Ásia 2019: os vistos!

E hoje eu prometo que vou terminar a série de posts sobre a última viagem à Ásia, que entretanto já aconteceu em Fevereiro/Março e ainda aqui ando a dar dicas. Ahhh perdoem esta pobre alma que ultimamente não tem tido tempo nem para olhar ao espelho. Mas hoje vou terminar com um dos posts mais úteis no que diz respeito a esta viagem em particular – os vistos!!

E esta foi sem dúvida a viagem que antes de iniciar já deixava antever o que iria ser. China a dar cartas desde o momento em que pesquisei e tentei fazer o dito visto. Mas ok, vamos por partes e pelo mais fácil de tratar, deixando a tragédia chinesa para o fim.

Indonésia:

Este belo país fez há uns aninhos (penso que em 2017/2018) um acordo com Portugal e desde aí todos os portugueses têm isenção de visto para entrar no país. Não é o máximo? Eu adoro este tipo de acordos, especialmente quando falamos de países que são bem frequentados por portugueses, os quais só trazem crescimento económico ao país se continuarem a visitá-lo. É uma óptima forma de incentivar o turismo pelas várias ilhas do território indonésio.  Nós visitámos agora a ilha de Bali mas sem dúvida que no futuro queremos conhecer mais das restantes ilhas e saber que temos isenção de visto é o máximo! Então é só apresentar o passaporte com validade de 6 meses na chegada e pronto. Não é preciso mais nada!

Hong-Kong e Macau:

Eu coloco estas duas regiões autónomas da China juntas porque elas são muito semelhantes no capítulo vistos. Entrar em Hong-Kong ou Macau é muito simples e não é preciso qualquer tipo de visto. Aliás, o visto que tivemos de tratar para a China nem precisámos mostrar aqui. Nem os chineses querem saber se vamos a Hong-Kong ou Macau porque para eles estas regiões não pertencem à China – são regiões economicamente autónomas.

Para entrar em Hong-Kong apenas tivemos de preencher um formulário ainda no avião, daqueles super básicos como já tínhamos preenchido para a Tailândia, com nome, morada em Portugal, nº de passaporte, número do voo de chegada e partida, hotel onde vamos ficar, e mais umas coisinhas. Muito simples de preencher e depois é só entregar na imigração com o nosso passaporte para eles validarem a informação, destacarem o duplicado do original e pronto, estamos livres para entrar no país.

Nem carimbo colocam no nosso passaporte, tanto em Hong-Kong como em Macau, o que me irrita um pouco porque dão folhinhas minúsculas para andarem conosco dentro do passaporte, que não são nada úteis quando andamos em plena viagem e temos de mostrar o passaporte várias vezes. De vez em quando lá caem todos os papeleiros no meio do chão…

China:

A China foi o único país de toda a viagem que pede visto e é daqueles bem chatos e caros. Tudo de péssimo que pode acontecer numa aplicação de visto é sinónimo da China! A começar que as informações no site do Consulado da China em Lisboa estão completamente desatualizadas e por causa disso eu perdi 2 dias para tratar do visto, quando tudo podia ter sido resolvido num só dia. Além das horas perdidas a preencher formulários manualmente quando afinal tudo agora é electrónico.

Então, aparentemente, os vistos da China são agora feitos por uma empresa contratada para o efeito e que está sediada em frente ao Centro Comercial El Corte Inglés, em Lisboa. Como já não é tratado pelo  Consulado chinês, então o visto aumentou brutalmente de valor e agora, não só pagamos o visto propriamente dito, como pagamos as despesas de custo da tal empresa (que continua a ser chinesa, mas isso ninguém tem nada a ver com isso) que são mais caras que o visto propriamente dito. Fantástico né?

Para fazer o visto o primeiro passo é aceder ao site e escolher o país em que estamos. Depois temos de preencher online o formulário para cada pessoa que vai viajar. O formulário é enorme e pedem várias coisas. Muitos delas são fáceis de responder, outras mais chatinhas, mas às tantas sentimos é que passamos uma hora só para responder a um formulário. Só depois dos formulários preenchidos podemos marcar dia e hora para ir entregar todos os documentos e formulários à tal empresa, que fica na seguinte morada: Avenida António Augusto de Aguiar Nº 130 5º Andar.

Então no dia agendado é só levar o formulário que preenchemos online impresso, levar uma foto tipo passe, uma cópia do passaporte e Cartão de Cidadão e ainda uma declaração da nossa entidade empregadora em como somos trabalhadores da empresa e tal. Um monte de burocracia!

Mas pelo menos, no dia e hora agendados é só chegar e rapidamente somos atendidos. Eles verificam todos os documentos, se tudo bate certo e se estão todos. Se tudo estiver bem, é só entregar o passaporte e 4 dias depois ir levantá-lo com o visto já colado e pronto a viajar. Se estivermos a viajar com outras pessoas (amigos, família) uma pessoa do grupo pode tratar de todo este processo e não precisam ir todos pessoalmente entregar os documentos.

Cada formulário tem de ser assinado pela pessoa correspondente mas é só. Toda a papelada pode ser entregue por uma das pessoas do grupo, pessoalmente. E isto é super útil porque nem todos podemos faltar aos trabalhos para ir em romaria tratar do visto chinês.

De todos os países, a China foi de longe o que deu mais dores de cabeça e eles são muito chatos de facto! Mas eu acho que é uma preparação psicológica pré-viagem para o que nos espera! Aahaha

Peripécias chinesas e balinesas!

Como não podia deixar de ser, uma viagem à Ásia não estaria completa se não trouxesse na bagagem uma mão cheia de histórias e peripécias rocambolescas que na altura não têm tanta piada assim mas que eu acho serem inevitáveis. E no regresso a casa servem para animar vários serões e jantares com família e amigos. Sim, eu aprendi a relativizar tudo mesmo. E já não acredito em viagens sem história, onde tudo corre exatamente como planeado. Se isso me assusta? Nem um pouco. Pelo contrário! Quando inicio uma viagem destas já estou a rir e a tentar imaginar que peripécias vão acontecer desta vez.

No interior do avião que nos levaria para Hong-Kong!

E esta viagem não foi de todo excepção. Aliás, aconteceu tanta coisa estranha que eu tenho até medo de não me lembrar de tudo. Ahahaha Mas começando do início, lá em Macau! Nesta viagem eu e o Carlos decidimos que era melhor só levar Euros e irmos destrocando em cada país que fôssemos passando. Até aí tudo bem! Mas acontece que nesta viagem o Carlos ficou particularmente paranóico com o sítio onde ia deixar o dinheiro e lembrou-se que seria boa ideia colocar todos os euros que tínhamos levado para a viagem no cofre do hotel em Macau.

No elevador do hotel de Macau, longe de imaginar que no dia seguinte os Euros iam cá ficar!

E sabem quando algo vos diz que não é de todo boa ideia? Então eu aviso que se calhar é boa ideia colocar um alerta no telefone para evitar deixar lá o dinheiro para todo o sempre mas o Carlos desvaloriza e diz que já está mais que habituado a deixar dinheiro nos cofres dos hotéis que passa nas viagens em trabalho e blá blá blá…

Ok, eu assumi que era batalha perdida até chegarmos à hora de pagar a refeição no interior do avião que nos levava para Bali e ele perceber que de facto a mulher tinha toda a razão e de facto toooodos os euros da viagem tinham ficado no cofre do hotel em Macau. PÂNICO!! Muito pânico! Muito suor frio! Foram as horas mais longas de voo que eu já tive até hoje. Eu não via a hora de aterrar e ligar rapidamente para o hotel de Macau. Mas já via os piores cenários a acontecer, obviamente! Comecei logo a mentalizar para a possibilidade de realmente nunca mais pôr a vista em cima daquele dinheiro. E enfim… foram os momentos mais complicados de toda a viagem e quando chegámos ao aeroporto e consegui falar com o gerente do hotel de Macau eu já estava quase em lágrimas.

No aeroporto de Macau, prestes a embarcar no voo rumo a Bali! E os Euros a serem deixados para trás, no cofre do hotel!

Mas felizmente, depois de alguma explicação, eu recebi a óptima notícia de que o dinheiro tinha sido encontrado e estaria lá no hotel guardado até que alguém fosse buscar. Apenas pediram para eu enviar por mail o meu passaporte e uma breve explicação da história para que eles abrissem o processo e ficasse tudo registado.

Já em Bali eu recebi a resposta deles com as notas que tinham sido encontradas no cofre (tudo batia certo) e também a garantia de que o dinheiro ficaria no cofre principal do hotel até eu pessoalmente o ir buscar. E quando meus caros? A única solução e mais viável foi no regresso a Hong-Kong. Ou seja, no primeiro dia que eu tinha para passear por Hong-Kong, eu na realidade perdi várias horas para poder ir a Macau levantar todo o meu dinheiro que era suposto servir para as férias, que entretanto já estavam no fim. Belíssima história né? Então agora imaginem a querida Maria com a mochilita às costas, sozinha, a apanhar o ferry para Macau, fazer todo o percurso a pé até ao hotel e voltar para o ferry novamente, rumo a Hong-Kong, onde entretanto o caos do homem do hotel que não deixava fazer check-in, já se estava a desenrolar.

Aeroporto de Hong-Kong, na chegada!

Mas a história que tinha tudo para correr mal terminou da melhor forma. Então a partir do momento que chegámos a Bali e arrumámos tudo isto de lado, tomámos a decisão de ir levantando dinheiro a partir dali, até ao fim da viagem. Levantámos dinheiro em Bali e levantámos dinheiro em Shanghai, sítio onde o Carlos mais uma vez teve outro momento alto da viagem e deixou o multibanco dele dentro do terminal ATM. E agora estão a pensar vocês que isto é mau demais para ser verdade né? Pois, eu por esta altura também já achava demasiado surreal, mas aconteceu tudinho vos garanto!

Logo após resolver a situação dos Euros “abandonados” tirei esta foto no WC do aeroporto de Kuala Lumpur, onde fizemos escala para Bali! A minha cara diz tudo, mas mesmo assim fui trocar de roupa (já estava calooor!) e lavar a cara porque Bali estava a umas horinhas de avião e estava na hora de continuar a curtir a viagem! 🙂

Quando chegámos a Shanghai e depois de ter uma hora de check-in “fantástica” a falar para uma App de telemóvel que traduzia tudo para chinês enquanto resolvíamos a questão do homem do hotel ter decidido cancelar o nosso quarto por falta de comparência, o Carlos descobriu que estava sem multibanco quando foi comprar qualquer coisa para comermos à grocery store mais próxima.

Então eram exatamente 3h da manhã quando estávamos ainda a fazer telefonemas para Portugal a pedir para que cancelassem o dito cartão e a tentar perceber se tinha havido mais algum gasto desde o nosso levantamento. Mas parece que, mais uma vez, dentro da desgraça, tudo correu o melhor possível e a conta estava intacta. Ficámos sem cartão mas e daí? Ainda tínhamos o meu cartão e o cartão de crédito. E pronto, tudo arremedado até ao final da viagem! Como agora os cartões eram meus, tudo ficou pacífico nesta área! xD

O avião da Virgin Atlantic que nos levou de Londres para Hong-Kong! 😛

No entanto desenganem-se aqueles que acham que o Carlos ficou por aqui! Nãããão! Ainda em Bali tivemos uma noite de tensão quando ele julgou que tinha perdido o nosso disco externo, que basicamente tem toda a minha vida lá dentro. Desde fotos das viagens até documentos super importantes do meu doutoramento. Mas quando eu já pensava em retirar-lhe das mãos todos os objetos de valor, lá percebemos que afinal o disco externo tinha sido “capturado” pelo nosso amigo que tem um exatamente igual e julgou que aquele era o dele!! Ahahaha enfim, estão a ver o filme!

No capítulo perdas a cena ficou de facto por aqui!

Já no capítulo horrores da hotelaria chinesa houve todos os horrores que fui falando ao longo de vários posts mas que basicamente passaram por muita cabeça dura chinesa, e por duas vezes ficámos quase apeados sem hotel para ficar. Mas tudo se resolveu!

E hoje, olhando para trás, fica a certeza que a Ásia não cessa de me surpreender e são todas estas peripécias que me fazem adorá-la, que me fazem adorar viajar e partir já amanhã para o destino mais exótico e improvável possível.

Ásia 2019: como fiz a mala?

Um dos maiores desafios das viagens longas é justamente todo o processo que envolve fazer a mala e escolher o que realmente vale a pena levar. Fazer uma mala para a Ásia já não é novidade e muitas coisas que usei na última viagem à dois anos, voltei a usar agora. Então eu não quero de todo voltar a repetir tudo de novo e falar sobre todo o processo em si. Para dicas de como montar uma mala prática e com todos os itens básicos para a Ásia, basta ler ou reler o post que fiz antes e que está aqui!

Este post surge justamente para refletir um pouco acerca das grandes diferenças e maiores desafios que senti na arrumação da mala para esta viagem em específico. Porque se há dois anos eu basicamente pensei tudo para um clima quente, desta vez tive de pensar também em levar algumas peças de roupa para um clima frio e intermédio.

E como as peças de roupa mais quentes são também mais volumosas, esta foi sem dúvida uma viagem em que tive de voltar a repensar todas as dicas que já li sobre arrumação de malas de viagem e onde tentei ser o mais prática possível.

Além da roupa quente e fresca que era preciso levar também acresceu o facto de querermos experimentar sítios diferentes com dresscode’s singulares. Por exemplo, a roupa que usamos na praia é muito diferente da roupa que usamos em pleno Inverno chinês, mas também é muito diferente da roupa que usamos num casino em Macau.

Então, enquanto fiz a mala eu ponderei vários prós-e-contras, tais como, se valeria a pena ou não levar saltos altos, ou se valeria a pena levar um vestido mais especial para ir aos casinos, etc… E de facto, no final, optei por escolher peças de roupa o mais versáteis possível justamente porque achei que não é nada agradável carregar uma mala durante duas semanas com peças de roupa ou calçado que só vou usar um dia, durante algumas horas.

E dentro dessa lógica eu levei roupa sem padrões e com cores que combinassem facilmente entre elas, para poder usar vários dias e não ficar limitada, dispensei os saltos altos e levei uns sapatos de plataforma super confortáveis mas mais clássicos, e levei calças pretas e algumas camisas para os dias de casino e jantares especiais.

E no final da viagem ainda tive algumas peças de roupa que acabei por nem sequer usar! A técnica da arrumação da mala não é super fácil mas com o tempo nós aprendemos a relativisar e a ser o mais práticos possível. É um processo, sem dúvida! Para além destas dicas gerais e forma de pensar, eu ainda tenho as minhas dicas específicas para cada país.

Bali:

Bali foi o único destino quente e tropical de toda a viagem, desta vez. Escolher a roupa para Bali foi sem dúvida o mais fácil porque eu já sabia o que ia encontrar e já fiz uma mala para clima tropical antes. É praia!

Não preciso pensar muito e basta agarrar nos últimos trapos de Verão (blusas, vestidos, calções, chinelos, biquini) e já está! Tendo sempre atenção a não levar muita quantidade, obviamente. A minha grande dica nestes países com templos continua a ser a mesma, que é levar um pareo para tapar ombros, amarrar à volta da cintura ou até mesmo usar como toalha de praia. Super versátil e eficaz!

Macau e Hong-Kong:

Terra dos casinos, Macau foi uma das maiores dúvidas até à última. No final obter pelas básicas calças pretas e por um par de camisas interessantes que serviram na perfeição para a visita aos casinos da noite e do dia. E ainda bem que não optei por saltos altos e vestidos demasiado à frente porque na realidade vemos de tudo a acontecer nos casinos. Desde a gente fina até ao pé rapado que aparece por lá meio caído do céu. Ahahah

Como Hong-Kong estava com um clima muito semelhante a Macau, então eu aproveitei toda aquela roupa meia estação para usar em Hong-Kong também. Além das ditas camisas e calça preta que serviram para um jantar mais aprumado em Hong-Kong.

China (Shanghai e Pequim):

A China foi o pólo oposto de Bali e uma das razões para eu finalmente apostar em casaco e botas decentes, de uma vez por todas. Chegou aquele momento na minha vida que eu tive de reconhecer que era essencial apostar finalmente em algo bom e que protegesse realmente do frio. E, aproveitando a altura de black Friday do ano passado e Natal, comprei finalmente umas botas Ugg super quentes com pelo de carneiro a revestir o interior, mais sola de borracha, mais couro impermeável, enfim… O topo de gama das botas da Ugg e que me levou uma soma considerável. Mas hoje, olhando para trás e para as duas viagens que já fiz com as botas (Suíça e China) tenho de reconhecer que foram o melhor investimento possível. Adoro tanto as botas que este ano tenciono investir num novo modelo lá para as alturas do black friday.

Na secção casaco eu achei que as soluções super tecnológicas da Uniqlo (marca japonesa) se adequavam perfeitamente às necessidades deste tipo de viagens. Os casacos de penas deles são super leves, finos, quentes e conseguem dobrar-se de forma a caberem num saquinho pequeno super fácil de transportar. E hoje, depois de levar este casaco para a Suíça e para a China, fiquei super fã da marca e num futuro próximo quero comprar mais uns itens concerteza.

Então se temos pouco espaço o melhor é investir em peças fundamentais que realmente vão fazer a diferença numa viagem grande, principalmente se na maior parte dos dias vamos estar num clima de Inverno onde as temperaturas rondam os 4ºC-10ºC. Em contrapartida, se vamos fazer mix de climas, ter um casaco quente que facilmente se dobra e arruma em qualquer canto da mala é uma vantagem super valiosa.

 

Ásia 2019: dicas dos hotéis!

Uma das maiores dificuldades na nossa viagem à China foi justamente conseguir encontrar o balanço perfeito na escolha dos hotéis. As cidades que escolhi para o nosso roteiro eram das mais turísticas e movimentadas, então tudo isso influenciou na escolha dos hotéis, de forma a não elevar em demasia o budget disponível. Mas não foi de todo tarefa fácil e alguns dos stresses que tivemos foram justamente por causa desta tentativa de arranjar soluções em conta.

Mas fazer o quê né? A escolha de um hotel é sempre algo relativamente incerto, mais ainda quando falamos numa viagem pela China, quando qualquer coisa (literalmente) pode acontecer. Principalmente quando estamos a lidar com um povo com sérias dificuldades de comunicação e quando eles próprios são mais que as mães.

Então, neste post eu vou falar um pouco dos hotéis que escolhemos e tentar sumarizar os pontos positivos e negativos de cada um e se vale a pena a escolha.

Macau – Rio Hotel:

Este foi sem dúvida o melhor hotel de toda a viagem e aquele onde eu tive das melhores experiências possíveis. Foi o último hotel a ser reservado por conta das incertezas que tinha em relação ao que realmente queria em Macau, mas no fim agradeci imenso a escolha e acho que foi excelente em termos de relação preço-qualidade.

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Imagem retirada do site do hotel

Macau é uma região muito ligada aos casinos e na minha opinião ficar em Macau só faz sentido se pudermos absorver a experiência como um todo, ficando num hotel casino. Há vários para todas as carteiras, entre marcas internacionais e nacionais. Eu acabei por reservar uma marca mais tradicional, mas com todo o conforto que estamos habituados em qualquer hotel de uma cadeia mais internacional.

O hotel estava super bem localizado, perto dos casinos mais emblemáticos da ilha de Macau e isso permitiu que andássemos sempre a pé, até mesmo quando nos deslocámos de/para o ferry. Apesar de não termos sequer entrado no casino do nosso hotel, eu adorei todo o conforto e luxo. É incrível pensar o quão pouco nós pagámos por um hotel com tamanho luxo e ostentação. Mas é Macau! Tudo em Macau é demais, luxuoso e opulento ao ponto de ser absurdo.

Foi uma escolha o mais certeira possível em todos os aspetos e voltaria sem hesitar. Ok, existem outros hotéis mais tradicionais com casinos mais conhecidos, etc… Mas tudo é uma questão de prioridade e perspectiva. Eu não valorizava assim tanto ficar num hotel super conhecido e queria algo que me permitisse sentir a vibe hotel-casino em Macau sem gastar fortunas. E tudo o que queria tive! Então fiquei super feliz no final.

Bali – Ananda Resort Seminyak:

Bali é uma ilha gigante e a escolha do hotel vai depender primeiramente do sítio da ilha que queremos ficar e do tipo de experiência que pretendemos ter. Depois de alguma pesquisa eu acabei por decidir que Seminyak era sem dúvida a zona de Bali que eu queria ficar todos os dias da viagem. Tinha uma das melhores praias da ilha, com pessoal mais jovem, mais virado para as festas e movimentação nas ruas da vila. Clima perfeito para aproveitar de novo a Ásia como eu me recordava dela – calor, agitação!

E mesmo dentro da vila de Seminyak são diversos os hotéis que estão à disposição. Desde os mais simplórios até aos mais chiques! Regra geral, Bali é até um lugar bastante acessível e dentro daquele padrão asiático de mochilão que estamos habituados. Ao contrário da China! Então, apesar das várias noites que passámos por lá, acabámos por pagar relativamente pouco, num hotel mediano.

O Ananda Resort cumpriu todos aqueles requisitos base sem ser um arrombo na carteira: localização excelente a 15 min a pé da praia (Ku de Ta), pequeno-almoço incluído, piscina simpática, villa espaçosa e confortável. Tudo isto mesmo no centro da vila de Seminyak, com a agitação ali ao virar da curva do hotel mas o sossego de uma villa “fechada” onde não se passa nada e é super sossegado.

E nós curtimos demais o hotel!! Ficámos alojados numa espécie de vivenda que tinha um quarto em baixo (com wc) e outro quarto em cima, com um espaço comum que estava equipado com uma cozinha simples e vários sofás. Então nós conseguimos ficar os 4 juntos na vivenda e fizemos a festa!!

Como passávamos o dia ou na praia ou nos passeios pela ilha, então comprávamos sempre uns noodles no supermercado e fazíamos lá na cozinha comum antes ou depois da sessão noturna de piscina. E ficávamos literalmente até de madrugada na galhofa lá no nosso pátio privado antes de voltar para os quartos!

A zona da piscina era super porreira e quase sempre vazia! Então curtimos demais, principalmente à noite. O programa de todas as noites era justamente ficar a boiar na piscina até muito tarde só porque sim. A temperatura estava óptima, a piscina toda iluminada e vazia!!

O único ponto negativo do hotel foi mesmo só a internet mas fazer o quê quando tudo o resto compensou? Além disso, coisa que aprendemos na Ásia é que internet é um serviço de luxo muitas vezes difícil de deitar a mão. Então restou-nos aproveitar para descansar e foi isso mesmo que fizemos.

Shanghai – Jitai Hotel People’s Square Branch:

Um dos piores hotéis de toda a viagem foi seguramente este! E daqueles que não volto com toda a certeza. Nada fazia prever que quando chegássemos já à 1h da manhã ao hotel fossemos tão mal recebidos por um empregado super mal disposto que fez de tudo para dificultar a nossa vida!

E como foi a primeira entrada na China continental ficámos logo um pouco stressados com os chineses no geral. Eu só tentava focar no dia seguinte e nas maravilhas que tinha programado para ver no dia seguinte! Ahahaha mas não foi fácil rir da situação especialmente quando chegámos e a primeira coisa que percebemos é que o empregado não falava nada de inglês, utilizava um sistema de tradução raquítico no telemóvel, nos disse que o quarto foi cancelado por falta de comparência e, depois de aceder aos nossos pedidos de nova reserva, pediu para o quarto ser pago na hora, com dinheiro vivo e ainda caução. Tudo porque o hotel não aceitava cartões que não fossem de origem chinesa.

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Imagem retirada do site do hotel

Tudo isto aconteceu assim num espaço de uma hora, que foi o pior e mais longo período de check-in da minha vida toda!! Sem exageros! O homem era mesmo detestável. E toda a má experiência continuou com uns quartos que em nada correspondiam com as fotos do Booking, e com a internet a teimar em não funcionar.

Então, apesar de ter relativisado tudo e ter curtido imenso a cidade (que adorei!), é um hotel a riscar completamente da lista.

Pequim – Xiao Yuan Alley Courtyard Hotel:

Apesar de ser um hotel localizado num beco meio duvidoso de Pequim e de nos assustar à primeira vista, quando o taxista nos deixa na entrada do dito beco e aponta para irmos o resto a pé, foi dos melhores hotéis de toda a viagem.

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Imagem retirada do site do hotel

O hotel é totalmente virado para o espírito mochileiro e vemos pessoas de várias partes do mundo. Então, os empregados acabam por ser super abertos, esforçam-se imenso para ajudar em tudo, para falar inglês (mesmo que seja raquítico), para dar dicas e para nos fazer ter a melhor experiência de todas em Pequim. E conseguiram!

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Imagem retirada do site do hotel

Apesar dos quartos não serem super luxuosos, eles estão decorados de uma forma típica chinesa e todo o hotel segue a mesma vibe. Então logo aí eu fiquei super apaixonada e com a certeza que não podia ter escolhido melhor. Depois falemos no factor localização. O hotel fica localizado exatamente nos Hutongs que circundam a Cidade Proibida. Então foi uma experiência super especial poder caminhar pelos Hutongs, tomar contacto com a vida típica chinesa daqueles “bairros”, e ao mesmo tempo estar ali tão perto do centro da cidade.

Não podia ter escolhido melhor e voltava lá sem hesitar!!

Hong-Kong – Wai Fan Guest House:

Se hoje voltasse a Hong-Kong tinha ficado neste hotel as duas noites. Só que na altura que reservei já não consegui ficar no mesmo sítio as duas noites e acabei por trocar na segunda noite para outro hotel que se revelou um autêntico fiasco. Reservar hotel em Hong-Kong é uma autêntica aventura e seguramente vamos acabar por pagar um rim por um muquifo reles na Nathan Road.

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Imagem retirada do site do hotel

A minha história em Hong-Kong dava um filme indiano com banda sonora chinesa tal não foi a loucura da coisa! Hong-Kong é uma cidade super populosa, das mais populosas do mundo, que está encafuada contra umas montanhas que limitam em demasia o crescimento e a construção de habitações. Então todo o quarto mal amanhado serve para acolher pessoas e pedir-lhes 100€ só assim para abrir a pestana.

O Wai Fan apesar de ser um quarto típico dos prédios da Nathan Road, que não dá para caminhar em linha reta mais do que um passo sem bater contra a cama, mesmo assim estava localizado num prédio relativamente calmo e “normal”, com uns empregados igualmente simpáticos e “normais”. Mas este conceito de normalidade perde-se um pouco em Hong-Kong e de certeza que a experiência geral vai ser tão louca quanto a minha foi.

Como já falei noutro post sobre Hong-Kong, nós fomos passar a segunda noite num dos prédios mais crazy de sempre e de toda a história da humanidade – Chungking Mansions!   O hotel que tinha inicialmente reservado era o King Guest House e foi o terror completo! Eu tive de ir a Macau logo no início da manhã para ir buscar todo o dinheiro que tinha ficado no cofre do hotel (sim, vou contar tudo num post exclusivo das peripécias da viagem) e o Carlos com os nossos amigos foram tentar fazer o check-in no dito hotel King Guest House. Só que de repente tudo o que achamos surreal e inacreditável acontece.

A começar com toda a experiência surreal que foi entrar no dito prédio onde estão centenas de guesthouses encavalitadas e onde toda a gente à nossa volta tem ar suspeito de quem vai atacar o pobre turista a qualquer altura. Depois quando finalmente descobrem o andar certo onde está o dito hotel, o empregado diz que a reserva foi cancelada por não aceitarem o cartão de crédito utilizado na reserva e fecha a porta na cara para não mais querer saber da nossa existência.

Quando eu volto de Macau ainda vou lá para a porta ameaçar o dito empregado com o meu inglês british, que utilizado para descompor alguém perde toda a pose, mas de nada serviu. Depois de horas a falar com a Booking, que assumiu tudo e nos encaminhou para novo hotel, lá fomos parar ao New Reliance Inn, que era precisamente na mesma espelunca de prédio. Então, apesar de um nome diferente, o quarto era a mesma cena apertada, onde só cabia eu ou as malas. E foi toda uma noite a rir da situação, para não chorarmos. Tal não foi a bizarrice!

E pronto! Tudo culminou com vários vídeos cómicos que retratam fielmente o quão impressionante foi a nossa passagem por Hong-Kong! Por causa deste problema com o hotel e escolha de um novo acabámos por perder um dia inteiro de visita à cidade e daí eu querer muito voltar um dia só por pirraça. Algo que os meus amigos vêm com total desaprovação! De modos que provavelmente voltarei a Hong-Kong all by myself porque mais ninguém vai querer alinhar e arriscar repetir a tragédia indiana/chinesa.

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Imagem retirada do site do hotel

Então malta, só há duas hipóteses no que diz respeito a Hong-Kong: ou aceitamos ficar num muquifo reles e pagar 100€, onde temos uma ventoinha no teto para secar o cabelo e toalhas de banho ainda húmidas e cheias de nódoas “esquisitas”; ou doamos um rim antes de viajar e conseguimos ficar no Hotel Tryp que é assim para o mediano mas pelo menos já tem um ar mais ocidental e “normal”.

E é isto! Cenas esquisitas dos próximos episódios, nomeadamente como quase perdi todo o dinheiro da viagem, entre outras cenas estranhas, a sair em breve aqui no blog! 😀

China: manual de sobrevivência!

Viajar para a Ásia é só por si uma experiência cultural completamente fora do que estamos habituados a encontrar. Eu lembro-me que quando fui há dois anos para a Tailândia, Cambodja, Malásia e Vietnam todo o meu círculo de amigos e família ficou com um ar de quem acha que nós tínhamos pirado de vez. Contudo, quando dissemos que tínhamos comprado viagem para a China este ano, acho que os poucos que ainda acreditavam na nossa sanidade mental, deitaram a toalha ao chão e acharam honestamente que estávamos loucos.

E se eu me apaixonei perdidamente pela cultura chinesa por culpa das imensas fotos que vi do país, além de todos aqueles sítios emblemáticos como a Muralha da China e Cidade Proibida, que povoam a mente, também tenho de admitir que encarar uma viagem ao coração da China continental teve momentos de stress e indecisões.

Então balanço final da viagem vai para a constante aprendizagem que é viajar pela China. Não dá para levar a lição estudada de casa nem achar que vai ser fácil andar por lá. Eles são de facto um povo fechado para qualquer língua estrangeira e ainda vêm com olhar estranho o ocidental que vai ao país deles turistar.

Contudo, o que teve de enervante teve também de fantástico e eu voltaria a fazer tudo igual sem hesitar. Aliás, apesar de todos os contratempos eu sonho com o dia em que vou voltar a China e conhecer mais do interior deste país.

Mas vamos por partes!

Locomoção:

O facto de estarmos a viajar em cidades bastante desenvolvidas fez com que abandonássemos quase por completo os táxis (que usamos bastante na última viagem à Ásia) e andássemos sempre de transporte público ou a pé. Cada cidade foi diferente à sua maneira mas basicamente, em todas elas, usámos o autocarro e o metro para as deslocações maiores. No entanto, em alguns casos, o nosso hotel era tão bem localizado que nem sequer chegámos a usar transporte público.

Em Macau nós fizemos tudo a pé e só usámos autocarro para ir e vir da ilha de Taipa no segundo dia. O autocarro era bem raquítico, daqueles com preço fixo por viagem e era só inserir a nota no frasquinho à entrada e pronto. Nada de trocos! E este esquema de utilização de autocarro repetiu-se em Shanghai e em Pequim, onde também usámos autocarro para fazer pequenos trajetos. Tínhamos de levar sempre dinheiro trocado porque o pagamento era sempre colocar o valor fixo da viagem dentro da caixinha da entrada.

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Em Pequim, Shanghai e Hong-Kong ainda usámos o metro, que já tem um esquema mais fácil de pagamento nas tradicionais caixas eletrónicas. É só colocar o destino final e ele calcula logo o valor que temos a pagar. Mesmo que não tenhamos dinheiro trocado ele dá o troco, o que facilita bastante a vida.

Em Shanghai e Hong-Kong nós usámos o metro para ir para o aeroporto o que também é uma grande vantagem na hora de poupar dinheiro do táxi. Só usámos o táxi quando chegávamos às cidades, para nos levarem aos hotéis, pela razão simples de que os nossos voos chegavam sempre muito tarde (já depois da meia noite) e a essas horas os transportes públicos já não estavam ativos.

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Importa referir que usámos bastante a aplicação Google Maps para perceber qual o autocarro que devíamos apanhar e onde porque eles não falam inglês e não podíamos contar com a ajuda de ninguém para as indicações. No entanto, com esta aplicação nós conseguimos entender sempre qual o transporte que devíamos apanhar, onde o apanhar e onde sair. Nunca nos perdemos nem enganámos!

O valor a pagar na tal caixinha do autocarro está bem visível por isso nem precisamos estabelecer conversações com o motorista ou seja com quem for. Até porque o mais provável é não entenderem nada do que estamos para ali a dizer e desatarem a gritar em chinês.

Voos internos:

Ainda esteve em cima da mesa dispensar os voos na China e utilizar os comboios bala super conhecidos e que devem ser uma experiência cultural por si só. Mas em boa hora eu os dispensei. Os voos internos na China, apesar de mais caros e de não haver Air Asia para praticar aquele preço amigo, conseguiram surpreender bastante pela positiva. Nós voamos pela China Eastern e pela Cathay Pacific e todos os voos foram excelentes, com aviões enormes, com TV (que incluía jogos, filmes, séries, música, e muito mais) típica de voos de longo curso, super confortáveis, bagagem incluída e comida incluída também.

Então, apesar de termos pago um pouco mais em deslocações internas, adorei a experiência, com os aeroportos também super simpáticos, sem grande barafunda e até muito organizados. Mais do que eu esperava! Na entrada dos aeroportos tínhamos logo de passar a bagagem por um detetor de metais muito básico e eu achei que ia apanhar filas enormes logo aí, mas não. Não senti aquela confusão chinesa do povo todo junto que tenta passar à frente na fila, multidões que atrasam tudo, enfim…nada disso. Chegávamos sempre 2h antes do voo e era mais do que suficiente!

Moeda:

Todos os países que passámos tinham uma moeda diferente. Até Macau e Hong-Kong têm a sua própria moeda. Então basicamente o que achámos ser mais fácil no nosso caso foi levar Euros connosco e ir destrocando em cada país que passávamos. Eu mais ou menos faço os cálculos de quanto penso que vamos gastar nos dias que vamos passar em cada sítio e pronto.

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Fizemos as trocas de dinheiro sempre em lojas oficiais, logo à chegada ao aeroporto e agora, depois de uma viagem anterior à Ásia, penso ser a melhor forma e mais segura. Uma dica preciosa é que para quem está a fazer Macau e Hong-Kong pode usar as moedas de cada “país” em ambos os sítios. Ou seja, se por acaso sobraram algumas Patacas de Macau podemos usá-las em Hong-Kong e vice-versa. Isto ajuda imenso para escoar aquelas últimas moedas que ficaram na carteira.

Comida:

A comida chinesa sempre foi uma das minhas preferidas de todo o mundo e hoje em dia já são vários os restaurantes que encontramos na nossa bela cidade ocidental e que nos fazem habituar àquele tipo de culinária. Então eu no fundo sabia que depois da viagem anterior à Ásia havia pouco para me preocupar nesta área, principalmente quando já conhecemos minimamente o tipo de comidas e já experimentámos tantas vezes antes.

Então, não tem como errar na comida chinesa! Praticamente toda ela é super saborosa. É sentar no restaurante, olhar o menu que está cheio de fotos da mais variada comida e tentar escolher aquilo que mais gostamos. Sim, eles não vão ajudar nas nossas indecisões porque não falam inglês. Por isso, resta-nos olhar bem para a imagem e tentar decifrar o que cada coisa é.

Nem sempre tivemos sorte com toda a comida mas adotamos o truque de pedir vários pratos diferentes e ir partilhando. Assim quando um não gostava tanto de uma coisa os outros também comiam e não era tão grave assim. Mas regra geral eu adorei toda a comida que provámos e eu tentei ser bem eclética!

Mesmo sabendo que há pratos mais básicos que é certo não errar, tentei sempre arriscar e provar coisas diferentes cada vez que sentávamos no restaurante. Por outro lado eu fiz algum trabalho de casa e levei escrito no nosso roteiro alguns pratos típicos que queria provar na China. Alguns exemplos foi o Pato laqueado de Pequim que comemos exatamente em Pequim, ou os Dim Sum que são deliciosos e comemos um pouco por cada cidade que passámos. Noodles fizeram parte da ementa mais dias do que gostaria, mas por vezes era a opção mais fácil e rápida.

Quanto aos restaurantes que usámos eu não tenho propriamente uma dica certeira de algum imperdível. Basicamente íamos perguntando no hotel qual o restaurante mais próximo para comer bem, ou então saíamos e entrávamos na primeira “espelunca” com ar minimamente aceitável. E apesar de termos entrado em restaurantes muito duvidosos onde não havia qualquer ocidental além de nós, não posso dizer que tenha comido mal em qualquer um deles.

Por isso eu acho que a comida chinesa não tem muita ciência e mesmo nos restaurantes mais espelunca ou em qualquer barraca de rua nós vamos concerteza fazer uma refeição muito saborosa.

Barreira linguística:

Esta foi sem dúvida a maior dificuldade de toda a viagem à China. Ao ponto de nos enervarmos a sério porque não conseguíamos resolver problemas simples com base num diálogo em inglês. Praticamente ninguém fala inglês na China e é incrível como notamos uma diferença considerável entre a China continental e Hong-Kong, por exemplo.

É impensável perguntar qualquer tipo de informações em inglês em pleno Shanghai ou até Pequim. E mesmo no hotel em Shanghai nós não conseguimos falar em inglês com nenhum dos empregados. E pensando que não estávamos propriamente ilhados numa qualquer vila ou aldeia do interior da China, tudo isto nos deixava super à toa. Como era possível que em cidades tão desenvolvidas e centrais não conseguíssemos encontrar uma única pessoa a falar inglês.

Então a nossa única solução era apontar para aquilo que queríamos, ou fazer gestos e aí eles percebiam, ou então, se a conversa era intrincada e se queríamos perguntar ou resolver alguma coisa, a solução foi usar uma App de tradução. E neste último ponto eles estão super bem adaptados. Como sabem que não pescam nada de inglês, qualquer pessoa tem no seu telemóvel uma App para tradução e quando nós chegávamos perto para falar alguma coisa sem ser em chinês, lá sacavam do seu Iphone e estabeleciam ali uma conversa razoável conosco.

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Às tantas nós achámos por bem descarregar o idioma chinês para a minha App Google tradutor e a partir daí era só rezar para ter wi-fi que permitisse fazer a tradução sem problemas. Só que este era outro problema constante. Mas já lá vamos!

Dica útil: Levar os endereços e nomes de hotel em chinês para ser só mostrar ao homem do táxi nos aeroportos ou em qualquer lugar da cidade. Facilita imenso e o Booking já permite fazer isso.

Restrições de Internet:

Na China continental (não sentimos isso em Macau nem em Hong-Kong) a internet está restringida a telemóveis com outras redes e que não tenham cartão Sim chinês. Não sei bem porque é que haveriam de fazer uma coisa destas aos turistas mas se há coisa que eu aprendi é que chinês é um povo complicado da cabeça e que acha que tem de ser diferente, dificultando a vida a tudo o que não fala chinês.

Então, pensando nesta dificuldade que íamos sentir assim que aterrássemos em território chinês (Shanghai e Pequim), descarregámos uma App ainda em Portugal, o VPN. O que é isto do VPN? Existem várias aplicações disponíveis para smartphone dentro desta categoria de VPN, por isso é só escolher uma delas e usar durante o tempo que estivermos em território chinês. Só temos de ter wi-fi e manter o VPN ativo e conseguimos continuar a aceder normalmente às redes sociais ou à internet no geral. O que o VPN faz é camuflar o nosso ID, fazendo com que o nosso telemóvel assuma que estamos noutro qualquer país. O meu país geralmente era a Alemanha mas a aplicação é que vai definir aleatoriamente qual o melhor país para camuflar o ID em cada momento. Para nós foi a salvação!

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Além destas restrições todas também foi super difícil encontrar wi-fi pela cidade. Nada a ver com Macau e Hong-Kong, por exemplo, em que tínhamos internet em praticamente toda a cidade. Na China continental eles têm montes de passwords e nota-se mesmo que restringem imenso as suas redes wi-fi para todos aqueles que não têm cartão chinês. Então muita paciência nesta área!

Compras, negócios da China e custo da viagem no geral:

Viajar pela China sai mais caro do que inicialmente pensamos. Eu pessoalmente sempre achei que Ásia era no geral bem acessível e sempre esperei encontrar um custo semelhante ao que encontrei na última viagem pelo continente. Mas não é bem assim! Especialmente nas grandes cidades chinesas! A começar no custo dos hotéis, até às entradas nos museus/atrações, restaurantes, transportes, enfim… tudo é mais caro do que, por exemplo, na Tailândia. No entanto, se escolhermos bem encontramos opções mais em conta sem gastar balúrdios.

O que tem de caro no custo de vida, acaba por compensar nas compras de coisas tradicionais ou marcas locais. Então eu levava a lição estudada nesta área e também já tinha alguma ideia do que queria comprar e do que compensava mais. Mesmo assim até fui bastante contida e acabei por já não conseguir comprar o bule de chá em Hong-Kong por falta de paciência para regatear preços.

Então o que é que eu comprei e acho que vale a pena? Comprei uma blusa interior térmica da Uniqlo, que é marca japonesa e consequentemente mais barata nesta zona. No Natal passado recebi de prenda do Carlos um casaco de penas da gama HighTech que é super quente, leve e fácil de transportar. Até foi o casaco que trouxe nesta viagem e já usei e abusei dele durante todo o Inverno por ser muito prático e quente. Então para quem quiser investir em roupa desta marca, a Ásia é o melhor sítio para as compras.

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Ainda dentro das marcas asiáticas japonesas, comprei uma máscara para o cabelo da marca Tsubaki (Premium Repair Mask), que é uma das melhores marcas de cuidados capilares. E como as marcas asiáticas têm a fama de serem das melhores do mundo, a Tsubaki é bem reconhecida e bem cara também no ocidente. Em Hong-Kong abundam as lojas tipo farmácia com imensos produtos de cosmética de marcas asiáticas e internacionais também. Mas óbvio que o que vale muito a pena comprar são as marcas asiáticas. Comprei a minha máscara por meros 5€!!! Em Portugal, só através do Ebay e seria mais de 20€ o mesmo frasco. A marca tem vários tipos de champôs muito bons também mas como as embalagens são enormes, eu fiquei com medo do peso na mala de porão e não comprei.

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Tirando estas comprinhas, ainda trouxe várias embalagens de café e chá de Bali, um conjunto de pauzinhos de loiça de Shanghai, um quadro desenhado com linha com uma paisagem do Palácio de Verão de Pequim e uns quadrinhos com os nossos nomes desenhados em caracteres chineses. De todos os sítios que andámos, sem dúvida que a cidade antiga em Shanghai foi o melhor sítio para comprar lembranças tradicionais chinesas, enquanto que as lojas de marcas asiáticas de renome são mais fáceis de encontrar nas ruas e shoppings de Hong-Kong.

A regra é sempre a mesma quando compramos em mercados de rua: regatear!! Mesmo que isso implique sermos ofendidos em chinês num mercado duvidoso numa rua igualmente duvidosa.

Nojices e preconceitos no geral:

Sim, quando falamos em China vale a pena lembrar que é um povo mais que reconhecido pela porquice intrínseca. Então o ideal é irmos com o espírito bem aberto porque concerteza nos vamos deparar com várias situações bem nojentas de fazer o couro cabeludo arrepiar. No meu caso, eu já ia preparada para a básica escarradela no meio da rua, ou andarem constantemente com o dedo no nariz, ou o chão escorregadio dos restaurantes.

Mercado em Kowloon (Hong-Kong)

Mas mesmo assim o que me fez mais confusão foi mesmo entrar nas traseiras de um dos restaurantes que passámos e ver a nojice que estava à minha volta. Perdi o apetite na hora! E já foi no finzinho da viagem, então tecnicamente eu já tinha visto de tudo. Mas fazer o quê né? Há coisas que eu dispensava ver!

Senhor a tomar banho no McDonald’s de Hong-Kong

De resto, não sei se foi a mentalidade com que fui, mas não me senti enojada com praticamente nada. Claro que é um mundo à parte, uma cultura completamente diferente e tal, mas viajar pela China não é nenhum bicho de sete cabeças e é perfeitamente possível com a dose certa de entendimento de que estamos na Ásia.

WC em Shanghai com sanita aquecida entre outras tecnologias

Então, no geral eu adorei andar pela China e senti que mesmo todas as peripécias que aconteceram não contribuíram em nada para tirar o encanto que já sentia pelo país. Pelo contrário. Fiquei super animada por ultrapassar todos os “obstáculos” do dia-a-dia e por desmistificar mais esta cultura que assusta tanto o povo ocidental.

A muralha da China!

Visitar a muralha da China sempre fez parte do imaginário e sítio de sonho que queria muito ir! Quem não sonha em pôr o pé nesta maravilha do mundo moderno? A muralha é tão fascinante e está rodeada de uma história tão incrível que é uma das mais grandiosas construções do mundo!! Mas se eu tinha tanta vontade de visitar a muralha também tinha a certeza que queria que fosse a melhor experiência possível! Ou seja, com o aumento do turismo, a afluência aos monumentos aumentou exponencialmente e os chineses são um povo especialmente adepto de visitar o seu próprio país.

Então, para visitar a Muralha eu sabia que queria evitar ao máximo a confusão e queria uma experiência mais calma e livre de multidões. Para isso fiz várias pesquisas e percebi que a muralha tem vários pontos distintos que podem ser visitados, uns mais perto de Pequim do que outros. Os três pontos turísticos base mais utilizados para visitar a Muralha são: Badaling, Mutianyu e Jinshanling.

Badaling é a única área da muralha que dá para ser visitada autonomamente. Pela sua proximidade com Pequim, dá para apanhar um comboio no centro da cidade, que vai deixar-nos na base da muralha. Mas como é a forma mais simples de visitar, sem precisar de motorista privado, acaba por ser uma zona muito turística e cheia de povo por todo o lado. Eu vi fotos de Badaling completamente cheio de turistas e isso tirou toda e qualquer vontade de conhecer esta zona da muralha.

Jinshanling é a zona mais afastada de Pequim, ficando a cerca de 130 km’s. Para lá chegar só com motorista privado ou aderindo a uma excursão de grupo. No entanto, é também uma zona recentemente restaurada e que mostra bem como a muralha era no início.

A zona que acabei por escolher foi Mutianyu por estar longe de Pequim o suficiente para evitar multidões, mas não tão longe assim que demoremos eternidades a chegar lá. Então, tudo o que precisei fazer foi contactar um motorista privado e pronto, no dia e hora combinados ele foi nos buscar ao hotel e ao final do dia foi levar-nos ao aeroporto. Contactei o Michael (+86 136 7103 8062) que foi excelente e nos ajudou em todos os momentos (comprou os bilhetes, levou-nos até à muralha e ainda nos deu várias explicações da história dela).

Eu achei que a zona de Mutianyu foi excelente em vários aspetos. A base está muito bem preparada para receber os turistas, com vários cafés, restaurantes, lojinhas de souvenir. Ainda tem um mini autocarro que nos leva monte acima até à base da muralha e o bilhete ainda inclui subida de teleférico e descida de tobogam. Foi uma experiência brutal em todos os níveis.

A zona de Mutianyu está bastante bem conservada mas não perdeu a autenticidade e quando caminhamos por lá não temos aquela sensação de estarmos em algo artificial concebido para o turista ver. Nada disso! É uma zona da muralha que tem vindo a ser preservada mas que mantém muitas características originais. Além disso, como não recebe quantidades astronómicas de turistas, dá para passear à vontade e tirar imensas fotos sem termos 500 000 turistas a aparecer lá atrás.

O nosso motorista subiu no teleférico connosco e ficou no pátio central à nossa espera. E basicamente nós tivemos todo o tempo que quisemos para explorar a muralha, que nesta zona está mais ou menos dividida em percurso fácil e difícil. A diferença entre os dois percursos tem tudo a ver com o quão íngremes são as zonas.

Nós decidimos começar pelo percurso mais difícil que eu li render as melhores fotos da muralha. E, apesar de estar até um dia frio, eu agradeci a todos os santinhos ter visitado a muralha durante o Inverno. Mesmo com o dia frio, o sol que estava aqueceu tanto a subida que chegámos ao topo a precisar de refrescar na sombra!

O percurso difícil exige alguma preparação física mas não achei nada demais. Sim, as escadas são bastante íngremes e em algumas zonas é preciso subir com as mãos nos degraus. Mas também, a qualquer momento dá para parar, sentar e descansar um pouco.

Depois do percurso difícil eu ainda fiz metade do outro percurso (fácil), só mesmo para tirar mais umas fotos de outra perspectiva e aproveitar um pouco mais a muralha, que neste lado é bem mais plana e quase não tem escadas.

A história da Muralha da China é fascinante, como falei no início do post. Ela foi construída em vários momentos da história chinesa, mas a parte da muralha mais conhecida e famosa foi construída pelo primeiro Imperador da China, Qin Shi Huang, entre 220 e 206 a.C.. Ao longo dos anos ela foi sendo restaurada e reconstruída e hoje em dia o trecho construído na dinastia Ming é o mais visitado.

A grande finalidade da muralha era proteger o povo chinês das tribos nómades do norte da China, principalmente os Mongóis. Então, de vez em quando este povo descia para vir conquistar terras e daí a muralha ter sido construída no sentido leste-oeste. A muralha tem uma extensão de cerca de 8.850km’s e ao longo dela são vários os mecanismos de construção, dependendo da zona da China. No entanto, a maior parte dos materiais utilizados são pedra e tijolo.

As torres de vigia que existem ao longo da muralha tinham a finalidade de alertar os soldados que viviam nas aldeias em baixo da montanha, quando estavam a ser atacados pelas tribos Mongóis. Então, nessas alturas, os soldados de vigia nas torres acendiam grandes fogueiras que despertavam a atenção dos soldados em repouso, para que subissem e viessem lutar.

Hoje em dia, a Mongólia faz parte da China, então todos os terrenos que vemos para norte da muralha pertencem à China. Mas quando olhamos o horizonte e vemos a extensão de terra a perder de vista sentimos-nos pequeninos e insignificantes, imaginando as imensas batalhas que já foram travadas naquele lugar por um dos povos mais relevantes na história da Humanidade.

 

O Palácio de Verão de Pequim!

Um dos jardins e palácios mais fantásticos de Pequim é sem dúvida o Palácio de Verão, que em chinês se diz Yiheyuan, ou o Jardim da Harmonia. E quando entramos no espaço percebemos bem o porquê do nome. Além de o Palácio de Verão ser um dos marcos mais importantes na história do imperialismo chinês, ele consegue conquistar facilmente os visitantes antes mesmo de pormos o pé lá.

Eu fiquei fascinada com as imensas fotos que vi de vários recantos do jardim e achei que todo o complexo reúne perfeitamente toda aquela arquitectura chinesa que nos faz viajar meio mundo só para ver ao vivo e a cores. E as cores!!

O Palácio de Verão foi absurdamente subestimado por mim no tempo que eu achei que demoraria por lá. Assim que entrámos e eu recebi o mapa de todo o recinto eu comecei a perceber a enormidade do espaço e que não ia dar para ver absolutamente tudo, até porque o Palácio de Verão fica a uma hora de caminho do centro de Pequim, por metro.

Como comprámos o bilhete com acesso ilimitado, conseguíamos não só ver o jardim, mas também entrar nas principais construções, palácios e templos. Aliás, eu acho que só assim fez sentido!

O Palácio de Verão foi construído para servir de refúgio de Verão de várias dinastias de imperadores e, ao longo dos anos várias construções foram sendo adicionadas, especialmente pela princesa Cixi, que foi a maior impulsionadora.

A nossa visita começou no portão norte e demos logo de caras com a Rua Suzhou, criada para imitar uma rua tradicional de compras de um vilarejo do sudeste da China. Como os imperadores não saíam para fazer compras, nesta rua eles podiam “imitar” a vida do comum mortal e simplesmente fazer compras dentro da sua residência.

Um pouco mais à frente começa a subida para a colina da Longevidade que tem o enorme Palácio no topo, estilo Tibete. A Colina da Longevidade foi toda ela construída artificialmente com a terra que se retirou para o enorme lago Kunming, que cobre quase toda a extensão do jardim. Então estão a imaginar as obras de engenharia que os chineses já faziam há centenas de anos atrás.

Virado para o lago está outra construção fantástica e que é preciso fôlego para alcançar, o Pagode Vidrado Duobao, que é uma imensa estrutura de 3 andares e que foi erguida no reinado do imperador Qianlong, dedicado à religião budista.

Outra construção super interessante está numa das laterais do lago e é um conjunto de edifícios onde eram feitas as apresentações de teatro e óperas para os imperadores e toda a família real, além de qualquer outro convidado ilustre. Ao bom jeito chinês, os edifícios são qualquer coisa de super requintado e luxuoso. Tudo pensado ao detalhe para as obras primas artísticas desta cultura que não deixa de surpreender.

Para todas estas construções nós usamos o tal bilhete que comprámos na entrada e que dava acesso a sítios que o bilhete normal não dá. Até para entrarmos na rua das lojas foi preciso apresentar este bilhete especial. Então eu recomendo muito este upgrade, caso contrário vamos perder imenso da nossa visita. E esta é uma decisão feita logo na bilheteira!

Mas obviamente que além destes pequenos museus dentro do enorme jardim, o próprio recinto também é um espetáculo à parte, cheio de pontes, arcos, e os tradicionais barcos chineses que no Verão levam os turistas a passear pelo lago.

Pelas laterais do lago segue um caminho que vai passando por imensos templos e pagodes de menor importância e que nós acabámos por desistir de visitar por ainda querermos ir até ao centro de Pequim ver o Templo do Céu.

Mas uma visita ao Palácio de Verão é coisa para durar na boa um dia inteiro se estivermos numa de ver cada canto à casa. O recinto é enorme e cada construção não está propriamente ao lado uma da outra. Além disso, também achei que as opções de refeição lá dentro eram meio escassas. Por isso, levar um lanchando conosco não é de todo má ideia, principalmente quando vamos lá ficar várias horas.

Roteiro pelos melhores templos de Pequim!

Pequim é uma cidade gigantesca que facilmente nos ocupa dias e dias de roteiro para conseguirmos ver tudo (?) que ela tem para oferecer. E já sem contar com a visita à Muralha da China que não fica propriamente em Pequim e que, por isso, nos ocupa todo um dia extra que não é passado na cidade. Apesar de saber tudo isto, eu tentei planear um roteiro para 3 dias em Pequim, sendo que um deles ia ser passado na muralha. Se eu gostava de ter lá estado mais tempo? Talvez sim, talvez não… A verdade é que eu achei a cidade em si um pouco sem graça, principalmente depois de ter conhecido Shanghai, Macau e Hong-Kong.

No entanto, foi em Pequim que eu tomei contacto com os templos mais bonitos de toda a viagem e foi onde eu honestamente senti que estava na China mais tradicional possível. Por isso aquele sentimento de cidade sem graça desaparece completamente quando visitamos as imensas opções de templos e jardins que existem em Pequim.

Eu tentei fazer uma seleção dos mais bonitos e mais importantes na história chinesa, e estes foram os escolhidos.

Templo Jingshan

Este templo fazia originalmente parte do complexo da Cidade Proibida e está localizado mesmo na saída da Porta Meridian, no topo da colina. E a história deste jardim e templo é muito interessante! Então, quando a Cidade Proibida foi construída não havia jardins nos arredores e, seguindo as crenças chinesas de que a natureza trás prosperidade e saúde ao imperador, toda a terra que foi retirada para a construção da Cidade Proibida, foi recolocada no norte criando uma colina artificial.

Então sim, todo o jardim que vemos hoje foi construído artificialmente com o único objetivo de trazer a boa sorte ao imperador. Desde essa altura, ficou decidido que todas as casas imperiais teriam uma colina no lado norte, segundo a crença Feng Shui. Além disso, também se percebeu que este tipo de colina servia de proteção contra os ventos frios do norte.

O templo Jingshan não é dos mais lindos, no entanto, ele está numa posição super privilegiada, lá no alto, rendendo fotos fantásticas de toda a extensão da Cidade Proibida. Nos melhores dias de Sol, que foi o nosso caso, ainda conseguimos ver a construção que foi feita por altura dos Jogos Olímpicos de Pequim.

O Jardim em volta do templo é enorme e ainda tem mais uns pagodes pequenos que normalmente não ganham tanta atenção assim. Como fomos no Inverno ainda passámos um bocadinho mal com o vento frio que fazia lá no topo, mas assim que descemos a colina sentimos logo a diferença.

Templo Beihai

Tal como o templo Jingshai, este templo está também dentro de um jardim enorme, pelas mesmas razões que falei à pouco. A natureza é muito importante na cultura chinesa e os templos no cimo das colinas seguem o mesmo princípio de adoração aos deuses e conexão espiritual. Tudo tem significado e é incrível como eles moldam toda uma cidade para se encaixar nos padrões culturais.

O Parque Beihai, era outro jardim imperial, ligado à Cidade Proibida e foi assim até à dinastia Qing (1925). A partir dessa altura começou a ser um parque público, mas conserva até hoje várias estruturas e palácios do tempo imperial. No centro do parque está a ilha Qiónghuá onde está o templo principal, o Bai Ta, uma estátua super singular e que se destaca mesmo a partir da Cidade Proibida.

O templo Bai Ta é importante para a religião budista e dizem ter lá dentro as escrituras sagradas de monges budistas. Para visitar o Bai Ta é preciso tirar outro ingresso à parte do restante recinto do parque e por isso nós não fomos à escadaria em frente (que até tem um ascensor). No entanto, eu subi toda a escadaria do jardim, em volta, e cheguei até ao topo onde dá para ver a estrutura bem de perto sem pagar bilhete.

O Parque Beihai foi um dos mais bonitos que visitámos, não só pela estrutura budista singular, mas também pelo parque em si, que tem um lago enorme que rodeia boa parte da área. Na parte de trás da colina (lado norte) ainda estão uns barcos tradicionais que são usados no Verão para fazer passeios pelo lago.

Templo do Céu

O Templo do Céu foi um dos maiores desgostos da viagem, mas daqueles azares que já eram expectáveis quando tentamos fazer tudo ao mesmo tempo e agora. Ao contrário dos templos anteriores, o Templo do Céu ficam pouco fora do centro de Pequim e não é fácil encaixar facilmente no roteiro porque não assim mais nada de interessante para fazer na periferia.

Então, eu tentei encaixar a visita a este templo depois de uma manhã no Jardim de Verão. O problema é que o Jardim de Verão é enorme e super deslocado da cidade. Exatamente na ponta oposta do Templo do Céu. Resumindo: passámos quase todo o dia no Jardim de Verão (que é lindíssimo, by the way) e quando chegámos ao jardim onde está o Templo do Céu disseram logo que o dito tinha acabado de fechar.

Então só me restou percorrer km’s sem fim naquele parque sem graça, para tentar obter um vislumbre do Templo do Céu, que em fotos me parecia super fotogénico. Dito e feito! Uma das fotos que me deixa a sonhar com a China é justamente a que tirei ao Templo do Céu, meio no precipício da rampa de acesso. Se as fotos falassem! Hahahaha

Hutongs de Pequim

Vem meio descabido no post, mas não podia deixar de referir uma das zonas de Pequim mais autênticas, apesar de não terem nada a ver com templos. Os Hutongs são bairros típicos criados na periferia/arredores da Cidade Proibida que nasceram justamente pela classe mais pobre da população e que mostra um pouco da diferença que existia nos tempos imperiais.

Hoje em dia, a cidade estendeu-se por km’s e km’s de prédios altos e construções modernas, mas junto à Cidade Proibida estes Hutongs permaneceram com uma autenticidade fantástica. Hoje em dia muitas destas casas foram recuperadas e servem de alojamento local ou são hotéis tradicionais, etc… Por acaso e sem saber na altura, acabei por reservar hotel justamente num dos Hutongs por achar que ele era super fofo por dentro e mesmo estilo chinês.

No final foi super interessante e acabou por ajudar imenso nos nossos passeios, além de ter adorado andar pelas ruelas estreitas e perceber a vida mais tradicional que a população dos Hutongs têm.

Os templos do Jardim de Verão eu vou deixar para um post exclusivo porque de facto vale muito a pena e é um complexo gigantesco.

A Cidade Proibida de Pequim!

Sabem aqueles sonhos de criança que temos e pensamos que nunca se vão realizar? Nesta viagem à China eu cumpri tantos sonhos desses que fica até meio repetitivo estar sempre a falar neles. Mas de facto, a Cidade Proibida sempre foi um daqueles sítios no mundo que eu olhava com tanta admiração e fascínio, ao mesmo tempo que pensava que seria muito difícil algum dia lá ir.

Então quando finalmente eu cheguei na Praça da Paz Celestial e vi a entrada da Cidade Proibida, com a típica foto do Imperador, foi simplesmente surreal. Atualmente não é possível pisar o centro da praça por questões de segurança e assim que saímos do metro temos logo uma fila interminável para passarmos no detetor de metais e mostrarmos o passaporte. Tudo para podermos aceder ao recinto da Cidade Proibida!

Então por causa disso não ficámos muito tempo pela Praça da Paz Celestial e fomos logo entrando para a entrada mais popular da Cidade Proibida, a Porta da Paz Celestial, que nem sempre foi a porta principal e não é a mais antiga. Esta porta era utilizada nos tempos da dinastia Ming como acesso à Cidade Imperial, contudo a Porta Meridian, no lado oposto, era a principal.

A Cidade Proibida é um complexo enorme e, como o nome indica é uma autêntica cidade dentro da cidade de Pequim, como a conhecemos hoje. A sua enorme importância vem do facto de ter sido o Palácio Imperial desde a dinastia Ming até à dinastia Qing, o que totaliza cerca de 500 anos de poder concentrados num só lugar. A cidade proibida acolhia não só o imperador e sua família como todos aqueles que trabalhavam para ele, além de ser o local onde cerimónias importantes aconteciam e onde toda a política do país era conduzida.

A razão de se chamar Cidade Proibida está relacionada com a proibição de qualquer pessoa entrar no complexo de prédios do palácio. Somente o Imperador, a sua família e alguns empregados especiais podiam entrar lá dentro e isso contribuiu para a fama e fascínio do lugar. Qualquer pessoa que entrasse sem autorização no interior da cidade era simplesmente executado de forma brutal para servir de exemplo aos restantes.

As construções começaram em 1406 e duraram até 1420, apesar de ao longo dos anos ter sofrido várias reconstruções em várias zonas da cidade. Visitar todo o complexo é encarar 980 edifícios e 8707 salas, num total de 720 000 metros quadrados. É o centro de Pequim e sem dúvida que tudo converge para este grande complexo que nos relembra da influência chinesa e de como as suas origens são importantes até para o mundo.

Todos os edifícios têm uma arquitectura palaciana tradicional chinesa e, apesar de não ser possível entrar em cada edifício, conseguimos espreitar pelas janelas abertas e perceber o luxo de cada edifício e o quão diferentes eles são do restante mundo ocidental.

No século XX ocorreu a maior transformação quando o Imperador Puyi foi expulso em 1912, terminando com ele o imperialismo e, consequentemente, a Cidade Proibida como centro do Império Chinês. Durante a 2ª Guerra Mundial o palácio sofreu bastante com roubos da ofensiva japonesa e foi após este período que todas as obras de restauro tiveram início, para culminar no museu que vemos hoje e que nos mostra perfeitamente a vida nos tempos do imperialismo.

É impossível visitar cada edifício, e nem todos estão abertos a visitação, mas se queremos ter uma visão global da vida diária do imperador e sua família e da forma como ele geria os assuntos políticos e religiosos, basta fazer o caminho sempre a direito. Vamos passar por todos os principais edifícios utilizados pelos membros do império chinês e perceber a vida intrincada que eles tinham.

E é fantástico perceber o quão diferentes eles foram/são do povo ocidental! Todas as regras, toda a forma como olhavam e encaravam a vida e todos os rituais que realizavam são fascinantes. Apesar de hoje em dia o imperialismo já não ser a realidade do país, não dá para negar o quão marcante ele foi para a cultura chinesa e o quanto isso marcou até a sociedade ocidental.

Nós fizemos todo o percurso da visita e saímos justamente pelo portão oposto ao que entrámos, o Portão Meridian, que foi o portão principal utilizado para entrar na Cidade Proibida. A Imperatriz utilizava muito este portão nas suas visitas ao jardim e templos e frente, e até as concubinas que eram apresentadas ao Imperador entravam por este portão.

Então foi daquelas visitas que representou um dos pontos altos da viagem e sem dúvida deixou marca em nós!

E finalmente vou à China!!

Este post vem exatamente com 6 meses de antecedência, uma vês que só vamos viajar em Fevereiro de 2019, mas não quero saber porque não caibo em mim de felicidade e tenho de partilhar tudo tudo aqui.

Desde a viragem do ano, onde eu escrevi aquele post sobre Retrospectiva e Resoluções para 2018, que a viagem à China estava na Wish-list deste ano ou início do próximo. E exatamente desde Janeiro que eu comecei a ver preços de viagens para lá, comecei a planear possíveis roteiros e a delinear o que queria visitar.

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Eu sou uma apaixonada pela cultura asiática e a China sempre fez parte do imaginário, especialmente pelos templos e todos os monumentos património da humanidade que povoam todo o extenso território. Fica até difícil decidir o que ver e o que deixar para trás.

Então, depois de 8 meses a sonhar com o dia em que finalmente ia comprar a minha viagem à China e sempre a aguardar por preços razoáveis para a altura certa, recebi alerta de que as viagens para Hong-Kong estavam entre os 235€ e os 277€ (mais ou menos isso!). Oh quanta alegriaaaaaa! É dificil descrever. Mas eu não esperei nem um segundo. Fui a correr buscar os passaportes e comprei as viagens logo, a uma hora do dia do meu aniversário. Então, esta foi sem dúvida A PRENDA do ano. Não podia ter pedido algo que desejasse mais.

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Hong-Kong não era propriamente a porta de entrada que eu esperava, até porque não faz parte da China, mas está ali ao lado e era uma das cidades que eu de certeza iria incluir no roteiro. O facto de ter entrado por uma cidade diferente do que tinha inicialmente esperado, só fez com que tivesse de alterar todo o roteiro final, que já está bem planeadinho e, como sempre, beeem mexido.

Stressada pelo planeamento como eu sou, até os hotéis já estão reservados, cm excepção de Macau que está a dar uma leve dor de cabeça. Ainda não decidi bem em qual das ilhas de macau quero ficar, nem o nível de luxo que pretendo ter neste hotel. Porque é Macau, ok? Por mais que nós nos poupemos nos restantes hotéis da viagem, em Macau eu acho que vale muito a pena ficar num hotel casino que ajude a dar aquela experiência autêntica de estar em Macau. Mas enfim… ainda falta decidir e analisar muito bem as opções.

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Outra coisa que eu reparei são os preços das viagens internas. eu estava muito habituada a viajar super barato pela Ásia, por conta da nossa última viagem lá, mas desta vez primeira impressão é o quão caros são os voos na China. Então, para quem está a planear um roteiro pela Ásia pondere as diferenças de custo que cada país tem. Como as nossas viagens ficaram muito mais baratas do que eu esperava, então o custo mais alto das viagens internas não vai impactar muito o custo total da viagem, mas mesmo assim é assustador ver as diferenças.

Então, o nosso roteiro vai ser mais ou menos assim:

Macau (1 dia) – Assim que chegarmos a Hong-Kong vamos sair diretos para Macau e a nossa viagem vai começar logo por lá. Chegamos a meio da tarde então ainda quero ir curtir a noite de Macau à Cotai Strip e sentir que estou finalmente na Ásia de novo! No dia seguinte quero conhecer a parte colonial da ilha e mais alguns casinos, claro.

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Bali (3 dias) – Siiiim, estamos com Bali (Indonésia) também no roteiro. Yeiiiii! Apesar de eu estar morta para conhecer a China, a verdade é que vamos numa altura de Inverno, então vai saber muito bem incluir um destino de praia ali pelo meio do roteiro. E qual seria? Bem, como Bali é muito mais além de praia, foi de caras o destino eleito para este roteiro. Está recheado de paisagens fascinantes, templos magníficos, muitos macaquinhos para eu matar saudades, enfim… Super empolgada!

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Shangai (2 dias) – E aqui finalmente entramos em território chinês! Por uma das cidades mais fascinantes da Ásia moderna. Se eu adorei Kuala Lumpur por ser uma cidade tão evoluída, tão moderna, mas ao mesmo tempo tão multi-cultural, tão tipicamente asiática, então eu concerteza vou adorar estar por aqui. Nós vamos chegar muito tarde a Shangai e no outro dia bem cedo começamos o passeio pela parte moderna. No entanto, também reservei tempo para visitar a cidade antiga, que é super fofa e tem a típica cara chinesa.

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Xian (1 dia) – na realidade nem vai chegar a 24h de permanência em Xian. A única razão de eu ter incluído esta cidade no roteiro foi a minha paixão, já muito assumida, pelos Guerreiros de Terracota. No ano passado fui ver uma exposição mundial itinerante que passou por Lisboa e acho que só me fez ficar ainda mais apaixonada e a querer muito visitar a China. Então vamos chegar de comboio noturno vindos de Shangai, deixamos as malas na estação, vamos até aos Guerreiros, e no final do dia voltamos a embarcar num novo comboio noturno com destino à próxima cidade.

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Pequim (3 dias) – E a próxima cidade é Pequim! Era para ser a porta de entrada na Ásia, vindos da Europa, mas acabou por haver uma volta enorme no roteiro e só vamos conhecer Pequim já perto do final da viagem. Pequim é aquele ponto alto de qualquer viagem à China. Especialmente quando é a primeira vez. A cidade está cheia de cultura por todos os cantos, muitos templos, jardins, e um sem número de ruelas tradicionais que são a razão de qualquer um querer visitar a China. E claro, a muralha da Chinaaa!!! 😀 Eu reservei um hotel super típico mesmo para ter uma experiência o mais tradicional possível.

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Hong-Kong (2 dias) – Os últimos dias do roteiro vão ser passados na cidade em que entrámos duas semanas antes. Guardei para o fim para me dar alguma paz de espírito saber que já aqui estou. Não vá algum voo de ligação interno se atrasar (prato do dia na China). Honk-Kong já não é China, mas é quase. Vamos ficar hospedados em plena Nathan Road, que é super movimentada, junto ao Passeio das Estrelas. Localização perfeita para uma estadia perfeita na cidade dos mercados esquisitos e dos barquinhos com vela vermelha.

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Nó vamos nos movimentar entre cidades de países diferentes por voos, mas decidi experimentar os famosos comboios de alta velocidade da China e fazer as viagens noturnas deles quando é para deslocar dentro da China. Mais uma experiência para somar a todas as outras que vamos ter em cada cidade. Andar nestes comboios tinha de estar incluído no roteiro pela experiência em si, mas também pela poupança que representa (bilhetes mais em conta e poupança na diária do hotel).

Enfim, tenho feito muita descoberta na última semana, desde que comecei a sério a planear a viagem, mas essencialmente é isto que tenho para falar por agora. Alguma novidade eu vou escrevendo por aqui, no entanto, este é apenas um post pré-viagem muito antecipado, até porque antes desta ainda tenho mais duas viagens já marcadas e outra a trabalho que falta confirmar.