Grouse Mountain!

Já falei que um dos grandes motivos que me fez adorar Vancouver foi o facto da cidade estar tão próxima de montanhas fantásticas que nos fazem sonhar e ter um gostinho especial de como seria viajar pela British Columbia e conhecer os parques naturais da região. Então, a partir da cidade já é possível em dias de sol ver as grandes montanhas que circundam a parte norte da cidade e que estão a apenas 30/40min de distância de carro. É mesmo isso!

E como falei no post sobre a Capilano Suspension Bridge Park, a Grouse Mountain também tem um shuttle próprio gratuito que opera desde o Canada Place e leva diretamente até à entrada do recinto. Super prático! Quem me dera que todos os locais que visito tivessem a mesma ideia brilhante. Agora na Nova Zelândia este tem sido um dos maiores obstáculos na hora de montar roteiros.

A Grouse Mountain é a montanha mais alta de Vancouver, de todas as que a nossa vista consegue alcançar. E imaginar chegar lá no topo é uma aventura! No Verão a montanha é sobretudo aproveitada como “parque de diversões” da pequenada que quer ver os ursos ou as aves de rapina, ou assistir o show dos Lumberjack (género de lenhadores). Além disto ainda há toda a vista fantástica desde o topo da montanha sobre a cidade lá em baixo e as muitas trilhas que começam aqui em cima e se estendem pela montanha.

No Inverno a montanha é muito popular para os desportos de inverno, como o ski ou o snowboard e mesmo de Verão dá perfeitamente para ver todas as estruturas da estância a serem utilizadas para levar e trazer os turistas ao topo da montanha. E quando subimos a montanha e vemos a quantidade de árvores ao redor dá para imaginar o quão mágico o lugar deve ser coberto de neve.

Então, a experiência Grouse Mountain divide-se em várias subidas. O shuttle bus leva-nos até à alturas (acima da Capilano) mas ainda assim resta-nos muito caminho a subir até finalmente chegarmos ao cimo da montanha. Por isso, a primeira etapa da subida é feita com um teleférico gigante que transporta dezenas de pessoas de uma vez até ao topo da montanha, onde estão a maior parte das atrações do parque.

E é nesta base no topo da montanha que vamos passar a maior parte do tempo, já que as demonstrações das aves de rapina acontecem muito perto da entrada do recinto, o Lumberjack show está logo ao lado e ainda há o recinto dos ursos para visitar. Para além destas atividades incluídas no ticket geral, ainda existem algumas extra que podem ser adquiridas com um bilhete especial.

Por exemplo, dá para escolher chegar mais cedo ao parque e participar da alimentação dos ursos às 8h da manhã, ou fazer slide ao longo do recinto. Esta última quase me convenceu depois de ver o quão louco seria ver toda a paisagem a partir do slide.

Menção especial para o show dos Lumberjack que é super cómico e mostra de forma irónica e engraçada como era a vida e quais as atividades que os antigos Lumberjack faziam, cortando as árvores nas montanhas e trazendo os troncos ao longo do rio, em barcos para as aldeias/povoados, onde eram depois aproveitados para a construção. Super engraçado o show e muito típico também!

Depois de termos visto tudo nesta base, nós percebemos que as cadeiras da estância de ski, que nos períodos de neve fazem a subida dos esquiadores para o topo das pistas, estavam a funcionar e a levar pessoas para o topo da montanha. Ok, eu sei que estou a soar repetitiva com isto do topo mas na realidade, apesar de já estarmos nas alturas, aparentemente o cimo da montanha ainda estava mais alto.

E para lá chegar ou fazíamos uma trilha para subir aquele último morro, ou então usávamos as ditas cadeiras. E como eu adoro as cadeiras e imaginei já uma paisagem lindíssima e oportunidade para fotos, de caras que a decisão foi tomada sem tempo a perder. Aahahah

E de facto lá em cima sentimos que chegamos ao topo do mundo e não há mais para além. Pelo menos cheguei ao topo de Vancouver!! Como a altura é grande a chance de apanhar umas nuvens e neblinas chatas é grande e houve momentos que não dava para ver a cidade lá em baixo com tanta facilidade. Mas de vez em quando as nuvens lá desapareciam por uns instantes e aí tínhamos a vista brutal aos nossos pés.

Bem acho que dá para perceber o quanto eu fiquei a adorar a Grouse Mountain e não foi só pelos shows e atividades lúdicas. Foi talvez até mais pela viagem em si, desde a saída do shuttle até ao topo dos topos da dita montanha. Pelo caminhos eu vi paisagens de tirar o fôlego! Daquelas que só vimos em fotos ou filmes, enfim… no way que estou a subir uma montanha de teleférico com aquela vista em frente!

Então, eu diria que só pela paisagem não havia forma de eu não ter visitado a montanha! É lindo demais!

Granville Island!

Uma das zonas mais fofas e diferentes de Vancouver é sem dúvida a Granville Island! Quando cheguei na cidade foi das primeiras dicas que a minha host me deu e eu até me lembro de ter achado “Ah ok, deixa pra la!” porque era uma área que de todo não me despertou interesse quando vi o meu guia de viagem.

Contudo, à medida que a semana foi passando, eu fiz algumas pesquisas rápidas e fui consolidando algumas ideias daquilo que queria realmente ver e o que ia de facto conseguir ver e foi aí que a ilha entrou definitivamente para a lista de locais a visitar. Justamente porque ela é tão diferente das restantes zonas da cidade e ao mesmo tempo tão a cara da cidade!

Vancouver fica na costa oeste do Canadá e muita da cidade está embrenhada no mar ou em canais que levam ao mar. Então, é difícil em algum momento não darmos de caras com o mar. Aliás, é quase missão impossível. Tudo gira à volta da orla costeira ou de pontes e canais que atravessam a cidade em vários pontos.

Mas de todos os locais que já tinha visitado em Vancouver até então, nenhum teve a cara real de zona portuária e costeira como a Granville Island. É uma pequena ilha que passa quase despercebida por estar meio entre a ilha residencial (e zona da Broadway) e a ilha de Downtown/WestEnd. Mas quando começamos a chegar perto vemos logo um letreiro gigante na parte de baixo de uma das pontes que liga as duas ilhas principais. E nessa altura não há margem para dúvidas: estamos a entrar na Granville Island!

E o que tem esta zona de tão especial ou o que há para fazer aqui? Bem, se o objetivo é checar pontos turísticos, então claramente esta não é a zona certa para o fazer. A Granville Island tem muita da sua fama associada aos seus mercados e lojinhas fora do comum. Muitas delas completamente viradas para os desportos aquáticos ou simplesmente com uma vibe marítima.

E tudo isto junto ao porto e a uma das muitas marinas de Vancouver, que estão espalhadas em várias zonas diferentes da cidade. Como eu escolhi um dia de sol radiante para passear por lá, acabei por dar sorte e ver a ilha no seu melhor: cheia de gente a passear e uma esplanada com vistas brutais para a ponte e para a margem norte, com os inúmeros prédios vidrados que dão aquele tom azul ao horizonte.

Granville é então o sítio perfeito para passar um tempo relaxado de compras, ou então escolher almoçar por aqui e ficar um tempo a curtir a esplanada onde sempre acontece alguma música ao vivo ou só para ver passar os muitos barcos que entram e saem da cidade.

Nós fomos durante a tarde então escolhemos experimentar o bubble tea lá no Granville Market, que é o coração da zona e o mercado principal onde há de tudo para todos os gostos. Dá para fazer uma refeição por lá, para beber um copo, comer um gelado, fazer compras de produtos tradicionais locais ou comprar qualquer quinquilharia. Enfim, tem de tudo por lá!

E é um mercado que se tornou imagem de marca e ponto de referência quando se fala em Granville Island! Apesar de ser um ponto turístico muito fora do normal, a verdade é que ele indiretamente acaba por o ser e toda a visita à ilha tem como ponto de passagem o “célebre” mercado.

Se o objetivo é fazer algo diferente enquanto estiverem em Vancouver, a Granville é o sítio ideal para dar um olho nas várias opções ligadas ao mar que existem para os turistas, já que é aqui no porto e na marina que a maior parte das empresas estão sediadas, com os seus barcos que levam diariamente os turistas a fazer coisas tão diversificadas ou tão simples quanto um passeio de barco em volta da cidade só para a ver de outra perspectiva ou passeios mais longos até alto mar em busca de baleias e/ou golfinhos.

A Granville Island pode ser programa de uma manhã/tarde ou de um dia inteiro porque realmente depende do quanto queremos aproveitá-la. No meu caso foi o início de um roteiro que continuou para Downtown e Gastown numa tarde onde a intenção era ver coisas novas mas mostrar algumas zonas que já tinha visto para a colega do Congresso, aproveitando que o dia estava consideravelmente melhor do que aquele primeiro dia de chuva. Contudo, uma forma de aproveitar que se está aqui na ilha é fazer outro passeio que eu já não consegui por falta de tempo – a região YaleTown com o Science World.

 

Capilano Suspension Bridge Park

Há poucos sítios que eu realmente faço questão de visitar e é quase amor à primeira vista assim que abro o guia da Lonely Planet. Este foi um deles e acho que o único sítio de Vancouver que eu fazia questão de ir e o mais rápido possível! Ahahah Então logo no segundo dia na cidade, ainda estava sozinha por lá, comprei os bilhetes online e acordei super cedo para ser das primeiras a chegar ao parque e evitar as enchentes na ponte suspensa.

O parque Capilano fica a 30min do centro de Vancouver e tem um shuttle gratuito que opera desde o Canada Place com bastante regularidade. Então é super fácil fazer a visita e até combinar com a Grouse Mountain que fica mais acima na montanha mas que também tem shuttles que fazem o percurso desde o centro da cidade e desde o parque Capilano.

E sem dúvida que visitar as montanhas é o que nos deixa mais perto do que o Canadá tem para oferecer na realidade e quais são as paisagens típicas do país. Especialmente para quem, tal como eu, não tem tempo de sobra para sair a visitar mais da região ou do país.

O parque capilano fica já nas montanhas do lado norte de Vancouver, numa zona ainda não muito alta, e a grande atração é sem dúvida a ponte suspensa entre duas ravinas onde passa o rio por baixo. A imagem da ponte suspensa está na capa do guia da Lonely Planet e em quase tudo o que mostram sobre Vancouver. Ela é quase o cartão-postal da cidade.

E na realidade, o parque gira muito em torno dela, daí eu ter falado que convém chegar bem cedo, nos primeiros horários do dia, para aproveitarmos bem a ponte sem estar uma verdadeira enchente por lá. Como eu estava ainda com jetlag foi super fácil acordar com as galinhas, ir até ao Canada Place apanhar o shuttle e chegar bem cedo ao parque.

Ainda estava pouquíssima gente então deu para ter acesso à varanda que fica ao lado do início da ponte e tirar todas as fotos que quis. Além de que a passagem pela ponte foi muito mais calma! Sim, a ponte é feita de madeira e abana imenso. Mais ainda se estiver cheia de gente, o que acabou por acontecer no regresso! Mas nada demais! E as vistas desde o topo da ponte são incríveis! A sensação de estar ali suspensa por cima de um riacho que corre muitos metros abaixo de nós!

Apesar da ponte suspensa ser de facto a estrela da festa, existem outras atrações e coisas a fazer por lá, todas elas sempre com esta temática do suspenso! Ahahaha Então, eu comecei o “roteiro” do lado de lá da ponte porque quis atravessar logo que cheguei. E por isso fui primeiro fazer o passeio pelos passadiços que nos levam por entre árvores enormes e milenares e nos deixam completamente de queixo caído pela natureza do lugar.

Eu fui parando imenso e de facto quis ver tudinho em detalhe sem que nada me escapasse porque sou uma autêntica apaixonada pela natureza! Mas o percurso não é muito longo assim e se o fizermos até ao fim, vamos terminar no lago que marca o início de outra atração do parque – os TreeTops Adventure!

E como falei antes, o parque gira muito em torno da natureza e do suspenso. Então os Treetops adventure são nada mais nada menos que várias pontes suspensas que ligam as tais árvores milenares gigantes. Mas na altura que lá cheguei já não era tão cedo assim e tudo já estava overcrowded! Nada demais, mas ainda assim foi o suficiente para não fazer as pontes no meu ritmo porque não dava para parar muito quando se tem atrás de nós mais 20 famílias com crianças a querer fazer o percurso né?

Mas a experiência é fantástica! Claro que não chega a ser tão incrível quanto percorrer toda a extensão da Capilano mas dá sempre um frio na barriga estar lá nas alturas, entre troncos de árvores, além de ser uma óptima forma de nos colocar numa perspectiva diferente. Depois de fazer os passadiços, subir para a altura das árvores foi interessante e diferente, sem dúvida!

Para terminar o passeio pelo parque eu fui até à última atração, o CliffWalk, que é quase tão louco quanto a ponte suspensa!! Então, na parte da entrada do parque temos lá a entrada para esta ponte, que literalmente foi criada na parte exterior de uma das ravinas e faz uma espécie de meio círculo até voltar a entrar em contacto com a superfície da ravina de novo.

Eu visitei todo o parque numa manhã e fiz tudo com muita calma. Então uma óptima forma de aproveitar o dia é ir de seguida para a Grouse Mountain e ficar por lá o restante tempo. No meu caso não deu porque tinha o lanche de boas vindas do Congresso a meio da tarde. Mas é uma óptima dica de dia fora da cidade, nas montanhas de Vancouver!

Stanley Park!

Uma das grandes atrações de Vancouver é sem dúvida o seu enorme parque que tem km’s e km’s de extensão e que facilmente ocupa um dia inteiro de visita se estivermos para aí virados. Ou seja, visitar o Stanley Park pode ser um programa de uma manhã/tarde, ou de um dia inteiro.

Como ele é enorme, umas das formas mais populares de o explorar é alugar uma bicicleta e percorrer a famosa rota que circunda todo o parque e que começa e acaba exatamente no mesmo ponto. Esta rota é super popular por permitir passar por algumas das atrações principais do parque e também por render vistas fantásticas das montanhas, Lions Bridge e, claro de todo o Oceano Pacífico da West coast que começa logo ali.

E como as bicicletas são uma das formas mais interessantes e populares de explorar o parque, os queridos já têm algumas opções de casas que fazem aluguer de bicicleta por diversos períodos do dia, logo ali na entrada do parque. E ainda há a opção de escolher entre diversos modelos, incluindo aquelas de duas pessoas, se estivermos a fim de algo diferente.

Um dos programas que eu sabia querer fazer na cidade era justamente sair do congresso e ir direta para o parque. Não só para explorar o máximo possível, mas para fazer o circuito externo de bicicleta e terminar o dia na Second/Third Beach onde eu li que se assiste a um dos melhores pôr-do-sol de todos os tempos.

Então, no segundo dia de congresso eu estava animadíssima para finalmente fazer este programa e passar um final de tarde super relaxado, de contacto com a natureza e de pé na areia da praia. Fomos diretas da UBC (campus da Universidade da British Columbia) até ao Stanley Park, alugámos as nossas bicicletas e começámos a pedalar.

E, não fosse o tempo ter virado e começado a chuviscar, tinha sido perfeito! Começámos a nossa volta com um sol fantástico mas se há coisa que aprendi no Canadá é que a facilidade com que o tempo vira é impressionante. E foi justamente isso que aconteceu! A meio da nossa volta pelo parque começou um chuvisco chato que acabou por atrapalhar o final do passeio e consequentemente desistimos da ideia de ficar para o pôr-do-sol, até porque com a quantidade de nuvens no céu não ia dar para ver nada!!

Entretanto conseguimos emendar e nos últimos dias que passámos na cidade, na véspera de apanhar o avião para casa, o tempo ficou maravilhoso e acabámos por voltar ao Stanley Park, desta vez a pé, para ver o lago principal e para assistir ao pôr-do-sol na Second Beach. Ah maravilhoso!!

Então, mais uma vez, tenho um mix de fotos de um dia e do outro com diferentes níveis de sol. Ahahaha mas tudo bem! Viajar é isto mesmo!

O Stanley Park, como disse à pouco, é enorme! E visitá-lo não significa que vamos necessariamente estar focados na natureza, apesar de que eu considero um dos parques mais impressionantes neste capítulo. Mas tudo bem, é o Canadá!! Para além da natureza estonteante, com árvores milenares e enormes, autêntica floresta, ainda há outros recantos que podem ser visitados.

Um exemplo são os Totem Poles, que são típicos de Vancouver e basicamente são a lembrança do passado das tribos indígenas que habitavam a região originalmente. E estes Totem Poles são tão famosos que não existem em mais nenhuma parte do Canadá.

Para além dos Totem Poles, também é possível visitar o Aquário de Vancouver, entre outras atividades com observação das estrelas, ou a prática de algum desporto num dos courts que existem para o efeito.

Junto à Second Beach há uma extensão de relvado enorme que também costuma receber eventos no fim-de-semana ou então é a zona de encontro de famílias e amigos que vêm até ali praticar desporto ou simplesmente passar um tempo de convívio. O Beaver Lake é por si só outra atração do parque pela sua beleza.

Existem também várias formas de aproveitar o parque. Eu falei na bicicleta, que sem dúvida é a mais característica entre os visitantes e dá acesso ao tal circuito que rodeia todo o parque e que só pode ser feito na direção inversa aos ponteiros do relógio, mas também dá para visitar o parque numa charrete ou num comboio turístico.

As opções são várias e a forma como vamos aproveitar o parque depende também do tempo que temos disponível e do quanto queremos ver e fazer. Mas sem dúvida que todo o tempo que passamos por lá vai ser óptimo.

 

Gastown, WestEnd e Downtown Vancouver!

Ok, Vancouver é uma cidade enorme, mas que na prática está muito bem dividida em várias zonas/bairros que torna o processo de montagem de roteiro e exploração mais facilitado. Como falei no post de ontem é difícil para mim alinhar tudo direitinho e dar uma visão de roteiro perfeito porque eu aproveitei pedaços de dias e voltei algumas vezes a certos bairros uma segunda e terceira vez ao longo da semana. E Downtown foi justamente o bairro que eu voltei várias vezes ao longo da semana porque é super central e tudo pára lá. Metro, bus, tudo!

Por outro lado, a partir de Downtown Vancouver é fácil andar e chegar rapidinho a outros dois bairros típicos e famosos do centro de Vancouver: WestEnd e Gastown! Eu acabei por não explorar muito o primeiro porque não achei super especial e tal mas o segundo eu adorei tanto que acabei por voltar uma segunda vez só para tirar fotos com sol e “mostrá-lo” para uma amiga portuguesa a morar nos EUA e que eu conheci no congresso.

Então, estes três bairros são super fáceis de combinar num roteiro de um dia pela cidade e foi mesmo isso que fiz logo no primeiro dia que cheguei a Vancouver. Fui direta para a estação Waterfront e comecei a andar pelos bairros e a desbravar o centro da cidade meio que sem rumo.

Não há propriamente um jeito óbvio para visitar esta zona e justamente para quem chega pela primeira vez ao Canadá, ou a qualquer cidade americanizada vai achar tudo muito diferente das cidades europeias e querer ver tudo, até a fachada antiga do prédio de um bar com umas simples escadas de metal do lado de fora. Tudo vai ser alucinante e fora do normal! E foi justamente essa a sensação que eu tive, daí ter andado às voltas e voltas sem um rumo concreto.

Mas tentando orientar um pouco a coisa, eu diria que o ideal é começar logo pelo bairro Gastown que foi de longe o meu preferido. Ele é basicamente uma rua de lojinhas e restaurantes fofos e fachadas de tijolo laranja, com um relógio que deita fumo (Steam Clock) e faz as delícias dos visitantes. A entrada da rua está logo ali ao lado da Waterfront e não tem nada que enganar: é só percorrê-la de lés a lés e voltar para trás.

Pelo caminho vamos concerteza parar em muitas lojinhas irresistíveis e fazer um monte de compras. Foi o que me aconteceu. Todos os souvenirs que trouxe do Canadá foram comprados aqui e se pudesse aconselhar o melhor sítio definitivamente é este. Todas as lojas têm uma vibe meio chalé de montanha que deu logo para captar a dinâmica canadense e imaginar como deve ser fantástico voltar no Inverno só para ir até às montanhas.

Eu adorei Gastown e voltei aqui no final da semana com sol para tirar imensas fotos e fazer mais compras com a amiga portuguesa. Mas na prática numas horinhas conseguimos captar a vibe desta rua, que se estende quase até Chinatown, apesar de eu não ter ido até lá. Já estive este ano na China e não acho que para mim valha a pena visitar cultura chinesa depois de realmente ter conhecido e visitado o próprio do país.

Então depois de voltar para Waterfront, eu aproveitaria para ver toda esta zona antes de começar a subir para Downtown e WestEnd. A zona de Waterfront tem a construção Canada Place que é relativamente recente e é um sítio onde diariamente atracam os navios cruzeiro e onde fazem também várias exposições, além de ser o local onde está o museu de realidade virtual que nos transporta através de vários pontos turísticos conhecidos de todo o país.

Eu não estava particularmente interessada em realidade virtual então andei só por ali em volta, na zona dos restaurantes e subi até ao patamar da construção para ter umas vistas melhores das montanhas do outro lado do rio.

Então a partir daqui eu comecei a subir para o centro do bairro Downtown sem ter um rumo exato. Ahahah eu sei que é meio repetitivo esta cena do não ter rumo mas na realidade quando chegamos a uma cidade como Vancouver percebemos que não há assim um ponto turístico ou vários que realmente sejam realmente importantes de passar e visitar.

A cidade em si é o que nos fascina e toda a arquitectura que mistura casinhas baixas com arranha-céus no quarteirão ao lado. Vancouver evoluiu muito rápido e hoje em dia são várias as construções que todos os dias nascem na cidade, a par com as dezenas de filmes e séries que são filmados por lá. Então dá para ter ideia de quão louca, evoluída e incrível a cidade é. Sem ser demasiado populosa, eu diria!

Então andar por lá é muito simples, sem um rush assoberbante de gente a andar pelas ruas. Eu fiz a minha primeira paragem na Catedral, só para dar uma vista de olhos, sem perder muito tempo e continuei a andar em direção à Vancouver Art Gallery, que fica numa pracinha bonita com um jardim e algumas comidas de rua.

Daqui é muito simples continuar a explorar mais de DownTown, especialmente a Granville Street que é das mais bonitas e típicas de Vancouver. É daquelas avenidas que sozinhas são capazes de completar uma manhã inteira e sentirmos que vimos a verdadeira essência da cidade.

Eu passei mais tempo em Granville na segunda visita que fiz, e não tanto na primeira. Mas a partir de Granville (depois de a explorarmos) é também fácil começarmos a entrar no último bairro do “roteiro” – o WestEnd.

E não há melhor forma de entrar nele do que percorrendo a Robson street, que é outra avenida enorme que nunca mais termina e que, a par com a Granville, são o coração da cidade. Ela também está cheia de lojas, estas de marca mais luxuosa, vários restaurantes, pubs e imensa gente que só está ali para dar umas voltas.

Se queremos comprar alguma coisa em específico de certeza que na Robson street vamos achar tudo e mais alguma coisa. Foi justamente o meu caso, que andava que nem louca à procura de um adaptador universal porque me esqueci do meu em Portugal.

Quando nos cansarmos da Robson street é só virar em direção ao rio ou voltar para trás e voltar a entrar em Downtown. Depende de onde estiverem alojados, do grau de cansaço e das perspectivas de turistagem. Eu voltei para trás, voltei ao Waterfront e fui para casa descansar porque fiquei exausta só desta caminhada do primeiro dia.

Mas como introdução da cidade eu acho que é um primeiro dia perfeito para começar a entrar no esquema e ver um pouco como a cidade está organizada e o melhor que ela tem a oferecer.

Vancouver, na British Columbia!

Em primeiro lugar tenho de começar este post a dizer o quão incrível é que eu esteja a escrever sobre o Canadá, onde estive há duas semanas, a partir da Nova Zelândia, onde me encontro atualmente a “viver” durante um mês. Eu sempre achei que escrever e atualizar o blog seria tarefa super difícil de concretizar por estar justamente fora da minha zona, com tanta coisa nova a acontecer à minha volta… Enfim…

Mas hoje, a iniciar a minha segunda semana de trabalho aqui em Palmerston North, eu sinto que estou bastante bem adaptada a este novo ritmo de vida. E quão louco é isso? Como é possível que em uma semana eu me sinta perfeitamente à vontade, com uma rotina de trabalho, ginásio, amigos novos, tudo… já estabelecido!

Então porque não vir aqui e atualizar o blog com todas as novidades?

No início do mês de Julho eu iniciei a minha grande jornada pelo mundo e a primeira paragem foi Vancouver, no Canadá. Foi a primeira vez que eu pisei o continente americano então eu meio que esperava tudo e não esperava nada em concreto. Fiz alguns planos básicos de coisas que gostava de ver em Vancouver, mas nunca perdi o foco de que ia para um Congresso mundial da minha área de estudo do PhD.

Outra grande novidade foi ter ido completamente sozinha nesta aventura de volta ao mundo! Não que me assuste viajar ou me tire o sono saber que vou sozinha para o outro lado do mundo, but still… houve algumas vezes que eu parei para pensar e dei comigo a sorrir e de lágrima ao canto do olho pela pessoa que me tornei, por aquilo que tenho lutado afincadamente para atingir e por finalmente ver o suor do meu trabalho dar frutos.

Ah sei, discurso lamecha, mas tudo isso faz parte deste post introdutório e influenciou a forma como eu encarei o Canadá e Vancouver em especial.

O meu primeiro dia em Vancouver foi de chuva mas mesmo assim eu estava incapaz de ficar em casa e mesmo com o jetlag impiedoso das 8h de diferença, a somar ao cansaço de ter viajado 24h ou mais no dia anterior e me ter deitado às 2h da manhã hora de Vancouver, eu mesmo assim fui direta para Downtown com o meu guarda-chuva.

E o entusiasmo pela cidade só nasceu nesse dia, mas continuou a crescer ao longo que a semana foi passando! Amei o Canadá! Amei a natureza dentro da cidade, as montanhas, as avenidas sem fim, as florestas que se estendem por km’s, as decorações super fofas meio chalé de montanha, enfim…tudo!

Fiquei com muita pena de não ter conseguido ver mais desta região mas sem dúvida que aproveitei o máximo de Vancouver e sinto que nesta semana consegui viver a cidade. Consegui ver a diferença entre cidade evoluída e montanha a 30min de distância, que foi brutal!

E apesar de não ter ido para Vancouver para turistar o tempo todo, aproveitei cada tempo livre para ir a correr fazer mais alguma coisa e conhecer mais um pouco desta cidade fantástica. Ah o Canadá! É apenas mais um país na lista infindável para visitar num futuro próximo.

Como fiquei por lá uma semana em “trabalho” vai ser difícil arrumar as ideias soltas e tentar mostrar um roteiro bonitinho. Além de que não consigo ter noção de quanto tempo útil na cidade iria precisar para fazer tudo o que fiz.

Mas o meu foco durante todo o tempo que estive por lá foi aproveitar o melhor da cidade andando pelas ruas e fazendo coisas diversificadas e não tão óbvias para o comum turista. Viajar pela primeira vez sozinha foi meio alucinante mas mais natural do que eu provavelmente achava que ia ser.

Sim, há toda uma logística de tripé, timer, etc… para tirar a melhor foto e tentar aparecer nela, mas ao mesmo tempo são essas pequenas “dificuldades” que tornaram tudo tão intenso e único. Era eu e eu mesma! Eu a falar sozinha e a rir-me de mim mesma! E adorei a minha companhia!! 😀

Por outro lado conheci pessoas fantásticas e continuo a conhecer! Em Vancouver tive pessoas maravilhosas que cruzaram o meu caminho e animaram toda a semana por lá. E agora, na Nova Zelândia continuo a cruzar-me com algumas delas e conheci outras tantas que me dão os melhores momentos, daqueles inesquecíveis que vão ficar para sempre imortalizados na mente e nas milhentas fotos que tenho tirado!!