A ideia de ter apenas um dia para visitar Londres não faz de todo parte do meu imaginário para uma primeira vez na cidade. No entanto, com os inúmeras possibilidades de stopover de hoje em dia, fica difícil resistir a certos destinos, especialmente quando eles povoam o imaginário. Londres surgiu novamente como escala na nossa viagem para a Ásia deste ano, como já tinha acontecido à dois anos atrás, quando fomos para a Tailândia, etc… No entanto, a diferença agora foi o tempo de escala, que foi exatamente um dia inteiro!
Eu confesso que Londres não é a típica cidade que eu planeio voltar uma e outra vez e tenho sempre coisas novas que quero ver. Nada disso! Voltar a Londres não estava de todo nos planos para uma viagem a curto prazo. Inglaterra sim, Londres especificamente não. Mas depois de comprar a viagem para Hong-Kong e perceber que tínhamos um dia por lá, confesso que o entusiasmo começou a crescer e eu fiz um roteiro bem composto para revisitar todos aqueles ícones da cidade, mas também para fazer algumas coisas novas que não tinha feito há uns anos atrás quando passei 3 dias por aqui.
Foi um dia bem intenso, onde percorremos Londres de uma ponta à outra. Chegamos ao aeroporto Heathrow de rastos e adormecemos assim que entrámos no avião para Hong-Kong, tal era o cansaço do dia. Mas, balanço final foi fantástico e eu adorei cada segundo que passei na cidade. E agora, analisando a questão, talvez entenda o porquê de ter adorado a cidade agora, como não tinha conseguido há uns anos atrás. São fases diferentes da vida, mas as duas razões que eu considero mais importantes são o fator clima e o fator dinheiro.
Desta vez apanhámos um dia fantástico de sol e temperaturas amenas, estranho considerando que era Inverno, e também já sabíamos ao que íamos em termos financeiros. Já sabíamos que a cidade é cara, estávamos preparados para isso e não nos importámos em gastar X no restaurante Y. E esses fatores são fundamentais para a forma como vamos encarar a cidade e como ela vai ficar na nossa memória.
Mas deixando de filosofar sobre Londres (ahaha), eu vou deixar aqui o roteiro bem preenchido de um dia por lá. Um dia é manifestamente pouco para viver a cidade, mas se é tudo o que temos, então vamos fazer valer a pena. Eu elegi a estação de Waterloo para começar o roteiro, primeiro porque fica ao lado do London Eye, e por outro porque tinha uma empresa de lockers (Left Luggage) dentro da estação de comboios, para deixar as malas enquanto íamos curtir o dia descansados. Nem todas as estações têm, só as maiores, e esta estava muito bem localizada, até para depois apanharmos o metro para o aeroporto.
Então, assim que despachamos a bagagem, fomos andando até ao London Eye, que está numa posição bem privilegiada no Southbank e na margem do Tamisa, que nos dá uma vista magnífica do Parlamento e do Big Ben (não fosse ele estar em obras, e tinha sido bem melhor a vista!). Ir ao London Eye nunca fez parte do imaginário de coisas a fazer em Londres, até porque tem filas quilométricas todas as horas do dia, todos os dias da semana. Então, depois de tirar 30 000 fotos na beira do rio, continuamos o roteiro e atravessámos a Westminster Bridge até à margem oposta.
Sim, o facto do Big Ben estar em obras há imenso tempo é o desespero para quem visita a cidade e sempre busca aquela foto icónica deste símbolo de Londres. Mas fazer o quê né? No nosso caso, era mais uma questão de tirar uma foto melhor do que a que tirámos há anos atrás, mas ok, fica para uma próxima!
O dia estava lindo, o sol muito bom, então fomos andando em direção à Abadia de Westminster, considerada a igreja mais importante de toda a Inglaterra, e local onde se casaram os duques de Cambridge (William e Kate). Para entrar é preciso pagar ingresso (nada barato) e como eu continuo sem fazer questão de o pagar, continuei andando em direção ao St. James Park.
O Parque de St. James é sem dúvida o meu preferido de Londres, por várias razões. Ele é enorme (mesmo que haja muito povo, não se nota), tem imensos animais fofos (especialmente os esquilos), tem o Palácio de Buckingham numa ponta, o The Mall de lado e é super central. O The Mall é usado nas paradas reais e, fora esses momentos, está vedado ao trânsito, o que o torna numa imensa avenida que liga o palácio à Trafalgar Square, sempre com as vistas do parque ao lado.
Continuamos o roteiro pela Trafalgar Square, outra das praças mais conhecidas de Londres, especialmente por ser lá que está o Museu National Gallery, que tem uma das coleções de arte mais fascinantes que eu já vi. Como visitámos o museu na nossa última estadia em Londres, seguimos em direção à Piccadilly Circus, outra zona super famosa de Londres. Na nossa última visita já chegámos aqui de noite, então desta vez foi toda uma nova sensação e foi óptimo observar a zona com uma dinâmica totalmente diferente. Se há sítio fotogénico é este!
E para os fãs dos M&M’s, doces e gomas no geral, a rua ao lado de Piccadilly é o sítio certo para encontrar a felicidade. Tem uma loja que é o playground perfeito para crianças e adultos, com doces de toda a variedade e para todos os gostos. Tem bombom, tem tablete de chocolate, tem gomas de todas as formas, tem tudo o que a mente alcança e o que não alcança também tem! É só fazer a festa!
E a festa continua na loja dos M&M’s logo ao lado, que tem vários pisos e já mereceu post pormenorizado aqui no blog há uns anos atrás (aqui). Passámos pela entrada da Chinatown de Londres, que já tínhamos visitado e como por esta altura já era hora de almoço, parámos e almoçámos no restaurante Bella Italia (com comida óptima estilo italiano), exatamente numa esquina perto da zona do Covent Garden.
Na nossa última visita não chegámos a conhecer a zona de Covent Garden, então assim que almoçámos seguimos diretos para lá e acabámos a andar pelas ruelas cheias de lojinhas fofas desta zona. Seguimos em direção à avenida Strand, que tem vários ícones londrinos, como a Somerset House, ou o Royal Courts of Justice. Não visitámos nenhum deles mas fomos andando pela avenida na direção da St. Paul’s Cathedral, onde casou a princesa Diana e o Príncipe Carlos, e sítio que não consegui ver na última vez.
Daqui até à Torre de Londres e à famosa London Bridge é um pulinho e fizemos esse percurso junto ao rio, numa altura em que o sol já estava a querer baixar e rendeu fotos bem interessantes e artísticas das várias pontes que cruzam o rio.
E se há uns anos atrás a Torre de Londres não despertava atenção, depois de ver a série “The Tudors” passei a ser uma entusiasta e a ver a Torre com outros olhos. Ela é conhecida pelas prisões e execuções, além da tortura infligida em diversas fases da história de Londres. Mas durante o reinado do Rei Henrique VIII, a Torre foi palco das mais conhecidas prisões e execuções, como o caso da Rainha Ana Bolena.
Nós passámos a London Bridge e decidimos percorrer todo o Southbank a pé de volta à estação Waterloo. Esta zona é das minhas preferidas de Londres por ter imensos bares, pubs e uma vibe mais underground. Além disso, ainda tem um dos meus mercados de eleição, o Borough Market, que é bem estilo underground também.
Estava nos planos entrar no Shard, que tem um bar super interessante no alto e rende vistas fabulosas da cidade. Mas como estávamos já em cima da hora de voltar para o aeroporto, adiámos a visita para uma próxima.
Resumindo a visita relâmpago a Londres: foi intensa mas foi completamente surpreendente! Continuo a olhar para Londres como uma cidade absurdamente cara (como não?), mas deu para fazer tréguas e aproveitar o melhor da cidade no clima mais atípico possível.
Roteiro de 3 dias em Londres aqui!