Ásia 2019: os vistos!

E hoje eu prometo que vou terminar a série de posts sobre a última viagem à Ásia, que entretanto já aconteceu em Fevereiro/Março e ainda aqui ando a dar dicas. Ahhh perdoem esta pobre alma que ultimamente não tem tido tempo nem para olhar ao espelho. Mas hoje vou terminar com um dos posts mais úteis no que diz respeito a esta viagem em particular – os vistos!!

E esta foi sem dúvida a viagem que antes de iniciar já deixava antever o que iria ser. China a dar cartas desde o momento em que pesquisei e tentei fazer o dito visto. Mas ok, vamos por partes e pelo mais fácil de tratar, deixando a tragédia chinesa para o fim.

Indonésia:

Este belo país fez há uns aninhos (penso que em 2017/2018) um acordo com Portugal e desde aí todos os portugueses têm isenção de visto para entrar no país. Não é o máximo? Eu adoro este tipo de acordos, especialmente quando falamos de países que são bem frequentados por portugueses, os quais só trazem crescimento económico ao país se continuarem a visitá-lo. É uma óptima forma de incentivar o turismo pelas várias ilhas do território indonésio.  Nós visitámos agora a ilha de Bali mas sem dúvida que no futuro queremos conhecer mais das restantes ilhas e saber que temos isenção de visto é o máximo! Então é só apresentar o passaporte com validade de 6 meses na chegada e pronto. Não é preciso mais nada!

Hong-Kong e Macau:

Eu coloco estas duas regiões autónomas da China juntas porque elas são muito semelhantes no capítulo vistos. Entrar em Hong-Kong ou Macau é muito simples e não é preciso qualquer tipo de visto. Aliás, o visto que tivemos de tratar para a China nem precisámos mostrar aqui. Nem os chineses querem saber se vamos a Hong-Kong ou Macau porque para eles estas regiões não pertencem à China – são regiões economicamente autónomas.

Para entrar em Hong-Kong apenas tivemos de preencher um formulário ainda no avião, daqueles super básicos como já tínhamos preenchido para a Tailândia, com nome, morada em Portugal, nº de passaporte, número do voo de chegada e partida, hotel onde vamos ficar, e mais umas coisinhas. Muito simples de preencher e depois é só entregar na imigração com o nosso passaporte para eles validarem a informação, destacarem o duplicado do original e pronto, estamos livres para entrar no país.

Nem carimbo colocam no nosso passaporte, tanto em Hong-Kong como em Macau, o que me irrita um pouco porque dão folhinhas minúsculas para andarem conosco dentro do passaporte, que não são nada úteis quando andamos em plena viagem e temos de mostrar o passaporte várias vezes. De vez em quando lá caem todos os papeleiros no meio do chão…

China:

A China foi o único país de toda a viagem que pede visto e é daqueles bem chatos e caros. Tudo de péssimo que pode acontecer numa aplicação de visto é sinónimo da China! A começar que as informações no site do Consulado da China em Lisboa estão completamente desatualizadas e por causa disso eu perdi 2 dias para tratar do visto, quando tudo podia ter sido resolvido num só dia. Além das horas perdidas a preencher formulários manualmente quando afinal tudo agora é electrónico.

Então, aparentemente, os vistos da China são agora feitos por uma empresa contratada para o efeito e que está sediada em frente ao Centro Comercial El Corte Inglés, em Lisboa. Como já não é tratado pelo  Consulado chinês, então o visto aumentou brutalmente de valor e agora, não só pagamos o visto propriamente dito, como pagamos as despesas de custo da tal empresa (que continua a ser chinesa, mas isso ninguém tem nada a ver com isso) que são mais caras que o visto propriamente dito. Fantástico né?

Para fazer o visto o primeiro passo é aceder ao site e escolher o país em que estamos. Depois temos de preencher online o formulário para cada pessoa que vai viajar. O formulário é enorme e pedem várias coisas. Muitos delas são fáceis de responder, outras mais chatinhas, mas às tantas sentimos é que passamos uma hora só para responder a um formulário. Só depois dos formulários preenchidos podemos marcar dia e hora para ir entregar todos os documentos e formulários à tal empresa, que fica na seguinte morada: Avenida António Augusto de Aguiar Nº 130 5º Andar.

Então no dia agendado é só levar o formulário que preenchemos online impresso, levar uma foto tipo passe, uma cópia do passaporte e Cartão de Cidadão e ainda uma declaração da nossa entidade empregadora em como somos trabalhadores da empresa e tal. Um monte de burocracia!

Mas pelo menos, no dia e hora agendados é só chegar e rapidamente somos atendidos. Eles verificam todos os documentos, se tudo bate certo e se estão todos. Se tudo estiver bem, é só entregar o passaporte e 4 dias depois ir levantá-lo com o visto já colado e pronto a viajar. Se estivermos a viajar com outras pessoas (amigos, família) uma pessoa do grupo pode tratar de todo este processo e não precisam ir todos pessoalmente entregar os documentos.

Cada formulário tem de ser assinado pela pessoa correspondente mas é só. Toda a papelada pode ser entregue por uma das pessoas do grupo, pessoalmente. E isto é super útil porque nem todos podemos faltar aos trabalhos para ir em romaria tratar do visto chinês.

De todos os países, a China foi de longe o que deu mais dores de cabeça e eles são muito chatos de facto! Mas eu acho que é uma preparação psicológica pré-viagem para o que nos espera! Aahaha

Peripécias chinesas e balinesas!

Como não podia deixar de ser, uma viagem à Ásia não estaria completa se não trouxesse na bagagem uma mão cheia de histórias e peripécias rocambolescas que na altura não têm tanta piada assim mas que eu acho serem inevitáveis. E no regresso a casa servem para animar vários serões e jantares com família e amigos. Sim, eu aprendi a relativizar tudo mesmo. E já não acredito em viagens sem história, onde tudo corre exatamente como planeado. Se isso me assusta? Nem um pouco. Pelo contrário! Quando inicio uma viagem destas já estou a rir e a tentar imaginar que peripécias vão acontecer desta vez.

No interior do avião que nos levaria para Hong-Kong!

E esta viagem não foi de todo excepção. Aliás, aconteceu tanta coisa estranha que eu tenho até medo de não me lembrar de tudo. Ahahaha Mas começando do início, lá em Macau! Nesta viagem eu e o Carlos decidimos que era melhor só levar Euros e irmos destrocando em cada país que fôssemos passando. Até aí tudo bem! Mas acontece que nesta viagem o Carlos ficou particularmente paranóico com o sítio onde ia deixar o dinheiro e lembrou-se que seria boa ideia colocar todos os euros que tínhamos levado para a viagem no cofre do hotel em Macau.

No elevador do hotel de Macau, longe de imaginar que no dia seguinte os Euros iam cá ficar!

E sabem quando algo vos diz que não é de todo boa ideia? Então eu aviso que se calhar é boa ideia colocar um alerta no telefone para evitar deixar lá o dinheiro para todo o sempre mas o Carlos desvaloriza e diz que já está mais que habituado a deixar dinheiro nos cofres dos hotéis que passa nas viagens em trabalho e blá blá blá…

Ok, eu assumi que era batalha perdida até chegarmos à hora de pagar a refeição no interior do avião que nos levava para Bali e ele perceber que de facto a mulher tinha toda a razão e de facto toooodos os euros da viagem tinham ficado no cofre do hotel em Macau. PÂNICO!! Muito pânico! Muito suor frio! Foram as horas mais longas de voo que eu já tive até hoje. Eu não via a hora de aterrar e ligar rapidamente para o hotel de Macau. Mas já via os piores cenários a acontecer, obviamente! Comecei logo a mentalizar para a possibilidade de realmente nunca mais pôr a vista em cima daquele dinheiro. E enfim… foram os momentos mais complicados de toda a viagem e quando chegámos ao aeroporto e consegui falar com o gerente do hotel de Macau eu já estava quase em lágrimas.

No aeroporto de Macau, prestes a embarcar no voo rumo a Bali! E os Euros a serem deixados para trás, no cofre do hotel!

Mas felizmente, depois de alguma explicação, eu recebi a óptima notícia de que o dinheiro tinha sido encontrado e estaria lá no hotel guardado até que alguém fosse buscar. Apenas pediram para eu enviar por mail o meu passaporte e uma breve explicação da história para que eles abrissem o processo e ficasse tudo registado.

Já em Bali eu recebi a resposta deles com as notas que tinham sido encontradas no cofre (tudo batia certo) e também a garantia de que o dinheiro ficaria no cofre principal do hotel até eu pessoalmente o ir buscar. E quando meus caros? A única solução e mais viável foi no regresso a Hong-Kong. Ou seja, no primeiro dia que eu tinha para passear por Hong-Kong, eu na realidade perdi várias horas para poder ir a Macau levantar todo o meu dinheiro que era suposto servir para as férias, que entretanto já estavam no fim. Belíssima história né? Então agora imaginem a querida Maria com a mochilita às costas, sozinha, a apanhar o ferry para Macau, fazer todo o percurso a pé até ao hotel e voltar para o ferry novamente, rumo a Hong-Kong, onde entretanto o caos do homem do hotel que não deixava fazer check-in, já se estava a desenrolar.

Aeroporto de Hong-Kong, na chegada!

Mas a história que tinha tudo para correr mal terminou da melhor forma. Então a partir do momento que chegámos a Bali e arrumámos tudo isto de lado, tomámos a decisão de ir levantando dinheiro a partir dali, até ao fim da viagem. Levantámos dinheiro em Bali e levantámos dinheiro em Shanghai, sítio onde o Carlos mais uma vez teve outro momento alto da viagem e deixou o multibanco dele dentro do terminal ATM. E agora estão a pensar vocês que isto é mau demais para ser verdade né? Pois, eu por esta altura também já achava demasiado surreal, mas aconteceu tudinho vos garanto!

Logo após resolver a situação dos Euros “abandonados” tirei esta foto no WC do aeroporto de Kuala Lumpur, onde fizemos escala para Bali! A minha cara diz tudo, mas mesmo assim fui trocar de roupa (já estava calooor!) e lavar a cara porque Bali estava a umas horinhas de avião e estava na hora de continuar a curtir a viagem! 🙂

Quando chegámos a Shanghai e depois de ter uma hora de check-in “fantástica” a falar para uma App de telemóvel que traduzia tudo para chinês enquanto resolvíamos a questão do homem do hotel ter decidido cancelar o nosso quarto por falta de comparência, o Carlos descobriu que estava sem multibanco quando foi comprar qualquer coisa para comermos à grocery store mais próxima.

Então eram exatamente 3h da manhã quando estávamos ainda a fazer telefonemas para Portugal a pedir para que cancelassem o dito cartão e a tentar perceber se tinha havido mais algum gasto desde o nosso levantamento. Mas parece que, mais uma vez, dentro da desgraça, tudo correu o melhor possível e a conta estava intacta. Ficámos sem cartão mas e daí? Ainda tínhamos o meu cartão e o cartão de crédito. E pronto, tudo arremedado até ao final da viagem! Como agora os cartões eram meus, tudo ficou pacífico nesta área! xD

O avião da Virgin Atlantic que nos levou de Londres para Hong-Kong! 😛

No entanto desenganem-se aqueles que acham que o Carlos ficou por aqui! Nãããão! Ainda em Bali tivemos uma noite de tensão quando ele julgou que tinha perdido o nosso disco externo, que basicamente tem toda a minha vida lá dentro. Desde fotos das viagens até documentos super importantes do meu doutoramento. Mas quando eu já pensava em retirar-lhe das mãos todos os objetos de valor, lá percebemos que afinal o disco externo tinha sido “capturado” pelo nosso amigo que tem um exatamente igual e julgou que aquele era o dele!! Ahahaha enfim, estão a ver o filme!

No capítulo perdas a cena ficou de facto por aqui!

Já no capítulo horrores da hotelaria chinesa houve todos os horrores que fui falando ao longo de vários posts mas que basicamente passaram por muita cabeça dura chinesa, e por duas vezes ficámos quase apeados sem hotel para ficar. Mas tudo se resolveu!

E hoje, olhando para trás, fica a certeza que a Ásia não cessa de me surpreender e são todas estas peripécias que me fazem adorá-la, que me fazem adorar viajar e partir já amanhã para o destino mais exótico e improvável possível.

Ásia 2019: como fiz a mala?

Um dos maiores desafios das viagens longas é justamente todo o processo que envolve fazer a mala e escolher o que realmente vale a pena levar. Fazer uma mala para a Ásia já não é novidade e muitas coisas que usei na última viagem à dois anos, voltei a usar agora. Então eu não quero de todo voltar a repetir tudo de novo e falar sobre todo o processo em si. Para dicas de como montar uma mala prática e com todos os itens básicos para a Ásia, basta ler ou reler o post que fiz antes e que está aqui!

Este post surge justamente para refletir um pouco acerca das grandes diferenças e maiores desafios que senti na arrumação da mala para esta viagem em específico. Porque se há dois anos eu basicamente pensei tudo para um clima quente, desta vez tive de pensar também em levar algumas peças de roupa para um clima frio e intermédio.

E como as peças de roupa mais quentes são também mais volumosas, esta foi sem dúvida uma viagem em que tive de voltar a repensar todas as dicas que já li sobre arrumação de malas de viagem e onde tentei ser o mais prática possível.

Além da roupa quente e fresca que era preciso levar também acresceu o facto de querermos experimentar sítios diferentes com dresscode’s singulares. Por exemplo, a roupa que usamos na praia é muito diferente da roupa que usamos em pleno Inverno chinês, mas também é muito diferente da roupa que usamos num casino em Macau.

Então, enquanto fiz a mala eu ponderei vários prós-e-contras, tais como, se valeria a pena ou não levar saltos altos, ou se valeria a pena levar um vestido mais especial para ir aos casinos, etc… E de facto, no final, optei por escolher peças de roupa o mais versáteis possível justamente porque achei que não é nada agradável carregar uma mala durante duas semanas com peças de roupa ou calçado que só vou usar um dia, durante algumas horas.

E dentro dessa lógica eu levei roupa sem padrões e com cores que combinassem facilmente entre elas, para poder usar vários dias e não ficar limitada, dispensei os saltos altos e levei uns sapatos de plataforma super confortáveis mas mais clássicos, e levei calças pretas e algumas camisas para os dias de casino e jantares especiais.

E no final da viagem ainda tive algumas peças de roupa que acabei por nem sequer usar! A técnica da arrumação da mala não é super fácil mas com o tempo nós aprendemos a relativisar e a ser o mais práticos possível. É um processo, sem dúvida! Para além destas dicas gerais e forma de pensar, eu ainda tenho as minhas dicas específicas para cada país.

Bali:

Bali foi o único destino quente e tropical de toda a viagem, desta vez. Escolher a roupa para Bali foi sem dúvida o mais fácil porque eu já sabia o que ia encontrar e já fiz uma mala para clima tropical antes. É praia!

Não preciso pensar muito e basta agarrar nos últimos trapos de Verão (blusas, vestidos, calções, chinelos, biquini) e já está! Tendo sempre atenção a não levar muita quantidade, obviamente. A minha grande dica nestes países com templos continua a ser a mesma, que é levar um pareo para tapar ombros, amarrar à volta da cintura ou até mesmo usar como toalha de praia. Super versátil e eficaz!

Macau e Hong-Kong:

Terra dos casinos, Macau foi uma das maiores dúvidas até à última. No final obter pelas básicas calças pretas e por um par de camisas interessantes que serviram na perfeição para a visita aos casinos da noite e do dia. E ainda bem que não optei por saltos altos e vestidos demasiado à frente porque na realidade vemos de tudo a acontecer nos casinos. Desde a gente fina até ao pé rapado que aparece por lá meio caído do céu. Ahahah

Como Hong-Kong estava com um clima muito semelhante a Macau, então eu aproveitei toda aquela roupa meia estação para usar em Hong-Kong também. Além das ditas camisas e calça preta que serviram para um jantar mais aprumado em Hong-Kong.

China (Shanghai e Pequim):

A China foi o pólo oposto de Bali e uma das razões para eu finalmente apostar em casaco e botas decentes, de uma vez por todas. Chegou aquele momento na minha vida que eu tive de reconhecer que era essencial apostar finalmente em algo bom e que protegesse realmente do frio. E, aproveitando a altura de black Friday do ano passado e Natal, comprei finalmente umas botas Ugg super quentes com pelo de carneiro a revestir o interior, mais sola de borracha, mais couro impermeável, enfim… O topo de gama das botas da Ugg e que me levou uma soma considerável. Mas hoje, olhando para trás e para as duas viagens que já fiz com as botas (Suíça e China) tenho de reconhecer que foram o melhor investimento possível. Adoro tanto as botas que este ano tenciono investir num novo modelo lá para as alturas do black friday.

Na secção casaco eu achei que as soluções super tecnológicas da Uniqlo (marca japonesa) se adequavam perfeitamente às necessidades deste tipo de viagens. Os casacos de penas deles são super leves, finos, quentes e conseguem dobrar-se de forma a caberem num saquinho pequeno super fácil de transportar. E hoje, depois de levar este casaco para a Suíça e para a China, fiquei super fã da marca e num futuro próximo quero comprar mais uns itens concerteza.

Então se temos pouco espaço o melhor é investir em peças fundamentais que realmente vão fazer a diferença numa viagem grande, principalmente se na maior parte dos dias vamos estar num clima de Inverno onde as temperaturas rondam os 4ºC-10ºC. Em contrapartida, se vamos fazer mix de climas, ter um casaco quente que facilmente se dobra e arruma em qualquer canto da mala é uma vantagem super valiosa.

 

Ásia 2019: dicas dos hotéis!

Uma das maiores dificuldades na nossa viagem à China foi justamente conseguir encontrar o balanço perfeito na escolha dos hotéis. As cidades que escolhi para o nosso roteiro eram das mais turísticas e movimentadas, então tudo isso influenciou na escolha dos hotéis, de forma a não elevar em demasia o budget disponível. Mas não foi de todo tarefa fácil e alguns dos stresses que tivemos foram justamente por causa desta tentativa de arranjar soluções em conta.

Mas fazer o quê né? A escolha de um hotel é sempre algo relativamente incerto, mais ainda quando falamos numa viagem pela China, quando qualquer coisa (literalmente) pode acontecer. Principalmente quando estamos a lidar com um povo com sérias dificuldades de comunicação e quando eles próprios são mais que as mães.

Então, neste post eu vou falar um pouco dos hotéis que escolhemos e tentar sumarizar os pontos positivos e negativos de cada um e se vale a pena a escolha.

Macau – Rio Hotel:

Este foi sem dúvida o melhor hotel de toda a viagem e aquele onde eu tive das melhores experiências possíveis. Foi o último hotel a ser reservado por conta das incertezas que tinha em relação ao que realmente queria em Macau, mas no fim agradeci imenso a escolha e acho que foi excelente em termos de relação preço-qualidade.

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Imagem retirada do site do hotel

Macau é uma região muito ligada aos casinos e na minha opinião ficar em Macau só faz sentido se pudermos absorver a experiência como um todo, ficando num hotel casino. Há vários para todas as carteiras, entre marcas internacionais e nacionais. Eu acabei por reservar uma marca mais tradicional, mas com todo o conforto que estamos habituados em qualquer hotel de uma cadeia mais internacional.

O hotel estava super bem localizado, perto dos casinos mais emblemáticos da ilha de Macau e isso permitiu que andássemos sempre a pé, até mesmo quando nos deslocámos de/para o ferry. Apesar de não termos sequer entrado no casino do nosso hotel, eu adorei todo o conforto e luxo. É incrível pensar o quão pouco nós pagámos por um hotel com tamanho luxo e ostentação. Mas é Macau! Tudo em Macau é demais, luxuoso e opulento ao ponto de ser absurdo.

Foi uma escolha o mais certeira possível em todos os aspetos e voltaria sem hesitar. Ok, existem outros hotéis mais tradicionais com casinos mais conhecidos, etc… Mas tudo é uma questão de prioridade e perspectiva. Eu não valorizava assim tanto ficar num hotel super conhecido e queria algo que me permitisse sentir a vibe hotel-casino em Macau sem gastar fortunas. E tudo o que queria tive! Então fiquei super feliz no final.

Bali – Ananda Resort Seminyak:

Bali é uma ilha gigante e a escolha do hotel vai depender primeiramente do sítio da ilha que queremos ficar e do tipo de experiência que pretendemos ter. Depois de alguma pesquisa eu acabei por decidir que Seminyak era sem dúvida a zona de Bali que eu queria ficar todos os dias da viagem. Tinha uma das melhores praias da ilha, com pessoal mais jovem, mais virado para as festas e movimentação nas ruas da vila. Clima perfeito para aproveitar de novo a Ásia como eu me recordava dela – calor, agitação!

E mesmo dentro da vila de Seminyak são diversos os hotéis que estão à disposição. Desde os mais simplórios até aos mais chiques! Regra geral, Bali é até um lugar bastante acessível e dentro daquele padrão asiático de mochilão que estamos habituados. Ao contrário da China! Então, apesar das várias noites que passámos por lá, acabámos por pagar relativamente pouco, num hotel mediano.

O Ananda Resort cumpriu todos aqueles requisitos base sem ser um arrombo na carteira: localização excelente a 15 min a pé da praia (Ku de Ta), pequeno-almoço incluído, piscina simpática, villa espaçosa e confortável. Tudo isto mesmo no centro da vila de Seminyak, com a agitação ali ao virar da curva do hotel mas o sossego de uma villa “fechada” onde não se passa nada e é super sossegado.

E nós curtimos demais o hotel!! Ficámos alojados numa espécie de vivenda que tinha um quarto em baixo (com wc) e outro quarto em cima, com um espaço comum que estava equipado com uma cozinha simples e vários sofás. Então nós conseguimos ficar os 4 juntos na vivenda e fizemos a festa!!

Como passávamos o dia ou na praia ou nos passeios pela ilha, então comprávamos sempre uns noodles no supermercado e fazíamos lá na cozinha comum antes ou depois da sessão noturna de piscina. E ficávamos literalmente até de madrugada na galhofa lá no nosso pátio privado antes de voltar para os quartos!

A zona da piscina era super porreira e quase sempre vazia! Então curtimos demais, principalmente à noite. O programa de todas as noites era justamente ficar a boiar na piscina até muito tarde só porque sim. A temperatura estava óptima, a piscina toda iluminada e vazia!!

O único ponto negativo do hotel foi mesmo só a internet mas fazer o quê quando tudo o resto compensou? Além disso, coisa que aprendemos na Ásia é que internet é um serviço de luxo muitas vezes difícil de deitar a mão. Então restou-nos aproveitar para descansar e foi isso mesmo que fizemos.

Shanghai – Jitai Hotel People’s Square Branch:

Um dos piores hotéis de toda a viagem foi seguramente este! E daqueles que não volto com toda a certeza. Nada fazia prever que quando chegássemos já à 1h da manhã ao hotel fossemos tão mal recebidos por um empregado super mal disposto que fez de tudo para dificultar a nossa vida!

E como foi a primeira entrada na China continental ficámos logo um pouco stressados com os chineses no geral. Eu só tentava focar no dia seguinte e nas maravilhas que tinha programado para ver no dia seguinte! Ahahaha mas não foi fácil rir da situação especialmente quando chegámos e a primeira coisa que percebemos é que o empregado não falava nada de inglês, utilizava um sistema de tradução raquítico no telemóvel, nos disse que o quarto foi cancelado por falta de comparência e, depois de aceder aos nossos pedidos de nova reserva, pediu para o quarto ser pago na hora, com dinheiro vivo e ainda caução. Tudo porque o hotel não aceitava cartões que não fossem de origem chinesa.

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Imagem retirada do site do hotel

Tudo isto aconteceu assim num espaço de uma hora, que foi o pior e mais longo período de check-in da minha vida toda!! Sem exageros! O homem era mesmo detestável. E toda a má experiência continuou com uns quartos que em nada correspondiam com as fotos do Booking, e com a internet a teimar em não funcionar.

Então, apesar de ter relativisado tudo e ter curtido imenso a cidade (que adorei!), é um hotel a riscar completamente da lista.

Pequim – Xiao Yuan Alley Courtyard Hotel:

Apesar de ser um hotel localizado num beco meio duvidoso de Pequim e de nos assustar à primeira vista, quando o taxista nos deixa na entrada do dito beco e aponta para irmos o resto a pé, foi dos melhores hotéis de toda a viagem.

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Imagem retirada do site do hotel

O hotel é totalmente virado para o espírito mochileiro e vemos pessoas de várias partes do mundo. Então, os empregados acabam por ser super abertos, esforçam-se imenso para ajudar em tudo, para falar inglês (mesmo que seja raquítico), para dar dicas e para nos fazer ter a melhor experiência de todas em Pequim. E conseguiram!

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Apesar dos quartos não serem super luxuosos, eles estão decorados de uma forma típica chinesa e todo o hotel segue a mesma vibe. Então logo aí eu fiquei super apaixonada e com a certeza que não podia ter escolhido melhor. Depois falemos no factor localização. O hotel fica localizado exatamente nos Hutongs que circundam a Cidade Proibida. Então foi uma experiência super especial poder caminhar pelos Hutongs, tomar contacto com a vida típica chinesa daqueles “bairros”, e ao mesmo tempo estar ali tão perto do centro da cidade.

Não podia ter escolhido melhor e voltava lá sem hesitar!!

Hong-Kong – Wai Fan Guest House:

Se hoje voltasse a Hong-Kong tinha ficado neste hotel as duas noites. Só que na altura que reservei já não consegui ficar no mesmo sítio as duas noites e acabei por trocar na segunda noite para outro hotel que se revelou um autêntico fiasco. Reservar hotel em Hong-Kong é uma autêntica aventura e seguramente vamos acabar por pagar um rim por um muquifo reles na Nathan Road.

Resultado de imagem para Hong-Kong - Wai Fan Guest House:

Imagem retirada do site do hotel

A minha história em Hong-Kong dava um filme indiano com banda sonora chinesa tal não foi a loucura da coisa! Hong-Kong é uma cidade super populosa, das mais populosas do mundo, que está encafuada contra umas montanhas que limitam em demasia o crescimento e a construção de habitações. Então todo o quarto mal amanhado serve para acolher pessoas e pedir-lhes 100€ só assim para abrir a pestana.

O Wai Fan apesar de ser um quarto típico dos prédios da Nathan Road, que não dá para caminhar em linha reta mais do que um passo sem bater contra a cama, mesmo assim estava localizado num prédio relativamente calmo e “normal”, com uns empregados igualmente simpáticos e “normais”. Mas este conceito de normalidade perde-se um pouco em Hong-Kong e de certeza que a experiência geral vai ser tão louca quanto a minha foi.

Como já falei noutro post sobre Hong-Kong, nós fomos passar a segunda noite num dos prédios mais crazy de sempre e de toda a história da humanidade – Chungking Mansions!   O hotel que tinha inicialmente reservado era o King Guest House e foi o terror completo! Eu tive de ir a Macau logo no início da manhã para ir buscar todo o dinheiro que tinha ficado no cofre do hotel (sim, vou contar tudo num post exclusivo das peripécias da viagem) e o Carlos com os nossos amigos foram tentar fazer o check-in no dito hotel King Guest House. Só que de repente tudo o que achamos surreal e inacreditável acontece.

A começar com toda a experiência surreal que foi entrar no dito prédio onde estão centenas de guesthouses encavalitadas e onde toda a gente à nossa volta tem ar suspeito de quem vai atacar o pobre turista a qualquer altura. Depois quando finalmente descobrem o andar certo onde está o dito hotel, o empregado diz que a reserva foi cancelada por não aceitarem o cartão de crédito utilizado na reserva e fecha a porta na cara para não mais querer saber da nossa existência.

Quando eu volto de Macau ainda vou lá para a porta ameaçar o dito empregado com o meu inglês british, que utilizado para descompor alguém perde toda a pose, mas de nada serviu. Depois de horas a falar com a Booking, que assumiu tudo e nos encaminhou para novo hotel, lá fomos parar ao New Reliance Inn, que era precisamente na mesma espelunca de prédio. Então, apesar de um nome diferente, o quarto era a mesma cena apertada, onde só cabia eu ou as malas. E foi toda uma noite a rir da situação, para não chorarmos. Tal não foi a bizarrice!

E pronto! Tudo culminou com vários vídeos cómicos que retratam fielmente o quão impressionante foi a nossa passagem por Hong-Kong! Por causa deste problema com o hotel e escolha de um novo acabámos por perder um dia inteiro de visita à cidade e daí eu querer muito voltar um dia só por pirraça. Algo que os meus amigos vêm com total desaprovação! De modos que provavelmente voltarei a Hong-Kong all by myself porque mais ninguém vai querer alinhar e arriscar repetir a tragédia indiana/chinesa.

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Imagem retirada do site do hotel

Então malta, só há duas hipóteses no que diz respeito a Hong-Kong: ou aceitamos ficar num muquifo reles e pagar 100€, onde temos uma ventoinha no teto para secar o cabelo e toalhas de banho ainda húmidas e cheias de nódoas “esquisitas”; ou doamos um rim antes de viajar e conseguimos ficar no Hotel Tryp que é assim para o mediano mas pelo menos já tem um ar mais ocidental e “normal”.

E é isto! Cenas esquisitas dos próximos episódios, nomeadamente como quase perdi todo o dinheiro da viagem, entre outras cenas estranhas, a sair em breve aqui no blog! 😀

Como ir de Hong-Kong para Macau?

Quem passa em Hong-Kong ou Macau é muito provável que coloque a região vizinha na lista também. Nem que seja um passeio rápido de um dia ou dois. No nosso caso, eu optei por chegar a Hong-Kong, vinda da Europa, e ir direta para Macau, começando o roteiro propriamente dito aqui. E deixei Hong-Kong para os últimos dias da viagem para ter alguma paz de espírito, já que o voo de regresso para Londres era ao final do dia, em Hong-Kong.

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Ir de Macau para Hong-Kong, ou vice-versa é muito simples e demora no máximo uma hora! Até há bem pouco tempo só haviam duas formas de fazer o percurso, ou por ar ou por água. Hoje em dia, já foi inaugurada a ponte que demorou anos e anos a ser construída e que liga precisamente Macau a Hong-Kong. Contudo, para já esta ponte está apenas acessível a carros particulares.

A forma mais simples e barata de fazer o percurso é sem dúvida através do ferry, sendo que há duas companhias que operam entre Hong-Kong e Macau. Em Hong-Kong é possível apanhar o ferry no pier na ilha de Hong-Kong, junto a muitos outros piers de outras companhias que fazem a ligação entre esta ilha e outros destinos próximos (tal como Macau).

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Como Macau tem duas ilhas (Macau e Taipa) é possível escolher também em qual delas queremos ficar, dependendo do hotel que escolhemos, e comprar o bilhete já a pensar nisso. Então as duas companhias principais que operam este trajeto já estão divididas entre Macau e Taipa. A Turbojet faz o percurso atracando em Macau e a Cotai Water Jet sai igualmente de Hong-Kong mas vai atracar na ilha de Taipa.

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Se por acaso nos enganámos no ferry e afinal o nosso hotel está na outra ilha também não tem problema porque existem vários autocarros que estão mesmo na porta dos piers e fazem este transporte entre ilhas. Existem também hotéis de cadeias mais conhecidas que têm o seu próprio transporte disponível para os hóspedes assim que chegam ao pier.

Mas voltando para os ferrys. É muito simples comprar passagem e usar este transporte. O terminal é um autêntico shopping, com várias lojas e restaurantes e num dos andares superiores estão os guichês onde podemos comprar os bilhetes, se não quisermos usar as máquinas eletrónicas. Não precisamos sequer de comprar na net ou fazer pré-reserva. Existem barcos a sair quase de 15 em 15 minutos e são enormes, com vários pisos.

Nós chegámos, comprámos os bilhetes e fomos entrando logo. Passámos pela zona onde conferem os bilhetes e passaporte e um pouco mais à frente foi pedido que deixássemos as malas grandes porque teriam de ser despachadas, com um custo extra de cerca de 2€. Eles próprios pesam a mala, etiquetam e levam num carrinho para a parte de baixo do ferry, tal como nos aviões. Ahahah Quando chegamos no destino é só esperar pelas malas no tapete.

As malas de cabine vieram conosco e podem ser deixadas numa zona própria assim que entramos no ferry. Depois disto tudo, ficámos apenas com as nossas mochilas junto a nós, mas foi bastante pacífico. Até porque no sítio dos passageiros não há mesmo espaço para arrumar malas muito volumosas.

Antes de entrar no ferry ainda apresentamos os bilhetes no guichê da porta de embarque e atribuem-nos um número de assento. A partir daí é só esperar pelo embarque e pronto. A entrada no ferry pode ser um pouco atribulada pela ondulação, mas depois de entrarmos e começar a andar o ferry é bastante estável e não sentimos nada de especial.

No mesmo pier onde apanhamos o ferry havia também a opção de apanhar um helicóptero que demora muito menos tempo a chegar a Macau. Mas os bilhetes rondam os 100/150€, então é uma questão de pesar os prós e contras.

China: manual de sobrevivência!

Viajar para a Ásia é só por si uma experiência cultural completamente fora do que estamos habituados a encontrar. Eu lembro-me que quando fui há dois anos para a Tailândia, Cambodja, Malásia e Vietnam todo o meu círculo de amigos e família ficou com um ar de quem acha que nós tínhamos pirado de vez. Contudo, quando dissemos que tínhamos comprado viagem para a China este ano, acho que os poucos que ainda acreditavam na nossa sanidade mental, deitaram a toalha ao chão e acharam honestamente que estávamos loucos.

E se eu me apaixonei perdidamente pela cultura chinesa por culpa das imensas fotos que vi do país, além de todos aqueles sítios emblemáticos como a Muralha da China e Cidade Proibida, que povoam a mente, também tenho de admitir que encarar uma viagem ao coração da China continental teve momentos de stress e indecisões.

Então balanço final da viagem vai para a constante aprendizagem que é viajar pela China. Não dá para levar a lição estudada de casa nem achar que vai ser fácil andar por lá. Eles são de facto um povo fechado para qualquer língua estrangeira e ainda vêm com olhar estranho o ocidental que vai ao país deles turistar.

Contudo, o que teve de enervante teve também de fantástico e eu voltaria a fazer tudo igual sem hesitar. Aliás, apesar de todos os contratempos eu sonho com o dia em que vou voltar a China e conhecer mais do interior deste país.

Mas vamos por partes!

Locomoção:

O facto de estarmos a viajar em cidades bastante desenvolvidas fez com que abandonássemos quase por completo os táxis (que usamos bastante na última viagem à Ásia) e andássemos sempre de transporte público ou a pé. Cada cidade foi diferente à sua maneira mas basicamente, em todas elas, usámos o autocarro e o metro para as deslocações maiores. No entanto, em alguns casos, o nosso hotel era tão bem localizado que nem sequer chegámos a usar transporte público.

Em Macau nós fizemos tudo a pé e só usámos autocarro para ir e vir da ilha de Taipa no segundo dia. O autocarro era bem raquítico, daqueles com preço fixo por viagem e era só inserir a nota no frasquinho à entrada e pronto. Nada de trocos! E este esquema de utilização de autocarro repetiu-se em Shanghai e em Pequim, onde também usámos autocarro para fazer pequenos trajetos. Tínhamos de levar sempre dinheiro trocado porque o pagamento era sempre colocar o valor fixo da viagem dentro da caixinha da entrada.

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Em Pequim, Shanghai e Hong-Kong ainda usámos o metro, que já tem um esquema mais fácil de pagamento nas tradicionais caixas eletrónicas. É só colocar o destino final e ele calcula logo o valor que temos a pagar. Mesmo que não tenhamos dinheiro trocado ele dá o troco, o que facilita bastante a vida.

Em Shanghai e Hong-Kong nós usámos o metro para ir para o aeroporto o que também é uma grande vantagem na hora de poupar dinheiro do táxi. Só usámos o táxi quando chegávamos às cidades, para nos levarem aos hotéis, pela razão simples de que os nossos voos chegavam sempre muito tarde (já depois da meia noite) e a essas horas os transportes públicos já não estavam ativos.

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Importa referir que usámos bastante a aplicação Google Maps para perceber qual o autocarro que devíamos apanhar e onde porque eles não falam inglês e não podíamos contar com a ajuda de ninguém para as indicações. No entanto, com esta aplicação nós conseguimos entender sempre qual o transporte que devíamos apanhar, onde o apanhar e onde sair. Nunca nos perdemos nem enganámos!

O valor a pagar na tal caixinha do autocarro está bem visível por isso nem precisamos estabelecer conversações com o motorista ou seja com quem for. Até porque o mais provável é não entenderem nada do que estamos para ali a dizer e desatarem a gritar em chinês.

Voos internos:

Ainda esteve em cima da mesa dispensar os voos na China e utilizar os comboios bala super conhecidos e que devem ser uma experiência cultural por si só. Mas em boa hora eu os dispensei. Os voos internos na China, apesar de mais caros e de não haver Air Asia para praticar aquele preço amigo, conseguiram surpreender bastante pela positiva. Nós voamos pela China Eastern e pela Cathay Pacific e todos os voos foram excelentes, com aviões enormes, com TV (que incluía jogos, filmes, séries, música, e muito mais) típica de voos de longo curso, super confortáveis, bagagem incluída e comida incluída também.

Então, apesar de termos pago um pouco mais em deslocações internas, adorei a experiência, com os aeroportos também super simpáticos, sem grande barafunda e até muito organizados. Mais do que eu esperava! Na entrada dos aeroportos tínhamos logo de passar a bagagem por um detetor de metais muito básico e eu achei que ia apanhar filas enormes logo aí, mas não. Não senti aquela confusão chinesa do povo todo junto que tenta passar à frente na fila, multidões que atrasam tudo, enfim…nada disso. Chegávamos sempre 2h antes do voo e era mais do que suficiente!

Moeda:

Todos os países que passámos tinham uma moeda diferente. Até Macau e Hong-Kong têm a sua própria moeda. Então basicamente o que achámos ser mais fácil no nosso caso foi levar Euros connosco e ir destrocando em cada país que passávamos. Eu mais ou menos faço os cálculos de quanto penso que vamos gastar nos dias que vamos passar em cada sítio e pronto.

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Fizemos as trocas de dinheiro sempre em lojas oficiais, logo à chegada ao aeroporto e agora, depois de uma viagem anterior à Ásia, penso ser a melhor forma e mais segura. Uma dica preciosa é que para quem está a fazer Macau e Hong-Kong pode usar as moedas de cada “país” em ambos os sítios. Ou seja, se por acaso sobraram algumas Patacas de Macau podemos usá-las em Hong-Kong e vice-versa. Isto ajuda imenso para escoar aquelas últimas moedas que ficaram na carteira.

Comida:

A comida chinesa sempre foi uma das minhas preferidas de todo o mundo e hoje em dia já são vários os restaurantes que encontramos na nossa bela cidade ocidental e que nos fazem habituar àquele tipo de culinária. Então eu no fundo sabia que depois da viagem anterior à Ásia havia pouco para me preocupar nesta área, principalmente quando já conhecemos minimamente o tipo de comidas e já experimentámos tantas vezes antes.

Então, não tem como errar na comida chinesa! Praticamente toda ela é super saborosa. É sentar no restaurante, olhar o menu que está cheio de fotos da mais variada comida e tentar escolher aquilo que mais gostamos. Sim, eles não vão ajudar nas nossas indecisões porque não falam inglês. Por isso, resta-nos olhar bem para a imagem e tentar decifrar o que cada coisa é.

Nem sempre tivemos sorte com toda a comida mas adotamos o truque de pedir vários pratos diferentes e ir partilhando. Assim quando um não gostava tanto de uma coisa os outros também comiam e não era tão grave assim. Mas regra geral eu adorei toda a comida que provámos e eu tentei ser bem eclética!

Mesmo sabendo que há pratos mais básicos que é certo não errar, tentei sempre arriscar e provar coisas diferentes cada vez que sentávamos no restaurante. Por outro lado eu fiz algum trabalho de casa e levei escrito no nosso roteiro alguns pratos típicos que queria provar na China. Alguns exemplos foi o Pato laqueado de Pequim que comemos exatamente em Pequim, ou os Dim Sum que são deliciosos e comemos um pouco por cada cidade que passámos. Noodles fizeram parte da ementa mais dias do que gostaria, mas por vezes era a opção mais fácil e rápida.

Quanto aos restaurantes que usámos eu não tenho propriamente uma dica certeira de algum imperdível. Basicamente íamos perguntando no hotel qual o restaurante mais próximo para comer bem, ou então saíamos e entrávamos na primeira “espelunca” com ar minimamente aceitável. E apesar de termos entrado em restaurantes muito duvidosos onde não havia qualquer ocidental além de nós, não posso dizer que tenha comido mal em qualquer um deles.

Por isso eu acho que a comida chinesa não tem muita ciência e mesmo nos restaurantes mais espelunca ou em qualquer barraca de rua nós vamos concerteza fazer uma refeição muito saborosa.

Barreira linguística:

Esta foi sem dúvida a maior dificuldade de toda a viagem à China. Ao ponto de nos enervarmos a sério porque não conseguíamos resolver problemas simples com base num diálogo em inglês. Praticamente ninguém fala inglês na China e é incrível como notamos uma diferença considerável entre a China continental e Hong-Kong, por exemplo.

É impensável perguntar qualquer tipo de informações em inglês em pleno Shanghai ou até Pequim. E mesmo no hotel em Shanghai nós não conseguimos falar em inglês com nenhum dos empregados. E pensando que não estávamos propriamente ilhados numa qualquer vila ou aldeia do interior da China, tudo isto nos deixava super à toa. Como era possível que em cidades tão desenvolvidas e centrais não conseguíssemos encontrar uma única pessoa a falar inglês.

Então a nossa única solução era apontar para aquilo que queríamos, ou fazer gestos e aí eles percebiam, ou então, se a conversa era intrincada e se queríamos perguntar ou resolver alguma coisa, a solução foi usar uma App de tradução. E neste último ponto eles estão super bem adaptados. Como sabem que não pescam nada de inglês, qualquer pessoa tem no seu telemóvel uma App para tradução e quando nós chegávamos perto para falar alguma coisa sem ser em chinês, lá sacavam do seu Iphone e estabeleciam ali uma conversa razoável conosco.

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Às tantas nós achámos por bem descarregar o idioma chinês para a minha App Google tradutor e a partir daí era só rezar para ter wi-fi que permitisse fazer a tradução sem problemas. Só que este era outro problema constante. Mas já lá vamos!

Dica útil: Levar os endereços e nomes de hotel em chinês para ser só mostrar ao homem do táxi nos aeroportos ou em qualquer lugar da cidade. Facilita imenso e o Booking já permite fazer isso.

Restrições de Internet:

Na China continental (não sentimos isso em Macau nem em Hong-Kong) a internet está restringida a telemóveis com outras redes e que não tenham cartão Sim chinês. Não sei bem porque é que haveriam de fazer uma coisa destas aos turistas mas se há coisa que eu aprendi é que chinês é um povo complicado da cabeça e que acha que tem de ser diferente, dificultando a vida a tudo o que não fala chinês.

Então, pensando nesta dificuldade que íamos sentir assim que aterrássemos em território chinês (Shanghai e Pequim), descarregámos uma App ainda em Portugal, o VPN. O que é isto do VPN? Existem várias aplicações disponíveis para smartphone dentro desta categoria de VPN, por isso é só escolher uma delas e usar durante o tempo que estivermos em território chinês. Só temos de ter wi-fi e manter o VPN ativo e conseguimos continuar a aceder normalmente às redes sociais ou à internet no geral. O que o VPN faz é camuflar o nosso ID, fazendo com que o nosso telemóvel assuma que estamos noutro qualquer país. O meu país geralmente era a Alemanha mas a aplicação é que vai definir aleatoriamente qual o melhor país para camuflar o ID em cada momento. Para nós foi a salvação!

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Além destas restrições todas também foi super difícil encontrar wi-fi pela cidade. Nada a ver com Macau e Hong-Kong, por exemplo, em que tínhamos internet em praticamente toda a cidade. Na China continental eles têm montes de passwords e nota-se mesmo que restringem imenso as suas redes wi-fi para todos aqueles que não têm cartão chinês. Então muita paciência nesta área!

Compras, negócios da China e custo da viagem no geral:

Viajar pela China sai mais caro do que inicialmente pensamos. Eu pessoalmente sempre achei que Ásia era no geral bem acessível e sempre esperei encontrar um custo semelhante ao que encontrei na última viagem pelo continente. Mas não é bem assim! Especialmente nas grandes cidades chinesas! A começar no custo dos hotéis, até às entradas nos museus/atrações, restaurantes, transportes, enfim… tudo é mais caro do que, por exemplo, na Tailândia. No entanto, se escolhermos bem encontramos opções mais em conta sem gastar balúrdios.

O que tem de caro no custo de vida, acaba por compensar nas compras de coisas tradicionais ou marcas locais. Então eu levava a lição estudada nesta área e também já tinha alguma ideia do que queria comprar e do que compensava mais. Mesmo assim até fui bastante contida e acabei por já não conseguir comprar o bule de chá em Hong-Kong por falta de paciência para regatear preços.

Então o que é que eu comprei e acho que vale a pena? Comprei uma blusa interior térmica da Uniqlo, que é marca japonesa e consequentemente mais barata nesta zona. No Natal passado recebi de prenda do Carlos um casaco de penas da gama HighTech que é super quente, leve e fácil de transportar. Até foi o casaco que trouxe nesta viagem e já usei e abusei dele durante todo o Inverno por ser muito prático e quente. Então para quem quiser investir em roupa desta marca, a Ásia é o melhor sítio para as compras.

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Ainda dentro das marcas asiáticas japonesas, comprei uma máscara para o cabelo da marca Tsubaki (Premium Repair Mask), que é uma das melhores marcas de cuidados capilares. E como as marcas asiáticas têm a fama de serem das melhores do mundo, a Tsubaki é bem reconhecida e bem cara também no ocidente. Em Hong-Kong abundam as lojas tipo farmácia com imensos produtos de cosmética de marcas asiáticas e internacionais também. Mas óbvio que o que vale muito a pena comprar são as marcas asiáticas. Comprei a minha máscara por meros 5€!!! Em Portugal, só através do Ebay e seria mais de 20€ o mesmo frasco. A marca tem vários tipos de champôs muito bons também mas como as embalagens são enormes, eu fiquei com medo do peso na mala de porão e não comprei.

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Tirando estas comprinhas, ainda trouxe várias embalagens de café e chá de Bali, um conjunto de pauzinhos de loiça de Shanghai, um quadro desenhado com linha com uma paisagem do Palácio de Verão de Pequim e uns quadrinhos com os nossos nomes desenhados em caracteres chineses. De todos os sítios que andámos, sem dúvida que a cidade antiga em Shanghai foi o melhor sítio para comprar lembranças tradicionais chinesas, enquanto que as lojas de marcas asiáticas de renome são mais fáceis de encontrar nas ruas e shoppings de Hong-Kong.

A regra é sempre a mesma quando compramos em mercados de rua: regatear!! Mesmo que isso implique sermos ofendidos em chinês num mercado duvidoso numa rua igualmente duvidosa.

Nojices e preconceitos no geral:

Sim, quando falamos em China vale a pena lembrar que é um povo mais que reconhecido pela porquice intrínseca. Então o ideal é irmos com o espírito bem aberto porque concerteza nos vamos deparar com várias situações bem nojentas de fazer o couro cabeludo arrepiar. No meu caso, eu já ia preparada para a básica escarradela no meio da rua, ou andarem constantemente com o dedo no nariz, ou o chão escorregadio dos restaurantes.

Mercado em Kowloon (Hong-Kong)

Mas mesmo assim o que me fez mais confusão foi mesmo entrar nas traseiras de um dos restaurantes que passámos e ver a nojice que estava à minha volta. Perdi o apetite na hora! E já foi no finzinho da viagem, então tecnicamente eu já tinha visto de tudo. Mas fazer o quê né? Há coisas que eu dispensava ver!

Senhor a tomar banho no McDonald’s de Hong-Kong

De resto, não sei se foi a mentalidade com que fui, mas não me senti enojada com praticamente nada. Claro que é um mundo à parte, uma cultura completamente diferente e tal, mas viajar pela China não é nenhum bicho de sete cabeças e é perfeitamente possível com a dose certa de entendimento de que estamos na Ásia.

WC em Shanghai com sanita aquecida entre outras tecnologias

Então, no geral eu adorei andar pela China e senti que mesmo todas as peripécias que aconteceram não contribuíram em nada para tirar o encanto que já sentia pelo país. Pelo contrário. Fiquei super animada por ultrapassar todos os “obstáculos” do dia-a-dia e por desmistificar mais esta cultura que assusta tanto o povo ocidental.

A Avenida das Estrelas e a região de Kowloon!

Na margem oposta da baía de Hong Kong está a região mais louca de toda a cidade! Esta ganhou definitivamente o prémio! Kowloon!! Se queremos ter uma experiência tipicamente asiática e sentir Hong-Kong de verdade, então este é o sítio certo para nos hospedarmos e passarmos a maior parte do nosso tempo!

O ponto de partida do nosso roteiro foi logo na Avenida das Estrelas, que é todo um calçadão ao longo da baía e que rende vistas incríveis dos arranha-céus da ilha de Hong-Kong (na margem oposta da baía). Quer seja de noite ou de dia, este sítio é fantástico! Nós vimos até à Avenida das Estrelas na noite do primeiro dia para vermos os arranha-céus iluminados, e para passearmos um pouco, de forma a sentir que o dia não tinha sido completamente desperdiçado.

Então, a maior parte das fotos que tenho da Avenida das Estrelas é de noite (até a estátua do Bruce Lee). Como o nome indica, a Avenida das Estrelas é uma espécie de “imitação” do passeio de Hollywood só que tem as mãos dos principais atores e atrizes do kung-fu gravadas ao longo de todo o passeio. No final, o grande destaque vai para a famosa estátua do Bruce Lee que foi uma das principais estrelas dos filmes de kung-fu, catapultando este género cinematográfico para todo o mundo.

Junto à Avenida das Estrelas está o começo da Nathan Road, a avenida principal desta região de Kowloon e que nos leva para o coração dos mercados mais estranhos que já vimos até àquele dia. Nesta avenida acontece de tudo um pouco e é aqui que estão os principais prédios que servem de alojamento à maior parte dos turistas que estão de visita à cidade.

No nosso caso, elegemos o prédio Chungking Mansions, bem no começo da Nathan Road e que tem imensas guest houses e hostels encavalitados pelos imensos andares do prédio. Quando entrei lá dentro a primeira vez até achei que não estava no sítio certo com tanta gente de ar duvidoso que povoa o andar de baixo, onde estão várias lojas marroquinas e os elevadores que dão acesso aos pisos das guest houses.

É tudo muito estranho e assustador de início mas rapidamente percebemos que é mesmo assim e estamos na Ásia, meu caros, onde tudo é possível e onde tudo acontece. Para quem já viajou antes para o continente asiático vai estranhar durante 3 segundos para depois achar tudo normal e tranquilo. Ahahaha Afinal das contas há pouca coisa que me falte ver e já aprendi que até nos lugares mais estranhos é possível me sentir segura.

Então, apesar dos preços do hotel serem demasiado caros para o tamanho do quarto em si, a verdade é que ficámos na Nathan Road, o centro do mochileiros, o coração desta cidade louca e vibrante. E esta é das ruas mais movimentadas que já vi até hoje! Em todas as horas do dia parece que é hora de ponta!

No nosso roteiro pela região, e depois de passear pela Avenida das Estrelas, não há como errar: é só ir subindo a Nathan Road e ir entrando em cada recanto mais estranho. E à medida que vamos subindo a avenida vamos percebendo que a pouca “civilização” que ainda existia vai desaparecendo e dando lugar a prédios cada vez mais antigos e decrépitos, a ruas mais estranhas e a mercados surreais.

Por isso, Kowloon e os seus mercados foi sem dúvida a região que mais adorei em Hong-Kong. É daquelas zonas que são a razão de eu amar a Ásia e querer voltar uma e outra vez. As fachadas velhas com todos aqueles painéis coloridos com caracteres chineses e toda a poluição urbana eram tudo o que desejava ver no último dia na Ásia.

A certa altura acabámos por desviar para o interior e traseiras da avenida para entrar diretamente no submundo dos mercados estranhos onde se vê de tudo um pouco e onde não há limites para nada. No meio da confusão de bancas e mercados, as ruas traseiras à Nathan Road vão-se dividindo em mercados dedicados à carne, peixe, fruta, roupas, ou outros, como o Mercado da Jade ou as bancas dos brinquedos sexuais.

O Temple Street Night Market é um exemplo de mundo à parte onde se vê quase tudo à venda e onde nos cruzamos com as pessoas mais estranhas. Foi aqui que eu fiz as compridas de última hora e também onde fui ofendida em chinês por estar a pedir um preço demasiado baixo para um bule com qualidade duvidosa.

A Nathan Road também é óptima para encontrarmos todas as marcas asiáticas de cosméticos que custam os olhos da cara em qualquer parte do mundo mas que aqui são ao preço da chuva. As lojas de cosméticos são outra experiência cultural onde ainda assistimos a uma discussão acesa em chinês entre uma cliente e uma empregada, que deu direito a produtos pelo chão e a polícia à porta.

Tudo isto e muito mais vimos nós em poucas horas na região de Kowloon. O suficiente para eu ter a certeza que quero voltar a Hong-Kong, nem que seja para dormir novamente numa cama de hospital num muquifo onde só caibo eu ou as malas de viagem, e onde tento secar o cabelo na ventoinha pendurada no teto do albergue.

A ilha de Hong-Kong!

Hong-Kong para mim já virou local onde acontecem as maiores peripécias das viagens à Ásia! Se na primeira viagem há dois anos ficámos aqui retidos uma noite por um atraso de voo que levou a que perdêssemos a conexão com Londres, desta vez perdemos um dia inteiro de viagem a tratar de problemas no hotel reservado, entre outras peripécias que depois conto melhor noutro post.

Então eu tinha um monte de planos para os dois últimos dias de viagem e Hong-Kong era definitivamente aquela cidade que eu tinha muita curiosidade em conhecer. No meu imaginário é uma das cidades mais bonitas de toda a Ásia, com paisagens lindíssimas, uma skyline de cair o queixo, além de reunir uma série de mercados, arranha-céus e outros detalhes tipicamente asiáticos que me fascinam.

Mas aquilo que Hong-Kong tem de fascinante tem também de muito louco e acabou por me tirar do sério logo no primeiro dia que chegámos. A começar pelo tempo horrível de chuva que teimava em não dar tréguas, trazendo uma neblina sobre os prédios que estragou qualquer ideia de ver o pôr-do-sol a partir do Victoria Peak! E essa é apenas uma das amarguras de Hong-Kong!

Como o primeiro dia foi quase todo pelo ralo a baixo, o segundo dia teve de ficar uma espécie de “Hong-Kong in a nutshell“, que é como quem diz “Faz tudo ao mesmo tempo agora e já!!“. Então, resumindo, decidimos abortar a visita ao Buda sentado por ficar afastado do centro e tivemos um dia bem intenso que começou bem cedo na ilha de Hong-Kong e terminou nos mercados de Kowloon, onde estávamos hospedados.

Então, tentando separar este dia em dois posts, eu vou começar por mostrar como foi a nossa manhã pela ilha de Hong-Kong, que dava perfeitamente para passar um dia inteiro por lá. Nós começámos por apanhar um StarFerry que é o barquinho tradicional de Hong-Kong e que faz a ligação entre as duas margens de Hong-Kong (entre a ilha Kowloon e a ilha de Hong-Kong propriamente dita). Como ele faz parte da rede de transportes públicos da cidade, então é super baratinho e típico o suficiente para ser uma experiência só por si!

Assim que chegámos à ilha de Hong-Kong seguimos um pouco a direção dos “Escalators“, que são nada mais nada menos que escadas rolantes no meio da cidade e que servem para ligar os vários “patamares” da ilha. Como Hong-Kong fica meio espalmada contra uma encosta, então praticamente toda esta zona é a subir o monte. Para facilitar a locomoção dos residentes, eles criaram umas escadas rolantes que cobrem toda a extensão, desde o topo mais residencial, até à base mais comercial e empresarial.

Então no início da manhã as escadas rolantes estão todas no sentido descendente para que os habitantes desçam e venham trabalhar, mudando depois para o sentido inverso para que turistas e habitantes subam a encosta. E patamar a patamar nós vemos a mudança acontecer e vemos várias facetas diferentes da ilha de Hong-Kong a surgirem.

Um pouco a par do que vimos em Shanghai, a região do Soho está cheia de prédios altos, a maior parte são empresas de renome internacional ou apenas chinesas. Os shoppings abundam também, com aqueles corredores que ligam os vários prédios e nos fazem sentir num mundo à parte. E é possível andar entre prédios sem chegar a pôr o pé no passeio nem na estrada!

A grande diferença vai para o espaço útil da ilha de Hong-Kong. É muito povo junto para uma cidade espalmada na encosta. Então há gente por todo o canto, as ruas são estreitas e os prédios demasiado altos e encavalitados ao lado uns dos outros para acreditar que é verdade.

Por isso mesmo, a nossa experiência em Hong-Kong (ilha) foi muito numa de aproveitar cada recanto e absorver a loucura que esta cidade é, especialmente nesta zona de arranha-céus! O culminar da visita teria sido subir ao Victoria Peak que rende vistas fantásticas de toda a ilha de Hong-Kong e onde ficamos com ideia da imensidão de prédios altos que a cidade tem.

No entanto, por causa do tempo péssimo do dia anterior, da chuva chata e, claro, do pouco tempo que sobrou, decidimos abortar a visita desta vez, na condição de colocar Hong-Kong num qualquer outro roteiro pela Ásia, no futuro. Todos me chamaram maluca por querer voltar aqui, depois de uma segunda visita ainda mais atribulada que a primeira, mas de facto Hong-Kong reúne todas as características de uma cidade asiática que me faz querer voltar mais uma e outra vez ao longo dos anos.

Por isso, não sei bem quando, mas tenho a certeza absoluta que vou voltar e à terceira vai ser ainda mais especial!

A muralha da China!

Visitar a muralha da China sempre fez parte do imaginário e sítio de sonho que queria muito ir! Quem não sonha em pôr o pé nesta maravilha do mundo moderno? A muralha é tão fascinante e está rodeada de uma história tão incrível que é uma das mais grandiosas construções do mundo!! Mas se eu tinha tanta vontade de visitar a muralha também tinha a certeza que queria que fosse a melhor experiência possível! Ou seja, com o aumento do turismo, a afluência aos monumentos aumentou exponencialmente e os chineses são um povo especialmente adepto de visitar o seu próprio país.

Então, para visitar a Muralha eu sabia que queria evitar ao máximo a confusão e queria uma experiência mais calma e livre de multidões. Para isso fiz várias pesquisas e percebi que a muralha tem vários pontos distintos que podem ser visitados, uns mais perto de Pequim do que outros. Os três pontos turísticos base mais utilizados para visitar a Muralha são: Badaling, Mutianyu e Jinshanling.

Badaling é a única área da muralha que dá para ser visitada autonomamente. Pela sua proximidade com Pequim, dá para apanhar um comboio no centro da cidade, que vai deixar-nos na base da muralha. Mas como é a forma mais simples de visitar, sem precisar de motorista privado, acaba por ser uma zona muito turística e cheia de povo por todo o lado. Eu vi fotos de Badaling completamente cheio de turistas e isso tirou toda e qualquer vontade de conhecer esta zona da muralha.

Jinshanling é a zona mais afastada de Pequim, ficando a cerca de 130 km’s. Para lá chegar só com motorista privado ou aderindo a uma excursão de grupo. No entanto, é também uma zona recentemente restaurada e que mostra bem como a muralha era no início.

A zona que acabei por escolher foi Mutianyu por estar longe de Pequim o suficiente para evitar multidões, mas não tão longe assim que demoremos eternidades a chegar lá. Então, tudo o que precisei fazer foi contactar um motorista privado e pronto, no dia e hora combinados ele foi nos buscar ao hotel e ao final do dia foi levar-nos ao aeroporto. Contactei o Michael (+86 136 7103 8062) que foi excelente e nos ajudou em todos os momentos (comprou os bilhetes, levou-nos até à muralha e ainda nos deu várias explicações da história dela).

Eu achei que a zona de Mutianyu foi excelente em vários aspetos. A base está muito bem preparada para receber os turistas, com vários cafés, restaurantes, lojinhas de souvenir. Ainda tem um mini autocarro que nos leva monte acima até à base da muralha e o bilhete ainda inclui subida de teleférico e descida de tobogam. Foi uma experiência brutal em todos os níveis.

A zona de Mutianyu está bastante bem conservada mas não perdeu a autenticidade e quando caminhamos por lá não temos aquela sensação de estarmos em algo artificial concebido para o turista ver. Nada disso! É uma zona da muralha que tem vindo a ser preservada mas que mantém muitas características originais. Além disso, como não recebe quantidades astronómicas de turistas, dá para passear à vontade e tirar imensas fotos sem termos 500 000 turistas a aparecer lá atrás.

O nosso motorista subiu no teleférico connosco e ficou no pátio central à nossa espera. E basicamente nós tivemos todo o tempo que quisemos para explorar a muralha, que nesta zona está mais ou menos dividida em percurso fácil e difícil. A diferença entre os dois percursos tem tudo a ver com o quão íngremes são as zonas.

Nós decidimos começar pelo percurso mais difícil que eu li render as melhores fotos da muralha. E, apesar de estar até um dia frio, eu agradeci a todos os santinhos ter visitado a muralha durante o Inverno. Mesmo com o dia frio, o sol que estava aqueceu tanto a subida que chegámos ao topo a precisar de refrescar na sombra!

O percurso difícil exige alguma preparação física mas não achei nada demais. Sim, as escadas são bastante íngremes e em algumas zonas é preciso subir com as mãos nos degraus. Mas também, a qualquer momento dá para parar, sentar e descansar um pouco.

Depois do percurso difícil eu ainda fiz metade do outro percurso (fácil), só mesmo para tirar mais umas fotos de outra perspectiva e aproveitar um pouco mais a muralha, que neste lado é bem mais plana e quase não tem escadas.

A história da Muralha da China é fascinante, como falei no início do post. Ela foi construída em vários momentos da história chinesa, mas a parte da muralha mais conhecida e famosa foi construída pelo primeiro Imperador da China, Qin Shi Huang, entre 220 e 206 a.C.. Ao longo dos anos ela foi sendo restaurada e reconstruída e hoje em dia o trecho construído na dinastia Ming é o mais visitado.

A grande finalidade da muralha era proteger o povo chinês das tribos nómades do norte da China, principalmente os Mongóis. Então, de vez em quando este povo descia para vir conquistar terras e daí a muralha ter sido construída no sentido leste-oeste. A muralha tem uma extensão de cerca de 8.850km’s e ao longo dela são vários os mecanismos de construção, dependendo da zona da China. No entanto, a maior parte dos materiais utilizados são pedra e tijolo.

As torres de vigia que existem ao longo da muralha tinham a finalidade de alertar os soldados que viviam nas aldeias em baixo da montanha, quando estavam a ser atacados pelas tribos Mongóis. Então, nessas alturas, os soldados de vigia nas torres acendiam grandes fogueiras que despertavam a atenção dos soldados em repouso, para que subissem e viessem lutar.

Hoje em dia, a Mongólia faz parte da China, então todos os terrenos que vemos para norte da muralha pertencem à China. Mas quando olhamos o horizonte e vemos a extensão de terra a perder de vista sentimos-nos pequeninos e insignificantes, imaginando as imensas batalhas que já foram travadas naquele lugar por um dos povos mais relevantes na história da Humanidade.

 

O Palácio de Verão de Pequim!

Um dos jardins e palácios mais fantásticos de Pequim é sem dúvida o Palácio de Verão, que em chinês se diz Yiheyuan, ou o Jardim da Harmonia. E quando entramos no espaço percebemos bem o porquê do nome. Além de o Palácio de Verão ser um dos marcos mais importantes na história do imperialismo chinês, ele consegue conquistar facilmente os visitantes antes mesmo de pormos o pé lá.

Eu fiquei fascinada com as imensas fotos que vi de vários recantos do jardim e achei que todo o complexo reúne perfeitamente toda aquela arquitectura chinesa que nos faz viajar meio mundo só para ver ao vivo e a cores. E as cores!!

O Palácio de Verão foi absurdamente subestimado por mim no tempo que eu achei que demoraria por lá. Assim que entrámos e eu recebi o mapa de todo o recinto eu comecei a perceber a enormidade do espaço e que não ia dar para ver absolutamente tudo, até porque o Palácio de Verão fica a uma hora de caminho do centro de Pequim, por metro.

Como comprámos o bilhete com acesso ilimitado, conseguíamos não só ver o jardim, mas também entrar nas principais construções, palácios e templos. Aliás, eu acho que só assim fez sentido!

O Palácio de Verão foi construído para servir de refúgio de Verão de várias dinastias de imperadores e, ao longo dos anos várias construções foram sendo adicionadas, especialmente pela princesa Cixi, que foi a maior impulsionadora.

A nossa visita começou no portão norte e demos logo de caras com a Rua Suzhou, criada para imitar uma rua tradicional de compras de um vilarejo do sudeste da China. Como os imperadores não saíam para fazer compras, nesta rua eles podiam “imitar” a vida do comum mortal e simplesmente fazer compras dentro da sua residência.

Um pouco mais à frente começa a subida para a colina da Longevidade que tem o enorme Palácio no topo, estilo Tibete. A Colina da Longevidade foi toda ela construída artificialmente com a terra que se retirou para o enorme lago Kunming, que cobre quase toda a extensão do jardim. Então estão a imaginar as obras de engenharia que os chineses já faziam há centenas de anos atrás.

Virado para o lago está outra construção fantástica e que é preciso fôlego para alcançar, o Pagode Vidrado Duobao, que é uma imensa estrutura de 3 andares e que foi erguida no reinado do imperador Qianlong, dedicado à religião budista.

Outra construção super interessante está numa das laterais do lago e é um conjunto de edifícios onde eram feitas as apresentações de teatro e óperas para os imperadores e toda a família real, além de qualquer outro convidado ilustre. Ao bom jeito chinês, os edifícios são qualquer coisa de super requintado e luxuoso. Tudo pensado ao detalhe para as obras primas artísticas desta cultura que não deixa de surpreender.

Para todas estas construções nós usamos o tal bilhete que comprámos na entrada e que dava acesso a sítios que o bilhete normal não dá. Até para entrarmos na rua das lojas foi preciso apresentar este bilhete especial. Então eu recomendo muito este upgrade, caso contrário vamos perder imenso da nossa visita. E esta é uma decisão feita logo na bilheteira!

Mas obviamente que além destes pequenos museus dentro do enorme jardim, o próprio recinto também é um espetáculo à parte, cheio de pontes, arcos, e os tradicionais barcos chineses que no Verão levam os turistas a passear pelo lago.

Pelas laterais do lago segue um caminho que vai passando por imensos templos e pagodes de menor importância e que nós acabámos por desistir de visitar por ainda querermos ir até ao centro de Pequim ver o Templo do Céu.

Mas uma visita ao Palácio de Verão é coisa para durar na boa um dia inteiro se estivermos numa de ver cada canto à casa. O recinto é enorme e cada construção não está propriamente ao lado uma da outra. Além disso, também achei que as opções de refeição lá dentro eram meio escassas. Por isso, levar um lanchando conosco não é de todo má ideia, principalmente quando vamos lá ficar várias horas.