Madrid – Parque do Retiro

O Parque do Retiro foi até 1767 propriedade exclusiva da monarquia, com entrada proibida para qualquer membro exterior. Neste ano, as portas do Parque abriram-se para a aristocracia, mas foram necessários mais 100 anos para que o público em geral pudesse também usufruir deste enorme pulmão verde bem no centro de Madrid.

O Parque do Retiro é o local preferido dos madrilenos para passar os fins-de-semana, num ambiente muito descontraído e como se estivessem na praia. No Verão – a época do ano em que fui – o que não falta são toalhas espalhadas pela relva e o lago “Estanque” está cheio de barquinhos e mini-cruzeiro para os turistas que não querem arriscar remar.

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Para quem quiser se aventurar pelo lago, os barcos a remos podem ser alugados com a vantagem de poder alugar em grupo de no máximo 4 pessoas.

Aos fins de semana o parque não se enche só de madrilenos, mas também de toda a variedade de distracções para entreter desde crianças a adultos, o que o torna tão popular. Espalhados pelo Parque, mas mais concentrados na zona do lago, as crianças podem divertir-se com teatros de marionetas, enquanto os adultos preferem os concertos no coreto.

O Domingo é o dia ideal para ver toda a variedade de espectáculos/shows a acontecerem. Para além dos concertos e marionetas, também são dezenas os artistas de rua no parque, com números de circo, caricaturas e muito mais.

Com tanto ambiente de festa quase nos esquecemos que o Parque também tem elementos decorativos que valem a pena a visita, entre os quais destaco o Palácio de Cristal (que não é feito de cristal, mas sim de vidro!!) que foi construído inspirado no seu homónimo britânico em 1887.

Os jardins também são lindos de morrer e tão bem cuidados que só dá vontade de tirar mais uma foto, para registar o parque de todos os ângulos.

Numa das saídas do Parque encontra-se a Puerta de Alcalá que foi construída em 1769 como porta da cidade. Vale a pena a passagem à saída do Parque.

Madrid – Roteiro 2º dia

Geralmente, quando aparece alguma notícia na televisão sobre algum evento em Madrid (seja manifestações, encontros de jovens, paradas), tudo o que tenha a ver com multidão, o local de eleição é a Puerta del Sol. Isto porque, esta praça, é considerada o ponto mais central da cidade, o ponto zero, a partir do qual saem 10 ruas para várias direcções.

Curiosidades acerca desta praça: nela estão edifícios importantes como o do Governo Regional, mas também a estátua do urso a trepar a um medronheiro (símbolo da cidade); o evento mais dramático que ocorreu na praça deu-se em 1808 – um massacre às tropas de Napoleão; o nome da praça veio da verdadeira “Porta do Sol” que existia na praça e que foi demolida em 1570; em frente ao edifício do Governo está um marco no chão a indicar o “Quilómetro Zero”, a partir do qual são calculadas as distâncias para toda a Espanha.

Então, foi para a estação de metro com o mesmo nome da praça (Sol) que nós fomos na manhã do 2º dia, depois de repor as energias! Para este 2º dia eu fui baaastante ambiciosa e não perdoei nem liguei a queixumes. Sabia que tinha pouco tempo para visitar praticamente tudo, então fui directamente para o centro turístico da cidade.

A partir daqui, o ideal é percorrer a baixa madrilena a pé, até porque os pontos turísticos estão muito perto uns dos outros. Desta praça nós seguimos pela conhecida avenida Calle Mayor, na direcção do Palácio Real, que fica no fim da avenida.

Olhando para o mapa parece uma distância enorme para percorrer a pé, mas a verdade é que o passeio é tão agradável, cheio de artistas de rua, lojas pitorescas, e até a Plaza Mayor ali a meio caminho, que sem darmos por isso, damos de caras com o Palácio.

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Percorrendo a Calle Mayor, rapidamente passamos pelas ruelas perpendiculares que vão dar à Plaza Mayor, uma das praças mais conhecidas de Madrid e de passagem obrigatória! No dia que fomos era Domingo de manhã e tivémos a sorte de apanhar a feira de selos e moedas antigas nos arcos que dão acesso à praça.

Eu adoro, sempre que possível, visitar uma feirinha de rua nas cidades onde estou porque é uma maneira óptima de nos sentirmos parte da cidade e dos seus costumes.

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A praça foi construída para impressionar com a sua dimensão (cabem 50 000 pessoas) e o objectivo era servir de palco a peças de teatro, ao mercado e também a execuções. Com o tempo foi sendo remodelada, e agora é uma área agradável cheia de restaurantes, cafés e lojas no interior das suas arcadas; e também muitas esplanadas e artistas de rua.

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Nela está um edifício mesmo ao estilo madrileno (Casa de la Panederia), que pertenceu antigamente à sede da guilda de padeiros, que tinham o poder para controlar o preço dos cereais.

Continuando pela Avenida, já falta pouquinho para chegar ao Palácio Real, na Plaza de Oriente. Nesta praça também estão a Catedral de Almudena, que foi palco do casamento entre o Príncipe das Astúrias e Letícia Ortiz!!

A Catedral é relativamente recente, comparada com outras da Europa – só foi inaugurada em 1993 –  e é interessante reparar no contraste arquitectónico entre o exterior (neoclássico) e o interior (gótico).

Visto a Catedral estar localizada mesmo ao lado do Palácio, torna-se muito fácil fazer a visita antes de seguir viagem para outro ponto da cidade. Eu acabei por já não visitar o palácio porque  a vontade da maioria foi almoçar por ali e aproveitar algum tempo da tarde para umas comprinhas de souvenirs. Lá está mais um desejo para a minha próxima visita à cidade!

Depois das compras, pegámos o metro e fomos para o lado oposto da cidade, a Plaza de Cybelles, que por si só já vale a pena a visita, mas mais ainda por ser o ponto de eleição para os festejos do clube Real Madrid, quando ganham o campeonato. Tivémos azar porque nesse dia estava a decorrer a volta a Espanha e quando saímos do metro havia tanta gente que não consegui tirar foto nenhuma de jeito à praça e a minha maior preocupação foi passar para o outro lado da estrada – para o Parque del Retiro.

A caminho do Parque passei novamente pelo Museu do Prado (são ao lado um do outro) e ainda me deu o impulso de ir dar uma espreitadela, mas rapidamente o pessoal reclamou e pronto…tive de me resignar. 😦

E pelo Parque ficámos o resto da tarde até à hora de jantar, antes de irmos apanhar o autocarro de volta a Portugal. Instalámo-nos na relva – que é coisa que não falta no enooorme Parque do Retiro – em frente ao enooorme lago “Estanque“, imagem de marca do parque.

Tirámos muitas fotos e sobretudo descansámos deitados na relva, depois de outro dia intenso. O Parque Del Retiro merece um post à parte porque tem muito mais para ver do que o lago dos barquinhos. 🙂

Madrid – Real Jardim Botânico

O Jardim Botânico é a área perfeita para servir de meio-termo entre a cultura e a natureza. Situado numa zona priveligiada mesmo no centro de Madrid (entre os museus mais famosos da capital), o jardim é para ser “saboreado” com calma. Isto porque tem a vantagem de, por ser pouco turístico, estar muito longe da multidão de turistas que estamos habituados a encontrar nos monumentos conhecidos.

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O Jardim está dividido em várias zonas, sendo que em cada uma delas estão representadas diversos tipos de plantas, árvores e até mesmo vegetais cultivados.

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Para além da parte botânica, o próprio Jardim também está, na minha opinião, bem organizado: com lagos, fontes e caminhos perfeitamente alinhados!

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À parte do Jardim ao ar livre, existe também uma zona de estufas que pode (e deve!!) ser visitada. Esta zona está muito perto da entrada do Jardim e pode facilmente passar despercebida, o que é uma pena!

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Na minha opinião, as estufas são a zona mais bonita de todo o Jardim, e também onde eu tive aquele pensamento de “por isto já valeu a pena os 2€ da entrada!!“. É mesmo a zona mais diferente e aquela onde estão as plantas que, muitas delas, nunca tínhamos visto antes, ou pelo menos não assim tão…..perfeitas e cuidadas!

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Madrid – roteiro do 1º dia

Continuando a série de posts acerca da viagem a Madrid, vou neste post focar-me no roteiro para o 1º dia na cidade, dando algumas dicas do que poderia ser acrescentado para quem estiver com mais energia.

O clima em Madrid tem tendência a ser muito quente e seco, muito por causa de ser uma cidade do interior. Esse é um factor a considerar quando a viagem é planeada: é importante ter em atenção quando queremos ir a Madrid e quantos dias vamos estar pela cidade, para definirmos um roteiro realista e que não seja penoso de cumprir.

Eu na altura não pensei muito no calor que poderia estar, nem na longa viagem que iríamos ter. Por isso, o meu roteiro inicial era uma coisa, que na prática do dia-a-dia virou outra “ligeiramente” diferente. 🙂

Para quem tem preferência por visitar cidades europeias com clima de Verão deixo a dica de escolherem Setembro (foi o que fiz) para fazerem a viagem a Madrid. Setembro tem a vantagem de ser um mês em que já não se encontra multidões de turistas, o clima ainda é bem quente – mas não sufocante – e os dias ainda são longos, o que permite ficar a passear até tarde sempre com luz.

O primeiro dia começou baaastante cedo, como já contei no outro post e estávamos todos meio mortos-vivos a deambular pela estação terminal rodoviária de Mendez Álvaro. Depois de comprar os passes diários para o grupo, entrámos no metro e a primeira paragem foi em Atocha.

Mal saímos do metro demos logo de caras com a antiga estação de comboios de Atocha Renfe, que só por si é um monumento arquitectónico. O terminal antigo da estação foi construída em 1888 e teve como consultor da obra….Gustave Eiffel!! A estação, construída em ferro forjado, foi mais tarde parcialmente remodelada para receber os comboios de alta velocidade, no entanto, mantém muito do design original e é um dos edifícios que vale a pena a passagem.

A passagem pela estação de Atocha Renfe é quase inevitável porque mesmo ao seu lado está o Museu do Prado, que eu tive muitos remorsos por não ter tido energia suficiente para visitar. No entanto, fica a sugestão para visitar na manhã do 1º dia!!

O Museu tem uma das melhores colecções de arte do mundo: encontramos a Colecção Real de pintura, quadros de pintura espanhola dos conhecidos pintores Goya e Velázquéz, mais de 100 quadros de Rubens e também pintura italiana (Rafael, Botticelli, entre outros). Para além de pintura, o Prado também contém escultura renascentista e uma ala para exposições temporárias.

A minha manhã foi passada no Jardim Botânico, que fica mesmo em frente ao Museu do Prado. Foi uma solução de passeio light que agradou à maioria e permitiu relaxar nas calmas pelos jardins cheios de flores e fontes.

O Jardim Botânico não faz parte dos pontos turísticos de paragem obrigatória na cidade, mas acho que tendo em conta a localização privilegiada em frente ao Prado, vale a pena o passeio depois da visita ao museu.

Assim que bateu as 14h o nosso cérebro só pensou em: quarto de hotel, ar condicionado, sesta e reposição de energias para o concerto dessa noite. Contra minha vontade, tive de desistir e render-me ao óbvio: era impossível ficar um dia inteiro a palmilhar Madrid e ainda ir fresquinhos para o concerto. Loucura pura!!!!!

Maaaaas, para quem está fresquinho e com as horas de sono em dia, aqui fica a sugestão para o restante dia: visita ao museu do Prado de manhã, seguida de um passeio pelo Jardim Botânico (que pode ser complementado com um piquenique).

A seguir ao Jardim, e se ainda não almoçou, o que não faltarão são restaurantes para todos os gostos e carteiras na Avenida do museu. Desde os restaurantes de conhecidas cadeias internacionais até aos mais típicos, é só escolher!!

Para a tarde, pode seguir pela Avenida na direcção norte e visitar outro museu muito conhecido da capital, o Thyssen-Bornemysza, ou descer a Avenida até à Plaza del Emperador Carlos V, e visitar o Centro de Arte Reina Sofia. 

O primeiro museu contém pintura europeia dos séc. XIII ao XX, vindos da colecção pessoal do barão Heinrich Thyssen-Bornemysza, enquanto o segundo abrange a colecção de arte espanhola dos séc. XX e XXI, com pintores como Pablo Picasso e Salvador Dalí.

A visita aos museus, no meu caso, terá de esperar até à próxima visita à cidade, para minha tristeza!

Post do roteiro para o 2º dia em Madrid a caminho!!…

Madrid – Planeamento

A viagem a Madrid foi pensada à última hora e com o objectivo primário de assistir ao concerto dos Hillsong em terras madrilenas. Um pouco à loucura lá acabei por planear uma viagem o mais mochileira e low cost possivel, para um grupo muuuito diversificado. E…de repente…a minha primeiríííssima viagem como planeadora aconteceu.

Então, visto faltar só um mês para a viagem, decidi desistir do avião e procurar algo alternativo – porque não bus? Existem várias companhias de bus longo curso que partem de grandes terminais rodoviários em Lisboa (como o terminal do Oriente, por exemplo) e que passa por Madrid, alguns deles seguindo para outras partes da Europa. Então, depois de pesquisar qual a companhia que seria mais vantajosa para nós (visto sermos um grupo), decidi-me pelos autocarros Anibal que ofereciam desconto de grupo.

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Ambas as viagens foram feitas de noite, no entanto super cansativas. Os autocarros estão equipados com poltronas muito confortáveis e apagam as luzes para permitir o descanso dos passageiros. No entanto, nada apaga o facto de que não estamos numa cama e que passamos mais de 5 horas sentados numa poltrona. Ainda a somar ao factor vizinhança, que é sempre imprevisível e pode transformar a viagem na maior dor de cabeça.

A hora madrugadora que o autocarro chega a Madrid (5:30h da manhããããã!!!!) é outro factor a considerar, já que muitos hotéis só permitem check-in a partir do almoço (+/-14h). O que foi exactamente o que nos aconteceu. Resumindo: estávamos todos super rebentados da viagem (que mal pregámos olho!!), todo o comércio estava fechado aquela hora, a vontade de visitar a cidade era ínfima, no entanto o tempo que nos restava era pouco (2 dias).

Nunca na vida faria outra igual, mas vale sempre pela experiência :)!!! O hotel seguiu os mesmos parâmetros low cost, no entanto, surpreendeu pela qualidade-preço. O Hotel Isis fica consideravelmente perto do centro turístico de Madrid, com o metro a pouquinhos metros de distância e várias opções de restaurantes, bares, minimercados 24h, cafés e pastelarias, nas redondezas.

Único ponto negativo a apontar é o pequeno-almoço ser pago à parte. No entanto, super recomendo este hotel para todo o tipo de viajantes, mesmo quem não está com o orçamento reduzido.

Para visitar a cidade, o ideal é comprar o pass de 2 ou mais dias (dependendo de quantos dias passa na cidade), que dá acesso ilimitado a todos os transportes públicos (metro, autocarro e comboio). Este pass é facilmente adquirido nas caixas automáticas do metro.

Foram dois dias de mochila às costas, muitos quilómetros percorridos a pé, momentos de muito cansaço e sensação de que a falta de sono só agravou as expectativas que já trazia de que iria ser uma viagem corrida. Não me enganei!!!

Bom ou mau, deu para ver grande parte da cidade e ficar com o gostinho de “quero mais”. 

Nos próximos posts irei mostrar o roteiro para 2 dias em Madrid!