O roteiro de dois dias em Dublin!

Quando eu cheguei das férias na Tunísia, eu já estava mentalizada de que seria a despedida do sol e calor do Verão. Daí ter aproveitado cada segundo de praia, piscina, calção e chinelo no dedo. Tudo a que tive direito! Mas ao mesmo tempo, voltar em Setembro, no comecinho do Outono, também foi sinónimo de “venham daí as viagens de clima outonal”! Eu sou a típica pessoa que adora qualquer estilo de viagem e não quero de todo só correr para países quentes, ou só correr para países com neve.

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Tudo para mim tem um gosto e sabor próprios. Então quando encontrei uma passagem aérea low-cost da Ryanair para um fim-de-semana de Outubro em Dublin, eu não pensei duas vezes e fui com amigas. Ir conhecer a Irlanda foi toda uma novidade para mim, mas tenho de confessar que a minha cabeça ia com todos os estereótipos do UK, e de Londres em particular. Aquela cidade cinzenta de pessoas super aprumadas e tal…

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Maaaas assim que chegamos na Irlanda eu rapidamente desconstruí tudo o que tinha de estereótipos na mente e aprendi que a cultura irlandesa tem uma dinâmica e um colorido muito diferente de Londres e, arrisco-me a dizer, da Inglaterra no geral. Aqueles senhoras sabem o que é divertir e sabem como fazer do pub um local de culto!!

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E ir a Dublin é muito aproveitar a cultura e sair do hotel para passear de pub em pub, sem estar muito preocupado com museus e pontos turísticos a visitar. Vai haver tempo para visitar os mais emblemáticos em dois dias, e ainda muito mais tempo para visitar pubs e curtir a vibe irlandesa. E, apesar de haver os famosos pubs conhecidos de todos os que visitam e querem visitar Dublin, eu recomendo a essencialmente escolher o da esquina, aquele ao lado do hotel/hostel onde nos hospedámos e ir a esse mesmo pela noite dentro.

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Porque no final não interessa muito se fomos curtir a noite irlandesa ao pub super badalado ou não, o importante é se a passámos num pub e ponto!!! Eu fiquei hospedada no My Place Dublin Hotel, que fica do lado do The Celt Bar e tive das melhores experiências em viagem até hoje. O hotel é daqueles que servem bem o seu propósito (bom, bonito e barato), sem luxos, mas bem localizado, a cerca de 10 min a pé do centro de Dublin.

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O The Celt Bar é só o tal bar da esquina, que aparentemente não iria de propósito visitar, nem consta da lista dos super badalados de Dublin. Contudo, eu tive duas noites de muito espírito irlandês, muita diversão e com direito a mini-concerto com todos apertadinhos no pub, de pint na mão. Por isso, aqui não há grande dúvida, pub irlandês é por si só uma experiência.

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Voando finalmente para o roteiro deste fim de semana, ele é super simples. Nós começámos bem no centro e o nosso primeiro destino foi a zona dos pubs onde está o super famoso Temple bar. A zona em que fica o Temple Bar já representa bem o espírito irlandês e está repleta de outros bars/pubs que enchem de vida aquela área. Rua empedrada, cheia de gente a qualquer altura do dia. Nós passámos por lá quase na hora de almoço e voltámos ao final do dia, no regresso ao hotel e a rua transformou-se para uma agitação imensa.

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Dali nós seguimos para a Christ Church Cathedral, que é considerada como das mais fotogénicas de Dublin. Ela não é enorme, e facilmente pode ser posta na sombra da sua vizinha, a gigante St. Patrick’s Cathedral, contudo é quase impossível não passar por esta catedral, nem que seja de passagem. E a sua arquitectura, juntamente com o arco super fofo numa das laterais, colaboram para o fascínio e fotogenicidade. Tem algumas personagens relevantes na história irlandesa sepultados no interior, e na altura que visitei tinha também uma mini exposição de instrumentos medievais numa das alas da catedral.

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Depois da visita à Christ Church nós seguimos uma dica do meu guia de viagem e fomos almoçar ao suposto mais antigo pub da Irlanda, o The Brazen Head, que eu super recomendo. Eu adoro fugir do tradicional, e neste aspeto, o tradicional era de caras o Temple Bar, também ali perto. Mas depois de conhecer o The Brazen Head eu fiquei apaixonada e é um dos pubs mais únicos e originais que eu já visitei. Tem várias salinhas pequenas e na entrada nós somos encaminhados para uma delas. E em cada sala o tema da decoração é diferente. Na sala que nós ficámos, todas as paredes estavam decoradas com patch de várias forças de segurança de todo o mundo.

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Depois do almoço, nós seguimos para a St. Patrick’s Cathedral e, esta é a típica catedral que nos deixa de boca aberta pela enormidade do sítio e pelo simbolismo que tem para a cidade e país, no fundo. A Catedral é dos mais antigos sítios de culto para a cristandade e está situada no local onde Sta Paddy mergulhou os irlandeses pagãos num poço, de forma a lhes dar uma hipótese de salvação.

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Nós acabámos o nosso primeiro dia de turistagem pelo castelo de Dublin, que não é o típico castelo medieval, como poderíamos supor, e nesse aspeto podemos ficar meio desapontados. Pelo contrário, o castelo de Dublin é produto da ocupação e influência britânica durante 700 anos, resultando num castelo que não é mais do que um requintado palácio construído no séc XVII. O interior e toda a arquitectura são palacianas.Como o castelo é uma das bases do poder em Dublin, então algumas, senão a maioria das áreas, estão interditas a visitas e nós ficamos apenas com um relance da importância do castelo desde que foi construído, até aos dias de hoje.

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O nosso segundo dia em Dublin começou no Trinity College, outro símbolo icónico de Dublin, que não mais é do que a mais prestigiada universidade da irlanda. E porquê visitar uma universidade? Qual é o sentido desta visita? Pois bem, o interior do campus apesar de ter aquela vibe irlandesa que não encontramos noutros campus espalhados pelo mundo, guarda no seu interior uma das bibliotecas mais famosas dos nossos tempos, a Old Library.

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Então todo o interesse de visitar o Trinity College está justamente na hipótese de entrar na Old Library e ficar maravilhado com a quantidade de conhecimento todo junto que está naquelas quatro paredes. Eu sou suspeita em falar de livros, porque tenho a minha paixão na leitura e na história, eu sei. Maaas a Old Library concentra alguns dos volumes mais importantes da antiguidade e que chegam aos dias de hoje. Entre os mais conhecidos estão o Book of Kells, um manuscrito ilustrado dos quatro evangelhos do novo testamento e escrito em 800 DC por monges da ilha escocesa de Iona, ou uma cópia rara da proclamação da república irlandesa.

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E o segundo dia ainda incluiu a visita à fábrica de cerveja Guiness, claro!! Mais do que uma marca de cerveja reconhecida a nível mundial, a cerveja guiness criou todo uma experiência rodeando a marca, fazendo com que as visitas à fábrica fossem quase obrigatórias para todos que passam por Dublin. Mais do que aprender sobre a guiness, nós aprendemos sobre a história da cerveja na irlanda, e sobre a sua cultura.

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Então a Guiness é todo um símbolo e já faz parte da história não só de Dublin, mas de toda a irlanda. O edifício está muito bem desenhado para nos dar uma experiência super completa sobre a várias fazes da produção, marketing, história, acabando na degustação da típica cerveja preta guiness no topo do edifício. E enquanto degustamos a cerveja temos todo um vidro à nossa volta que nos deixa ver toda a cidade de Dublin.

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Esta foi uma típica viagem de fim-de-semana, mas que eu super recomendo. Ficamos com o gostinho de querer voltar à Irlanda.

Sidi Bou Said, a pérola azul!

Sabem quando um destino vos entusiasma por terem visto uma fotografia em específico, ou leram um artigo que vos encheu de curiosidade? Pois bem, a Tunísia entrou nos planos por várias razões, mas uma delas foi a vila de Sidi Bou Said, que parece saída do livro e contos do Aladin. Aqueles pormenores das abóbadas azuis, no cimo de casinhas super fofas toas brancas, atraíram demais a atenção.

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E as portas!! Ahh se não parece que entrámos num qualquer conta das mil e uma noites, então não sei quando vamos ter essa sensação! E o melhor de tudo é que Sidi Bou Said fica pertinho da capital Túnis, o que dá uma excelente opção de bate-volta, ou passeio de um dia para uma das cidades/vilas mais bonitas da Tunísia. Está super conhecida, claro, e são muitos os turistas que vão lá encher as ruas, mas ainda assim, a beleza do local faz-nos esquecer que talvez já não seja um local tão tradicional assim.

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Então quando planeei a minha viagem para a Tunísia, e apesar de saber que o motivo principal seria descansar ao sol de Djerba, eu sabia que teria de englobar Sidi Bou Said num qualquer dia da semana em que íamos lá estar. Foi tal e qual como os planos para visitar o deserto! Se estou aqui eu vou fazer, concerteza. Só que ao contrário do deserto, em que visitá-lo está muito dependente de um tour, ir a Sidi é muito mais simples e não precisamos de gastar tempo e dinheiro em tours.

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Basicamente o que tive de fazer foi regressar a Túnis no nosso último dia na Tunísia, bem cedo, e logo no aeroporto, depois do voo doméstico desde Djerba, nós fomos até um táxi e pedimos para nos levar até Sidi Bou Said. Simples assim! Claro, preparem-se para regatear preços e tal. Faz parte, ok? Estamos no norte de África sim? Então claro que o motorista vai tentar engrupir e tentar ficar ali conosco tipo guia para o resto do dia. Prometeu levar-nos também às ruínas de Cártago, que fica logo ao lado de Sidi Bou Said, e ótima opção para conhecer dois locais num só dia.

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Contudo, o meu objetivo de viagem não passava por visitar as ruínas, apesar de terem uma história milenar de o que resta de uma das mais poderosas metrópoles do mundo antigo. Então para quem está a fim de uma aula de história, é também um ótimo local a visitar e super fácil de fazer sozinho. Contudo, eu estava mais entusiasmada em visitar as “Blue doors”, as típicas gaiolinhas de pássaros, as abóbadas azuis, as flores coloridas nas fachadas brancas das casas.

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Enfim… percebem o entusiasmo né? Por isso, para cada viajante, há um tipo de viagem diferente, mesmo que o país seja o mesmo. Porque não somos todos iguais, e isso é maravilhoso! Porém, mesmo para os mais historiadores (e atenção que eu considero-me uma apaixonada por história), visitar a vila no topo do monte devia ser paragem obrigatória.

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Mas como estava a contar, nós pegamos no táxi, ouvimos toda aquela conversa de ser nosso motorista privado e levar às ruínas e depois a Sidi, até que decidimos de facto nos manter firmes no plano original e pedimos para ele simplesmente nos largar na entrada da cidade, de onde depois seguiriamos a pé. E foi uma excelente decisão. Sidi Bou Said é uma vila relativamente pequena, onde a parte mais histórica está super concentrada em ruas e ruelas estreitas, de pedra, com casinhas super fofas.

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Estava um dia super quente, então passámos o tempo todo a parar em barzinhos e esplanadas para refrescar, mas palmilhamos muito do local e fizémos também várias compras de última hora de souvenirs típicos tunisinos, que eu acho são dos mais tradicionais e lindos.

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O Cafe des Nattes é um café super antigo, de 1920, que foi muito famoso entre a comunidade de artistas que viveu na zona. Ele ainda hoje mantém muita da sua essência, e entrar lá dentro é toda uma experiência, com direito a sentar na carpete no chão e beber chá nos bules tradicionais. Foi uma das nossas paragens e acabámos por ficar por lá algum tempo na varanda a observar o movimento de uma das principais artérias da vila.

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Adorei Sidi Bou Said e fiquei super contente pela decisão de incluir no roteiro de último dia na Tunísia. Ao final do dia nós chamámos um táxi, amigo do dono da loja onde comprámos a maior parte dos nossos souvenirs. Tivémos desconto por isso no táxi e lá fomos para o aeroporto umas horas antes de embarcar. Visitar o grande bazar em Túnis foi talvez aquele ponto turístico que eu adorava ter feito e não fiz. Não quis andar a correr e achei que conseguiria ver bazares igualmente impactantes em outros países como Marrocos, Dubai e Turquia.

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Então, fica a dica de hoje, que também é o último post que faltava da viagem à Tunísia.

Olá, estou de volta!

Voltar a publicar um post aqui no blog dá quase aquela lágrima ao canto do olho. Por muitos anos ele foi mais que um blog de viagens, mas quase o meu diário de vida, de experiências e aventuras. Muitas vezes dava por mim a vir espreitar o que tinha feito em 2016, como foram as fotos de viagem ao país X, o que eu escrevi sobre o meu primeiro mochilão à Ásia. Enfim… reler e escrever conteúdo novo sempre me enchia de energia para continuar a perseguir novos destinos e me inspirava a desbravar mais e mais mundo.

Mas aí muita mudança aconteceu na vida, o Doutoramento tirou muito do meu tempo, todas as fotos armazenadas no Google fotos desapareceram quando o servidor deixou de existir, e por momentos deixei de conseguir continuar este sonho do blog. As viagens não pararam logo, mas poucos meses depois o Covid apareceu nas nossas vidas e virou tudo de pernas para o ar, incluindo todos os planos de viagem já feitos. A última viagem pré-pandemia foi em Fevereiro/Março para o sul da América e depois disso a minha própria vida modificou bastante.

Mudei de trabalho, comecei a trabalhar na linha da frente do diagnóstico do Covid, e a minha vida ficou em suspenso durante quase um ano. Voltei a ter férias muitos meses depois do Covid iniciar e sair de Portugal só mesmo agora. E foi nesta minha primeira viagem-aventura que eu percebi que tinha de voltar. Ah tenho tanto para mostrar, tanto de mim que mudou, mas outro tanto que ficou igualzinho. A mesma ânsia de aventura e descoberta. Finalmente, no final deste ano vou mudar de trabalho novamente, e estou na reta final do Doutoramento. Então não caibo em mim de felicidade por finalmente ver a luz ao fim do túnel e saber que o regresso das viagens de fim-de-semana estão aí de novo.

Mas vamos regressar ao final de 2019, ao último post que publiquei aqui no blog sobre a nossa viagem à Tunísia. O meu ano de 2019 acabou na maior perfeição. Eu não poderia ter pedido melhor ano a nível profissional, académico e, claro, com muita viagem em quase todos os meses do ano. Algumas em trabalho, outras em férias e lazer.

Hoje o post vai, por isso, ser dedicado a sumarizar o que fiz nos últimos 2 anos de ausência e, nos próximos dias eu prometo que todas as dicas guardadas e todos os roteiros arrumados na prateleira vão começar a sair. Com muita foto à mistura, claro! Recuando então para o final de 2019, e depois de vir da Tunísia, eu ainda aproveitei um fim-de-semana prolongado para visitar mais uma país fantástico com as amigas, a Irlanda!!

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A cidade base e a única que conseguimos focar nesta viagem foi a célebre Dublin, tão ícone da vibe irlandesa, dos pubs e festas a cada esquina, das cervejas artesanais, etc etc… Tinha tudo para ser perfeito e foi. Não quero falar imenso sobre cada cidade aqui porque quero deixar para um post específico introdutório de cada uma delas, mas podem começar já a sentira paixão que eu tive por Dublin e o quanto fiquei rendida ao clima irlandês. Tanto que voltar faz obviamente parte dos planos e, espero eu, que aconteça em breve.

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Logo de seguida, e por altura dos mercados de Natal, eu escolhi Munique como cidade base para conhecer um dos melhores mercados da Alemanha. Claro que estar em Munique e não aproveitar para conhecer o Castelo de Neuschwanstein nos Alpes seria impensável. Então, aproveitando um fim-de-semana inteiro para explorar a região, demos prioridade ao castelo e depois fomos curtir a vibe dos mercados para o centro de Munique. Foi a primeira vez em solo alemão durante a época natalícia e o nosso terceiro mercado. Mas, sem dúvida, que a magia alemã no Natal tem um encanto muito especial. País que se regressa várias vezes ao longo da vida, concerteza.

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Iniciámos o ano da melhor maneira com um mochilão pela América do Sul. Foi a minha primeira vez na América do Sul e, depois de dar o braço a torcer que era altura de dar um break da Ásia, não me arrependi nem um pouquinho e o Chile entrou de caras para um dos meus países favoritos de sempre. O deserto do Atacama e a Patagónia chilena são sítios surreais, com paisagens que não acreditamos que existem, até pormos o pé e vermos com os nossos próprios olhos. A maior parte da viagem concentrou-se no Chile (norte, centro e sul), mas óbvio que aproveitei a proximidade com a Bolívia e a Argentina para fazermos umas visitas mais curtas.

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Com a vinda do Covid eu tive a minha viagem a Paris para um congresso cancelada, e as férias agendadas para Malta e Islândia seguiram o mesmo caminho. E até hoje tentei uma outra vez visitar Malta, e tive novamente a viagem cancelada. Depois disso desisti um pouco de ir lá para já, mas quanto à Islândia ficou aquele sabor amargo que era um destino tão fantástico e que queria tanto conhecer, mas que até hoje não surgiu mais oportunidade. Eu acho que os destinos vêm e vão e são totalmente de situações e oportunidades distintas. Por muito que eu ame a Islândia, planear uma viagem até lá já não fez mais sentido e outras viagens entretanto vieram ocupar esse lugar. Quem sabe para o ano que vem.

No final de 2020 voltei a pôr o pé da estrada e fui conhecer a região do Douro vinhateiro. Já tinha ido ao Porto algumas vezes, mas até à data ainda não tinha de facto conhecido a região vinícola do Douro, visitado adegas, observado a produção do vinho do Porto. Então, em Dezembro, com alguns dias de férias, foi a escapadinha perfeita.

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Em março eu estava numa vibe de descansar e, em meio à quarentena que estava instalada em Portugal, viajar até ao sul do país pareceu a decisão mais sensata, aproveitando também para descansar e escrever um pouco da tese. Escolhi ficar num resort e tirei pela primeira vez um tempo sem grandes aventuras turísticas, tirando bronzear ao sol da piscina e correr pela praia.

Entretanto Maio chegou e eu voei até à ilha Terceira, nos Açores para mais uma semana a explorar outra ilha do arquipélago. Eu já conhecia São Miguel, mas as outras ilhas permaneciam ainda completamente novas para mim. Então, depois de uma semana fantástica na Terceira, e com a viagem de Junho cancelada a Malta, eu virei novamente os olhos para os Açores e fui até ao Pico e Faial. O objetivo máximo da viagem foi sem dúvida o Pico, e escalar o vulcão foi o ponto alto, contudo a ilha tem uma diversidade imensa de atividades que podemos fazer, além de ter ferrys para as ilhas do Faial e São Jorge, que podem ser complementos perfeitos para explorar três ilhas numa só viagem.

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Para terminar este post, escrevo sobre a viagem que voltei hoje mesmo e me deu aquele empurrão final para recomeçar a escrever e partilhar todas as minhas aventuras com vocês novamente. Voltei da Costa Ricaaaa! E sabem que não era um país que eu colocaria em primeiro plano visitar? Sei lá, tinha tantos outros que queria ir primeiro e sempre sonhei ir primeiro. Mas aí a América latina abriu fronteiras e com quase nenhuma restrição de entrada, além de ter belezas naturais inquestionáveis, voar para lá pareceu a escolha óbvia. E como eu amei ter ido. Não só pelo país que conheci, mas também por ter aprendido tanto acerca dos outros países ditos mais “perigosos” que são vizinhos da Costa Rica. E se eu já tenho “poucos países” que quero conhecer, esta viagem só contribuiu para acrescentar mais uns quantos que nem sei quando conseguirei visitar.

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Mas tudo a seu tempo, que hoje só vos quis deixar um gostinho especial do que virá entrar no blog nos próximos dias! 🙂

O deserto do Sahara!

De caras que um dos motivos para eu ter escolhido visitar a Tunísia foi a oportunidade de esticar a viagem e passar nem que fosse um dia no deserto do Sahara. De tudo o que já fiz até hoje, um dos sítios que eu sempre me culpabilizava por nunca ter ido era ao deserto, especialmente o do Sahara! Então quando comecei a planear a viagem para a Tunísia e qual cidade seria a base para toda a semana, Djerba foi a grande eleita por conta da grande proximidade ao deserto.

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O facto de Djerba estar ali no meio do país, acaba por fazer dela um dos pontos principais no que toca a partidas diárias para explorar o deserto do Sahara, quer seja por vários dias ou um passeio bate-volta. Então, se o objetivo é sentir um pouco dessa experiência sem ter de pernoitar no deserto, de certo que Djerba é a escolha certeira!

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E desde que marquei a viagem que uma excursão ao deserto sempre esteve em cima da mesa. A grande questão era se seria de um dia ou dois, pelas questões todas que já fui falando, como o descanso, as finanças, etc… Como já falei no post anterior, visitar o deserto em excursão é muito simples e o resort que escolhemos, se não for vão de escada, já vai ter lá dentro toda a infra-estrutura para podermos fazer a reserva.

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No nosso caso foi só sentar à mesa com eles, dizer que pretendíamos de um só dia e em inglês e pronto. Tudo foi acertado para o dia seguinte com hora marcada! Quando se trata de uma excursão com esta dimensão e que implica sair por muitos km’s da zona onde estamos hospedados, além de incluir refeições, eu acho que é imprescindível a segurança de reservar no próprio hotel e diretamente com a agência.

A excursão de um dia é bem básica mas cumpre com alguns itens essenciais que faziam parte da minha wish-list do que gostava de fazer por lá! Então os pontos essenciais de paragem incluem o miradouro na entrada do deserto, que fica no cimo de uma montanha, a paragem maior que é sem dúvida no Oásis do Ksar Ghilane, as casas trogloditas onde foi filmado o Star Wars (Matamata) e uma povoação tipicamente berbere que fica no meio da montanha.

Eu acho que delirei em todos os momentos e em todo o caminho de jipe! Mas, sem dúvida, que o momento em que cruzámos a paisagem plana da Tunísia e começámos a subir a montanha que marca o início de deserto foi aquele ponto alto e a partir daí foi sempre a subir.

Fomos lentamente assistindo à paisagem mudar e o que começou rochoso foi transformando em pequenas dunas e uma planície que não tinha fim. E inexplicavelmente sempre existia aquela estrada alcatroada que de repente se transformou em terra batida.

E quando achava que já tinha visto tudo, parámos num café com lojinha turística no meio de nenhures, algures no caminho para o Oásis. E aí o cérebro assimila que nada daquilo é estranho para eles! Até no meio do deserto há lugar para o nada se transformar em mini área de serviço do deserto! Ahahaha

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Mas continuámos em frente e chegámos finalmente ao ponto em que aquela terra de areia batida se transformou no deserto que eu já tinha visto em tantas fotos e filmes. Os olhos começaram a sentir logo a diferença da areia solta que voa em todas as direções e cobre-nos literalmente da cabeça aos pés de um tom alaranjado que os locais chamam de spa do deserto.

Aqui no Oásis do Ksar Ghilane começa aquela paisagem idílica que eu tanto tinha sonhado ver ao vivo e a cores. Nesta paragem nós temos duas opções à escolha: ou percorremos alguma parte do deserto de camelo ou de moto-quatro. Nós escolhemos a última por estarmos mais numa de aproveitar as dunas e curtir a adrenalina. Além disso,  eu tenho o sonho de percorrer de camelo as dunas em Marrocos. Então, nesta viagem à Tunísia eu fiz questão de não andar de camelo porque quero que essa experiência aconteça justamente em Marrocos.

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Eu não sei qual das formas é a mais interessante ou a “melhor” para percorrer o deserto. Acho que isso vai sempre depender da forma como nós sonhamos fazê-lo e imaginamos que a experiência vai ser. Nas motos nós fomos até um ponto alto que tem umas ruínas e de lá a vista é fantástica de todas as dunas que se estendem na imensidão do deserto. Foi sem dúvida uma imagem que vou guardar sempre!

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Quando voltámos ao oásis e antes de irmos embora ainda houve tempo para tomar banho na piscina de água quente que eu, por ter demasiado nojo em me enfiar lá dentro, não testei. Mas isso sou eu depois de anos e anos a estudar parasitas e bactérias em geral. Olhar para aquela água estagnada duvidosa não me pareceu o melhor programa para terminar o dia. Ahahaha

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Depois de sairmos do oásis fomos em direção a Matmata, onde almoçámos na tal gruta dos trogloditas onde o Star Wars foi parcialmente filmado. Eu confesso que não sou fã da saga de filmes, mas o que me entusiasmou mais naquelas construções foi justamente o facto de serem diferentes e terem uma cultura muito própria que já existia antes sequer dos filmes serem feitos ali.

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Então visitar as grutas e depois ainda conseguirmos ir a uma habitação verdadeira, onde vivem pessoas locais, foi outra experiência cultural que guardo com carinho desta viagem. Nós fomos acompanhados em toda a viagem por um guia que afinal das contas pouco ou nada falava de inglês e quase tudo o que dizia era em francês. Mas apesar desse contratempo e de ter havido muita coisa que me passou ao lado, há coisas que as palavras não precisam explicar e só estar ali e poder absorver a dinâmica do dia-a-dia já compensa e muito.

Por fim, fizemos a última paragem num género de miradouro num desfiladeiro onde foi construída uma povoação berbere. E mais uma vez é uma sensação brutal! Posso repetir quantas vezes forem necessárias que a viagem como um todo foi super intensa e com gosto especial para mim. Nunca serão suficientes!

As pessoas, as povoações, as paisagens áridas que apesar de todos os desafios são o lar de povos antigos que mantêm as suas tradições e modo de viver à anos e anos. É brutal como no meio do nada e de uma paisagem tão inóspita existam povos que conseguem sobreviver e fazer perdurar o seu nome por gerações e gerações.

E no fundo, visitar a Tunísia não tinha o mesmo significado se eu não visse com os meus próprios olhos como é que este povo e como é de facto o país, para além da força do turismo do litoral.

Tunísia com dicas práticas!

A história da viagem à Tunísia tem tanto de inesperado como de inédito na história das minhas viagens. Tudo porque surgiu numa altura em que o Carlos pediu encarecidamente para abrandarmos o ritmo das nossas viagens e fazermos alguma coisa mais relaxante pela primeira vez em todo o sempre.

E como de facto todas as últimas viagens têm sido uma verdadeira corrida, acabei por concordar que descanso era justamente o que nos fazia falta. Então a dúvida começou em relação a qual seria o destino ideal e a verdade é que não queríamos gastar muito dinheiro para já. Foi um ano intenso de viagens por todo o mundo e há que conter nas finanças.

Então, rapidamente a Tunísia entrou para a lista do país ideal por ser bem aqui ao lado, com praias um tanto ou quanto paradisíacas, alguma cultura no meio da paz que se pretendia e uns preços de avião bem agradáveis. A verdade é que para quem ama andar e conhecer a cultura de um país, se havia sítio onde eu sabia ser possível ter o melhor dos dois mundos, esse sítio era a Tunísia.

Então, com todos esses pensamentos em cima da mesa eu fiz um roteiro que passava maioritariamente por Djerba, onde ficámos no Resort Seabel Aladin, mas também reservei um dia para irmos ao deserto e o último dia da viagem para conhecermos Sidi Abou Said, que era um sonho impossível de conter a excitação.

Então por causa disso, eu comprei um voo para Túnis, capital da Tunísia, no dia seguinte voei logo para Djerba e lá fiquei 6 dias no Seabel Aladin Resort para um programa muito chato de quase não fazer nada. A minha vida resumiu-se pela primeira vez a praia, piscina, espetáculos do resort e aulas de ginástica na beira da piscina.

Num desses dias fui umas horinhas o final da tarde dar um passeio de moto-quatro pela ilha de Djerba, passando por algumas dunas, pelas casas e bairros locais, até uma lagoa imensa que está no centro da ilha, onde assistimos o pôr-do-sol. Foi uma “excursão” comprada no rapaz da praia e à hora combinada lá estávamos na entrada do hotel para sairmos nas motos e começarmos o passeio. Foi brutal e é algo que eles lá têm imenso para o turista.

Outro dia queríamos visitar o deserto do Sahara e ter contacto com algumas das populações berberes, além de ver os trogloditas, onde foi filmado parte do Star Wars. Existem muitas opções de excursões ao deserto e quantos mais dias tivermos melhor vamos conseguir absorver o espetáculo que é o deserto com os vários oásis. No meu caso, foi mais uma questão de aproveitar o melhor do deserto num dia para conseguirmos descansar nos restantes, como sempre foi nossa intenção.

Então fiz a reserva da excursão ao deserto mesmo diretamente no hotel. Geralmente estes resorts estão muito bem preparados para este tipo de tours dos hóspedes e já têm uma ou duas agências a funcionar lá dentro para tornar tudo mais simples e fácil. Estas tours maiores que implicam um transporte para fora da ilha e dura todo o dia, com refeição incluída, eu prefiro jogar pelo seguro e reservar diretamente no hotel.

De resto, o hotel está muito bem preparado para termos tudo o que precisamos lá dentro e não precisarmos sair nunca! Contudo, para quem já está mais habituado a viajar para fora da Europa, a Tunísia é relativamente segura e dá perfeitamente para sair do hotel e ir andando pelas ruas até ao mercado lá do sítio.

Todos os transportes que fiz desde o aeroporto até ao hotel e em Túnis para chegar até Sidi Abou Said, foi num táxi em que regateei preço. Sim, é importante não deixar enganar pela ausência de taxímetro ou então pelo famoso pano branco que colocam em cima quando a viagem está quase a chegar ao fim.

Como nós já viajámos algumas vezes para a Ásia, lidar com este tipo de trapaceiros é coisa que não nos tira o sono. Não é por isso que nos sentimos mais ou menos ameaçados. Pelo contrário! Achei uma grande semelhança entre a cultura do “regateio” e do “passar a perna ao turista parvo” que tinha sentido antes na Ásia.

No fundo, a Tunísia é um país maioritariamente árabe que tem a tradição souk. Então regatear preços está no sangue! No meio de tudo só tive mais pena de não ter conseguido tempo para passear por Túnis e ver o grande souk. Mas entre ele e Sidi Abou Said, eu preferi sem dúvida ir ao último!

A Tunísia foi um país que surpreendeu imenso pela positiva e adorei ver o quanto o país se adaptou e virou a página depois de tantos anos de atentados a turistas que podiam muito bem ter destruído o turismo e as pessoas! Sim, continuamos a ver muita pobreza, mas também vi pessoas fantásticas, super simpáticas, que adoram mostrar o seu país ao estrangeiro e adoram recebê-lo! Senti mais isso quando fomos ao deserto, sem dúvida!

Se fosse uma viagem diferente teria viajado mais pelo país e conhecido mais as cidades e mais os oásis do deserto. Mas, apesar de ter decidido que uma viagem relax era o que mais precisávamos de momento, sinto que aproveitei o melhor possível os dias e tive de facto o melhor dos dois mundos.

Taupo e as Huka Falls!

Uma das zonas mais bonitas da ilha norte da Nova Zelândia é sem dúvida Taupo! É outra zona base para se explorar mais uns quantos parques naturais, montanhas e belezas naturais, assim como Rotorua! Como o tempo não abundava, eu decidi passar mais dias em Rotorua e apenas reservei um dia para Taupo. Que é manifestamente pouco, mas o suficiente para ver o lago e fazer a trilha até às Huka Falls, pelo menos!

A ideia inicial era partir de Taupo para fazer o hiking de 8h no Tongariro, que vai terminar no National Park. Mas depois de me desmarcarem por causa da neve, eu mudei de ideias e decidi passar apenas este dia em Taupo e os restantes em Rotorua. E se temos apenas um dia nesta zona nada melhor que aproveitar o melhor dela: a lagoa, as piscinas naturais aquecidas e as Huka Falls.

Também há o vale vulcânico mais a norte das Huka Falls e que tem algumas fumadoras e tal. Mas depois de ver os parques Wai-O-Tapu e Waimangu esta zona vulcânica não tem tanta piada e não consegue nos surpreender. Então optei por ser prática e objetiva no roteiro e foquei-me em algo que ainda não tinha visto na NZ: cascatas imponentes!

E nesse capítulo, se temos de escolher, eu diria que as Huka Falls são de longe as melhores e mais impressionantes cascatas que alguma vez vi. E talvez sejam as mais imponentes da NZ, apesar de que neste capítulo não tenho outra base de comparação.

Existem várias formas de chegarmos às cascatas: de carro, bicicleta, a pé ou de transporte público. Desde início que eu pus na cabeça que queria fazer o trekking de bicicleta e chegar desta forma às cascatas. E foi justamente essa a forma que usei para ir.

No entanto, se fosse hoje, teria preferido ir a pé e fazer o percurso pedestre por várias razões. Primeiro porque este percurso de bicicleta é um autêntico downhill pela montanha, com sobe e desce que dura horas e, para quem não está preparado a subidas e descidas íngremes (meu caso) a aventura pode descambar a qualquer momento. Eu, quase a chegar ao final, caí numa descida íngreme e fiz nódoas negras imensas nos joelhos, que nos dias seguintes só pioraram e alastraram a toda a perna e coxa.

Em segundo lugar eu teria preferido fazer o percurso pedestre porque é sempre a acompanhar o rio e rende vistas bem mais bonitas do que propriamente o interior da montanha. Por último, o tempo virou no regresso para o centro de Taupo e tornou impossível fazer o percurso pela montanha de bicicleta. Resultado: tivemos que ir de estrada e como estávamos de bicicleta e sem poder pegar em guarda-chuva, chegamos que nem pintos ao hostel!

Mas tirando estes percalços inevitáveis principalmente por estarmos em pleno Inverno na NZ, eu adorei o momento em que cheguei finalmente de bicicleta às Huka Falls e ouvi aquele barulhão que a enorme massa de água faz a mover-se ao longo das escarpas até cair em cascata.

Eu nem sei se posso chamar de cascata nas realidade porque a imensidão de água ali é algo que nunca tinha visto em qualquer cascata do mundo onde já fui até hoje. Foi sem dúvida um dos sítios mais impressionantes. E pensar que dá para fazer canoagem aqui, ou rafting, por exemplo. Também há uns jets que andam pela base da cascata e têm todo o aspecto de serem super loucos.

Ao longo do curso do rio temos vários miradouros para irmos acompanhando cada pedaço desta maravilha da natureza até à cascata propriamente dita. O rio segue depois até à cidade de Taupo e desagua no próprio do lago.

As fotos raramente conseguem fazer jus à beleza de um lugar. E se há sítio onde eu senti isso mesmo foi aqui na cascata. É qualquer coisa de surreal e um sítio de visita obrigatória na NZ, seja Verão ou Inverno.

Canopy tour nas Redwoods!

Se houve tour que não estava de todo nos planos foi a Canopy nas Redwoods, Whakarewarewa Forest! Inicialmente os planos era aproveitar o dia para visitar a White Island, que é uma ilha a norte de Rotura, onde está um dos vulcões ativos e mais espetaculares da Nova Zelândia. É daqueles sítios que eu sempre sonhei visitar mas que na véspera recebo um telefonema a avisar que a tour tinha sido cancelada por causa das condições atmosféricas adversas.

O mar aparentemente estava demasiado agitado e esta agência, que opera os tours para a white island é super preocupada com a segurança. Então, assim de repente tinha outra das tours do fim-de-semana desmarcadas por causa do Inverno da NZ!! Oh quão frustrada eu fiquei com este Inverno que estragou demasiado os meus planos!

Mas enfim, quando percebi que tinha um dia inteiro livre por Rotura, imediatamente comecei a tentar ver soluções. Então, depois de algumas pesquisas e de ficar indecisa entre um rafting e um passeio na floresta, acabei por escolher este último que tinha a certeza iria garantir fotos fantásticas. Além disso, a menina da agência onde fiz a reserva confirmou que a floresta ficava ainda mais bonita em dias de chuva (daí o nome raining forest).

E de facto foi tudo isso! A floresta verde estava com um tom ainda mais brilhante e vivo do que estaria em dia de sol intenso. A chuvinha que pegámos durante a tour não atrapalhou em nada os planos e a verdade é que mal a sentimos de tão fechada que era a floresta e a vegetação.

Acabou por ser o melhor plano que podia ter pedido para aquele dia livre em Rotorua! Uma van da empresa foi buscar-me ao hostel à hora marcada e, já na sede da empresa nós assistimos a um briefing sobre a tour e os objetivos da empresa para a conservação da natureza e floresta, usando parte das receitas para patrocinar os projetos que têm para aquela zona da floresta. Depois fomos equipados e seguimos numa carrinha para a entrada da floresta onde começamos o percurso a pé que nos leva até ao coração da floresta.

E à medida que vamos andando eu fui percebendo o porquê da floresta ser muito mais bonita em dias de chuva. Todas as árvores e folhagens estavam húmidas, a pingar, mesmo não estando a chover naquele momento. E a cor das folhas era um verde super carregado que transformou por completo a floresta e a tornou magnífica.

Ao longo das próximas horas eu passei o tempo todo em cima de árvores, a fazer slide com centenas de metros de comprimento, a atravessar pontes de madeira a muitos metros do chão (o mais alto foi cerca de 70metros) ou a contornar escarpas da montanha.

Fez-me lembrar muito a experiência no Canadá, mas com a diferença que agora a floresta não era nenhum parque temático, onde todos podem ir e circular livremente. Para chegar ali e fazer este percurso é preciso ir em tour e só esse aspeto basta para dar-nos a sensação que estamos quase sozinhos no meio da natureza.

Os grupos não são muito grandes e apesar de termos sempre aqueles momentos de espera, enquanto uns estão a deslizar no slide, não é nada monótono e temos sempre toda aquela imensidão de árvores à volta que nos tira o fôlego de cada vez que olhamos.

A Canopy Tour tem duas opções de roteiro para a floresta: o básico e o ultimate! Eu fiz o último e adorei. Sim, é um pouco mais caro mas há coisas na vida que para fazer tem de ser assim, o percurso mais longo, mais alto e que permite ter a melhor experiência possível.

As grandes diferenças entre os dois estão mesmo na quantidade de slides que fazemos e a sua extensão, o que vai determinar por onde andamos. Seguindo o caminho mais longo vamos também passar por árvores mais altas, por pontes suspensas e por mais slides, do que seguirmos o roteiro básico.

Então no final eu fiquei que nem criança quando está a ter o melhor tempo da vida! Achei que foi super divertido e diferente. Uma nova abordagem à natureza da NZ e que, para quem está de visita em tempo de Inverno, faz todo o sentido aproveitar quando tudo o resto está vedado.

Hobbiton Movie Set!

Sabem aqueles sítios que nós sempre sonhamos visitar mas não vemos isso acontecer tão cedo pelas inúmeras dificuldades da viagem? Bem, o Hobbiton Movie Set, que nada mais é do que o local onde as filmagens da trilogia “O Senhor dos Anéis” e “Hobbiton” foram feitas, era um desses casos dramáticos.

A Nova Zelândia ficava demasiado longe e mesmo quando percebi que tinha conseguido esta parceria e que iria lá ficar por um mês, nunca imaginei ser possível viajar toda a ilha, literalmente para a ponta oposta, só para visitar o set de filmagens. Sempre foi um sonho mas parecia completamente inatingível!

E eu passei toda a minha estadia na Nova Zelândia a tentar planear roteiros que conseguissem incluir o Hobbiton. Até que, depois de ter o trekking de 8h no Tongariro desmarcado por causa da instabilidade da neve na zona montanhosa, refiz todo o roteiro do último fim-de-semana e finalmente encarei uma excursão de um dia ao local.

E tudo foi mais simples quando percebi que a partir de Rotorua era possível fazer esta excursão, porque eles têm loja oficial lá e todos os dias partem autocarros que pertencem mesmo ao parque e levam os dois grupos diários na excursão. Foi tudo o que precisava saber. Na hora ficou decidido e reservado online, no site!

No dia que reservamos fui até à loja oficial em Rotorua, fiz o check-in e recebi logo os panfletos do sítio e os bilhetes físicos que depois usamos na chegada ao local das filmagens. Na hora combinada chegou o autocarro e fomos todo o caminho até ao set a ver vários documentários acerca da construção do local, entrevistas aos atores, processo de seleção dos figurantes para serem hobbit’s, porque é que aquele sítio foi escolhido e como foi filmar lá.

E eu achei fascinante porque há imenso tempo que não via os filmes e foi ótimo poder assistir de novo àquelas partes iniciais gravadas lá, e perceber o que está por trás de tanta coisa que não vemos na realidade. Além disso, há alturas do filme tão características que foi surreal assistir na TV do autocarro e depois chegar lá e olhar para aquele sítio onde se filmou esta e aquela cena tão famosa e que marcou o começo de duas trilogias distintas.

Mas sem dúvida que o que vemos hoje em dia nos faz lembrar muito mais da trilogia Hobbiton e a explicação é simples! Depois de terminarem a gravação para o Senhor dos Anéis todas as casinhas foram desmontadas e o sítio ficou sem nada até muitos anos depois voltarem a pensar na possibilidade de filmar Hobbiton!

Então aí, o realizador voltou ao local e pensou, em conjunto com o dono dos terrenos construir algo permanente e que ficasse para todo o sempre. Algo que pudesse ser visitado e que marcasse definitivamente toda uma história, para que todos os fãs das trilogias pudessem ver ao vivo e a cores.

Então, o que vemos hoje em dia foi totalmente construído para a trilogia “Hobbiton”, que contou com mais casinhas coloridas, árvores construídas de propósito para o filme, e até o sinal “No admittance except on party business” que aparece nos filmes a ser colocado. Tudo lá está! Tal e qual como vemos nos filmes!

O set de filmagens fica localizado nos terrenos que pertencem a uma quinta enorme, cujo dono aceitou encarar a loucura de ter 1/10 da sua quinta utilizada para as filmagens de duas trilogias que completamente revolucionaram a sua vida. Nunca mais houve sossego e a partir da estreia dos filmes muitos são os fãs que dia após dia visitam o lugar! A quinta do senhor continua ativa e a verdade é que ela é tão grande que um dos filhos do dono está encarregue de gerir toda a logística do Hobbiton Movie Set, enquanto o resto da família prosseguiu o seu negócio calmamente, como bons Neo-zelandezes que são!

Para visitarmos o Hobbiton Movie set é preciso sempre escolher um dos muitos horários disponíveis para visita guiada. Não é de todo possível visitar por nossa conta! Mas depois de lá estar e visitar tudo acho que faz todo o sentido mesmo! Afinal das contas a nossa guia vai parar em cada canto e dar uma explicação detalhada acerca do local, curiosidades das filmagens e o papel que o sítio teve nelas.

No final, a última paragem é o The Green Dragon, outro ícone dos filmes. Lá vamos receber uma bebida e ficar uns tempos a curtir o sítio e a apreciar as últimas vistas antes de voltarmos para o autocarro que nos leva de regresso ao ponto de partida da tour. No meu caso foi Rotorua!

Polynesian Spa, em Rotorua!

Um dos programas mais famosos e quase obrigatórios de fazer em Rotorua é experimentar uma das piscinas termais da zona. E sem dúvida que a mais famosa é a Polynesian Spa! E o que tem ela de tão especial? Basicamente é uma zona de piscinas termais que fica nas margens do Lago Rotorua e que por essa razão tem das melhores vistas naturais de toda a cidade.

E se somarmos o facto de podermos estar em várias piscinas de água quente, num cenário de pedras e arbustos, com borda infinita, a apreciar toda aquela paisagem enquanto o sol se põe sobre o lago, tudo fica mais especial né?

O Polynesian Spa não precisa marcação e está aberto todo o dia até as 22h o que dá tempo suficiente para curtirmos uma piscina depois de um dia de turistagem ou passeio no exterior de Rotorua. Eu fui dois dias até lá e experimentei várias zonas.

Então, o Polynesian tem basicamente 3 zonas distintas com preços que variam. Dá para alugarmos por um período de tempo relativamente curto as piscinas privadas e nesse caso temos uma piscina virada para o lago só para nós. A única desvantagem é que o valor é quase o mesmo que pagamos para as outras piscinas públicas e só temos direito a 30 min/1h enquanto nas outras podemos ficar sem tempo limitado.

Depois, dentro das piscinas públicas, podemos optar pelas básicas, onde só duas das piscinas estão viradas para o lago e os balneários não têm uma série de confortos da zona Premium. Então, esta zona não dá direito a toalhas, nem cadeado para o cacifo e não tem secado de cabelo.

Fui para esta zona no primeiro dia na cidade, depois de chegar de um dia super intenso nos parques geotérmicos de Wai-O-Tapu e Waimangu. Como estava ainda acompanhada com a colega da faculdade então decidimos ir testar esta zona básica e depois tentar secar o cabelo no hostel.

Gostei bastante do ambiente mesmo desta zona e quando voltei uns dias depois, já sozinha, decidi experimentar a zona Premium. Ok, esta zona tem todo um conforto que a outra não tem. A começar pelas toalhas que quem não quer viajar carregado não trás. Como eu não trazia! E obviamente que outro ponto muito positivo é o secador de cabelo! Mas além disso, os chuveiros tinham champô, gel de duche e condicionador, todos os cacifos tinham chave e nós levávamos no pulso para a piscina, os balneários eram super luxuosos e cá fora nas piscinas o ambiente era diferente com várias espreguiçadeiras aquecidas.

Faz toda a diferença pagar aquele dinheiro extra se queremos ter a melhor experiência e mais confortável no Polynesian Spa. Não achei que o valor compensa assim tanto se pensarmos unicamente nas piscinas porque elas são igualmente muito boas na zona básica. Mas onde o valor compensa mesmo é no conforto dos balneários e segurança dos cacifos.

As piscinas na zona Premium são todas viradas para a lagoa e todas elas, praticamente, têm borda infinita. E até há cascata numa das piscinas. Se o lugar é mais sossegado por causa do preço? Não achei muita diferença, apesar de ter achado que o horário do pôr-do-sol é curiosamente aquele que teve menos gente.

Waimangu Volcanic Valley!

Pertinho de Wai-O-Tapu está outro parque incrível nas redondezas de Rotorua e que reúne mais uma série de paisagens vulcânicas com lagos coloridos, montanhas fumegantes e muitas árvores verdes estilo tropical. A zona é enorme e é preciso várias horas para conseguirmos percorrer tudo.

Há várias opções de roteiro para seguir lá dentro e logo na entrada o preço é diferenciado consoante o tipo de trajeto que queremos fazer e o que queremos ver. Tudo vai depender do tempo e da altura do ano. Mais uma vez, quem está a visitar no Inverno acaba por sair mais prejudicado, principalmente se temos só a tarde porque já passámos a manhã em Wai-O-tapu. E foi esse o meu caso!

Então o parque tem uma extensão enorme e dois caminhos que se dividem mais ou menos a meio. Dá para seguir por uma zona mais plana ou começar a subir a montanha e fazer o percurso mais sobe e desce. As principais atrações naturais do parque estão na primeira metade que é a que tem o percurso comum.

Então, quando chegou a altura de decidir qual o percurso fazer nós optámos pelo amplo que segue o rio e que chega mais rápido ao Lago Rotomahana, que é a cratera de um vulcão muito conhecido da zona, o Tarawera! E qual foi a razão para querermos chegar ao lago mais rápido?

Porque o último barco, que dá a volta pelo lago e mostra mais de perto as montanhas fumegantes e os géiseres na extremidade oposta, iria partir dali a 1h mais ou menos. E eu tinha pago o valor extra do barco para fazer a travessia porque todos diziam que era fantástica e um dos pontos altos do parque. Como estávamos no Inverno, os horários dos barcos são mais limitados e acabam mais cedo.

No regresso à entrada do parque há a opção de usar o autocarro a cair aos pedaços e que faz de todo lembrar que estamos no meio da selva. Mas sem dúvida que ele é outra atração só por si! Então, depois de saímos do barco, lá fomos para a paragem do autocarro que fica ao lado e apanhámos a última carreira do dia para a entrada.

No entanto, ao longo do parque existem mais duas paragens e, por exemplo, se na ida para o barco nos tivéssemos atrasado, tínhamos a opção de apanhar o autocarro para chegarmos mais cedo ao barco e assim não perdíamos o último passeio do dia.

O Waimangu foi o meu parque preferido e uma das zonas mais lindas que eu visitei em toda a Nova Zelândia. A caminhada ao longo do parque é uma sucessão de belezas naturais sem igual e nem Wai-O-Tapu consegue fazer frente, mesmo com todas aquelas manifestações geotérmicas.

O que mais me fascinou em Waimangu foi a selva misturada com lagoas e montanhas fumegantes, uma paz incrível, géiseres e uma lagoa imensa com uma paisagem de tirar o fôlego. Foi um dos sítios mais bonitos que eu visitei em toda a minha vida e quando me lembro dele dá uma saudade imensa.

Um dos sítios mais lindos é a Cathedral Rocks que é uma cratera enorme com montanhas coloridas e fumegantes, além da lagoa lá em baixo que é igualmente fumegante. Então todo o cenário parece um mega caldeirão que vai lançando fumaça a todo o momento e que deixa o horizonte bem exótico.

Outra zona que adorei foi a Cratera do Inferno que, apesar de estar meio escondida pelos arbustos altos, é uma lagoa azul bebé linda! É uma das lagoas cartão-postal do sítio e uma das razões para eu atravessar km’s para ver este parque!

Depois ao longo do parque vão surgindo mais e mais crateras, com as suas lagoas coloridas e um rio que vai correndo e deixando um rasto esverdeado nas rochas e montanhas. Não é à toa que no site do parque eles falam que Waimangu é um exemplo perfeito para conhecermos o berço do mundo, ou as origens do mundo.

É aquele sítio onde nós damos de caras com o quão fascinante o nosso planeta Terra consegue ser e encaramos uma bela aula de Geologia ao vivo e a cores!