15 dias pela Europa, as dicas práticas!

E querendo acabar de uma vez com os posts da viagem pela Europa, hoje venho rematar com uma série de dicas práticas gerais de planeamento da Europtrip. As dicas práticas de cada um dos países e cidades que visitámos já foram saindo. Mas para quem está a pensar fazer algo deste género, mais elaborado, é essencial pensar em algumas questões. Eu até tinha ponderado fazer um vídeo explicativo e tentar tornar tudo mais leve e tal. Mas com a falta de tempo que tenho tido ultimamente, já percebi que vai ser impossível. Então aproveitando o pouco tempo que ainda vou tendo durante o trabalho, decidi escrever por aqui alguma coisa útil e que me ajudou na experiência final da viagem.

Começando do início, como fiz o meu roteiro?

O roteiro é o primeiro passo para garantir o sucesso de qualquer viagem. Especialmente quando ela é longa e envolve várias cidades, ou até mesmo vários países diferentes. No meu caso foi uma questão histórica e, claro, de cidades que faziam parte do meu imaginário à muito tempo. Mas mesmo assim, foi preciso ponderar o que valia ou não a pena e o que já seria loucura. Se olharem para o mapa da Europa e virem o roteiro que fiz, vão perceber que ele é seguido, com países que fazem fronteira uns com os outros e com cidades que não estão mais do que 8h de distância.

Na hora de escolhermos um roteiro importa pensar qual a região da Europa queremos visitar, por quanto tempo vamos querer viajar e como. Se eu não queria andar de avião de uma cidade para a outra, então tive de encontrar um roteiro com cidades relativamente perto umas das outras.

Também é preciso saber parar. Não adianta querer visitar 500 cidades em duas semanas. Só nos vamos desgastar e não vamos conhecer nada na realidade. Eu dediquei dois dias a cada cidade que visitei e mesmo assim em Viena e Budapeste fiquei com a sensação que mais havia para ver e conhecer. Dedicar ainda menos tempo a cada cidade é piorar mais este sentimento.

Como planeei os transportes?

Planear um roteiro pela Europa envolve sempre escolher qual o melhor meio de transporte. Como as distâncias na Europa são mais pequenas, o ideal é esquecer o avião e usar o comboio ou o autocarro. No nosso caso, demos preferência aos autocarros, por serem mais baratos e pela facilidade em comprar os bilhetes com mais antecedência. E há literalmente opções de autocarro entre quase todas as cidades europeias. Não há a mínima hipótese de não conseguirmos fazer um roteiro do início ao fim sem autocarro.

Viajar de autocarro faz com que poupássemos muito dinheiro mas também implica mais horas perdidas em viagem. A solução que arranjei foi viajar de noite quando as distâncias eram maiores, ou então sair muito cedo para chegar à próxima cidade ainda antes de almoço. E resultou muito bem! Fiquei fã dos autocarros para viagens dentro da Europa quando falamos em roteiro. Resta dizer que comprei todos os bilhetes de autocarro no site GoEuro!

Como organizei o alojamento?

Planear alojamentos para 7 países diferentes pode ser uma verdadeira loucura. É preciso muita organização e não deixar nenhum detalhe de lado. Eu optei por reservar casas no AirBnB para todos os dias da viagem. E isso pode ser um factor extra de stress e necessidade maior de gestão.

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Implicou que passasse horas a escolher casas, a avaliar se ficavam relativamente próximas de transportes, se não ficavam muito longe do centro mas ao mesmo tempo não muito longe da estação de autocarros, se tinha boas condições, etc… E mesmo assim isso não é garantia de nada! Como já falei antes, a casa de Praga acabou por ser uma experiência sociológica muito fora do que esperávamos e a casa de Cracóvia foi desmarcada à última hora. Ou seja, mesmo com toda a planificação do mundo, percalços acontecem.

No entanto, todas as outras casas foram muito boas para o preço que pagámos. Permitiu-nos ter mais liberdade para cozinhar, para irmos às compras, para conhecermos mais da cultura de cada sítio por onde passámos. Se passei várias horas a trocar mensagens com os anfitriões? Claro!! E mesmo durante a viagem estava sempre em contacto com o anfitrião da próxima casa onde íamos. Mas tudo isso faz parte da tal gestão de quem planeia um roteiro destas dimensões. É impossível esperar que tudo fique organizado em casa e depois de embarcar já não precisamos preocupar com mais nada. Não é assim! Durante toda a viagem eu estive preocupada a organizar as coisas da cidade seguinte.

Como lidei com diferentes moedas?

O roteiro que fiz passava por países com moedas diferentes do Euro. E se isso geralmente não é um problema, começa a dar mais dores de cabeça saber que para além do Euro, tinha de me preocupar em ter outra moeda na Polónia (Zloty), República Checa (Coroa checa) e Hungria (Florim Húngaro). Ou seja, quase metade da viagem foi com moedas diferentes do euro.

Eu optei por simplificar e não levar as moedas comigo. Chegávamos e levantávamos dinheiro em ATM. Pagámos algumas taxas, claro, mas nada de mais e nada que não fosse razoável o bastante. Íamos ficar apenas 2 dias em cada uma destas cidades com moedas diferentes. Para quê complicar? Além disso, estes países já estão tão habituados às dificuldades dos turistas que facilitam bastante. Houve casos em que aceitaram pagamento em euros fazendo uma pequena conversão no telefone.

Usei novamente a minha aplicação XECurrency, que instalei no telefone na viagem à Ásia de 2017 e pronto! Foi bastante fácil lidar com todas as mudanças de moeda entre os vários países.

Como lidar com cansaço e falta de horas de sono?

Este foi sem dúvida um dos problemas da viagem. Não que tivesse atrapalhado os planos porque conseguimos fazer quase tudo o que tinha planeado, mas porque me fez adaptar o roteiro de alguns dias. Viajar durante 15 dias já trás um cansaço próprio. São dias e dias a andar, a visitar sítios, a viajar, etc… Quando somamos noites mal dormidas em autocarros, a situação só piora. Então era claro que os dois dias seguintes a noites mal-dormidas foram os piores da viagem. Para além da disposição para andar ser menor, eu sentia também mais dores nas costas, desconforto no estômago que me tirava o apetite, etc… Ainda bem que foram só dois dias! Eu optava por tornar o dia mais light e carregar o dia seguinte.

Na prática os dias light não tiveram muito impacto na viagem, mas fez-me pensar que não é a melhor solução para próximos roteiros. Sem dúvida que uma noite bem dormida numa cama é o melhor remédio para viagens longas. Bastava umas horas de sono numa caminha e nós ficávamos logo bem dispostos e prontos para um dia super preenchido de passeio turístico.

Como fazer a mala para 15 dias?

Esta foi a minha maior conquista de toda a viagem. Pela primeira vez eu consegui viajar apenas com uma mala de cabine e uma mochila às costas. O meu marido levou igualmente a sua mala de cabine e mochilinha. Como consegui esta proeza? Relativisando tudo! E também assisti vários vídeos no youtube sobre técnicas para arrumar a mala. E houve duas blusas que não cheguei a usar durante toda a viagem!

Como fui numa altura de Outono na Europa, onde as temperaturas já começam a baixar, a grande maioria da minha roupa foi para o frio. Falar sobre a minha mala dava direito a post exclusivo mas eu vou tentar sumarizar as principais técnicas que usei.

Em primeiro lugar eu escolhi blusas com cores neutras e sem padrões que desse para combinar com o máximo de roupa possível. O mesmo para as calças! Em segundo lugar, não levei uma muda de roupa para cada dia da semana. Já não sei dizer ao certo quantidades de cada coisa, mas foi o suficiente para sobreviver na boa durante uma semana e depois lavar roupa se houvesse necessidade. Ah e claro, dei preferência a roupa mais quentinha, por isso levei blusas térmicas para usar por baixo das blusas de lã finas (para ocupar menos espaço) que tinha levado. Só levei um lenço e um cachecol, um casaco quentinho e um par de ténis. Não levei toalha para o Spa em Budapeste e preferi alugar lá mesmo. Terceira dica: arrumação da roupa em rolinhos na mala. Foi a melhor solução para ocupar menos espaço e eliminar de uma vez aquele espaço morto que fica quando colocamos a roupa dobrada normalmente dentro da mala. Além disso, quando a desenrolava, na maior parte dos casos, não estava amarrotada.

Última dica: Coloquei toda a roupa dentro da mala de cabine e tudo o resto veio comigo na mochila. Então, para não ocupar espaço na mala de cabine com coisas mais volumosas e que não dão jeito arrumar, coloquei os necessaires com os líquidos, farmácia, e produtos de beleza e higiene gerais, dentro da mochila. Pala além disso, ainda guardei por lá os guias de viagem, alguns eletrónicos, além de qualquer comida ou souvenir que íamos comprando ao longo da viagem.

Fiquei tão entusiasmada com esta conquista que vou tentar fazer o mesmo agora na viagem da Ásia!

Então, vale a pena fazer uma Eurotrip?

Claro que sim! É mais exigente que uma viagem de fim-de-semana? Claro! Mas é uma forma óptima de conhecer mais da Europa num curto espaço de tempo. É necessário muito planeamento e mente aberta como em todos os roteiros. É preciso ter consciência que não vamos conseguir saber tudo sobre todos os sítios por onde vamos andar. Ao longo da viagem ainda é preciso gerir, fazer planos, ler os guias de viagem para refrescar a memória acerca do roteiro X e Y deste e daquele país. Mas no final não apetecia voltar para casa. Apetecia apanhar outro autocarro e seguir viagem. Então pronto, ficámos com o bichinho dos roteiros pela Europa e é provável que mais apareçam no horizonte nos próximos anos.

Amesterdão: Roteiro com dicas práticas!

E hoje termina a série de posts sobre Amesterdão com o roteiro completo do que fizemos por lá mas também com algumas dicas práticas de como foi a estadia por lá. Decidi ir explicando país a país, cidade a cidade porque né, foram várias cidades diferentes, em cada uma delas nós nos comportámos de forma diferente, etc… Foram 7 países e culturas distintas, com diferentes formas de locomoção e diferentes experiências.

Mas vamos começar no roteiro!

No primeiro dia na cidade nós decidimos andar um pouco sem rumo, mas com uma zona específica que queríamos explorar. Então fomos diretos para o Red Light District e basicamente fomos andando por ali, explorando as ruelas nos arredores, fomos até à praça Dam e também até à Estação Central.

No segundo dia nós fomos diretos de manhã para a Casa da Anne Frank. Quando saímos de lá fomos explorar o bairro Jordaan, mas sempre no sentido do Rijksmuseum. Quando chegámos ao museu, atravessámos até ao outro lado e fomos conhecer o IAmsterdam com o seu parque amoroso. Entretanto, fomos almoçar na zona do Hard Rock Café e logo depois pegámos o cruzeiro da Blue Boat Company para 90 minutos de puro relax e paisagens incríveis. Quando acabou fomos andando até ao Mercado das Flores e, por fim, acabámos o dia no parquinho em frente ao IAmsterdam sign.

Agora, dicas mais específicas e experiência no geral.

A locomoção foi super fácil. Nós chegámos a Amesterdão pelo aeroporto, coisa que não aconteceu na grande maioria das cidades que passámos. Mas de lá basicamente comprámos bilhetes de comboio nas máquinas de vending, colocando a estação final que queríamos sair, e pronto! As pessoas lá são super prestáveis e falam muito bem inglês, então quando era preciso alguma coisa ou não tínhamos bem certeza qual a direção tomar, perguntávamos a alguém e era sempre na boa.

Enquanto estivemos em Amesterdão usámos um cartão de carregamento que nos foi emprestado pela dona da casa que alugámos. E foi muito simples de usar e talvez a decisão mais fácil e económica para quem vai por poucos dias. O cartão diário é super caro e comprar bilhetes a vulso acaba por também sair caro porque sempre que compramos um bilhete eles cobram mais 1€ para emissão. Então usar o cartão recarregável foi de facto a melhor decisão.

Nós carregámos com 5€ cada um e usámos os dois dias que lá estivemos. Na última viagem para casa reparámos que o saldo baixou para -1,10€, então eu deixei esse valor em dinheiro à dona da casa para uma próxima vez que ela carregasse o cartão (isto porque só dava para carregar com 5€ e nós já estávamos de partida e não íamos gastar isso tudo). Mas a maior parte do tempo nós andámos a pé. Usávamos o eléctrico de superfície e o metro para distâncias maiores, mas geralmente só entre a casa que alugámos e o centro da cidade.

E isso leva-me para o próximo tópico! O quão compacta era a cidade. Amesterdão não é super pequena mas tudo o que queremos ver geralmente está a uma curta distância a pé. E eu recomendo muito andar a pé para todo o lado porque é uma experiência incrível. Quando andamos pela cidade sem dúvida que vamos ver coisas diferentes e vamos ter uma experiência completamente diferente da cidade.

Outro facto: Amesterdão é caro! Foi talvez das cidades mais caras, se não a mais cara, que passamos durante todo o roteiro. E isto não é válido só para os restaurantes, albergues, hostels, enfim… Isto sente-se logo no supermercado. Nós usávamos muito o supermercado para fazer compras tipo de lanchinhos, água, sandes para almoço/jantar mais corridos, enfim… E em Amesterdão notámos o quão caras eram as coisas no supermercado. Então, óbvio que se no supermercado as coisas são caras, tudo resto também é.

Que bilhetes eu comprei com antecedência? Eu comprei com dois meses de antecedência os bilhetes para a Casa da Anne Frank (assim que ficaram disponíveis na página do museu) e tem mesmo de ser assim. Não há outra forma de visitar o museu sem ser por compra prévia online. A antecedência é aconselhada porque geralmente esgota com facilidade, mas especialmente para garantirmos o horário que mais nos convém.

Também comprei os bilhetes do cruzeiro com a Blue Boat Company online, mas apercebi-me que dava para fazer na hora e a demanda não é tão grande assim. Aliás, existem imensas companhias que fazem cruzeiro. Dá perfeitamente para comprar lá. Eu comprei porque queria ter tudo organizado, bilhetes impressos, enfim… mas nem tinha hora específica no bilhete. Basicamente podia usar durante todo o dia.

O que eu visitaria se estivesse mais tempo na cidade ou numa próxima visita?

Tinha ido visitar o Rijksmuseum óbvio e o Museu de Van Gogh. São assim os ícones da cidade em termos de arte e, apesar de eu não amar toooodas as obras que estão nos dois museus, tem de facto um acervo muito interessante de artistas da região com algumas obras bem conhecidas.

Numa próxima visita, contudo, quero muito ir aos campos de tulipas e visitar Zaanse Schans com os moinhos de vento e os tamancos típicos. Então, sim, quero voltar, mas mais para ver a restante Holanda do que propriamente para ficar em Amesterdão. Contudo, tenho um Congresso aqui em Abril que ainda estou a ponderar se vou ou não, então logo se vê se no próximo ano vem aí mais dicas de Amesterdão.

Resumindo tudo, eu adorei a cidade, tem pessoas muito simpáticas que realmente estão lá para ajudar se for preciso, muitas bicicletas por tudo quanto é canto e que literalmente atropelam com a maior das facilidades, muito campo ao redor, enfim… Muito bom ir!

Cruzeiro em Amesterdão!

Bem, como já referi em posts anteriores, fazer um cruzeiro em Amesterdão era definitivamente um dos desejos que eu realmente tinha de concretizar. Cada um tem os seus né? No meu caso eu passei muitos anos da minha vida a ver fotos dos canais, fotos dos cruzeiros, enfim… Um cenário bem romântico passava pela minha cabeça cada vez que eu via uma foto ou um vídeo dos cruzeiros nos canais de Amesterdão.

Então eu pesquisei online vários tipos de cruzeiro (que os há para todas as carteiras e para cada gosto e desejo). Eu não ambicionava propriamente com cruzeiros privados, ou com comida a bordo, tipo super exclusivos e tal. Mas compreendo o quão apelativos eles podem ser não é verdade? No meu caso eu simplesmente queria estar num barquinho a passear pelos canais e a aprender um pouco mais da história deles.

E com base nisso, comprei bilhete com a empresa Blue Boat Company, que tem o cais junto ao Hard Rock Café, que fica bem no lado do sinal IAmsterdam, como falei também no post anterior. E porque escolhi esta empresa? Bem, em primeiro lugar porque os preços eram bem competitivos e achei que tinha um tempo de cruzeiro muito bom também (90 minutos). Além disso, eles têm os barcos fechados, mas com uma varandinha nas traseiras que é óptimo se o tempo estiver de chuva e frio, como geralmente está. A varandinha é excelente também porque nos permite sair quando queremos para tirar fotos.

Então eu adorei a escolha que fiz e muito mais depois de ver o quão interessante é o roteiro, que passa pelos vários anéis principais dos canais, explicando quando foi a sua construção e porquê. Por exemplo, Amesterdão está abaixo do nível do mar, então a cidade antigamente era muito cheia de lodo e estava sempre alagada a maior parte do ano. Então uma das coisas que foi feito foi uma comporta que não é deixada aberta ou fechada em diferentes alturas do ano para impedir que a água do mar venha inundar a cidade.

Mas para além disso, construíram-se os vários canais que vemos hoje numa tentativa de canalizar a água, sem inundar por completo toda a cidade, permitindo que pessoas vivessem normalmente ali. Claro que os canais como os vemos hoje não foram construídos todos de uma só vez, mas sim ao longo dos séculos e à medida que a cidade se expandia e crescia.

Além disso, os canais foram muito importantes como defesa da cidade em situação de guerra (tropas do Napoleão), ou mesmo para a vida do dia-a-dia, principalmente para as trocas comerciais. Como Amesterdão sempre foi uma cidade costeira, apesar de não ter a importância e dimensões do que vemos hoje em dia, eram muitos os barcos que passavam por aqui vindos de outros países, e todos os dias desembarcavam nos portos muitos marinheiros.

O cruzeiro não só nos levou pelos canais do centro histórico como também foi até ao rio Reno e deu para ver uma das comportas que são abertas ou fechadas consoante a altura do ano, entre outras variáveis, como as condições atmosféricas.

Foi também interessante ver o quão adaptados os habitantes estão à vida nos canais, porque são centenas de barcos-casa que estão atracados nas margens dos canais em toda a cidade. É incrível como há mesmo várias famílias a viver em barcos. E não pensem que são os mais pobres, ou com menos possibilidades de ter realmente uma casa a sério. Nada disso!

Havia barcos muito bem decorados no interior (muitos tinham as janelas abertas), com um deck cá fora que tinha relva artificial e cadeiras tipo jardim, e muitos ainda aproveitavam o telhado para fazer um mini jardim e plantarem a sua horta. Sim, isso tudo!

Eu fiquei maravilhada com esta parte de Amesterdão. A parte em que se vê creches flutuantes, hotéis flutuantes, lojas flutuantes e, claro, casas-barco normais onde vivem famílias durante todos os dias do ano. É impressionante mas super autêntico! É esta faceta da cidade que contribui para a beleza de Amesterdão, sem dúvida!

Resumindo tudo, eu adorei o cruzeiro, não só pela história que aprendi acerca dos canais e da própria construção da cidade que vemos hoje, mas também por termos oportunidade de ver uma outra parte de Amesterdão que eu não iria se não fosse no cruzeiro.

Aquela parte por detrás da Estação central, onde os canais se ligam ao rio é sem dúvida linda de ver dentro de um barco. Tem ali nas margens os principais museus e construções futurísticas de Amesterdão, como a casa da música, por exemplo, que são super interessantes de ver. E como nós não tínhamos aquela zona incluída no roteiro a pé, adorei fazer o cruzeiro e conhecer aquela parte menos tradicional, mas igualmente linda!

Pelo Bairro Jordaan até ao Rijksmuseum!

O segundo dia por Amesterdão foi mais uma oportunidade para fazermos um género de divagar com propósito. Havia coisas que eu queria ver e/ou fazer, como visitar a Casa de Anne Frank, ou embarcar num cruzeiro pelos canais. Mas entre uma coisa e outra, a cidade tem muito a oferecer e óbviamente que havia alguns bairros ou mercados que eu queria igualmente passar e visitar.

Então o nosso roteiro assim que saímos da Casa de Anne Frank iniciou no Bairro Jordaan, que está logo ali ao lado e que é um dos meus preferidos, logo a seguir à zona da Red Light. Existem poucos sítios ali em Amesterdão que não nos maravilhem e que não sejam aquele cartão-postal que estamos tão habituados a ver em fotos.

Ir percorrendo o bairro, de uma ponta à outra enquanto cruzávamos pontes e canais, conhecíamos novas lojinhas, cafés, víamos fachadas tão pitorescas, enfim… esse era o nosso objetivo da restante manhã. E em Jordaan o grande atrativo são mesmo as lojinhas e os recantos ao longo dos canais. Um dos melhores sítios para passar um final de tarde num café, ou ir às compras em busca de algo diferente, é sem dúvida aqui.

Como a ideia era irmos até à zona do Rijksmuseum, então percorremos o bairro de uma ponta à outra e fomos assim sem pressas, parando de vez em quando numa e outra lojinha ou olhando para as vitrines de outra loja. Foi esse o espírito.

Quando chegámos ao Rijksmuseum uma coisa que reparámos foi que a quantidade de turistas aumentou substancialmente. Então, isso deixou-me a pensar que não é comum encontrar turistas ali pela zona do Jordaan. E realmente o nosso passeio foi bem calminho, com muito pouca gente que se cruzasse connosco.

Mas enfim, o Rijksmuseum, que tem um nome quase impronunciável, é uma das principais estrelas aqui de Amesterdão em termos de arte e se eu tivesse de escolher só um museu de arte da cidade era este que visitava. Tem obras de artistas locais, como Van Gogh, Vermeer ou Rembrandt, o que torna uma atração quase imperdível na cidade.

Como eu tenho falado, visitar museus de arte não era o objetivo desta viagem, apesar de eu ainda ter ponderado ir ao Museu Vang Gogh, porque enfim, é Van Gogh!! Mas pronto, lá me mantive fiel ao propósito original e em vez de entrar no museu, atravessei-o até ao outro lado e fui tirar a famosa foto no sinal IAmesterdam que tem milhentas outras pessoas empoleiradas em todas as letrinhas, tentando a proeza de conseguir a foto mais original.

Mas para quem se desloca até ali e sai frustrado com a sua foto (como eu saí :D) tem de consolação um parque super fofo para poder afogar as mágoas no lago, ou para se sentar numa esplanada a beber para esquecer. Sim, a zona é bem interessante também e tem ali aquela maravilhosa obra arquitectónica que é o palácio onde está o museu, que melhora logo o mau humor de tantas tentativas falhadas em conseguir chegar a pelo menos uma letrinha e tirar foto.

Ok, estou muito repetitiva, mas enfim malta, eu na minha cabeça achava que com tanto metro quadrado que Amesterdão tem, a probabilidade de estarem todos os visitantes ali era baixa ok? Mas não, a hora de ponta é a quase todas as horas do dia e é isto.

Avançando, nós a seguir fomos até ao cais dos barcos para fazer o nosso cruzeiro, que ficava bem na frente do Hard Rock Café. Aquela zona ali também é muito fofa com muitos bares e restaurantes super interessantes e meio no estilo pub. Nem todos os portos dos cruzeiros são ali, aliás depende muito de cada empresa. Por isso, eu vou fazer um post dedicado à experiência de fazer cruzeiro em Amesterdão e conto todas as dicas.

Então, depois de parar para almoçar e fazer um belo cruzeiro pelos canais, ainda nos sobrou muito tempo para visitar mais coisas da cidade. Um dos sítios que eu queria muito visitar era o Mercado das flores porque a Holanda no geral é muito conhecida pelos seus campos de tulipas.

É impossível não imaginar como será um mercado de flores em Amesterdão se o país tem a fama que tem nesta área. Então as expectativas estavam bem altas. Acontece que eu não adorei o mercado. Sei lá, acho que demos um pouco azar com altura do ano em que fomos, talvez. Porque o mercado de flores tinha na sua grande maioria sementes e todos os utensílios necessários para se plantar toda a espécie de tulipa lá no quintal de casa.

Mas flores propriamente ditas, só consegui alegrar os meus olhos em algumas barraquinhas. Poucas, quando falamos numa rua inteira dedicada ao mercado. mas enfim, vi tulipas de todas as cores entre outras flores e já saí contente por isso. Claro que agora o sonho é voltar e visitar os campos de tulipas da região.

Quando saímos do mercado decidimos voltar até ao jardim do Rijksmuseum e sentar por lá enquanto falávamos sobre as muitas aventuras que esperávamos ainda viver durante a viagem, o que mais gostámos em Amesterdão, enfim… fomos saboreando o final do dia com uma sol quentinho e bem gostoso, antes de ser horas de voltar a casa, pegar nas malas e ir apanhar o autocarro até Berlim.

Casa da Anne Frank!

Reservei para o segundo dia aqueles sítios mais emblemáticos que eu queria mesmo visitar. Começámos então o roteiro na Casa da Anne Frank, que fica bem no começo do bairro Jordaan. Para quem se interessa pela 2ª Guerra Mundial concerteza já ouviu falar da menina Anne Frank e do seu diário. Esta é talvez a história mais factual que temos e que retrata bem a tragédia que os judeus viveram na época e como conseguiam sobreviver na clandestinidade, acabando muitos deles por serem descobertos e levados para os campos de concentração.

Anne Frank era uma adolescente judia que vivia normalmente com a sua família na Alemanha até começarem as perseguições aos judeus, com leis que iam saindo diariamente e que só serviam para dificultar cada vez mais a sua vida e impedi-los de sequer ter ligação com os restantes alemães de raça ariana.

E, ao longo dos seus diários, nós vamos percebendo como a vida desta menina e de toda a sua família, se alterou, numa questão de poucos anos. Vamos acompanhando como ela vivia normalmente, frequentando a escola com meninas de todas as raças, até ser obrigada a deixar as suas amigas para trás, a sua casa para trás, e fugir para Amesterdão, numa altura em que a Holanda ainda não estava sob o governo de Hitler.

Em Amesterdão a vida desta família volta à normalidade por alguns anos, mas com o tempo e com o avançar da guerra, Hitler chega à Holanda, como de resto ocupou vários outros países da Europa. E nesta altura toda a família se esconde no anexo da casa onde o pai de Anne Frank tinha o seu negócio, juntamente com outros judeus e não judeus.

E é este anexo que foi transformado posteriormente em museu, por Otto Frank (pai), que foi o único que sobreviveu no campo de concentração de Auschwitz, sendo libertado pelas tropas dos Aliados. A família viveu vários anos escondida no anexo e durante todos estes anos Anne Frank foi escrevendo o dia-a-dia da casa. E impressiona demais perceber a dura realidade que era viver em pânico constante que um dia fossem descobertos, viver em constante sobressalto porque não podiam fazer barulho em circunstância alguma, nem para descarregar o autoclismo.

Entrada do anexo. Foto retirada de: https://www.annefrank.org/en/museum/inside-museum/

Entre Julho de 1942 até Agosto de 1944 a família viveu ali, até serem encontrados pela Gestapo e deportados para o campo de concentração de Auschwitz. Toda a família foi separada e só Otto Frank sobreviveu. Depois de terminar a guerra o diário foi encontrado no anexo e em poucos anos foi publicado para que todos pudessem conhecer o que tinha acontecido a esta menina, mas também a tantos outros judeus que como ela tiveram um final trágico nas suas vidas, sendo ainda hoje impossível saber ao certo quantos judeus morreram. Fala-se em milhares, milhões, enfim… foram muita vidas perdidas.

Quarto de Anne Frank no anexo. Foto retirada de: https://www.annefrank.org/en/anne-frank/anne_frank-the-story-in-brief/

Foi um peso tremendo visitar o anexo, ver todas as fotos, objetos pessoais, vídeos, com toda a história a ser-nos narrada em cada divisão que passávamos. A decoração original foi levada pela Gestapo e Otto nunca quis voltar a decorar o anexo, depois do seu regresso, mas existem fotografias de todas as divisões e de como elas estavam originalmente.

No final está também uma maquete da casa e do anexo, com a decoração original em miniatura. Esta foi a única colaboração em termos de decoração, que Otto deu, para podermos ter alguma ideia de como eles viviam o seu dia-a-dia.

Também no final estão várias fotos de família tiradas ainda antes de fugirem para o anexo e também um vídeo com vários testemunhos e comentários de pessoas que estiveram ligadas à família (desde um antigo namorado de Anne, até uma colega de escola alemã, ou até o próprio Frank a falar). Também participam no vídeo várias personalidades famosas, que ao longo dos anos foram visitando o museu e quiseram falar um pouco do que sentiram, trazendo alguma palavra de confiança para o futuro.

Enfim, visitar a Casa de Anne Frank teve um grande significado para mim por já ter lido o seu diário há muitos anos, ainda era eu própria uma adolescente. Então, quando entrei no anexo e comecei a olhar aquelas divisões e todo o esforço megalómano que aquela família fez, juntamente com todos os seus amigos alemães que estavam a ajudá-los a sobreviver, foi impossível não me emocionar. Porque há coisas que vão muito além da nossa imaginação. A nossa mente simplesmente não consegue explicar nem compreender os horrores sofridos não só pelos judeus mas por todos aqueles que o regime de Hitler decidiu exterminar.

Mas apesar de ser tão difícil ver tudo aquilo, ler livros, ver filmes, ainda assim eu acho que visitar a Casa de Anne Frank é obrigatório para todos. É um lembrete de algo que não está tão longe assim do nosso tempo, e de algo que não queremos que aconteça nas gerações futuras. E a única forma de não repetirmos erros do passado é continuarmos a trazê-los à memória.

E uma coisa que eu refleti muito, não só aqui mas depois em Auschwitz, foi nos horrores que ainda hoje acontecem pelo mundo. Sim, a Europa pode estar a salvo destas perseguições, mas todos os dias ouvimos notícias de tantos outros povos que estão a ser perseguidos nos seus países, que já não são bem-vindos na sua terra, que têm de fugir por causa da guerra, etc etc… São inúmeros casos! Então, o diário de Anne Frank continua a ser atual e uma fonte de inspiração para todos os que ainda hoje sofrem perseguição.

Os bilhetes para visitar a Casa de Anne Frank têm de ser comprados online e com alguma antecedência porque esgotam bem rápido e têm hora marcada. Por isso, se é algo que querem fazer durante a visita a Amesterdão, planeiem bem o dia e reservem os bilhetes o quanto antes. Algumas fotos que eu usei neste post foram retiradas do site do museu porque no interior é expressamente proibido fotografar.

Henri Willig cheese!

Uma das coisas que eu tinha decidido nesta viagem era evitar fazer o convencional e restringir-me a isso. Eu acho que um país, uma cidade, são muito mais que monumentos a visitar e muito mais que museus. Não sei, acho que estou numa fase da vida diferente. Não quer dizer que esteja anti-museu, pelo contrário, visitei vários museus ao longo das semanas, mas sou muito mais rigorosa na seleção dos que quero visitar.

Tudo porque aprendi a amar o outro lado de cada cidade. Aprendi que é fantástico andar pela cidade e conhecer vários recantos diferentes, as fachadas e arquitetura das casas, ou simplesmente a cultura e gastronomia do sítio que estamos a visitar.

Quando pensei em incluir Amesterdão no roteiro, eu sabia que um dia tinha de regressar para dedicar mais tempo a outras vilas mais rurais da Holanda, onde estão os campos das tulipas e os moinhos. Mas algo que eu desconhecia até bem poucos dias antes de viajar era a qualidade dos enchidos da região, especialmente do queijo.

Uns dias antes de embarcar teve um amigo que me deu a dica de ir entrando nas lojinhas de queijo e enchidos e ir provando as várias qualidades diferentes que tinham. E esta era uma boa opção para provar algo delicioso e ir petiscando sem gastar dinheiro. Então eu fui um pouco no deixa ver se é mesmo verdade. E foi!

Perto da Red Light, mas depois descobri que há um pouco espalhado por toda a cidade, estão casinhas super fofas da marca holandesa Henri Willig, que tem os melhores queijos que eu alguma vez comi. Além do produto ser vencedor, com imensas qualidades diferentes de queijo para todos os gostos, eu adorei todo o conceito e a forma como eles apresentam o produto.

Como é algo tão tradicional do país, com uma das três fábricas sediada em Zaanse Schans, que recebe milhares de turistas todos os anos, então eles encontraram uma forma bem tradicional para mostrarem o produto em Amesterdão. As lojas são super fofas, em prédios bem típicos de Amesterdão, lá dentro ainda tem um pequeno museu que explica um pouco o processo de produção do queijo e depois tem umas meninas vestidas a rigor com o traje típico holandês, que servem os vários tipos de queijo.

Não me debrucei muito na história em si da produção dos queijos, até porque fiquei bem interessada em prová-los a todos (ahahah) mas depois de uma breve pesquisa e depois de falar um pouco com uma das meninas da loja, percebi que é um queijo bastante reconhecido na Holanda pela sua qualidade que é atingida através de processos de produção tradicionais, sendo o produto final testado e retestado diversas vezes de forma a garantir o nível alto de qualidade.

Infelizmente visitar a loja ou, para quem tiver oportunidade, uma das fábricas, é quase a única forma de garantir que conseguimos pelo menos testar o produto, porque os queijos da marca não são enviados para fora da Holanda. Eu perguntei e de facto a única hipótese de comprar é mesmo estando ali na loja ou na fábrica.

Para além dos vários queijos e de toda a diversidade ainda conseguiram apresentar mais uns enchidos, como chouriço, etc… Apesar de não ser o foco principal, algo que vemos perfeitamente pela quantidade de oferta de queijo quando comparado aos outros enchidos à venda.

Para os interessados nos queijos, vou já avisando que há de tudo um pouco e até as combinações mais improváveis eu provei. Desde alho com mel, até picante, enfim… são tantos sabores diferentes que não vou arriscar prosseguir. E o melhor é que dá para comprar conjuntos de vários sabores se gostarmos de mais do que um, o que vai decididamente acontecer.

Então, quando estiverem por Amesterdão procurem pelas lojinhas com os mega queijos na porta e nas vitrines. São bem fáceis de achar!

Amesterdão: Red Light District, muito light!

Ah Amesterdão! Quem nunca pensou na cidade como o sítio onde tudo é permitido? Onde as Coffeeshops abundam com muito mais à venda do que só cafézinhos, onde a indústria sexual já está tão normalizada e banalizada que é muito fácil encontrar de tudo, desde show de sexo ao vivo, até às famosas senhoras nas vitrines da luz vermelha. E é isso muitas vezes que passa para fora e acaba por ser quase a razão se se visitar Amesterdão. Mas uma coisa que descobri enquanto lá estive é que Amesterdão é muito mais para além disso.

Há muita beleza em cada esquina, muito museu interessante que pode ser visitado, muita história também. Por outro lado, óbvio que ficamos sempre curiosos de como será a tal Red Light District e como será de facto aquela cultura tão à frente. Então, apesar de não ser o foco principal da visita a Amesterdão, fomos diretos para o centro da Red Light assim que chegámos e a ideia era ter logo um primeiro “choque” cultural. A partir daí queríamos ir andando pelos canais e conhecendo Amesterdão sem pressas.

E eu fiquei super chocada (?) ou surpreendida com a forma como aquela zona está construída. Eu acho que esperava algo mais confinado, tipo uma rua só dedicada àquilo, com luzes vermelhas a sinalizar a entrada na tal zona exclusiva… mas não! Nós saímos do metro e entrámos diretos. Nem vale a pena procurar muito porque é ali, em literalmente várias ruas e ruelas.

Eu entrei logo numa lojinha em busca dos meus habituais ímans de frigorífico e bati de caras com toda a espécie de ímans, toda a espécie de apetrechos sexuais e, claro, rebuçados de canábis, bolo de canábis, enfim… tudo ali exposto, bem na frente de tudo e todos. E pronto, virámos um para o outro e rimos muito porque de facto estávamos em Amesterdão.

Dedicámos a tarde do primeiro dia a andar entre ruas e ruelas, a princípio íamos ficando ali na zona da Red Light, olhando meio parvos e perplexos para as montras, vitrines e todos os néons anunciando todo o tipo de show. Parvos porque apesar de sabermos ao que íamos, acho que nunca podemos esperar totalmente o que vamos encontrar ali em Amesterdão. Rimos muito, sobretudo. Pelo ridículo e surreal de tudo aquilo, por estarmos finalmente aí, por estarmos a iniciar uma viagem fantástica que esperávamos à muito tempo. Enfim… por tudo!

Mas analisando tudo, não vimos nada de chocante de facto. Acho que foi mais a diferença cultural do vale tudo que nos fez sentir aquela sensação de que chegámos a um lugar totalmente diferente. Mas ao mesmo tempo que víamos tudo aquilo, também olhávamos em volta e admirávamos a beleza dos canais, das bicicletas, das flores, as casas pitorescas, as pontes fofas. Está tudo muito misturado e é impossível não adorar e querer percorrer mais ruas e becos duvidosos.

Fomos andando e saímos um pouco fora da zona da Red Light, apesar de ser um bocadinho difícil entender onde exatamente começa e acaba cada zona. Então eu adorei ver as ruas que estava mais próximas da Praça Dam, onde está o Palácio Real. Basicamente fomos andando sem rumo e fomos conhecendo um pouco mais daquela zona sem prestar muita atenção a pontos turísticos. Conhecemos muitas lojinhas de produtos típicos, como as tulipas, os tamancos, e o queijo. Encontrámos algumas lojas só dedicadas à gastronomia holandesa e uma marca de queijos e outros produtos chamou particularmente a atenção pela originalidade. Mas vou falar em exclusivo num outro post.

Deste roteiro meio improvisado do primeiro dia, a Praça Dam e o Palácio foram a estrelas mais turísticas, se bem que não estávamos muito preocupados em marcar ponto nelas. A Praça Dam é uma das mais importantes da capital porque foi aqui que a Holanda celebrou a sua independência e desde aí, várias cerimónias mais importantes para o país são celebradas aqui na praça. O Palácio apesar de ser da realeza e supostamente ser a morada oficial do rei Willem-Alexander, que paga uma renda simbólica, na verdade é utilizado mais como Câmara Municipal e para cerimónias de Estado. Nem o rei mora no palácio, o que torna a visita mais facilitada.

Daqui ainda fomos em direção à Praça Central, onde está a imponente estação central, local onde chegam e partem os comboios de todas as partes do país e mesmo do estrangeiro. A zona é bonita por ser o lugar onde os principais canais se juntam e formam ali um género de um lago que, por sua vez, vai desembocar no rio Reno, que está por detrás da estação. Mas isso só percebemos melhor no dia seguinte quando fomos fazer um cruzeiro pelos canais e ouvimos toda a história.

E é isso, Amesterdão apaixonou-nos logo no primeiro instante, pela diferença que representa mas sobretudo pela beleza da cidade. Óbvio que é super engraçado entrar ali e ver coisas tão diferentes e uma mentalidade tão à frente da nossa, mas ao mesmo tempo ali tudo parece normal e é uma cidade com ar de vila perdida no tempo. Muita coisa meio louca mas muitos recantos lindos e encantadores que nos fazem querer tirar mais uma foto.

O roteiro meio sem nexo do primeiro dia foi a introdução perfeita da cidade. Mesmo tendo como principal objetivo andar pelas ruas, acho que foi exatamente aquilo que precisávamos fazer. Não entrar em stress porque temos de ver isto e aquilo. Não! O dia seguinte foi o bastante para ver cada coisa que eu queria mesmo visitar. Enquanto o primeiro dia foi dedicado a entrar na cultura, a passear sem destino.

Voltei da Eurotrip!

Eu nem sei bem por onde começar! Ainda sinto que estou lá, algures, em algum país. Mas não, já comecei com uma semana bem intensa de trabalho e parece que falta tempo para conseguir partilhar aqui todas as dicas e emoções da viagem. Posso voltar? Bem, a malta precisa trabalhar para voltar a viajar… 🙂

Vou começar do início, lá em Amesterdão. Parece que foi uma eternidade atrás. Bem, quando tudo começou, eu lembro-me de estar muito calma, mas ao mesmo tempo apavorada porque ainda tinha 2 semanas de viagem pela frente, muita coisa que ainda estava uma total incógnita, muita coisa que podia correr bem ou mal. Enfim… Mas decidi encarar com calma e deixar rolar os dias, tentar aproveitar e saborear cada momento, em cada cidade.

E cada cidade foi uma experiência diferente. É incrível como consegui juntar cidades tão diferentes e diversificadas. Cada um tinha coisas para oferecer que a outra a seguir já não tinha. Falar em resumo de todas elas num só post é quase tarefa ingrata porque cada uma deles merece uma atenção especial.

Quando cheguei a Amesterdão acho que foi uma das melhores sensações de toda a viagem. Senti-me quase a levitar enquanto percorria as ruelas e via os canais, as bicicletas, as flores. Estava definitivamente ali!

Em Berlim, o ponto alto foi mesmo ver todos os vestígios do antigo muro. Fiz questão de ir até à East Side Gallery para tomar contacto com a história mas também com a forma com que os habitantes locais e até mesmo artistas estrangeiros encararam o que aconteceu, exprimindo-se no muro.

Em Praga, eu fiquei apaixonada pelas casinhas pitorescas, pelo clima de Outono que deu um toque muito romântico e charmoso à cidade. Apesar da Ponte Carlos estar a abarrotar de turistas no primeiro dia que lá cheguei, mesmo assim acho que a experiência foi maravilhosa.

Em Cracóvia, eu finalmente tive a oportunidade de visitar o campo de concentração de Auschwitz e tomar consciência de uma parte da história que não devemos nunca esquecer. Era um dos sítios que eu mais queria visitar e, apesar de duro, foi uma experiência que sem dúvida mudou a maneira de encarar o mundo.

Em Viena eu engoli todos os preconceitos pré-existentes sobre a cidade. Ah porque é só palácios… Quê??? Eu fiquei furiosa comigo mesma por não conseguir ficar mais uns dias na cidade para poder visitar o museu de arte nacional que fica bem no Quarteirão dos museus e que é um dos melhores do mundo, não consegui ir ver Ópera, e só visitei o Palácio Hofburg. Enfim… Depois de lá estar percebi as maravilhas de Viena e agora estou cheia de vontade de regressar novamente.

Bratislava foi aquela cidade pequena com centrinho antigo super fofo que vale a pena passar e conhecer. A localização é perfeita, mesmo ao lado de Viena e a meio caminho de Budapeste, então sem dúvida que adorei o dia que passei aqui. As fotos falam por si! Apesar de não ter muuuito que ver/fazer, tem uma das cidades antigas mais bonitas da Europa.

E Budapeste, bem, foi um sonho tornado realidade. Infelizmente choveu no segundo dia que estivemos na cidade. Então não consegui fazer mais uns passeios à beira do Danúbio, nem visitar o bairro judeu, mas saí com a sensação de que fiz o que gostava de ter feito e conheci a Budapeste que eu sempre tinha idealizado. Ver o Parlamento foi fantástico, as termas foram divinais, enfim… tudo foi óptimo!

Então resumindo tudo, adorei cada momento da nossa viagem, tanto que penso voltar a fazer roteiros semelhantes em outras zonas da Europa. A única coisa que não volto a repetir são as noites passadas dentro de um autocarro. O dia seguinte era sempre mais cansativo do que umas horas de sono numa cama, por mais pequenas que fossem essas horas.

Visitar tantas cidades diferentes também torna mais dificil saber tudo ao detalhe de tudo o que eu coloco no roteiro. Então requer mais esforço. No dia anterior, tenho de voltar a estudar bem o roteiro do dia seguinte, contactar donos de casas, preparar os bilhetes que vamos precisar, confirmar horários de autocarros, calcular tempos de percursos, etc…

A logística é grande, afinal de contas foram 7 países, 7 cidades. É preciso um trabalho de equipa para tudo correr bem. E, apesar de alguns contratempos, tudo correu bastante bem, tal como tínhamos planeado. Então, contratempos maiores foi o atraso do comboio para Cracóvia (por problemas nos carris), a casa onde ficámos em Praga ficava num 4ºandar e não fomos muito bem recebidos nem tivémos vizinhos “normais” (muito barulho estranho ouvimos nós ahahah), e a casa de Cracóvia foi cancelada na véspera e acabámos por reservar outra bem melhor mais ou menos pelo mesmo valor.

Mas em todos os contratempos conseguimos dar a volta. Afinal de contas, que viagem não tem um ou outro contratempo? No final, o que importa é a experiência e as memórias que trazemos connosco. E essas foram para lá de positivas. Demos por nós no último dia a questionarmo-nos se faríamos mais uma semana e para onde. E, apesar de querer muito a minha caminha, continuava de bom grado a desbravar caminho.

Se ficaríamos mais tempo em cada país e se ficámos com pena de não ver isto ou aquilo? Claro que há sempre uma ou outra coisa que se tivesse mais tempo tinha ido ver mas… nós tínhamos definido um objetivo na viagem. E o objetivo não era passar o tempo a ver todos os museus de todas as cidades, era sim ver aqueles que nos diziam algo, e passar muito tempo nas ruas a ver a arquitectura dos sítios e a tomar consciência da cultura de cada cidade.

Então, tirando Viena, pelas razões que falei em cima, porque me surpreendeu bastante, não houve outra cidade que eu tivesse ficado com pena de não ter mais dias por lá, ou que queira muito regressar em breve. Eu sei que, eventualmente, no futuro, irei regressar a algumas destas cidades, mas para já, eu adorei o que vi e fiz.

E é isso! Mais dicas e, claro, o roteiro completo, vão começar a sair nos próximos dias! 🙂

PS: Consegui andar 15 dias com mala de cabine e mochila. Sou a maior!!!! Depois disto acho que vou arrumar as minhas malas de porão once and for all! 😀 Dicas em breveee!

O meu Roteiro de bus pela Europa!

Eu tenho várias viagens e vários roteiros que gostava um dia de fazer. São tantos que não há fim à vista e é uma lista que não pára de aumentar à medida que vou conhecendo novas culturas. Mas há sempre aquele roteiro que encaixa perfeitamente com certos momentos da nossa vida ou que estamos especialmente a fim de experimentar.

Conhecer a Europa sempre esteve nos planos não fosse eu uma apaixonada por arte, cultura, história,… O grande senão são os preços das passagens para várias capitais europeias. Se formos a somar viagens específicas para cada capital/cidade, fica um valor astronómico.

Então, eu decidi fazer um super roteiro pela Europa, género InterRail, mas de autocarro. E no percurso de todo o planeamento eu descobri que os preços dos autocarros são suuuper em conta e algumas vezes até permite fazer viagem noturna e economizar na estadia. Óbvio que vai ser mais uma daquelas viagens insanas e cansativas para juntar a todas as outras que eu já fiz até hoje. Mas de caras que vou adorar cada segundo.

O roteiro que montei foi todo virado para as cidades que estiveram mais no foco da Segunda Guerra Mundial. Como eu falei acima, história sempre foi uma das minhas grandes paixões e eu já perdi a conta ao documentários que vi e livros que li, sobre esta guerra.

Sei que cada cidade vai ter mais para ver e fazer para além da história e museus que possam estar relacionados com a 2ª Guerra Mundial, mas sem dúvida que o grande foco desta viagem vai ser esse. Por outro lado, visitar regiões europeias com uma cultura tão diferente da minha vai ser outro ponto alto. Mesmo estando no mesmo continente, não há dúvida que cada zona da Europa tem as suas características distintas. Já estive a viver na Escandinávia e achei um povo completamente diferente em tantos aspetos. Já visitei países aqui mais perto de mim e encontrei diferenças também. Por isso, conjugar o Norte da Europa com o Centro e Leste vai ser uma experiência e tanto. Inesquecível!

Vou ficar 2 dias em cada cidade, com excepção de Bratislava, onde só fico um dia. Mas acho que vai ser o ideal para conhecer exatamente aquilo que pretendo. Vai haver cidades onde eu vou visitar mais museus/palácios do que outras. Há cidades onde o meu único objetivo é andar pelas ruas e mergulhar na cultura e vida do povo. Berlim é um exemplo claro disso. Enquanto que em Viena eu já vou adorar entrar em vários palácios, porque são eles que fizeram e continuam a moldar aquela região.

Então, não estou minimamente triste com o tempo que tenho em cada sítio e vou manter-me objetiva neste aspeto. O que eu quero mesmo visitar nesta cidade? Será que há um museu específico que quero ver? Ou quero conhecer antes os bairros? Ou quero conhecer os mercados? Ou quero fazer Spa? (Budapeste!!!!! :D) E é isso! No fundo para mim vai ser uma questão de estabelecer os meus objetivos de viagem e saber que não vai dar para ver tuuuudo em cada sítio. Mas vai dar para ver exatamente aquilo que eu quero.

Detalhes do roteiro vou dar no final, quando perceber o que deu e não deu certo, mas por agora não quis deixar de dar uma primeira visão dos sítios por onde vou passar. 🙂

 

Amesterdão (2 dias) – Casa da Anne Frank está claramente na lista mais um cruzeiro pelos canais. Mas de resto vai ser um deixa rolar até porque a cidade é linda só por si. À parte de todo o mercado sexual que está intimamente relacionado com Amesterdão, a verdade é que esse não integra de todo os objetivos da viagem.

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Berlim (2 dias) – Tem cidade mais ligada à 2ª Guerra Mundial que esta? Huuum, pois! Um dos pontos altos será mesmo andar pelas ruas, pelo muro de Berlim, pelo museu a céu aberto que é a cidade.

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Praga (2 dias) – Uma das cidades mais bonitas da Europa sem dúvida! E tudo isso é grátis, basta andar pelas ruelas e temos a visão magnífica da cidade e do que ela tem para dar. Não podia deixar de incluir no roteiro uma das cidades que estão na wish-list faz tempo.

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Cracóvia (2 dias) – Não é a capital da Polónia mas é a cidade base perfeita para visitar o campo de concentração mais conhecido dos tempos da 2ª Guerra – Auschwitz. Tenho de me preparar mentalmente e emocionalmente para esta visita, mas por outro lado, como é possível não visitar? Vai ser duro, mas vai ser algo que me vai marcar profundamente. Disso não tenho dúvidas.

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Viena (2 dias) – Terra dos palácios, príncipes e princesas. Oh quanta cultura e sofisticação se respira aqui. O difícil é tentar fazer seleção dos palácios a visitar. Viena nunca me despertou tanta atenção como a vizinha Praga, mas quando comecei a pesquisar mais acerca da cidade acabei por ficar apaixonada.

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Bratislava (1 dia) – Bratislava foi incluída no roteiro por estar mesmo no caminho entre Viena e Budapeste (paragem final). Então porque não fazer uma visitinha a esta cidade, capital da Eslováquia? Verdade que muitas vezes fica esquecida ali no meio dos gigantes vizinhos, mas quando estamos tão perto não há como não parar. Estou na expectativa para esta visita. Será que vai surpreender?

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Budapeste (2,5 dias) – E para finalizar, outra das minhas cidades queridas, que há muito estava na wish-list. O Parlamento e as termas vão ser definitivamente os pontos altos da visita, mas há um sem número de lugares maravilhosos nesta cidade. E o fantástico é que ela até é bem condensada.

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E pronto, falta pouco mais de um mês para as minhas férias e para finalmente conhecer estes lugares fantásticos. Tenho tudo reservado, tudo comprado, até mesmo os bilhetes de museus, palácios, excursões, enfim….tudo! Só falta mesmo embarcar!

E não vejo a hora!!! Oh como estou ansiosa. Agora pormenor maravilhoso – vou andar 15 dias com uma mala de cabine SÓ!!! CORAGEM!! Ahahaha Mas eu vou contando tudo por aqui, angústias e alegrias, tudo. 😉