TV: Vietname – Hanói e Ha Long Bay!

E o último vídeo da viagem à Ásia do ano passado já está desde ontem lá no Youtube. Mas como ele faz parte de toda a história contada aqui no blog, então tem direito a um post exclusivo. Se eu já não me lembrava de muitos vídeos das outras cidades, do Vietname então foi um reviver completo.

Aquele pôr-do-sol em Ha Long Bay foi sem dúvida das melhores capturas desta viagem, e um dos motivos para nos apaixonarmos por esta região. Mesmo estando um tempo tão encoberto durante quase todo o dia, no final da tarde o céu abriu e brindou-nos com aquela maravilha da natureza.

O cruzeiro foi o final perfeito da nossa viagem. Deu para relaxar, mesmo com tantas atividades diferentes que foram decorrendo. Desde caiaque, visita a fábrica de pérolas, aula de cozinha, visita a gruta e ida a praia, enfim….muita coisa se fez. Mas a sensação final é que foram dias de descanso, se calhar pela paisagem à nossa volta.

Os vídeos da cidade de Hanói dão a sensação oposta! Ahahaha É muita mota a cruzar o nosso caminho, muitas pessoas, muita confusão. Então o vídeos mostra bem esse contraste entre a cidade e Ha Long Bay. Por isso, quem estiver em Hanói, não perca a oportunidade de visitar Ha Long e passar uns dias maravilhosos de relax completo.

 

Câmaras: Nikon D5300 e Go Pro Hero

Edição: iMovie

Música: Kygo & Imagine Dragons – Born to be yours

Como arrumei a mala para a Ásia?

Esta foi uma viagem bem complexa para se organizar mala, o que me levou muitas horas de planeamento e pesquisa. Em primeiro lugar foi aquele eterno dilema de levo mochilão ou levo mala de rodinhas grande. No final, tipo véspera, ganhou a mala de rodinhas porque fiquei em pânico que me roubassem alguma coisa da mochila, uma vez que ela tem de ir para o porão. Ok, agora já sei que tenho de comprar uma sacola para pôr a mochila lá dentro e usar um único cadeado.

Ainda assim, eu acho que consegui planear muito bem a bagagem de maneira a não me esquecer de nada. Fiz até um documento no PC com a lista do que não podia faltar, por secções, e ia preenchendo à medida que me lembrava ou que lia alguma dica em algum blog. Sim, foi mega planeado!

Na hora de fazer as malas eu já sabia o que queria mesmo levar e até foi relativamente rápido toda a tarefa em si. Ao todo levei mala de porão, mala de cabine, a mochila da máquina fotográfica e a mala do portátil. E não foi assim uma dor de cabeça transportar tudo. Apesar dos meus receios, todos os sítios onde passámos estavam bem adaptados para esta logística, apesar de que a tradicional mochila é o que mais prevalece nos viajantes jovens.

Então as minhas dicas básicas para a montagem da mala basearam-se nestes itens que eu considerei indispensáveis e a partir daí planeei tudo o que queria levar.

Roupa:

Eu levei roupa que desse para uma semana, pensando na hipótese de lavar roupa durante a viagem, o que acabou por acontecer tanto nas ilhas Phi Phi, como na Malásia. Tive especial atenção na escolha da roupa por causa dos templos, onde não é permitido mostrar ombros e pernas. Mas isso não quer dizer que não o possamos fazer nos outros dias, até porque muitos deles vão ser passados na praia ou em clima muito quente.

Então eu levei algumas blusas de manga cava, algumas t-shirt’s, dois calções, duas calças largas de pano, dois vestidos, dois macacões curto, uma écharpe para cobrir os ombros, umas sandálias, uns chinelos e uns ténis. Quanto a biquinis só levei dois conjuntos e um fato de banho.

Não é preciso irmos cheios de roupa atrás porque há sempre hipótese de lavar roupa e porque a dica é economizar no peso e espaço da mala.

Os ténis são cruciais para as caminhadas, então vale sempre a pena ter um par por perto. Nada de pensar que calor é para caminhar de pé ao ar porque muitas vezes é pior a emenda que o soneto. Não há nada pior que fazer subidas e descidas ou caminhar muitas horas só de sandália ou chinelo, vão por mim!

Um vestidinho mais interessante para sair à noite também esteve incluído na minha mala porque cidades como KL ou Bangkok têm uma noite muito interessante de rooftops, que vale a pena incluir no roteiro turistico. E para essas ocasiões vale a pena levar algo mais apresentável.

Beleza e Produtos básicos de higiene:

Eu levei muita coisa neste tópico porque tinha muitas dúvidas de conseguir ter acesso a vários produtos que uso no meu dia-a-dia. Além disso, como ia estar fora durante quase 3 semanas, decidi levar embalagens maiores e não as tradicionais miniaturas como fazia sempre em viagens para a Europa.

Também me lembrei que já tinha passado pelo drama de no ano passado em Itália ter ficado sem desmaquilhante a meio da viagem, tudo porque tinha decidido levar miniatura para uma semana.

Desta vez decidi levar os itens básicos de maquilhagem, para as ocasiões especiais, os cremes que uso diariamente, tónico e gel de limpeza, champô, condicionador, espuma para o cabelo, óleo do cabelo, desodorizante, líquido das lentes de contacto, protetor solar para o corpo e face, after-sun, creme hidratante de mãos e um mega hidratante para pele irritada.

Fora isso, ainda levei o pente, escova de dentes e pasta, mini kit de manicure, gel desinfetante para as mãos e dois protetores labiais. Fui bem fornecida neste tópico e usei bastante a mala de porão para levar todo este arsenal que foi todo usado. Claro que as embalagens eram grandes e não precisava disso tudo, mas se tivesse levado miniatura ia me arrepender muito.

Alguns destes produtos acabei por ver à venda mas com preços muito superiores e todos em miniatura. Então vale mesmo a pena levar de casa e não esperar para comprar lá.

Farmácia de viagem:

Não queremos que alguma coisa corra mal, mas temos de ser sinceros que numa viagem destas, a probabilidade de alguma coisa acontecer é potenciada. Não vou negar que um dos meus maiores receios eram os problemas intestinais com a comida. Se alguma coisa caísse mal e causasse dores de estômago ou diarreias eu ia entrar em pânico.

E lembro-me que durante vários dias eu andava super alerta a controlar qualquer sinal que a minha barriga desse e a avaliar muito bem a comida e água que ingeria. Não posso dizer que tudo foi perfeito nesta área, mas pelo menos eu tinha uma farmácia bem recheada para dar conta destes males e de outros, como as queimaduras solares nas ilhas Phi Phi!

Para as zonas que fomos não precisamos tomar nenhuma medicação profilática ou levar alguma vacina porque não são zonas de risco para as habituais doenças que os viajantes mais temem, as transmitidas por insetos.

Maas, é importante levarmos alguns medicamentos, como: anti-pirético (febre), paracetamol (dores), anti-inflamatório, protetor gástrico, IMODIUM para a diarreia, algum medicamento para gripes ou constipações, pastilhas analgésicas e anti-inflamatórias para a garganta, pomada para queimaduras, e se conseguirem um antibiótico de largo espectro.

Falta o spray para os mosquitos (repelente), mas esse deve ser comprado na chegada, em alguma farmácia local. Eu recomendo a marca Wild Lives que é óptima a proteger-nos das principais espécies de mosquitos locais.

Itens de praia:

Uma coisa que eu li em muitos blogs e realmente me fez imenso sentido foi a utilização de um pareo como toalha de praia. Levar uma toalha de praia como usamos aqui ocupa muito espaço na mala e é mesmo substituivel pelo tradicional pareo. Então, o mesmo pareo que eu usei para tapar os ombros em muitos templos, foi o mesmo que usei para me deitar ao sol na praia ou na piscina. Dica preciosa!

Electrónicos e gadgets no geral:

Para além dos habituais acessórios relacionados com a máquina fotográfica, portátil e telemóvel, desta vez fiz algumas aquisições de última hora. Comprei finalmente um adaptador universal, uma vez que cada país tinha a sua tomada diferente. E como não queria passar por apertos a meio da viagem, decidi que era melhor levar e pronto. E, dentro do capítulo carregamentos, também comprei uma Power Bank para usar em caso de emergência.

As novas Apps:

E como viajar está cada vez mais de braço dado com as novas tecnologias, adquiri novas apps para esta viagem, umas mais úteis que outras.

Usei o WhatsApp para me manter em contacto com a pessoa responsável por nós no Vietnam e agora reconheço a sua importância para estas viagens. Quando estive na Itália e precisei contactar os proprietários das casas alugadas, acabei por gastar roaming quando podia ter usado esta App e fazia a festa.

Usei o Uber por indicação de uma brasileira que conheci no comboio em KL e achei muito vantajoso no trajeto para o aeroporto. Tentei usar depois em Bangkok também mas já não achei vantajoso aqui. Não sei se foi o trânsito ou se foi mesmo por ser Uber. No entanto, a Uber só opera nestas duas cidades, dentre as que passámos. Esta é a desvantagem. Ainda não chegou a todo o lado e na Ásia pode estar bastante limitada.

Usei muito o XE Currency e amei esta app. É excelente para qualquer país que não tenha a mesma moeda que nós, mas quando falamos em mochilão pela Ásia, estando em contacto com várias moedas num curto espaço de tempo, aí damos o real valor. O bom desta app é que vai atualizando enquanto estamos com rede no telemóvel e dá-nos sempre a conversão de acordo com a última atualização que fez.

Também descarreguei o Trail Wallet que é bom para ir acompanhando os gastos da viagem por secções. Dá para estabelecer um budget e depois ir tentando cumprir à risca o que definimos. A ideia está interessante mas eu acabei por desistir. Eram tantas as coisinhas que precisava adicionar que acabei por desistir.

Analisando as Cias Aéreas!

Eu não costumo fazer post sobre cias aéreas normalmente, mas achei que esta viagem valia a pena, uma vez que aconteceram tantos percalços, foi a primeira vez em voo longo curso e ainda foi a primeira vez em low-cost asiática, que pode causar algumas dúvidas na hora de reservar.

Então, nós usámos British Airways para os voos até Bangkok e no regresso ainda fomos nesta cia, fazendo o percurso Londres-Lisboa. A Air Asia foi usada para todos os voos entre os países asiáticos, que foram muitos. E a Cathay Pacific foi usada no percurso de regresso desde Bangkok, parando em Hong-Kong, e depois até Londres.

Como vêm deu para experimentar algumas cias diferentes e dar uma opinião aqui acerca de cada uma delas.

British Airways:

Foi a primeira vez que eu usei esta cia, uma vez que temos a Ryanair, que pratica voos low-cost muito mais em conta desde Lisboa para Londres. Sendo assim, fica fácil decidir qual cia escolher neste trajecto. Mas no nosso caso, o voo que eu comprei fazia escala em Londres, dividindo-se em dois voos, ambos operados pela British.

Fiquei um pouco desiludida no voo mais curto (Lisboa-Londres) porque foi à hora de almoço e nem essa refeição ofereceram, mas de resto, quanto ao voo longo curso até Bangkok eu já não tenho muito a apontar.

Mais uma vez as refeições foram um pouco escassas, mas aí eu até compreendo porque a maior parte do voo foi feito de noite. Era suposto a malta dormir, mesmo que o jet-lag não o permitisse. Eu tentei descansar o máximo que consegui mas fica difícil quando a cabeça pensa que ainda são 8h da noite em Portugal.

Quanto a conforto, eu achei bem porreiro até. Tinha tv privada para cada pessoa, com fraca qualidade, mas nas horas de maior tédio é uma preciosidade. Davam cobertor, fones de ouvido,… enfim, o básico para passarmos um voo o mais confortáveis possível.

Sim, eles desapareceram com a minha mala e tal, mas até nisso foram super prestáveis e os primeiros a responder à reclamação online, seguirem com o processo e tratarem do reembolso. À pouco tempo ainda tive de voltar a contactar o meu gestor do processo por causa de uns documentos que o seguro de viagem estava a pedir e até nisso ele foi super prestável e respondeu com a maior brevidade.

Então, apesar dos contratempos, eu não posso dizer que viajar com esta cia seja mau. E pelo que me tenho apercebido, atrasos de mala é coisa normal de acontecer e se não for com uma cia é com outra. Se for para acontecer, ao menos que seja com alguém que saiba resolver as coisas rápido e que tenha um bom sistema de reclamação. Ah! E todos os mails foram trocados em português porque o gestor da reclamação era português. Melhor impossível!

Cathay Pacific:

Era suposto usar esta cia só no trajeto Bangkok-Hong Kong, mas aí houve aquele percalço de atraso de voo, o que fez com que as tais meninas do staff super queridas e fofas nos alocassem em novo voo, sendo este operado pela Cathay, para Londres.

E agora vem a minha contradição. Eu adorei viajar pela Cathay porque os aviões são mais espaçosos, as condições do próprio avião são melhores que a British e todo o pessoal de tripulação é super querido e atencioso. Já falei que eles vinham sempre servir-me antes e saber se estava tudo bem ainda antes de descolarmos, certo?

Até no voo de 3h (Bangkok-Hong- Kong) tivemos direito a avião grande, típico de longo-curso e que tinha todas as condições daquele que voámos desde Londres. Tivemos direito a TV privada, com muito mais programação e entretenimento.

Então sim, eu adorei voar na Cathay. O único problema foram os erros em Hong Kong que quase nos deixavam à beira do desespero em plena madrugada e a querer descansar em algum lugar que fosse possível. E já nem falo no atraso de voo, porque isso também faz parte de qualquer viagem.

A maneira como essas situações são resolvidas é que ditam a viagem e o sucesso dela. E neste caso, obviamente que a forma como o atraso foi resolvido ficou muito aquém do que devia. Mas mais uma vez a cia mostrou-se disponível para cobrir todas as despesas extra, apesar de que neste caso já foi necessário explicar toda uma situação em inglês e ouvir do outro lado que estavam a cobrir as despesas por cortesia.

Foi uma pena porque realmente eu adorei a experiência de voar com eles e realmente acho que os aviões têm mais condições do que os da British.

Air Asia:

A eterna amiga dos mochileiros na Ásia!! Não há como viajar pela Ásia sem utilizar esta cia aérea por várias razões, as quais podem ser facilmente resumidas a: excelente custo-benefício! Eu voei pela Air Asia entre todos os países que visitei, totalizando 6 viagens. Em nenhuma delas eu tive uma má experiência.

Regra geral, todos os voos duravam uma hora ou pouco mais que isso e o embarque era muito simples. Uma coisa que eles sempre fizeram foi pesar as duas malas que levávamos, tanto a de porão como a de cabine. E nenhuma podia ter peso a mais! Nisso foram bem rigorosos!

Apesar de ser uma companhia low-cost eu acho que estão muito bem estruturados e os aviões estão limpos e cuidados. Na altura de fazer a compra destas viagens eu lembro-me que pesquisei muito para ter a certeza que era seguro viajar por eles. Afinal de contas estamos a falar de uma low-cost na Ásia, certo?

Mas no final das contas fiquei a adorar a cia e concerteza irei usá-la mais vezes nas próximas visitas à Ásia. Sim, porque a Air Asia opera por tooooda a Ásia, ligando vários países e cidades, o que é óptimo para quem planeia conhecer este continente com pouco dinheiro no bolso. Os preços dos bilhetes são muito tentadores e permitem viajar mais com menos dinheiro.

Cultura asiática: manual de sobrevivência!

Planear uma viagem para a Ásia não foi sempre fácil e em várias etapas do processo eu ficava com medo que alguma coisa desse errado, principalmente no que diz respeito às tours que queríamos fazer. Depois eu lia imensos blogs e comentários e sempre via opiniões muito unânimes em relação a estes países.

Regra geral todos achavam que eram países óptimos para se viajar por causa da segurança que se sentia, pela simpatia do povo, etc… Isso fazia a minha confiança aumentar. Mas depois, a cada pessoa que eu contava os países que ia conhecer, era ver as caras de horror. Principalmente quando falava em Cambodja e Vietnam, que segundo a maioria dos que me rodeiam são países absurdos de se visitar. “E a segurança? Que horror!”

Mas não era isso que me fazia desmotivar ou ficar com medo de ir. Era justamente a diferença cultural que me fazia querer muito pisar logo aquela terra e conhecer tudo o que pudesse.

Dificuldades gerais:

As primeiras dificuldades quando chegávamos a cada país era escolher o táxi para o hotel. Isto porque nunca sabíamos muito bem o que era expectável que pagássemos e qual preço seria considerado abusivo.

No entanto, ajudou muito algumas dicas que tinha lido em blogs acerca das principais situações de roubadas que o turista se vê a braços nestes países. Então eu sabia que era essencial garantir que entrava num táxi com taxímetro a funcionar ou então regatear muito bem o preço da corrida.

Regra geral, nós conseguíamos sempre utilizar taxímetro mas houve várias excepções como em Phuket, na Malásia, no Cambodja e Vietnam. Em Phuket nós saímos do aeroporto para escolher um táxi e regatear o preço dele. Acabou que o preço mais baixo que paguei foi depois compensado no preço do bilhete de ferry para as ilhas Phi Phi.

Na Malásia também regateámos preço e o senhor no fim acabou por querer cobrar taxas e mais taxas que nós simplesmente recusámos porque tínhamos combinado um determinado preço no início. E foi esse mesmo preço que pagámos.

No Cambodja o preço do táxi estava tabelado logo no aeroporto e isso também tirou aquela pressão de ter que regatear preço. No Vietnam tivemos que regatear mas por esta altura já éramos excelentes nessa arte. Ahahah

Cada vez que queríamos marcar alguma tour também tentávamos escolher o melhor possível e procurar não ser apanhados na curva. E todas elas correram muito bem, sem qualquer percalço!

Quando alguma coisa não corria tão bem assim, ou porque nos cobraram demasiado no táxi, ou porque chegámos na beira dos ferrys em Phuket e nos cobraram imenso pelo bilhete, sem estarmos à espera, nós tentávamos relativizar.

Não é possível controlar todos os eventos nestes países. A verdade é que há tanta variável, tanta tour para ser marcada, tanto táxi e tuk-tuk para entrar, tanto restaurante para escolher, que fica difícil querermos que tudo corra exatamente como planeado. A dica mais importante talvez seja mesmo apostar forte na preparação mas depois deixar rolar e não fazer um drama quando alguma coisa der errado ou não acontecer exatamente como previsto.

Língua e comunicação:

Chegar na Ásia foi entrar num universo totalmente diferente do nosso. A língua é muito diferente do português ou de qualquer outra que alguma vez contactámos e o mais parecido é a sensação de estar a entrar numa loja dos chineses em Portugal. 😀

Eles falam algum inglês mas depende muito da zona que estamos e do tipo de pessoa que falamos. Até a pessoa com o melhor inglês vai sempre falar super desajeitado. A dos que sabem inglês sabem o básico para comunicar com o turista e mesmo assim utilizam a calculadora para regatear preços.

No entanto, nunca ficámos sem alguma indicação porque sempre arranjámos maneira de comunicar com eles e ter a nossa resposta. E se aquele moço não sabia ia chamar um amigo que falasse.

Por isso, eu acho que nunca me senti assim meio perdida por causa da linguagem. Ir às compras era sempre um desafio extra porque tudo está na língua local, mas nos restaurantes já era mais fácil, já que a maioria tinha inglês incluído no menu. Claro que encontrei alguns sem menu sequer e aí perguntava diretamente ao senhor o que era isto ou aquilo.

Transporte:

O transporte foi outra odisseia porque cada país tinha a sua maneira própria e diferente de se locomover. Sim, estamos a falar de vários países da Ásia, mas como eu já falei tantas vezes por aqui, cada um deles era diferente à sua maneira. Não dava para aprender a lição num e aplicar exatamente no outro a seguir.

Em Bangkok nós usávamos o táxi para quase tudo que implicasse grandes distâncias. Experimentei o Uber na segunda visita para fazer a viagem desde o aeroporto até ao hotel e saiu mais caro que o táxi, então no regresso ao aeroporto eu voltei a chamar táxi, como tinha feito da primeira visita.

No entanto, para distâncias mais pequenas nós usámos muito o tuk-tuk, que é mais barato e é uma experiência alucinante. Então, se o hotel fica no centro da cidade eu aconselho usar tuk-tuk para economizar um pouco e para se divertir a valer numa das experiências mais típicas tailandesas.

Em Phuket usámos táxi até ao ferry e para chegar às ilhas Phi Phi a única forma é mesmo de ferry. Os dois em que fizemos a travessia eram muito bons e espaçosos, com televisão para ver filme, zona de lazer no exterior, bar com snacks, etc… E quase não se sente nada de ondulação porque o barco é bem grandinho.

Na Malásia nós usámos táxi só na deslocação desde o aeroporto porque de resto a cidade está muito bem equipada com sistema de metros e comboio. E os bilhetes têm um preço tão bom que realmente vale a pena usar. Com um hotel bem localizado perto de uma estação de metro, dá para fazer a festa. Na volta para o aeroporto usei a UBER por indicação de uma brasileira que deu a dica e acabou por sair mais barato que o táxi.

No Cambodja voltam os tuk-tuk’s, que até são muito usados pelos turistas que visitam a cidade. No nosso caso, como o hotel ficava pertinho do centro, íamos a pé mesmo. E para visitar Angkor Wat, usámos a carrinha-táxi que nos trouxe do aeroporto e levou novamente no último dia. Combinámos com o motorista um preço de aluguer e adorámos esta experiência mais refrescante para visitar os templos.

No Vietnam também usámos o táxi de/para aeroporto e uma vez na cidade quando quisemos chegar mais rápido ao hotel, depois de um dia de turistagem intensa no meio daquele calor abrasador e depois de termos feito a viagem desde Bangkok de madrugada. De resto, um hotel bem escolhido também evita a necessidade de utilizar táxi.

Dinheiro e Compras:

Visitar 4 países diferentes, cada um com sua moeda, obrigou a um planeamento e logística intensos. Eu já tinha falado acerca deste assunto num post pré-viagem aqui, mas vou dar as minhas últimas dicas.

Em primeiro lugar, não adianta achar que o dinheiro que levamos connosco vai ser suficiente e ponto final. Temos sempre que estar preparados para a eventualidade de termos de levantar algum dinheiro num ATM, lá para o fim da viagem, pelo menos.

Eu levava Dólares e Euros (metade/metade) e mesmo assim tive de me adaptar a algumas situações imprevistas e alguma coisa que afinal saiu mais cara do que estava inicialmente à espera.

Levei Euros para destrocar pelas moedas locais na Tailândia e na Malásia; e levei Dólares para usar no Cambodja e no Vietnam, países que aparentemente davam mais valor ao Dólar do que à sua moeda local. Na Tailândia acabei por gastar mais dinheiro do que estava à espera para um país que todos proclama ser muuuito barato e o paraíso dos mochileiros. No entanto, não nos esqueçamos que eu usei muito o táxi e também me desloquei para as ilhas Phi Phi, gastando mais dinheiro em ferrys.

Na Malásia achei tudo muito em conta, com refeições mais baratas do que eu tinha pago na Tailândia. Vamos lá entender isso! Onde eu gastei mais talvez tenha sido nas entradas para as Batu Caves e no táxi, claro.

No Cambodja eles realmente usam muito o dólar, mas quase tudo é 1$USD, portanto sai muito barato na mesma. Já no Vietnam eu pensei que fossem usar dólar mas pediam a moeda local em todo o momento. Então nós optámos por levantar dinheiro no ATM e usar por lá. Também foi tudo muito barato, apesar de ser um barato mais parecido com a Tailândia.

As compras que valem a pena fazer nestes países são mesmo os tradicionais cacarecos asiáticos. Mas mesmo dentro deles é preciso regatear bem o preço e escolher bem o que vale a pena comprar. Eu geralmente não ligo muito a essas coisas, então já tinha em mente o que quer comprar em cada sítio. Geralmente o que é mais característico, como é o exemplo do chapéu de bico no Vietnam.

Comida:

Veja este post aqui para todos os detalhes acerca da comida, mas regra geral eu adorei a comida super picante destes países. O difícil mesmo é tentar acertar em algo que não seja picante, mas os sabores asiáticos são uma delícia.

Choque cultural:

Claro que na chegada à Tailândia, o primeiro país que visitámos, sente-se instantaneamente o choque cultural e é impossível não olhar com admiração para tudo o que se passa à nossa volta.

O que marcou mais foi ver a confusão em que vive este povo. O trânsito é confuso, atravessar a estrada é uma aventura, comprar alguma coisa é outra aventura, enfim… tudo é diferente e para tudo temos de nos adaptar.

Fomos muitas vezes abordados na rua para comprar alguma coisa ou para subir para o tuk-tuk, por exemplo. Eu lembro quando estávamos a caminhar para o templo do Buda reclinado fomos abordados por um motorista de tuk-tuk a perguntar para onde estávamos a ir. Assim que dissemos ele apressou-se a dizer que o templo estava fechado porque estava a acontecer as orações, mas se fôssemos com ele, ele levaria-nos a outro templo fantástico. Então é muito isto pelas ruas.

Baratas, ratos e toda a espécie de animais estranhos e que temos nojo se nos aparecem à frente, vão-se cruzar no nosso caminho. As baratas foram os seres que mais cruzaram o nosso caminho (em quase todos os países), mas na Malásia eu encontrei muitos ratos e ratazanas pelas ruas ou em esgotos meio abertos. E isto aconteceu mais aqui talvez por causa das chuvas do final de tarde.

Os mercados que visitámos também tinham toda a carne, peixe e fruta ali expostos no calor. Se algum peixe tombava do alguidar era logo colocado lá novamente. Mas esta é a cultura deles e eu achei super interessante andar pelo meio destes mercados.

No Cambodja nós vimos muita pobreza e muitos meninos descalços a aproveitar a comida dos nossos pequenos-almoços ou a andarem atrás de nós a implorar que lhes comprássemos uns ímans. Foi talvez aqui onde sentimos mais esta pobreza e nos fez pensar muito na qualidade de vida que temos em casa e que nem damos valor.

Transporte entre países:

Nós usámos a companhia aérea low-cost Air Asia para fazer todas as deslocações entre países, mas também para viajar entre Bangkok e Phuket. É uma óptima opção (e barata!) para nos deslocarmos pelos países asiáticos, principalmente quando estamos a fazer estas viagens em que incluíamos vários países e não temos muito tempo disponível.

Também dá para usar autocarro, mas eu honestamente não aconselho, a não ser que tenha tempo de sobra. Apesar de ser mais barato, eles demora quase um dia a viajar entre Bangkok e Siem Riep, por exemplo, e nem sei se opera entre Siem Riep e Hanói.

A Air Asia foi fundamental e permitiu não gastarmos muitas horas do nosso dia em viagens. Quase sempre íamos de madrugada, bem cedo na manhã ou ao final do dia e passado uma hora estávamos no destino.

Roupa:

É só relembrar que para estes países asiáticos é preciso lembrar de que a entrada nos templos está dependente de blusas a tapar os ombros e pernas tapadas também. Os homens só precisam ir com os ombros cobertos.

Alguns templos, como os de Angkor Wat, implementaram as suas novas regras à pouco tempo, então é importante lembrar disso na hora de fazer as malas.

Ásia 2017: dicas gastronómicas!

Uma das minhas grandes preocupações era a comida asiática. Apesar de ela ser muito conhecida e apreciada pelo mundo inteiro, a verdade é que eu li imenso acerca dos efeitos que ela pode ter no nosso corpo. Além disso, sejamos sinceros. Estamos a sair completamente da nossa zona de conforto. Óbvio que há uma forte probabilidade do nosso organismo não reagir bem.

E para mim é pior andar doente durante as férias do que encontrar baratas e ratos pelas ruas. Ok? Esse é o meu espírito! Então eu levei a farmácia atrás, cheia de medo do que iria encontrar.

Apesar disso, se havia coisa que eu tinha a certeza era que eu queria provar o máximo possível da cozinha asiática e poder fazer a minha própria viagem gastronómica. Já que é uma cozinha tão popular, não tem como pensar de outra forma!

Então essas foram as minhas impressões gerais da culinária destes países que passámos e como o meu organismo foi reagindo ao longo da viagem.

Tailândia:

A Tailândia tem uma cozinha que sofreu muito estilo de influências. A chinesa talvez tenha sido a mais importante, já que o Pad Thai é uma mistura muito bem conseguida da comida tailandesa com chinesa. Para quem está com muito medo da reação à gastronomia tailandesa, pad thai não tem como errar. Não é picante, é fácil de comer e de se gostar. Mas também não se agarrem a ele como se não houvesse amanhã, esquecendo de provar outras coisas.

Como é a comida que mais se vê nas barraquinhas de rua, é fácil nós pensarmos nela como primeiro recurso. Mas eu garanto que estive muito longe de abusar do Pad Thai e mesmo assim chegou um ponto da viagem onde eu já não conseguia sentir o cheiro.

Eu achei Bangkok mais eclético, com restaurante para todo o gosto e com todo o estilo de influências gastronómicas a abundar em cada canto. Então aqui nós comíamos todo o tipo de refeições, desde frango com legumes no restaurante, como uma sopa de cobra, até à comida de rua tipo noodles.

Já nas ilhas Phi Phi foi onde eu me atirei de cabeça ao tradicional dentro do tradicional. Comi vários Pad Thai e ainda uma comida suuuuuuper picante em tudo parecida com noodles e vegetais. Acho que acabou por ser a refeição mais picante que provei na Ásia e a única que me deu algum mau-estar no estômago no dia seguinte. Mas nada de muito mau.

Mas sabem, apesar daquele picante todo, eu comi tudo até ao fim porque estava delicioso, divinal, tudo! Tinha um gosto tão bom que eu era incapaz de parar de comer apesar do quão picante estava.

A influência chinesa e muçulmana trouxeram o arroz, que é comido em todas as refeições e os noodles, entre outras especialidades culinárias. É interessante ver como ele conseguiram misturar tudo tão bem. Os vegetais, frango grelhado e as sopas de vegetais e almôndegas são muito características da cozinha típica tailandesa.

Malásia:

A Malásia pegou uma grande influência culinária da Índia, então podem imaginar o quão picantes eram todas as comidas. Difícil, senão impossível, era encontrar alguma receita que não fosse picante.

Eu cheguei na Malásia com aquele desconforto no estômago e não tive grande hipótese mas aguentar toda aquela cozinha típica indiana. Claro que a chinesa também está muito presente, mas eu já vos tinha falado que o hotel ficava bem no meio do povo indiano. Então, ali na rua do hotel abundavam os restaurantes de rua indianos, super em conta. Foi difícil dizer que não!

E quando íamos turistar durante o dia, a hora de almoço calhava sempre em zona indiana também. No primeiro dia estávamos ali no limiar da Praça da Independência, que tinha um restaurante indiano muito interessante e com preços e variedade óptimos. No segundo dia fomos para as Batu Caves, que são um templo hindu. Ora, templo hindu, leva-nos novamente a restaurantes indianos, ok? 😀

Apesar disso, eu adorei a cultura indiana e a sua cozinha também. Eu já era fã dos temperos, principalmente o caril, que já vem dos tempos do ERASMUS na Suécia, onde eu vivia com indianos e comia muito com eles. Mas acabei por me tornar fã de muitos outros temperos que eles usam, apesar de tornarem os seus pratos com um nível de picante capaz de ressuscitar um morto.

A própria experiência de comer em restaurante indiano é motivo cultural que chegue. Eu achei muita piada à maneira de ser deles, principalmente o senhor do restaurante perto do hotel, que era muito enérgico e teimava em dizer que este e aquele prato não tinham picante, só para nos convencer a sentar e comer. Ahahaha depois riam da nossa cara quando reclamávamos do picante! 😀

Cambodja:

De todas as cidades ou países, foi no Cambodja que eu senti mais perto de casa. Tirando o primeiro dia que fomos almoçar num restaurante chinês na rua do hotel, comemos as restantes refeições no hotel mesmo.

A culinária ali foi muito normal, sem nada que eu não soubesse mais ou menos o que ia comer. Claro que a ementa era vasta e tinha lá certas comidas que não fazia ideia do que pudessem ser. Mas sabem, estávamos a meio da viagem, depois de experimentar muita coisa diferente, decidimos dar um descanso aos nossos estômagos e voltar a comer uns bifinhos com batatas fritas, ou com legumes, umas sopinhas, carne à bolonhesa, etc… E como me soube pela vida! Juro que já não me lembrava do gosto da batata frita! Ahahah

Por outro lado, foi aqui que descobri umas bebidas chinesas muito loucas que são vendidas em lata com um aspecto em tudo semelhante a cerveja, mas que na realidade é um chá super apetitoso. Toda a lata está cheia de caracteres chineses, então foi mesmo um tiro no escuro que saiu certeiro.

Fazer compras no supermercado é outra experiência gastronómica por si só, já que eles apostam muito nas suas próprias marcas e uma coisa que achei muita piada é a cerveja com o símbolo de Angkor Wat. Aliás, quase tudo que é marca própria tem lá o símbolo do templo desenhado. Para verem a importância que é dada aos templos como fonte de crescimento do país.

Vietname:

O Vietnam foi o que eu achei ter as comidas mais loucas e diferentes que eu nunca na vida comeria aqui em Portugal. Eu comi sopa feita com clara de ovo cru!! E eu não gosto de ovo, ok? Muitos vegetais, que formavam imensas saladas diferentes, aprendi a fazer aquela espécie de wrap de vegetais e frango picado, que pelos vistos é muito típica também, enfim…

No barco foi onde eu consegui provar mais da culinária vietnamita e também foi onde eu passei mais tempo. Os peixes também são muito usados porque têm uma cultura de pesca importante. Aliás, não é de surpreender, já que passámos por imensos pescadores na zona de Ha Long Bay e a verdade é que o país tem uma costa marítima imensa.

Como está encostado à China, óbvio que o Vietnam também foi pegar algumas influências deles e o célebre arroz está sempre presente, de preferência comido com pauzinhos. Essa foi outra experiência muito interessante e desafiante, poder comer com pauzinhos em algumas refeições. Mas sempre pensei que fosse mais difícil do que acabou por ser.

Fazendo o balanço geral, o povo do sexo masculino passou mal (diarreias e dores de barriga) ali a meio da viagem quando estávamos de visita pela segunda vez à Tailândia e foi algo que apesar de melhorar sempre se foi mantendo um pouquinho (nada de especial) até ao fim da viagem. Muitos fritos que também não ajudaram em nada!

As meninas aguentaram firmes e fortes durante toda a viagem. Eu tive aquele desconforto no estômago por causa do picante, mas nada que muita hidratação e um comprimido para revestir o estômago, não resultasse.

Ponto positivo da gastronomia foram os sumos de fruta, batidos de fruta e toda a fruta ao natural que comemos. Eu lembro-me que no início da viagem íamos com aquela ideia de que não podíamos beber sumo de fruta nem batido porque não sabíamos de onde vinha a água e o gelo. Mas rapidamente isso foi esquecido pessoal! Não há nada melhor do que beber sumo de fruta bem gelado para refrescar daquele calorão. Ninguém resiste! E basicamente foi assim toda a viagem, em todo o lado lá estávamos a beber ou sumo ou batido. Todos óptimos! E sobrevivemos para contar a história, como podem ver.

Ponto negativo foram alguns dos pequenos-almoços. Eu sou a típica fulana que gosto da minha torrada com manteiga ou tosta mista e acompanha com um letinho com chocolate ou café. Em muito sítio que passámos eu não conseguia satisfazer as minhas necessidades básicas nesta refeição. Os melhores que comi foram no 2º hotel em Bangkok, nas ilhas Phi Phi e no café em KL.

Muitas vezes acontecia que tínhamos de levar o pequeno-almoço em lancheira porque saíamos muito cedo dos hotéis. E nessas ocasiões geralmente os pequenos-almoços não eram aquela coisa, mas o que é certo é que alimentavam e a mania de colocarem banana na lancheira até que saciava o povo, afinal das contas.

Então, como vêm, há pontos positivos (muitos) e também negativos. Nada como ir de mente aberta, tentar experimentar o máximo, mas ter atenção às limitações do estômago. Levar uma farmácia bem recheada para eventualidades relacionadas com os efeitos adversos à gastronomia é algo fundamental.

Ásia 2017: dicas de hotéis!

Um dos pontos muito positivos da Ásia é que se consegue óptimos hotéis por um preço espetacular. E também se consegue hotéis razoáveis por um preço melhor ainda. Ahaha Enfim, antes de viajar disse que não ia adiantar muito acerca dos hotéis escolhidos porque queria dar a minha opinião pessoal e essa só aconteceria no pós-viagem.

Hoje já me sinto perfeitamente apta a contar todos os detalhes dos hotéis: o que correu bem, o que correu menos bem, os prós e contras de cada um deles. Então, bora lá!

Tailândia:

Park Srinakarin Hotel (Bangkok) – Na primeira noite em Bangkok eu reservei este hotel na tentativa de ficar mais próximo do aeroporto e não tanto do centro da cidade. Isto porque no dia seguinte iríamos apanhar o voo muito cedo até Phuket. Eu adorei o hotel que é muito moderno, espaçoso, um restaurante muito bom por um bom preço, etc…

O único senão foi que mesmo assim ficava a 45 minutos do aeroporto. Ou seja, distância em Bangkok é sempre interminável e não adianta preocupar muito porque sempre vamos acabar passando imenso tempo no táxi. Então por causa deste hotel ficar afastado do centro, acabámos por pagar um pouco mais na corrida de táxi até lá.

Por outro lado, sem dúvida que poupei muito no preço do hotel, que era super barato para todas as condições que tinha. Só que pronto, dava a sensação que estávamos tipo ilhados no meio de nada. Também foi só por uma noite, então acabou por não ser nada demais.

Prince Palace Hotel (Bangkok) – Na segunda passagem por Bangkok eu já reservei um hotel pertinho do centro, e aqui tentei caprichar na escolha. Eu lembro-me que a primeira coisa que saltou à vista quando estava a pesquisar foi a piscina no 11ºpiso. A partir daí eu apaixonei-me por todas as fotos, mas era a vista sensacional a partir dos quartos e da zona da piscina que mais me encantava.

O preço já é um pouco superior mas achei que valia demais a pena e que todo o conjunto de localização com qualidade do hotel fariam todo o sentido nesta segunda visita. Pois bem, não sei se era da expectativa alta de mais, mas foi justamente neste hotel que tudo correu mal.

Para começar o cartão de acesso ao quarto não funcionava e tivemos imenso tempo à espera que nos fossem dar outro, porque a máquina estava avariada. Depois disso, tínhamos acabado de nos instalar, tomar banho e tal, encontramos baratas a passear pelo quarto. Saímos para ir reclamar e vemos mais baratas pelo corredor.

No final das contas mudam-nos de torre e quarto, para um maior e tal, mas no dia seguinte, ao pequeno-almoço, encontramos de novo baratas nos bolinhos expostos na terrina.

Acabou por ser desilusão, apesar de termos curtido demais a piscina, as vistas, todo o luxo do hotel. Se voltava lá? Acho que não, né? E é uma pena porque eu adorava este hotel e se não fossem estes contratempos eu voltava lá sem hesitar. Apesar do que aconteceu, não foram as baratas que estragaram as férias. Mais uma vez digo, são apenas mais uma história que eu adoro contar.

Bay View Resort (Ilhas Phi Phi) – Nas ilhas Phi Phi o que não faltam são opções de hotéis por toda a ilha. O meu critério de seleção foi ter acesso direto à praia por um preço razoável. Nas ilhas Phi Phi o preço dos hotéis são superiores ao que se pratica em Phuket, por exemplo. Eu tinha equacionado ficar por lá, mas acabei por desistir e decidir pagar um pouco mais, mas sabendo que no final iria ter uma experiência tipicamente tailandesa, com todas aquelas paisagens de sonho que eu sempre idealizei.

E adorei o meu hotel!! Não era um luxo, mas como eu fiz upgrade para a zona restaurada dos bungalows, acabámos por ficar nuns super bem decorados. Único problema de escolher chalé? Ficamos no meio da floresta quase. Ahahah Todos os dias fazíamos uma caminhada de 15 minutos para chegar no lobby do hotel, que é onde começa a praia.

No entanto, tínhamos uma mini praia privativa mesmo junto ao chalé que geralmente era paragem obrigatória à tardinha/noite para uns mergulhos antes de ir tomar banho para jantar. O nosso chalé ficava também ao lado da piscina, que foi muito útil no último dia quando estávamos super esgotados do passeio matinal a Maya Bay e já só queríamos deitar em algum lugar pertinho.

Outro ponto muito positivo do nosso hotel era a localização privilegiada junto ao começo da vila. Mas sem estar propriamente dentro dela, como muitos outros hotéis estavam. Isso é muito bom porque dá para nos deslocarmos à vila sempre que quisermos para comer, comprar alguma coisa, ou passear, mas sem estar a viver dentro da confusão.

Por outro lado, não ficamos completamente longe da civilização, como acontece com os resorts mais luxuosos do norte da ilha. Acho que tem toda a piada podermos balancear e escolher ficar no sossego, mas perto do agito.

Os hotéis aqui, regra geral, têm barquinho privativo que leva/trás os turistas com reserva até ao lobby. E isso também é super espetacular, já que a ilha não tem estrada com condições para andarmos a passear malas de um lado para o outro.

Malásia:

My Hotel @ Sentral 2 (Kuala Lumpur) – Eu juro que quando entrei neste hotel pela primeira vez me perguntei porque raio o tinha escolhido e onde estava com a cabeça. Tudo porque havia alguns indianos esquisitos a deambular pelos corredores junto ao nosso quarto e tipo, eles estavam assim em grupo, mas não couberam todos no mesmo quarto, então decidiram que era boa ideia deixarem as portas abertas e simplesmente andarem de quarto em quarto para estabelecer contacto e socializarem.

Mas depois do baque inicial eu meio que entendi que era povo da paz e inofensivos, pelo menos assim me pareceram. A verdade é que nunca agiram de forma a que eu achasse o contrário em todo o tempo que estive por lá. Mas foi no dia seguinte que eu tive a certeza porque este hotel era tão bom. Em primeiro lugar ele tem um preço super atraente e depois fica muuuuuito bem localizado, a 5min a pé da estação central que dá acesso a tooooda a cidade de KL.

Além disso, fica junto a lavandaria, restaurante indiano de rua, comércio e de uma cafeteria que serve um pequeno almoço divinal. Isto porque KL é super famosa pelos seus Breackfast! Com uma cafeteria daquelas na esquina foi ouro sobre azul. Então, apesar de à primeira vista ser um hotel meio simplório, ele acabou por ser a melhor opção possível para a estadia de 2 dias em KL. Por todas as razões que já apresentei e que aqui fazem toda a diferença.

Cambodja:

Bopha Pollen Hotel (Siem Riep) – Eu adorei a estadia neste hotel por várias razões: todo o staff é a coisa mais prestável, fofa e querida da face da terra, as condições do hotel são óptimas, tem uma piscina deliciosa para relaxar e refrescar do calor abrasador, tem um restaurante muito bom e barato, e ainda, está muito bem localizado.

É preciso dizer mais? Acho que não! Ficar neste hotel é escolha acertadíssima e não tem como errar. Ainda têm serviço de massagem ao quarto, que eu não usufrui, mas sim a minha amiga, que adorou. E ela é terapeuta de beleza!

No primeiro dia por lá fomos andando até ao mercado, o Old Market, e ainda espreitámos a Pub Street. Voltámos andando até ao nosso hotel, parando pelo caminho no supermercado. Além disso, o hotel está rodeado de comércio e restaurantes, sem sentirmos que estamos no meio da confusão, já que ele é bem recatado.

Vietnam:

May de Ville Legend Hotel (Hanói) – Este hotel é outro exemplo claro de localização, localização, localização! Fica no coração do Old Quarter, que é só a principal atração de Hanói e tem uns preços fabulosos. Tem opção de hostel e hotel, mas vale muito a pena pagar um pouco mais e ficar com quarto privativo, já que o preço da noite é 22€!!!

Foi aqui que comprei a tour para Ha Long Bay graças ao serviço de agência que eles também têm e dá um jeitão na hora de comprar. E aqui tivémos a garantia que estávamos a levar algo de qualidade pelo preço mais baixo que conseguiam arranjar. E não tenho nenhuma reclamação a fazer deles.

Estão super preparados para receber turistas a toda a hora e gerem isso muito eficazmente. Ainda nos aconselham sobre qualquer dúvida que tenhamos, desde atração turística até ao melhor restaurante.

Adorei a qualidade dos quartos! E na última noite ainda recebemos um upgrade de graça, ou seja, o quarto era qualquer coisa de absolutamente fantástico. Mais uma escolha acertadíssima. Ah, apesar de ficar no meio de todo o agito, as janelas estão muito bem calafetadas e só percebi que estava a haver alta festa na rua, quando pus o pé fora do hotel.

E o que havia para dar errado, deu!

Para quem tem acompanhado a série de posts sobre a Ásia, já deve ter reparado que aconteceram uma série de contratempos. Fui falando um pouco ao longo destes últimos dias mas ainda não contei aqui exatamente tudo o que se passou. Porque é assim tão importante deixar aqui o meu testemunho? Para os leitores entenderem que são coisas que acontecem e fazem parte de grande parte das viagens à Ásia.

Muitas pessoas me perguntam se isso estragou a viagem, outras ficam muito impressionadas e a achar que tudo o que podia ter acontecido de mau, realmente aconteceu e que por isso as minhas férias ficaram estragadas.

Mas sabem que mais? Eu não olho para nenhum contratempo dessa forma má e depreciativa. Pelo contrário!! Eu consegui tirar o lado positivo de todos esses contratempos e hoje em dia eles fazem parte da história desta grande odisseia. Na verdade, eu adoro contar o que deu errado, justamente porque isso faz parte e é até caricato relembrar a situação.

Então, começando do início, logo na viagem para Bangkok, nós fizemos escala em Londres de 3h. Só que, pelos vistos o aeroporto de Heathrow estava no seu rush time, ou seja, com super tráfego, e as malas não chegaram ao avião que partia para Bangkok a tempo e horas.

Mas sabem quando a vossa intuição já vos diz que algo pode correr muito mal? Exato!! Eu estava com essa mesma intuição quando me apercebi que nós próprios, os passageiros, demorámos quase 3h para chegar à outra porta de embarque. Eram filas para esperar o bus que nos muda de terminal, depois mais filas intermináveis para passar no detetor de metais, ainda entrar num metro interno e ainda percorrer um corredor interminável até finalmente chegarmos à porta de embarque tipo 15 minutos antes de ela abrir.

Foi esse o caos!! Mas pronto estávamos no avião e 12h depois quando esperava a minha mala no tapete e vi que ela e a dos meus amigos eram as únicas que faltavam, aí sim bateu o desespero!! Corri de balcão em balcão a explicar a situação até que acertei finalmente, e o rapaz foi super prestável, preencheu o relatório do atraso da mala e garantiu que ela seria enviada para o nosso hotel.

Aí eu lembrei: espera, amanhã bem cedo vou partir de novo para as ilhas Phi Phi. Não vou ficar em Bangkok! “Ah não tem mal! Qual é o nome do Hotel? Elas vão ser enviadas para esse mesmo! Amanhã ao meio-dia estarão lá!”

Eu estranhei a rapidez mas naquela altura queria acreditar piamente que as malas chegariam no dia seguinte àquela hora. E porque estranhava? Porque essa era a hora que eu própria ia chegar e isso implicava que as malas viessem no mesmo voo que eu e no mesmo barco ferry que eu. Ou seja, óbvio que isso não ia acontecer.

E não aconteceu! No dia seguinte chegámos ao hotel, perguntámos pelas malas e nada! Sabiam da nossa situação, mas nada das malas já terem chegado. E interessante como havia mais uma dezena, pelo menos, de papéis iguais ao nosso lá no montinho da bagagem atrasada. Ou seja, isto acontece muito, muito por culpa das escalas curtas que nós europeus fazemos ainda na Europa.

Depois desta resposta eu contactei o meu seguro de viagem, que nos informou que podíamos comprar todos os bens de 1ª necessidade dentro daquele budget estipulado, usando apenas e só o cartão de crédito. E achar loja que aceitasse cartão de crédito nas ilhas Phi Phi?? Outra odisseia!! 😀 Mas conseguimos e comprámos roupa, calçado, protetor solar, repelente, enfim… várias coisas essenciais.

A mala finalmente chegou no dia seguinte à hora de almoço, depois de eu já estar a perder a esperança que ia voltar a vê-la de novo e depois de muitos telefonemas para o aeroporto de Bangkok na tentativa de localizar a mala. Ela foi por Krabi e não por Phuket, então daí ter demorado um pouco mais de tempo.

Alívio!!! Onda de alívio!! Até olhar para a bendita mala e ver que vinha toda amassada, partida, rasgada, enfim…! Tudo bem! Volta a ligar para a British Airways, explicar a situação e tal. Finalmente nos informam que podíamos fazer participação do atraso do voo, despesas gastas e danos na bagagem…tudo online! Foi logo isso que fiz e respirei de alívio mais uma vez porque pelo menos de agora em diante podia curtir a praia à vontade e esquecer a mala desaparecida.

Só recebi a resposta da British já estava a embarcar para a Malásia. No meio de todos os pedidos de desculpa o mais importante é que iriam reembolsar todas as despesas e que tinha um budget de 100€ para comprar nova mala. Embalei a minha mala velhinha naquelas máquinas dos aeroportos só para garantir que chegava em segurança à Malásia e aqui consegui ter acesso a um shopping bem jeitoso onde consegui comprar uma mala óptima, muito melhor que a minha, com garantia internacional de 10 anos, impermeável, com código, rija…enfim, espetacular!! E por 180€!

Na realidade, depois de voltar da viagem e enviar todas as despesas extra para a British, eles até foram muito porreiros e pagaram o valor na íntegra da mala. Ou seja, por esta altura eu já tenho todas as despesas de atraso e danos de mala saldados.

Na viagem de volta desde Bangkok, nós íamos fazer escala em Hong Kong (2h) e novamente em Londres, antes de chegar a Lisboa. E, mais uma vez, o que havia para acontecer, aconteceu.

Recebo sms, email, aviso, ringding, pombo correio, enfim…a informar que o voo estava atrasado 1h15!! Aí bateu novamente o pânico, desespero, tudo. A minha cabeça começa a fazer rapidamente as contas e percebo que com o atraso fico com apenas 30 minutos ou menos para conseguir chegar à outra porta de embarque e mesmo assim esperando que esse voo demorasse a fechar as portas.

Passámos o voo inteiro para Hong Kong a rir da situação, a prometer que íamos correr que nem loucos assim que aterrássemos e a filmar tudo isto para mais tarde recordar. Resultado: sim, corremos assim que nos foi permitido sair do avião, até dar de caras com o staff da Cathay Pacific com umas placas na mão que tinham a referência do voo que era suposto apanharmos.

Pronto, na minha cabeça elas iam levar-nos por entre corredores escuros e super exclusivos do aeroporto fazendo os possíveis para garantir que entraríamos naquele avião. Mas não, toda aquela espera era só para nos levar até ao balcão onde passaram a hora seguinte a tentar colocar-nos em novos voos, contactar hotel para ficarmos a dormir, imprimir vouchers de refeição, etc…

Então, a solução era ficar a dormir em Hong Kong e seguir no avião para Londres às 9h do dia seguinte. Mais uma vez, esquece malas de porão porque só as iríamos voltar a ver em Portugal. Ainda passámos na fila da imigração, fomos a correr que nem loucos até à zona dos transferes (tudo porque nos disseram que o último seria dali a 30min) e quando chegámos ao balcão do check-in do hotel simplesmente disseram que não tinham quartos.

Sim, esse horror, drama, como lhe quiserem chamar! Aí eu liguei para a companhia a perguntar o que se estava a passar, o hotel também ligou, e finalmente informaram que o staff se tinha enganado no hotel e teríamos de voltar ao aeroporto porque o hotel era mesmo lá dentro. Dá para acreditar?

Chegámos às 3h ao hotel certo, acompanhados de outro membro do staff que nos pediu muita desculpa. Subimos e fomos dormir porque por esta altura o cansaço já era gigante. Quanto ao voucher de refeição, tentámos usar no 7eleven do aeroporto (indicação dos primeiros membros de staff) e no final disseram que não aceitavam o dito voucher.

Outro erro escandaloso que me fez pensar: o que raio de produtivo e eficiente fizeram aquelas senhoras durante a hora em que eu estive lá empatada sem poder ir embora? Tanto quanto sei, só mesmo a marcação dos nossos lugares em novos voos.

O engraçado da situação é que eu descobri que o meu bilhete tinha algum tipo de regalia nos voos porque antes mesmo de levantar voo algum hospedeiro vinha dar as boas vindas, oferecia garrafa de água, perguntava se queria mais alguma coisa. Era das primeiras a receber as refeições (eu e o meu marido), tinha embarque prioritário, enfim… tudo isso! Fiquei sem perceber se foi uma recompensa do atraso ou se foi por ter outras 3 pessoas associadas a mim, já que fui eu que comprei todos os bilhetes. Em Londres a moça da British disse que era a última hipótese.

Todas as despesas em alimentação e telefónicas que tive também já foram restabelecidas pela Cathay Pacific, apesar de eles terem referido que não fazia parte da política devolverem dinheiro. Mas tendo em conta a falha que aconteceu com o staff e todas as falsas informações, eles disseram que “por cortesia” devolveriam.

Então, meus caros, estas foram todas as peripécias que tive nas viagens de avião para a Ásia e no regresso. Era para falar do que aconteceu por lá, mas vou deixar para outro post que este já está bem grande.

Ha Long Bay!

A nossa estadia pelo Vietnam terminou com 2 dias num barco em Ha Long Bay. Hum soou bem? Para mim era o último desejo da viagem e a razão porque eu fui para Hanói nos últimos dias. E esta tour foi mesmo aquela sensação de que já está a acabar e logo logo vou começar a viagem de regresso.

O tempo aqui por Ha Long é geralmente meio nublado, apesar do calor que continuava o mesmo, então acrescenta um ar de despedida adicional. Mas apesar dessa sensação de que está a acabar, foram dias excelentes para o adeus final.

Depois da correria imensa em quase todo o canto por onde andámos, passámos quase dois dias estendidos na espreguiçadeira da cobertura de um barco, de onde só saíamos para fazer alguma actividade no exterior ou para comer.

Comprámos a tour diretamente no hotel onde ficámos em Hanói e no dia seguinte estavam a buscar-nos na porta do nosso hotel. Seguimos viagem até à costa (3h de caminho), numa carrinha com o grupo que ficaria conosco nos próximos dias.

Quando chegámos entrámos no barco e só saímos no dia seguinte depois de almoço. Assim que entrámos no barco e arrumámos as malas foi servido o almoço e o barco começou logo a andar juntamente com tantos outros que estavam a fazer o mesmo itinerário.

E rapidamente começamos a entrar nas paisagens típicas de Ha Long Bay e que tanto esperávamos ver. Fica difícil selecionar qual a melhor foto porque tudo em volta é lindo e fascinante. Ao longo do caminho ainda passámos por barquinhos minúsculos com senhoras a vender fruta, carne, bebidas…aos barcos! E elas lá iam a remar por entre os vários barcos cruzeiro na tentativa de fazer negócio.

No primeiro dia nós ainda fomos à praia, que tem uma água muito fria. Mas sabem, nem me importei e fui ao banho assim mesmo, porque não é todos os dias que estou a mergulhar em mar vietnamita quase chinês. 😀

Depois da praia passámos numas grutas descobertas por dois amigos durante a guerra e que estão magnificamente iluminadas com várias tonalidades. A vista lá dentro é demais mas cada vez que chegamos a um patamar maravilhamos com a vista de Ha Long ali em volta também.

As visitas por esse dia ficaram concluídas e acabámos a tarde atracados no meio da baía de Ha Long, rodeados de barquinho em volta e com um pôr-do-sol espetacular, já que ele só decidiu aparecer nas últimas horinhas do dia. Mas veio mesmo a tempo de nos brindar com uma vista magnífica.

Depois do jantar a animação continuou e a programação era pescaria de lulas com cana da índia e um foco a apontar para a água. Sentei-me na parte de trás do barco e ali fiquei até finalmente pescar a única lula que o grupo inteiro conseguiu.

Sim, fui a mesmo a única a conseguir a proeza e fiquei radiante porque nunca tinha pescado absolutamente nada na vida. Sorte de principiante! 🙂

O dia seguinte amanheceu maravilhoso e uma das primeiras coisas que fizemos foi andar de caiaque, logo seguido de uma visita à Fábrica de Pérolas. Foi fantástico assistir a todo o processo de formação de uma pérola. Até porque é algo que demora anos a crescer dentro das ostras, mergulhadas debaixo de água, e depois ainda é preciso perícia para as retirar da ostra e implantar noutra mais nova para que cresça mais e se torne mais valiosa.

Tudo isto não esquecendo que ostra tem uma membrana que é o “cérebro”, responsável pelo crescimento da pérola. Esse “cérebro”, na mudança, não pode ficar mais do que uns segundos fora da ostra senão morre e lá se vai o crescimento da pérola. Super complexo e moroso. Daí as pérolas serem tão valiosas!

Antes de acabar a tour ainda tivemos direito a aula de culinária, onde aprendemos uma receita típica vietnamita super apetitosa e que serviu como almoço a seguir. Muito simples de fazer e em tudo parecido com um Wrap.

No geral, achei o tour muito bem organizado e cheio de atividades bem interessantes para nós. A comida também estava deliciosa e esse era um dos meus maiores receios, já que eu tinha lido que tour’s baratas têm tendência a ser horríveis na alimentação que dão.

A minha preocupação foi balancear o preço muito bem. Já estávamos no final da viagem e era complicado gastar muitos mais dólares, no entanto eu sabia que abaixo dos 70$ a coisa era arriscada. Então ficámos ali pelos 95$, com tour comprada no hotel, em vez das barraquinhas e agências de rua. Se dá para ir mais barato? Dar dá, principalmente nessas agências de rua, mas neste caso eu fiquei mais de pé atrás porque eram dois dias fechados num barco. Se a coisa corre mal, não dá para fugir dali e ir procurar restaurante certo? Mas como em tudo, é preciso uma boa dose de sorte e depende sempre da opinião de cada um.

Hanói, no Vietnam!

E rápido chegamos ao último país da nossa viagem pela Ásia. O Vietnam foi o nosso último país. Chegámos bem cedo vindos de Bangkok e ficamos um pouco no balcão dos eVisa para trocarmos as cartas de convite (que tinha pedido antecipadamente) pelos vistos, que foram colados no nosso passaporte. Ah e no acto da entrega do passaporte com o visto já colado ainda pagámos o valor do visto, claro. Com direito à nossa cara a aparecer no monitor, juntamente com uma voz bem computadorizada a dizer o nosso nome alto e bom som. Para mais informações acerca dos vistos e como tratei deles, já saiu post pormenorizado sobre o tema aqui! É só conferir que está lá tudinho!

Assim que passámos na fila da emigração, entrámos de novo na odisseia de escolher o melhor táxi, e logo logo estávamos a chegar ao bairro onde íamos ficar alojados, o Old Quarter. E neste caso não podíamos ter escolhido hotel com melhor localização. Acho mesmo que foi o hotel com a melhor localização de toda a viagem.

A realidade é que Hanói não tem muito para ver. É uma cidade mais para ser vivida e o centro onde quase tudo acontece é mesmo o Old Quarter e o redor do Hoan Kiem Lake, que fica colado a este bairro.

Então, eu não ia com muitas ou quase nenhumas perspectivas turísticas. O grande objetivo de visitarmos Hanói era justamente ficar na cidade base para explorar Ha Long Bay, esse sim o auge da nossa visita ao Vietnam.

Então, assim que chegámos a minha preocupação foi logo assegurar a compra da tour para o dia seguinte. Depois disso, peguei num mapa da recepção, para não andar com o livro atrás e dei uma olhada rápida para escolher o que valeria a pena ver.

Hanói é uma cidade relativamente compacta, que dá para ser percorrida a pé. O único ponto que atrapalha é novamente o calor, mas o povo já está habituado a isso. Começámos por explorar os arredores do hotel, almoçámos pelo Old Quarter mesmo, que está cheio de boas opções de bares e restaurantes, e seguimos em direção ao lago que eu falei em cima.

O lago tem umas estruturas de influência chinesa (pagoda) e uma pontezinha que também faz lembrar a China. O Vietnam faz fronteira com a China e Hanói está muito próximo dessa fronteira, então é perceptível como a cultura chinesa se espalhou por aqui.

Fomos andando até à Catedral, que fica pertinho e foi interessante ver de novo algo tão característico da religião cristã, principalmente depois de visitar tantos templos nos últimos dias.

Por esta altura nós já estávamos a entrar no ritmo super louco vietnamita. A maior das confusões na estrada, com motas que vêm de todas as direções e fazem autênticas razias umas às outras e a quem se atravessar no seu caminho.

Aqui o lema é entrar pela estrada a dentro e ir caminhando bem devagar porque apesar das apitadelas imensas e das razias, vamos conseguir chegar ao outro lado inteiros. E como este povo gosta de viver com a mão na buzina. Buzinam por tudo e por nada! Para avisar que estão a entrar na rotunda/cruzamento, para marcar presença, para protestar/reclamar… enfim!

Eu tinha lido que Hanói é o exponente máximo da confusão e estava completamente mentalizada para o pior. Mas ainda assim, apesar de realmente muito confusa e povoada, acho que não foi tão intenso assim.

Então, da catedral fomos andando andando até ao Templo da Literatura, que é um dos ícones mais conhecidos de Hanói. Não foi que fizesse muita questão de visitar e também não ficou propriamente perto, mas senti que uma vez em Hanói ia dar uma chance ao pouco que há para ver.

Só por essa razão fui até lá. E realmente não é nada de impressionante. Acabámos por voltar ao Old Quarter vindos de táxi e fomos descansar um pouco antes de encarar a noite por lá.

E esta foi outra surpresa! Eu estava meio desconfiada que o Old Quarter seria tipo o epicentro de toda a noite da cidade, mas nada me preparou para o que vi assim que pus um pé fora do hotel.

Estava tanta gente nas ruas!!! Um concerto com palco, Dj e bailarinas a acontecer mesmo na esquina do hotel!! Os restaurantes tinham mesas espalhadas pela rua deixando só um pequeno corredor que era ocupado pela enchente de povo e também pelas motas que queriam passar.

Esta é a melhor descrição que consigo arranjar, mas acho que nenhuma faz realmente jus àquilo que estava a acontecer. Então acabamos por nem conseguir andar mais de 20m e parámos numa dessas esplanadas com mesinhas e cadeiras para criancinha sentar e comer (super pequenas e rentes ao chão).

E foi super engraçado, não posso dizer que não! Assistir a toda a transformação do Old Quarter. Ele já tem vida própria de dia, mas de noite a coisa eleva-se a 1000% e em todo o canto há um restaurante ou bar para curtir a noite. A melhor descrição que eu arranjei e até partilhei no Instagram foi comparar a noite no Old Quarter com os Santos Populares em Lisboa (em véspera de feriado, para ser bem intenso).

Mas sabem, não há como não adorar este bairro e eu fiquei muito agradecida por ter ficado nele. Nós voltámos a Hanói passados dois dias e ainda conseguimos curtir um pouco da noite na véspera de voltarmos a Bangkok para apanhar o voo de regresso a casa.

Ásia 2017, sobrevivemos para contar a história!

No dia anterior a embarcar em Lisboa a caminho de Banguecoque eu estava muito apreensiva. Perdi horas a preparar malas, máquina fotográfica e toda a documentação necessária. Tinha quase todos os check-in’s feitos e impressos, vouchers dos hotéis, papelada de vistos e mais fotos. Enfim, tinha tudo para ser uma viagem perfeita.

Mas sabem quando nós temos noção que uma viagem assim tem tudo para acontecer percalço? É impossível que tudo corra exatamente como planeado e acho que esta viagem veio mostrar-me isso mesmo e fazer com que encare um percalço como uma bela história para contar.

Eu fui falando lá pelo Insta acerca dos detalhes da viagem, mas basicamente aconteceu de tudo: perda de malas logo na chegada, todo o género de roubadas de taxistas (algumas vezes na forma tentada só!), baratas no quarto chique do hotel, mais bicharada em tudo quanto era canto da rua, vizinhança com cara duvidosa no hotel da Malásia, atraso num dos voos de regresso que fez com que passássemos uma noite em Hong Kong e só chegássemos a Portugal quase um dia depois do previsto.

Assim que chegámos a Banguecoque todo o tipo de avisos que tinha lido em blogues aconteceram num curto espaço de tempo. Aquela história de “o templo está fechado agora porque estão em oração mas vem aqui no meu tuk-tuk que eu levo a um sítio maravilhoso” aconteceu várias vezes.

O assédio pelos motoristas de tuk-tuk ou pelos comerciantes também era muito. Nós quase sempre andávamos a pé para todo o lado e era muito fácil nos abordarem porque não tínhamos qualquer problema em andar onde fosse. Seja na rua mais movimentada do centro da cidade, ou num mercado bem local e sem nenhum turista à vista.

Mas em nenhum sítio ou país que passei eu me senti insegura ou desprotegida. Algumas vezes ia mesmo sozinha ou só com a minha amiga fazer pequenos trechos de caminho, como por exemplo desde o hotel até à lavandaria, na Malásia, e nunca me senti insegura na rua.

Pelo contrário! O povo era super atencioso e simpático. Mais preocupado com o nosso bem-estar e em agradar-nos da melhor maneira possível. Claro que nem todos foram exatamente assim e claro que a tentativa de passar a perna ao turista “totó” estava muitas vezes lá e dava para ver bem quando era o caso.

Mas no geral eu adorei a simplicidade do povo e a maneira como eles sobrevivem com o que têm, principalmente no Cambodja. A pobreza neste país é tão palpável que muitas vezes dói o coração ver meninos descalços a pedir um dólar na porta dos templos em troca de 4 íman’s. E vêm atrás de nós a insistir até conseguirem.

Foram quatro países tão perto uns dos outros e a uma hora de viagem de avião. Coisa pouca, sem dúvida! Mas incrível como eles conseguiram ser tão diferentes uns dos outros em tantos aspetos.

Desde o clima citadino e ultra moderno, passando pela cidade que mistura modernidade e pobreza, até à povoação pobre que só consegue subsistir graças à presença constante dos turistas que vêm visitar os templos perdidos na selva.

Uma das minhas preocupações era o contraste cultural e o que me esperava. Como iria encarar uma cultura tão diferente da minha? Mas quando entrei no táxi em Banguecoque e comecei a percorrer aquelas ruas e a viver a realidade do trânsito e das pessoas à minha volta foi como se tivesse nascido ali. Como se tudo aquilo fosse algo que eu vivo no meu dia-a-dia. Como se eu pertencesse ali e aquelas pessoas fizessem parte de mim também.

Senti-me tão confortável a percorrer as ruas, a regatear preços e a recusar o assédio dos comerciantes de rua que foi como se já tivesse feito tudo isso antes. Então ir à Ásia teve um grande significado para mim. Não foi só uma viagem turística para cumprir agenda e ticar os pontos que queria visitar.

Foi uma experiência cultural única. Foi abraçar um povo que não fala a minha língua e que tem uma maneira de ver a vida completamente diferente da minha. Foi atravessar a rua sem passadeira e ver a habilidade que as motas Vietnamitas têm em se desviar dos obstáculos. Foi ver as crianças nos templos do Cambodja a aproveitarem o que restou dos pequenos-almoços dos turistas. Foi ver escolas, com todos os meninos a chegarem de bicicleta. Foi ver hospitais e o que conseguem fazer nas condições que têm. Foi ver as casas dos moradores e a simplicidade em que vivem. Foi ver a alegria dos tailandeses reunidos em baixo de uma chapa a assistirem a lutas de galos na pequena televisão.

Sim, visitei tudo o que queria em termos turísticos e amei cada detalhe, cada templo, cada maravilha da natureza. Mas ainda amei mais toda uma cultura que está por detrás disso tudo. Mais do que entrar num templo é saber porque ele está ali. É entender o que motiva aquelas pessoas a serem assim.

Adorei andar pelos mercados e não é à toa que grande parte dos sítios que visitei eram mercados. Mercados flutuantes, mercados labirínticos, mercados chineses, mercados na linha do comboio, mercados na beira da estrada.

A comida é outro amor, que também teve alturas de ódio. Passei pelo meu momento de enjoo ao Pad Thai, que nem podia sentir o cheiro, passei pelo momento em que olhava todas as comidas com a maior desconfiança. Mas aprendi a aceitar que na Ásia deve-se abraçar tudo, incluindo as diferenças gastronómicas. Então tentei, o melhor que consegui, provar a maior variedade possível de comidas. E não me posso arrepender disso, mesmo quando fiquei com a boca dormente de tanto picante numa só refeição.

Um dos pontos altos da viagem foram os sumos de fruta. Como eu amei beber sumo de fruta em todas as refeições e mesmo fora delas. Só tinha de decidir qual sabor ia experimentar hoje. Vida difícil!

Amei os tons azuis e verdes do mar da Tailândia e do Vietname, mas foi principalmente as ilhas Phi Phi que me levaram o coração. Nadar no meio de água azul transparente, rodeada de peixes coloridos foi um dos pontos altos da viagem e que vou levar para sempre no coração.

E tinha muito mais para dizer! Mas este é um post introdutório e vou deixar que os próximos dias ou semanas vão desvendando muito mais do que foram estes dias fantásticos na Ásia. Dias que muito possivelmente mudaram parte do que eu sou e que ficou lá. Trouxe um pedaço deles comigo que veio para ficar.