Reims é uma das cidades epicentro da região do Champanhe e como é lógico reúne algumas das mais famosas marcas de champanhe não só de França, mas do mundo. Visitar as caves nunca tinha estado na minha lista, até ver algumas fotos e ficar apaixonada com a grandiosidade do espaço. Como é possível que o champanhe fique tantos anos em caves construídas no tempo dos monges com tantos metros de profundidade e condições específicas de pressão, humidade e temperatura?
Enfim, é isso tudo e muito mais! As caves têm uma história super interessante que remonta ao início, quando o champanhe começou a ser produzido por monges que habitavam o mosteiro da região e que infelizmente foi completamente destruído na guerra. Hoje sobram túneis quilométricos a perder de vista que são utilizados pelas principais produtoras da região para “guardarem” as garrafas.
Caves Taittinger:
Eu reservei online, com alguma antecedência, a visita às caves Taittinger e não tinha intenção de fazer visita guiada a mais nenhuma. Tentei escolher a que eu achei ser mais autêntica, com as caves mais bonitinhas e uma história mais antiga e interessante. E voilá, o resultado foi a Taittinger.
Então a nossa tarde iniciou bem cedo com a visita guiada que tínhamos pré-reservado online. E atenção que aqui é muito importante reservar com antecedência mesmo até porque não há assim tantas visitas por dia em inglês, por exemplo, e é a nossa única garantia de que ficamos com o dia e hora do nosso agrado. Para mim era essencial e acredito que para mais visitantes, que estão poucos dias na zona, seja igualmente importante reservar para aquele dia que tínhamos planeado.
Bom, mas voltando à visita, ela começou com um pequeno filme que contou a história da marca e como é que o champanhe começou inicialmente a ser produzido na região. E tudo começou pelos monges que tínham túneis de uma extensão enorme, onde costumavam rezar e foi aí que começaram também a produzir vinho.
Hoje em dia os túneis estão literalmente a cobrir todo o subterrâneo da cidade de Reims e pertencem a várias produtoras conhecidas. O túnel que visitamos é um dos mais pequenos mas mesmo assim tem vários quilómetro de comprimento. O túnel maior da marca não está aberto a visitação porque é utilizado diariamente pelos trabalhadores na produção do champanhe.
Ter ouvido acerca da produção do champanhe foi igualmente interessante. Saber que o segredo da sua cor, pressão, etc… está muito relacionado com a capacidade de manter a mesma temperatura de 16ºC e humidade, tendo o cuidado de manter aquela luminosidade baixa com lâmpadas específicas para não aumentar a temperatura. Para além das paredes da cave que têm de ser de um material capaz de absorver a humidade e voltar a enviá-la, para desta forma manter tudo bem constante. Ufa!!!
Outro facto bem interessante é o tempo que as garrafas são mantidas nas caves (5 anos) sendo periodicamente rodadas e gradualmente inclinadas com um ângulo cada vez maior, para que o sedimento possa vir deslizando até à rolha e no fim extraírem facilmente através de um processo que envolve congelamento. Desta forma, conseguem garantir aquela transparência do champanhe.
Aprendi mais acerca de castas e que o champanhe não provém só de uma, mas de uma mistura de castas, de forma a dar origem às diversas gamas que existem na marca. Além de a uva ser originária de várias plantações diferentes que a marca tem espalhadas pela região do Champanhe-Ardenne.
Enfim, foi muito bom aprender imenso acerca da história e origem do champanhe mas também aprender como ele é feito. O Taittinger é o champanhe oficial do Mundial da Rússia e já antes tinha sido também. Então, estão reunidas várias condições favoráveis para que esta cave seja escolha certeira quando procuramos apenas uma marca para visita guiada.
Veuve Clicquot:
Quando saímos da visita anterior e fizémos a prova, achámos que seria muito desperdício estar ali e não visitar outras produtoras, mesmo que apenas tivéssemos a intenção de provar um champanhe e pronto.
Então seguimos e fomos até à Veuve Clicquot, que está no mesmo quarteirão e é uma Maison diferente da anterior. Parece um pouco mais requintada, mas o que eu gostei mesmo foi daquele barzinho que eles têm no jardim em frente à entrada e que permite que provemos o nosso copo de champanhe nas calmas, ao mesmo tempo que curtimos o Sol e a temperatura amena.
Apesar de não conhecido a fundo a história desta marca, adorei sentar na boutique e ficar a discutir diferenças de castas. Ahahah mesmo qeu ainda não entendêssemos grande coisa de champanhe.
Nesta Maison nó decidimos experimentar algo diferente e pedimos um champanhe rosé, tendo sido explicado que a principal diferença é a adição de vinho tinto, o que dá não só a cor mas também aromas mais frutados. Confere!!
Pommery:
Se as Maison anteriores eram luxuosas, esta concerteza vai deixar qualquer um de queixo caído assim que chegar no portão da frente. A Pommery é um autêntico palácio, não fosse os seu donos pessoas importantes e influentes.
Ela fica bem próxima das restantes caves que fomos visitar neste dia, o que tornou uma paragem por lá essencial e obrigatória. A Pommery tem também a Demoiselle como sua pertença e uma história que relaciona as duas residências. Então nós fomos antes em direção ao palacete da Demoiselle e fizémos por lá a nossa prova de champanhe no pátio.
E eu adorei a simpatia de quem nos atendeu. Serviu-nos dois copos diferentes de champanhe Demoiselle com duas gamas diferentes (bruto e diamante) pelo preço de um! Aparentemente não estão muito habituados a terem clientes interessados em apenas provar os seus champanhes e daí a borla.
Eu fiquei encantada com o palacete, que tinha bilhete de visita vendido à parte das Caves Pommery. Se fosse com mais tempo tinha considerado uma visita, sem dúvida!
E é isso, estas três Maisons foram as escolhidas para umas paragens ao longo da tarde, tarde essa que foi bem descontraída e onde o foco principal foi aprender mais da produção de champanhe, enquanto provávamos vários estilos e gamas diferentes.