Badajoz, na fronteira com Portugal!

A visita a Badajoz foi uma resolução meio de última hora, quando estávamos já a regressar a Portugal, no final do dia de Domingo. Como a hora em Portugal é uma a menos de Espanha e até estávamos dentro do tempo que tínhamos previsto chegar a casa, então fizemos esta paragem para conhecer um bocadinho da cidade e também lanchar.

A verdade é que eu já tinha andado a ler no guia de Espanha acerca desta cidade e não tinha grandes expectativas turísticas. A cidade já foi importante em tempos, mas quando os mouros a tomaram, o seu património decaiu um pouco e depois disso nunca mais voltou a ser a mesma. Isto comparando a outras cidades da Estremadura, que preservaram até hoje o seu encanto. O que mais atrai as atenções é mesmo a grande catedral e a parte junto ao rio, com as pontes estilo romano a decorarem a paisagem.

Nós parámos junto ao Alcazaba, que hoje em dia já não consegue fazer jus ao que foi em tempos, e depois fomos descendo pelas ruelas até à catedral, que fica numa praça cheia de cafés. Os espanhóis têm o hábito de fechar o comércio ao Domingo, então dá para imaginar as ruelas cheias de comércio, todas desertas. Por um lado eu compreendo este ponto de vista, mas sei lá, é um bocadinho esquisito estar de visita a uma cidade em pleno Domingo e estar tudo fechado. Sem alegria, sem pessoas, sem barulho! Cidade fantasma quase!

O nosso objectivo era visitar a catedral, que eu tinha visto em fotos e achei super gira por dentro, com o interior todo trabalhado. Mas quando chegámos à catedral, ela estava fechada. Decepção!

Então como era cedo ainda, sentámos numa esplanada a lanchar. E, para nossa surpresa, fomos atendidos por um portuga! Uau! Estamos em todo lado. Ele foi super prestável e atendeu ao meu pedido de crepe com gelado, chocolate, açúcar em pó, mais não sei quê, sem problemas. E o chocolate quente delicioso!!

Entretanto, eu comecei a ver que numa das laterais da catedral se começava a aglomerar velhinha atrás de velhinha, e depois uma freira. E por ali ficavam a conversar, sentadas nos bancos e depois à porta lateral da catedral. Aí a minha esperança começou a crescer, de que provavelmente ia haver missa e a catedral ia abrir.

E estava certa. Quando bateu as 19h espanholas, já estava uma pequena multidão por ali e finalmente as portas da catedral abriram para a missa. O meu sorriso era de orelha a orelha e “muito gentilmente” ia apressando o Carlos a pagar a conta, para aproveitar a maré que ia entrando na catedral.

À entrada vi um aviso a proibir fotos durante as missas, então basicamente foi aproveitar os momentos em que todos se estavam a acomodar nos seus lugares, para dar a volta à catedral e tirar as fotos ao vivo àquilo que tinha visto no guia. Já estive em algumas catedrais, mas elas sempre me surpreendem e fazem tirar foto atrás de foto. Neste caso não deu para ficar muito tempo mas posso dizer que saí de Badajoz com o sentimento de missão cumprida. 🙂 Afinal de contas a catedral é o registo mais intocável da importância que teve aquela cidade nos séc. XIII-XVIII.

A parte do rio não explorámos, mas é sem dúvida uma área bonita que merece um passeio para quem vai com tempo ver a cidade. Não era o nosso caso, por isso, eu optei por me ficar pela catedral. Não dá para ver tudo né?

Comparando Badajoz com as outras cidades da Estremadura que visitámos, óbvio que não considero ser de visita obrigatória para quem está com poucos dias, como nós. O património cultural de Mérida e Cáceres, ou mesmo de outras cidades que ficaram por visitar, acabam sempre por abafá-la. É inevitável. Estão muito mais bem preservadas do ponto de vista cultural, e souberam aproveitar muito bem o que têm para atrair visitas.

No entanto, Badajoz é uma óptima alternativa para quem procura um passeio de um dia pertinho da fronteira, sem ser preciso andar muito para o interior da Estremadura.