Reino de Castela e Leão: roteiro e dicas!

Bem, para acabar de vez com a série de posts, até porque já mostrei cada detalhe do que vimos, eu decidi fazer um post que englobasse as duas coisas: roteiro e dicas de viagem. Só porque o roteiro não foi muito extenso e eu acabei por falar acerca dele nos posts anteriores. Um pouco espalhado, mas está lá!

Roteiro:

O nosso primeiro dia foi também o dia da viagem. Então passámos metade do dia a viajar até Ávila, onde tinha alugado casa e a outra metade a passear pela cidade. Como Ávila é bem pequena, toda muralhada e tal, acabou por não ser pouco tempo, na minha opinião.

Eu visitei a Catedral por dentro e ainda conseguimos dar uma volta pela ruelas de Segóvia, que está cheia de pequenas igrejinhas. Como a cidade é medieval, a graça está em visitarmos a cidade em si e não tanto em batermos ponto turístico em cada igreja que passamos.

No segundo dia já acordámos cedo e fomos até Segóvia, que já tem uma dimensão maior e mais coisas para ver. Além de passearmos muito pelas ruelas também, coisa que eu acho fundamental, visitámos o Alcázar, a Catedral e o Aqueduto.

Pelo meio fomos passando por praças e recantos muito interessantes e simpáticos, e sobretudo fiquei apaixonada pelas fachadas das casas. Tanto estas como as de Salamanca são qualquer coisa de pitoresco!

No terceiro dia, era também o dia que íamos voltar a casa. Então, depois de carregar as malas de volta no carro, fomos até Salamanca, que fica no caminho para Portugal. Salamanca é a capital da província, então é de todas as cidades a que tem maior dimensão e, consequentemente, mais coisas para ver.

Mas como está tudo compacto, acabámos por fazer um roteiro simples que permitiu ver tudo em 6horas, e ao final da tarde já estávamos a regressar a Portugal. O roteiro completo está no post de Salamanca, mas basicamente visitámos as Catedrais Velha e Nova e passámos por vários ícones da cidade histórica, como é o caso da Plaza Mayor.

Dicas de viagem:

  1. Alojamento:

Com tanta azáfama da viagem, desta vez nem tirei fotos à casa, mas vou buscar algumas que estão no site e mostro. Nós alugámos casa, o que se tornou a decisão mais acertada! Por várias razões! Íamos andar a saltitar de cidade em cidade, éramos um grupo de 5 pessoas e queríamos poder conviver, fazer comida, etc… Acima de tudo, queríamos também poupar alguns trocos e fazer a festa na mesma.

E conseguimos isso tudo. A casa era uma vivenda germinada, num lugar super sossegado. Tínhamos imenso espaço, porque haviam 3 quartos, mais uma sala e cozinha com óptimas áreas. E ainda garagem e quintal! O que podíamos querer mais?

Passámos momentos de serão óptimos e super divertidos e só sobrou um vídeo para contar a história. Infelizmente não tenho tido muito tempo para edições de vídeo, então pode ser que algum dia ele surja por aqui. 🙂

2. Supermercado:

De pôr os cabelos em pé foi na hora das compras de supermercado para abastecermos a casa. Tudo fechado, só na Segunda é que abriu. Ávila estava em festa no Sábado, aparentemente um feriado qualquer. Tudo fechado!! Domingo é Domingo para os espanhóis, de maneira que segue o mesmo ritmo. Tudo Fechado!!!

E nós a querermos comprar alguma coisa para cozinhar tivémos que ir até às lojas de conveniência dos chineses para comprar alguma coisa. Tudo se conseguiu é certo, mas depois de uma boa dose de nervos e depois de andarmos às voltas em Ávila para conseguirmos encontrar a tal loja de conveniência.

3. Restaurantes:

Em Segóvia fomos a um restaurante na transversal que fica na Plaza Maior, mesmo em frente à Catedral. Havia um senhor nas arcadas a mostrar menus e nós lá demos uma olhadela. De repente ele começa a falar português e nós ficámos rendidos obviamente. Deu-nos umas dicas e como os menus eram baratos, lá fomos nós.

O aspecto era óptimo, com uma decoração muito à pub. Na hora que fomos estava relativamente calmo e fomos rapidamente servidos. Fiz uma segunda tentativa pela paella (depois da miséria em Cáceres) e desta vez estava divinal. No final ainda comi um doce típico de Segóvia, que também estava excelente. E quando veio a conta, então, agradecemos o achado!

Em Salamanca, apesar de haver mais possibilidades económicas eram muito na linha estudantil. Quase do fast food. Para nós que queríamos experimentar mais umas iguarias espanholas, acabámos por pagar um pouco mais mas com uma qualidade que deixou a desejar, num restaurante nas costas da Casa das Conchas, ali no meio das universidades.

Então, eu acho que depende muito do sítio que vamos. Salamanca, apesar de mais estudantil é também mais turística e acabamos por levar com isso. Aqui eu comi um prato típico, que era à base de batata meio esmagada com torresmo. Não apontei o nome…

4. De carro: Lisboa-Castela e Leão-Lisboa:

O preço do gasóleo em Espanha é uma verdadeira pechincha e Espanha é já aqui ao lado. Então porque não nos aventurarmos pelas cidades e regiões mais perto da fronteira? Até aqui tudo bem, mas atenção ao tempo da viagem. Eu também achava que não ia ser nada de especial. Mas foram quase 5 horas de viagem!

A viagem de ida foi o pior, com aquela ânsia de lá chegar. Nunca mais lá chegávamos!!!! Gente, eu não sei, mas a sensação que dá é que estamos a ir para o final do mundo. Onde já nem passa carros para ficarmos mais descansados. E como fizémos um género de corta-mato, para não ter de ir a Salamanca, para ir a Ávila, acabámos por sair da auto-estrada e passar por cada vilarejo e cada estrada…

A vantagem é que a região é linda, cheia de paisagens magníficas. Passamos por uma zona de estância de ski, então temos fotos lindas das montanhas cheias de neve. Além disso, foram muitos os animas (sobretudo vacas), pontes medievais, rios, etc…

Resultado: parámos muito para tirar fotos e com isso também demorámos no tempo da viagem. Para lá fomos a maior parte do tempo por Espanha, enquanto que no caminho de regresso, entrámos mais cedo em Portugal. Foi por engano, mas ainda assim valeu a pena pelas paisagens e lugares que descobrimos, assim meio perdidos em vilarejos também.

 

Catedrais de Salamanca!

Salamanca é uma cidade fascinante e, por isso mesmo, não tem só uma catedral, mas duas. A velha e a nova, construídas uma ao lado da outra e com bilhete e porta única de entrada. A visita começa pela Catedral Nova, que mais uma vez é uma maravilha arquitectónica.

O interior é enorme, mas desta vez foi-nos dado um telefone guia que eu sempre detestei e gozei com cada turista que via a fazer figuras. Desta vez calhou a mim e lá fui eu com o guia na orelha a ouvir cada pedaço da história do lugar.

O que numa catedral daquele tamanho é obra e depressa nos cansámos de ouvir a história de cada uma das muitas capelas em volta da catedral. Então, dei uma volta mais rápida na periferia e gastei as minhas energias a ouvir as explicações acerca dos órgãos, coro e altar.

Para completar a habitual arquitectura super rica e cheia de detalhes impressionantes que normalmente as catedrais nos habituam, esta aqui, em específico, tinha uma espécie de segredo nas alturas.

Mesmo em frente ao altar, se olharmos para cima, vemos uma cúpula fascinante, com pinturas de cair o queixo. Eles até puseram um espelho cá em baixo, para nós conseguirmos analisar tudinho ao detalhe sem estar com a cabeça levantada tanto tempo. Ahaha

Mas como eu sou para o pequena, não tive outro remédio senão levantar a cabeça e admirar aquelas pinturas espectaculares. Quem o pintou foi Florentino e as cenas representam a história do Juízo Final.

Eu achei daquelas surpresas e tanto, já que não é muito falado e no guia que eu trago até nem fala muito da abóbada. Mas é algo que surpreende, sem dúvida!

Depois de andarmos pela Catedral Nova, fomos até à entrada para a velha, que fica numa das pontas. Ela foi construída no século XII e XIII, ao contrário da nova que foi nos séculos XVI a XVIII.

É claro que a velha não tem a imponência que vemos e sentimos na nova. É bem mais pequena e tem um aspecto bem medieval, totalmente diferente do que vemos na nova, com imensas pinturas e detalhes.

Contudo, eu acho que foi soberbo terem mantido a catedral velha e construírem a nova ao lado, permitindo que pudéssemos passar pelo recente para depois vermos a parte antiga. Isso faz com que olhemos para a catedral velha com outros olhos. E admiremos o quanto tem resistido aos anos.

Daqui a visita segue para o claustro, onde estão algumas capelas, umas mais conhecidas que outras. Esta é talvez a parte mais estranha, porque as pedras túmulares já têm anos!!! E muitas já nem estão bem fechadas. Além disso, o espaço tem mesmo cara daquilo que é.

Mas uma das salas tem um livro daqueles mesmo antigos, bem grandes, que vale a pena dar uma vista de olhos. Mais uma preciosidade que nos mostra bem a realidade de séculos atrás.

Salamanca, a cidade dos estudantes!

Salamanca foi a cidade maior que visitámos na região de Castela e Leão e era aquela que eu estava mais expectante, tendo em conta que está cheia de catedrais, mosteiros, igrejinhas. Quase uma em cada rua. E cada uma delas com uma fachada mais bonita que a seguinte. Quase dava gosto só ficar na parte de fora a apreciar a arquitectura tão complexa.

No final das contas achei que Salamanca tem tudo a ver com Coimbra, em termos de espirito académico, ambiente que se vive nas ruas, muitos estudantes em todo o lado e até o estilo de monumentos é parecido. Quase que o mapa da cidade tem semelhanças também. É muito sobe e desce, ruelas inclinadas e faculdades muito próximas umas das outras com uma praça enorme no centro, onde estão as catedrais, Velha e Nova.

A cidade antiga não é grande e um dia chega bem para percorrermos tudo nas calmas e até entrar em cada canto, se quisermos. Não foi o nosso caso, já que eu priorizei a entrada nas Catedrais e o resto seria lucro. Não estávamos muito na onda de gastar dinheiro em abundância com esta viagem.

Então eu segui o roteiro que o meu guia recomendava e que começava logo no sítio onde tínhamos estacionado o carro, junto ao Convento de São Estevão. Adorei a fachada desta igreja,mesmo!!

Fiquei totalmente embasbacada a olhar para os detalhes exteriores dela. E foi daquelas situações que me senti mesmo tentada em entrar e ver também o interior. Mas aí decidi esperar até ao fim do passeio e ver se sobravam energias.

Subindo a rua até à Plaza Mayor passámos pela Torre del Clavero, que data do século XV. Mas a verdadeira beleza de Salamanca está nas ruas em volta da Plaza Mayor. As casinhas são super fofas, mesmo pitorescas. Coloridas, com arcadas, um verdadeiro paraíso para as fotos.

A Plaza Mayor é aquele requinte habitual, centro da vida, com lojas e restaurantes muito luxuosos e com imensa gente a passar por lá. Seja idosos a empresários, enfim, um frenesim de gente.

Descendo pela rua paralela em que subimos, vamos passar por muitas lojinhas de souvenir típicas espanholas. Na esquina, a meio da avenida, está uma fachada igualmente impressionante e original, no mínimo: a Casa das Conchas.

Nesse dia estavam a acontecer gravações na praça, que também dá acesso ao quarteirão da reitoria da Universidade, a qual pode ser visitada em dias normais. Como não foi possível, ficámos um pouco por ali a ver as cenas de corrida dos figurinos vestidos à época, e depois continuámos a descer até à praça das Catedrais.

Passando por ela, continuámos a descer até à beira do rio, onde está a Ponte Romana, que data do século I d.C, algo impressionante. Como se manteve de pé todos estes anos. Apesar de a sua arquitectura ser bem simples, a descida não é de todo em vão porque a partir da ponte vemos o panorama da cidade com as torres das catedrais em pano de fundo.

Além disso, as fachadas das casas nesta zona também são muito pitorescas e tipicamente espanholas. Mesmo de frente para o rio e com as ruas logo a subirem em direcção às catedrais.

Antes de almoçar ainda fomos visitar as Catedrais por dentro, mas para elas eu vou dedicar um post exclusivo, como já vem se tornando habitual. Salamanca tem uma energia contagiante o que a distancia das restantes cidades por onde passámos. Tenho amigas que já foram mais do que uma vez e adoraram. Então, a curiosidade era muita e não ficou defraudada, nem um pouco.

Ficámos umas 6h por lá, até porque a viagem para Portugal ainda era grande, mas conseguimos percorrer e ver tudo o que queríamos, sem pressas. Sem dúvida que é uma óptima cidade e cheia de cultura!

Pelo reino de Castela e Leão!

Eu já tinha falado que sou uma apaixonada por história e tudo o que envolva monumentos que fazem parte da cultura de um determinado país/cidade/etc… É muito por culpa disso que eu ando sempre a imaginar onde vou a seguir. Nem que seja uma viagem pé de chinelo só para matar o bichinho da história.


Aproveitando um fim-de-semana prolongado (o 25 de Abril), eu organizei uma viagem de 3 dias até à região de Castela e Leão, em Espanha, com um grupo de amigos, de forma a fazer com que a viagem resultasse numa pechincha.

E então acabou muito bem e serviu em cheio o propósito todo da viagem: foi super divertido viajar com amigos, gastámos muito pouco e passeámos muito. Dicas práticas deixo-as para o post da praxe, lá mais no final da série de posts, no entanto, posso já ir adiantando que fiquei definitivamente rendida ao aluguer de casas.

Por outro lado, também já não é novidade que Espanha é aquele país que me fascina e continuará a fascinar. E muita coisa ainda continua por ser vista e muitas cidades continuam por ser visitadas. Mas desta vez, calhou a sorte de irmos até à região de Castela e Leão, a norte da Estremadura.

A viagem de carro, até lá, parece que não tem fim, mas ao fim de quase 5 horas de caminho lá chegámos vivos a Ávila, cidade que elegemos como quartel-general para os 3 dias. Confesso que se fosse só eu e o Carlos não tinha aguentado tanto tempo num carro, muito menos o drama da casa não ter wifi. Ahahaha

Para nós não foi drama nenhum e improvisámos muito bem. Comprámos jogos, usámos a câmara para filmar muitos momentos super cómicos lá por casa, que dá até vergonha de mostrar, cozinhámos e partilhámos histórias. Foi daquelas experiências óptimas e que queremos repetir, sem dúvida!

Ficando por Ávila, é muito fácil chegar até Segovia e Salamanca, cidades que faziam parte do nosso roteiro de fim-de-semana, mas também dá perfeitamente para esticar até Madrid, para quem for mais corajoso. Esse até era o nosso plano, para visitarmos um amigo que estava por lá a passar esses dias também, no entanto, decidimos prolongar a estadia em Segovia e acabámos por já não ir.

O tempo também esteve um pouco chuvoso no primeiro dia e frio em todos os dias. Mas nem isso atrapalhou os passeios e ainda aproveitámos o guarda-chuva para cinco nas fotos que tirámos. A chuva não é desculpa para atrapalhar o que quer que seja, muito menos férias. Há sempre que tirar partido dela!

E o resumo de tudo, culturalmente falando, foram castelos, ruelas labirínticas, catedrais lindíssimas e muita comida típica, como eu só tinha comido na Andaluzia, há uns aninhos atrás.

Ficámos todos apaixonados por Castela e Leão e pela sua natureza muito rural, mas ao mesmo tempo muito espanhola. Vai buscar um pouco do que é a Espanha, no entanto, cada cidade onde passámos tinha algo próprio e que a distinguia das demais.

Ávila tem aquelas muralhas perfeitas como nenhuma outra, Segovia tem umas ruelas tão labirínticas que se torna difícil não nos perdermos nelas e Salamanca tem a verdadeira alma dos estudantes, com imensas faculdades e um clima bem animado.

Muito mais existe para dizer, por isso não percam os próximos posts, onde vou mostrar muito mais do que foi esta viagem ao reino dos castelos, dos reis e dos príncipes.