Cruzeiros na Escandinávia: Rota Estocolmo-Helsínquia

Em primeiro lugar importa referir que não é um cruzeiro luxo como se poderia esperar dado o nome. Mas, para quem nunca tinha dado o gosto de viajar em cruzeiro, digo que me surpreendeu pela positiva e já valeu como primeira experiência. Claro que, dado ser tão corriqueiro entre os estudantes lá da residência, era quase impossível escapar de fazer pelo menos uma viagem.

A moda é alugar as cabines mais baratuchas, que têm 4 camas, e dormir todos juntos (4) na mesma cabine. O meu plano inicial era dormirmos 3 na cabine, mas depois como tinha falado no outro post, a minha colega de Santarém perdeu o barco, então fomos só duas. Mas mesmo assim, eu adorei tudo e só paguei 20€, porque o preço final da cabine era 40€.

Só abrimos as duas camas de baixo dos beliches e foi preferível porque o sítio é realmente apertado para mais do que 2 pessoas. A cabine é apertada e eu não sei como alguém é capaz de subir para as camas de cima sinceramente. Pelo menos a tarefa para mim era impossível. Sou demasiado pequena para isso.

Então só abrimos uma cama de cima na hora de irmos deitar, para podermos pôr as tralhas todos lá em cima, sem esturvar o pouco espaço livre que nos sobrava. A casa de banho também é uma anedota porque não é muito maior que a de um avião. Então já estão a ver o filme.

O melhor mesmo é o espírito deste tipo de cruzeiro, e com malta nova e estudante, então ainda melhor. Eu não fui num grupo grande mas mesmo assim já foi uma experiência super top. Dentro do cruzeiro basicamente há tudo o que há num cruzeiro normal, só que não em larga escala. Também as tarifas são próprias de uma zona escandinava, então pronto, não dá para grandes voos. mesmo assim ainda aproveitámos bem, juntamente com as nossas botas de neve (cara de pau, nem sequer tínhamos pensado no pormenor do dress code).

Sim, com a azáfama da neve nem nos lembrámos que o ambiente seria de luxo qb neste tipo de sítios e então lá fomos nós curtir a noite com botinha de neve e casacão de neve. Claro que passámos vergonha, mas não acredito que a maior parte dos que nos rodeavam tenha percebido porque a bebida ali faz efeito muito rápido! Mesmoo!

Então fomos dar umas voltas pelo cruzeiro e amámos cada pedacinho. Apanhámos também a passagem de dia para noite, com pôr-do-sol, duas vezes na viagem, então adorámos percorrer todos os recantos com janelas e varanda para tirar muitas fotos.

Andei por todo o lado, e depois de escurecer andámos pelos corredores, fomos à sauna, demos um pulo à zona de restaurantes para jantarmos quais ladys e ainda fomos para a zona do casino/bar/sala de espectáculo (tudo junto), para observar o movimento e nos divertirmos com o show tipo cabaret.

Na noite seguinte demos também um pulo à discoteca, mas o ambiente estava tão parado que fomos novamente parar na sala de espectáculo. Vimos o mesmo espectáculo novamente mas não há problema porque as pessoas são sempre diferentes e a animação que se segue também depende do tipo de pessoas que está a assistir.

Comprar os bilhetes é muito fácil. O bilhete Suécia-Finlândia é comprado no site da Viking, que é a companhia de cruzeiros que faz esta travessia. Mas há outras travessias que se podem fazer entre os países banhados pelo Mar Báltico. Eu tinha ideia de visitar também a Estónia, por exemplo, mas depois fomos embora nas férias da Páscoa e já não fomos a mais nenhum país dali.

Isto porque os preços são variáveis consoante a altura do ano. Quanto mais próximo estiver da Primavera/Verão mais caras começam a ser as cabines e aí já pode não compensar fazer o cruzeiro. Depende muito e o ideal é pesquisar bem no site de cada companhia de cruzeiro, que eles chamam ferry.

O ideal é mesmo ir à página da companhia e escolher a travessia e a data pretendida. Depois é só jogar nas datas para encontrar o que mais convém. A travessia mais barata na altura que comprei foi mesmo esta da Suécia-Finlândia, talvez porque Helsínquia não é um destino muito turístico, mas mais uma entrada conveniente no país.

Os portos de embarque podem não ser totalmente fáceis de identificar, é preciso, na altura da compra, estar bem atento ao porto de embarque que vem na página da internet.  Chegar 30 minutos antes também é uma óptima ajuda para tentar encontrar o sítio certo e para andar muito, se não se encontrar à primeira. O porto da Viking em Estocolmo é o mais afastado de todos, para quem sai no metro, então ainda se anda bastante até lá chegar.

Helsínquia no clima de Inverno!

A viagem foi feita em Fevereiro e, pelas fotos dá bem para ver o clima de Inverno, que eu falo no título. Foi uma viagem de fim-de-semana, para comemorar a saída do primeiro estágio, com a avaliação final, e a entrada no estágio seguinte. Estávamos quase quase de partida para Portugal, celebrar a Páscoa com a famelga, e ainda estávamos sem responsabilidades nenhumas de relatório e afins.

Então a viagem foi pensada pensada, mas só na própria Sexta, horas antes de sair de Estocolmo, é que eu comprei os bilhetes e fomos as duas, porque o terceiro elemento, a tal amiga de Santarém que conheci em Estocolmo, atrasou-se nos transportes e perdeu o barco.

Foi a minha primeiríssima experiência de cruzeiro também e de viagem maluca, sem qualquer tipo de planeamento. Até aqui eu sempre planeava tudo até ao mais ínfimo pormenor, e conhecia sempre a cidade de todos os ângulos. Pois, mas a viagem à Finlândia veio mudar tudo isso e mostrar que em poucas horas se monta um roteiro e sai tudo certinho, como se tivesse demorado horas a planear.

Na realidade eu continuo um pouco céptica quando se trata de ir para uma cidade muito turística, onde há muita coisa para ver e um roteiro faz sempre a diferença. Por mais simples que seja! Mas isso são assuntos para próximos posts! 🙂

Assim que o cruzeiro atracou nós saímos logo cedinho para usufruir do único dia que tínhamos em Helsínquia. Se foi pouco? Nada disso! Eu acho que Helsínquia está naquela lista de cidade que vi e está vista. Não há nada de novo que possa oferecer. E um dia pela cidade dá perfeitamente para visitar tudo o que de melhor ela tem para dar. Claro que não vi tuuudo, mas vi o essencial e que melhor representa a cultura do país, sem dúvida.

Então começámos o dia pela praça principal da cidade, mesmo junto ao mar. Estava lá um mercado super giro cheio de coisas tradicionais próprias da Escandinávia. Era desde os chapéus russos, até às bugigangas que os turistas adoram, mais cachecóis e gorros, comida quentinha para aquecer do frio. E muito mais! Demos uma volta por ali e depois ao final da tarde ainda deu para tirar mais umas fotos engraçadas com os barretes e também para comprar as nossas lembranças.

Mas a primeira paragem turística foi mesmo a Catedral Ortodoxa Uspenski Cathedral, que fica mesmo no alto do monte. Com o ar de Inverno ela está rodeada de neve, então dá um certo clima interesante, assim como visitar qualquer outra cidade/monumento nestas circunstâncias.

A subida para aqui foi super engraçada porque fomos justamente pelo caminho mais íngreme, cheio de neve e gelo. Ainda tive de ir ajudar outro rapaz, que teve a mesma infeliz ideia, porque ele estava prestes a escaqueirar-se lá em baixo, na estrada. 😀

Daqui até à Catedral Luterana, toda branquinha, vai um pulinho. Ela está também no alto, logo ao lado da outra Catedral, mas desta vez tem uma escadaria em frente para quem a quiser visitar por dentro. Desta vez não fomos ver a Catedral por dentro e ficámos mesmo ali pela praça enorme a ver os turistas que iam chegando. Até que nos enfiámos numa loja que tinha umas lembranças bem engraçadas e foi a nossa perdição.

Daqui começámos a subir a praça central, e depois no final virámos à direita para começar a subir a grande avenida que está cheia de coisinhas interessantes. Logo ali está o Museu Kiasma, que tem umas exposições interessantes de arte moderna. Claro que não é nada muito conhecido, nem foi ponto de paragem para mim, mas quem estiver com mais tempo e seja interessado no tema, sempre pode dar uma espreitadela.

Daqui para a frente é tudo também pertinho umas coisas das outras. O Parlamento está logo ali e de seguida o Museu Nacional também. Quanto ao Parlamento as visitas são sempre aquela complicação e Museus Nacionais eu já vinha escaldada com o de Estocolmo então achámos que era melhor seguir em frente. Eu depois mostro o de Estocolmo e vão-me dar razão, garanto!

Dali até à próxima igreja não é longe, mas o caminho é por ruas e mais ruas. Então ainda deu para pararmos em algumas lojas e também tirarmos fotos no meio dos prédios, onde a neve é mais abundante por causa de estar sempre à sombra. A igreja que está mesmo no meio das casas pode não ser aquele ponto turístico, nem me lembro já do nome dela, mas que é a mais diferente que vi até agora, isso é!!!

A igreja está construída na rocha mesmo, com umas janelas no topo para entrar a luz. Então, sem imagens já dá para ter uma ideia de como ela é por dentro. Apesar de que por fora parece que nos vamos enfiar numa gruta mega artificial, a verdade é que o interior é muito interessante e tem uma acústica óptima!

Daqui voltámos para a praça central, onde lanchámos num café tão sofisticado que pedia 7€ por uma fatia de bolo. É daquelas praças que são zona chique da cidade, ponto alto, onde todos os turistas devem ter paragem obrigatória, muito por causa dos cruzeiros pararem aqui. Então eles aproveitam-se e bem, mesmo dos pobres – nós!!

Já no final de tarde fomos até ao jardim que está na margem oposta onde o nosso barco atracou e daqui captámos umas fotos bem engraçadas, tanto do cruzeiro, como das igrejas que tínhamos visitado de manhã. Também andámos até às traseiras da Catedral Ortodoxa, e deparámo-nos com uma enorme zona de rio, completamente congelado, onde as pessoas andavam por cima a esquiar, outras a correr, crianças a brincar, etc..

E então não resistimos e fomos até lá, com o coração a saltar porque pela primeira vez estávamos a caminhar por cima de água. Óbvio que em cima da água estavam camadas e camadas grossas de neve e gelo, mas sei lá né? Na altura a excitação é tanta que isso passa ao lado. Ahahah

Voltámos para o nosso cruzeiro e assim se passou o nosso dia por Helsínquia!