagem até hoje. O hotel é daqueles que servem bem o seu propósito (bom, bonito e barato), sem luxos, mas bem localizado, a cerca de 10 min a pé do centro de Dublin.

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O The Celt Bar é só o tal bar da esquina, que aparentemente não iria de propósito visitar, nem consta da lista dos super badalados de Dublin. Contudo, eu tive duas noites de muito espírito irlandês, muita diversão e com direito a mini-concerto com todos apertadinhos no pub, de pint na mão. Por isso, aqui não há grande dúvida, pub irlandês é por si só uma experiência.

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Voando finalmente para o roteiro deste fim de semana, ele é super simples. Nós começámos bem no centro e o nosso primeiro destino foi a zona dos pubs onde está o super famoso Temple bar. A zona em que fica o Temple Bar já representa bem o espírito irlandês e está repleta de outros bars/pubs que enchem de vida aquela área. Rua empedrada, cheia de gente a qualquer altura do dia. Nós passámos por lá quase na hora de almoço e voltámos ao final do dia, no regresso ao hotel e a rua transformou-se para uma agitação imensa.

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Dali nós seguimos para a Christ Church Cathedral, que é considerada como das mais fotogénicas de Dublin. Ela não é enorme, e facilmente pode ser posta na sombra da sua vizinha, a gigante St. Patrick’s Cathedral, contudo é quase impossível não passar por esta catedral, nem que seja de passagem. E a sua arquitectura, juntamente com o arco super fofo numa das laterais, colaboram para o fascínio e fotogenicidade. Tem algumas personagens relevantes na história irlandesa sepultados no interior, e na altura que visitei tinha também uma mini exposição de instrumentos medievais numa das alas da catedral.

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Depois da visita à Christ Church nós seguimos uma dica do meu guia de viagem e fomos almoçar ao suposto mais antigo pub da Irlanda, o The Brazen Head, que eu super recomendo. Eu adoro fugir do tradicional, e neste aspeto, o tradicional era de caras o Temple Bar, também ali perto. Mas depois de conhecer o The Brazen Head eu fiquei apaixonada e é um dos pubs mais únicos e originais que eu já visitei. Tem várias salinhas pequenas e na entrada nós somos encaminhados para uma delas. E em cada sala o tema da decoração é diferente. Na sala que nós ficámos, todas as paredes estavam decoradas com patch de várias forças de segurança de todo o mundo.

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Depois do almoço, nós seguimos para a St. Patrick’s Cathedral e, esta é a típica catedral que nos deixa de boca aberta pela enormidade do sítio e pelo simbolismo que tem para a cidade e país, no fundo. A Catedral é dos mais antigos sítios de culto para a cristandade e está situada no local onde Sta Paddy mergulhou os irlandeses pagãos num poço, de forma a lhes dar uma hipótese de salvação.

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Nós acabámos o nosso primeiro dia de turistagem pelo castelo de Dublin, que não é o típico castelo medieval, como poderíamos supor, e nesse aspeto podemos ficar meio desapontados. Pelo contrário, o castelo de Dublin é produto da ocupação e influência britânica durante 700 anos, resultando num castelo que não é mais do que um requintado palácio construído no séc XVII. O interior e toda a arquitectura são palacianas.Como o castelo é uma das bases do poder em Dublin, então algumas, senão a maioria das áreas, estão interditas a visitas e nós ficamos apenas com um relance da importância do castelo desde que foi construído, até aos dias de hoje.

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O nosso segundo dia em Dublin começou no Trinity College, outro símbolo icónico de Dublin, que não mais é do que a mais prestigiada universidade da irlanda. E porquê visitar uma universidade? Qual é o sentido desta visita? Pois bem, o interior do campus apesar de ter aquela vibe irlandesa que não encontramos noutros campus espalhados pelo mundo, guarda no seu interior uma das bibliotecas mais famosas dos nossos tempos, a Old Library.

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Então todo o interesse de visitar o Trinity College está justamente na hipótese de entrar na Old Library e ficar maravilhado com a quantidade de conhecimento todo junto que está naquelas quatro paredes. Eu sou suspeita em falar de livros, porque tenho a minha paixão na leitura e na história, eu sei. Maaas a Old Library concentra alguns dos volumes mais importantes da antiguidade e que chegam aos dias de hoje. Entre os mais conhecidos estão o Book of Kells, um manuscrito ilustrado dos quatro evangelhos do novo testamento e escrito em 800 DC por monges da ilha escocesa de Iona, ou uma cópia rara da proclamação da república irlandesa.

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E o segundo dia ainda incluiu a visita à fábrica de cerveja Guiness, claro!! Mais do que uma marca de cerveja reconhecida a nível mundial, a cerveja guiness criou todo uma experiência rodeando a marca, fazendo com que as visitas à fábrica fossem quase obrigatórias para todos que passam por Dublin. Mais do que aprender sobre a guiness, nós aprendemos sobre a história da cerveja na irlanda, e sobre a sua cultura.

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Então a Guiness é todo um símbolo e já faz parte da história não só de Dublin, mas de toda a irlanda. O edifício está muito bem desenhado para nos dar uma experiência super completa sobre a várias fazes da produção, marketing, história, acabando na degustação da típica cerveja preta guiness no topo do edifício. E enquanto degustamos a cerveja temos todo um vidro à nossa volta que nos deixa ver toda a cidade de Dublin.

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Esta foi uma típica viagem de fim-de-semana, mas que eu super recomendo. Ficamos com o gostinho de querer voltar à Irlanda.