Saint-Émilion, na rota dos vinhos!

Uma das coisas que eu adorei fazer no ano passado quando estive 15 dias em Paris, foi fazer uns passeios de fim-de-semana às redondezas. E, sem dúvida que um dos melhores passeios bate-volta foi pela região do champanhe. Adorei alugar carro e percorrer km’s e km’s de vinhas a perder de vista, conhecer terriolas perdidas no meio de nenhures, enfim… tudo isso e ainda as provas de vinhos!

Então quando planeei a viagem a Bordéus eu rapidamente percebi que a região também era muito conhecida pela produção de vinhos e consequentemente o que não iriam faltar seriam vinhedos a perder de vista assim que puséssemos um pé fora da cidade. E com esta informação em mãos eu escolhi fazer um passeio bate-volta a uma das terriolas mais fofas e pitorescas, além de ser património da UNESCO – Saint-Émilion!

São várias as cidades e vilas fofas que podem ser visitadas na região vinícola da Aquitânia, mas acho que poucas fazem realmente jus àquela típica vila francesa no meio da vinha, onde não se passa nada e onde o principal programa é sentar numa esplanada na sombra da árvore e degustar a gastronomia local, com um belo copo de vinho na mão.

Então quando vi fotos de Saint-Émilion eu rapidamente percebi que se tinha de escolher um sítio fora de Bordéus para visitar, era sem dúvida aquela vila super fofa! E pronto! Decisão tomada nós alugámos carro na estação de comboios Saint-Jean e lá fomos nós a caminho da vila.

E, como eu esperava, à medida que íamos conduzindo em direção a Saint-Émilion, começaram a surgir os vinhedos e a paisagem mudou por completo. Eram vinhas a perder de vista, muitas quintas e produtores conhecidos ou locais que ofereciam prova de vinhos, muitas vilas perdidas no topo dos montes…

Tudo o que tinha idealizado e mais ainda para aquele dia fora da cidade!

E assim que chegámos na vila eu fiquei rendida e perdida de amores. É das vilas mais pitorescas que eu alguma vez vi e atenção que já tinha conhecido algumas dentro do estilo na região do champanhe. Mas Saint-Émilion é linda, muito francesa, muito ligada à gastronomia e ao vinho, muito fofa!!

Na prática não há propriamente pontos turísticos para conhecer por lá, tirando a catedral e as torres medievais do castelo em ruínas. Mas não há qualquer problema com isso porque a vila em si é o propósito da visita. Está repleta de recantos super fofos, lojinhas, praças e cafés com esplanadas óptimas para sentar e provar as muitas iguarias da região.

Então, apesar de eu levar um roteiro meio estruturado no meu livrinho, rapidamente abandonei-o dentro da mala e fomos andando por entre as ruelas da vila, que na prática só tem uma rua principal e algumas ruas ou becos secundários meio labirínticos. É tudo empedrado e não passa carros nas principais ruas da vila, o que contribui ainda para aumentar aquela sensação de vila perdida no tempo.

Saint-Émilion foi considerada património da UNESCO e é mesmo das vilas mais famosas ali da região da Aquitânia não só para quem quer provar os famosos vinhos de produção local (que são óptimos mas caríssimos), como para quem apenas quer visitar uma vila fofa tipicamente francesa.

Seja qual for o propósito, visitar Saint-Émilion é sempre boa opção, principalmente se o tempo na região é curto e apenas temos um dia para fazer passeio bate-volta a partir de Bordéus. Para quem tiver mais tempo as opções são infindáveis e a região é grande o suficiente para render dias e dias de passeios e degustação de vinhos nas produtoras locais.

Se eu tivesse mais um dia na região tinha ido até às Termas de Caudalie que também são bem próximas de Bordéus. No entanto, como única desvantagem é não dar para fazer passeio de um dia, uma vez que o espaço só pode ser utilizado por hóspedes do hotel.

Roteiro de 1 dia pelo melhor de Bordéus!

Como a viagem para Bordéus foi justamente uma paragem curta no meio do reboliço de trabalho de doutoramento, a verdade é que só no dia anterior à viagem eu me sentei no sofá da sala, abri o livrinho da Lonely Planet que tinha comprado e olhei para o mapa da cidade, para delinear o que queria ver e como ia distribuir os dias.

E como a cidade é super compacta, com praticamente tudo ali no centro, fazer um roteiro por Bordéus foi super rápido e simples. Além de que é a cidade perfeita para quem está a fazer uma viagem de fim-de-semana. Então, este é o meu roteiro de uma dia pelo melhor de Bordéus e que dá perfeitamente para ver e fazer praticamente tudo de bom que a cidade tem a oferecer.

A primeira paragem do dia é justamente no coração de Bordéus, na Catedral de St. André, que ocupa uma posição bem central na cidade e é vista de vários pontos, tal a sua opulência e altura das torres. A Catedral faz parte de um dos caminhos de Santiago de Compostela, o St James e ao longo dos anos foi recebendo obras de restauro, estando hoje em dia muito bem preservada tanto no exterior quanto no interior.

Uma das torres da catedral (Tour pey Berland) tem a Nossa Senhora da Aquitânia em estátua dourada no topo e como particularidade é o facto desta mesma torre não estar fisicamente ligada à restante catedral. O interior da catedral é muito simples, em estilo gótico, mas ao mesmo tempo tem algumas pinturas interessantes. A entrada é gratuita!

Dali nós fomos andando e embrenhando na parte medieval da cidade de Bordéus e esta zona ficou sem dúvida a minha preferida por conseguirmos quase recuar séculos na história para sentir a verdadeira essência da cidade antiga. São literalmente ruas e ruelas com fachadas bem antigas, algumas de madeira, muitas lojinhas e bares super fofos e praças encantadoras.

Nós fomos andando na direção da Igreja St. Piérre que é bem no centro do bairro medieval. E eu escolhi embrenhar-me pelas ruelas mais pequenas em vez de fazer o percurso pela avenida principal que segue mais a direito para a Porte Cailhou. E eu aconselho demais este percurso mais interior para irmos apreciando o bairro e irmos quase perdendo por lá. Eu adorei esta zona!!

A Igreja St Pierre não é tão popular quanto a catedral mas como fica ali na zona medieval da cidade ela tem uma importância histórica para o povo que habitava aquela zona. Isto porque após as invasões inglesas, em 1152, ela tornou-se a igreja mais frequentada pelos nobres e mercantes ingleses que por lá ficaram a viver. Então é uma das igrejas mais antigas da cidade de Bordéus e que acompanhou mais da história da cidade desde o seu início.

A paragem seguinte foi a Porte Cailhou, que é uma das muitas portas medievais que estão espalhadas pela cidade. Geralmente vê-se as típicas portas em pedra um pouco por toda a cidade e que marcam alguns limites antigos de Bordéus. Esta Porte Cailhou tem a particularidade de estar nos limites do bairro medieval e de ser uma das mais bem preservadas e bonitas portas antigas da cidade-castelo. Então passar por aqui é quase obrigatório e rende fotos fantásticas! 😀

A porta é do século XV e é a principal entrada na parte medieval e antiga da cidade. Foi mandada construir pelo Rei Charles VII para celebrar conquista do reino de Nápoles na batalha de Fornovo, em 1495. A batalha em Itália deu ao rei um estilo renascentista, que inspirou a arquitectura da porta.

Quando saímos os limites da cidade antiga pela Porte Cailhou damos de caras com o rio Garonne que atravessa Bordéus de uma ponta à outra. Continuamos a andar pelo rio até chegarmos a outro cartão-postal da cidade – o Espelho de Água! Quando pesquisamos acerca de Bordéus no Google, umas das principais fotos que aparece é justamente este espelho que foi feito em frente à Place de la Bourse e que tem o único propósito de atrair turistas para tirarem fotos originais e engraçadas.

Sim, o Espelho de Água é o maior da Europa e basicamente é uma mini piscina que vai metendo e tirando água e de vez em quando lança uns vapores. Os miúdos adoram andar a chapinhar por lá e os adultos adoram tirar as típicas fotos no meio da água com os prédios renascentistas da Place de la Bourse a serem projetados no espelho de água.

Atravessando para a Place de la Bourse começamos a embrenhar-nos desta vez na parte mais senhorial da cidade de Bordéus. Aqui as muitas lojas já são de alta costura e é o sítio que me fez lembrar mais de Paris, apesar das ruas continuarem a ser estreitas. O propósito do roteiro era caminhar em direção à Place de la Comédie, que tem o edifício do Grand Theatre e muitos cafés tipicamente franceses que animam bastante a zona.

Depois de almoçar ficámos aqui a beber café e a carregar baterias, antes de continuar até à Quinconces, que tem o monumento aos Girondins, uma fonte enorme em honra dos grupo de deputados da Assembleia que durante a Revolução francesa foram acusados de atividades revolucionárias e foram executados.

Aqui pertinho ainda está a Igreja Notre Dame du Chapelet, meio escondida no Triangle d’Or, mas que merece ser visitada. Tem uma fachada muito bonita e um interior simples mas interessante e antigo. Foi aqui nesta igreja que decorreu o funeral do pintor espanhol Francisco Goya!

Para acabar o dia ficámos a passear pelo Triângulo Dourado que, como o nome indica, é a baixa chique de Bordéus, com avenidas e avenidas, ruas e ruelas, cheias de lojas de alta costura, cosmética francesa e muitas outras lojinhas interessantes que toda a mulherada adora não é? Haja pés e pernas para continuar!

Como eu reservei casa numa bairro na periferia de Bordéus, então o programa seguinte foi apanhar o eléctrico até lá, entrar nos supermercado para comprar queijos, enchidos e vinho francês, e passar o resto do serão a provar as iguarias com um copo de vinho na mão!

Vive la France! 😉

La Cité du Vin, em Bordéus!

No fim-de-semana prolongado do 10 de Junho e aproveitando o feriado, eu comprei uma daquelas viagens óptimas baratinhas da Ryanair, para ir curtir uma qualquer cidade europeia, até então desconhecida. E foi nesta onda que Bordéus entrou no radar como uma das escapadas mais em conta para este mesmo fim-de-semana. Nunca tinha me interessado sobre esta cidade, capital do vinho da Aquitânia, mas depois de alguma pesquisa percebi que era o sítio perfeito para uns dias de dolce far niente em modo francês.

Assim que aterrámos em Bordéus fomos ainda de malas às costas para o museu do vinho para não perder muito tempo e porque ele fica ainda um pouco deslocado do centro da cidade. O La cité du vin é uma das construções mais populares de Bordéus e super conhecida pela arquitetura em forma de um decantaro de vinho.

Se pesquisarmos sobre coisas a fazer em Bordéus, concerteza que este museu vai aparecer no topo dos must do’s e é fácil de perceber isso, quando Bordéus e toda a região circundante é famosa pela produção vinícola. Se no ano passado eu adorei visitar a região do champanhe, desta vez a ideia de fazer mais umas provas de vinho e passear por entre vinhedos soava muito apelativo.

O La cité du vin foi sem dúvida um óptimo aperitivo da viagem, como podem calcular. Surpreendeu muito pela positiva e é dos museus mais completos e dinâmicos que alguma vez vi. Sem se tornar cansativo, de todo! O bilhete completo com acesso à exposição permanente e ainda prova de um vinho à escolha no bar da cobertura (Le Belvédère) foi 20€ mas vale a pena!

Começámos a visita no 2º piso onde está a exposição permanente com mais de 20 estações diferentes, cada um direcionada para uma particularidade diferente. E há de tudo sobre o vinho! Começamos com estações mais viradas para as vinhas e regiões vinícolas mais famosas em todo o mundo, até entrevistas com os donos dessas mesmas vinícolas, que contam um pouco sobre a sua experiência e o que fazem de diferente.

Depois tem umas estações que contam a história do vinho até aos dias de hoje, mas mais no ponto de vista social e cultural. E é super interessante ver como ele foi evoluindo. Desde o momento em que foi “descoberto”, passando pelas diversas fases de importância e forma como era encarado na sociedade, até aos dias de hoje.

Tem ainda uma estação virada para a culinária e os tipos de vinho que são utilizados por cheff’s franceses de renome. Outra estação com as formas de produção de todos os tipos de vinho que conhecemos (tinto, branco, licorosos, verdes, etc…), de acordo com algumas caves que o produzem.

E a estação que mais gostei foi a sensorial, onde era possível sentir o cheiro de vários objetos e também ingredientes utilizados ou não no processo de produção do vinho. Como podem ver, o museu é super dinâmico e cheio de coisas super interessantes para ver e fazer.

Depois da visita ao museu propriamente dito, nós subimos até à cobertura e eu fui provar o Château Puy-Servain Cerrement 2014, que é ali da zona da Aquitânia. Mas há vários vinhos diferentes que podem ser provados, consoante o gosto de cada um. As meninas do bar vão sempre perguntar o que prefere e dentro de cada preferência sugerem vários vinhos, explicando as diferenças entre eles.

O fantástico do bar Le Belvédère é que ele tem vista panorâmica sobre o rio e sobre a cidade. Como ele não fica exatamente no centro a vista não é maravilhosa, mas também não está nada mal.

O intuito nesta fase da visita é mesmo relaxar enquanto provamos o melhor da região e não só, já que eles têm à escolha vinhos de outros países também. O próprio bar tem igualmente uma decoração muito engraçada, com o teto cheio de copos e um espelho que circunda toda a cobertura e dá a perspectiva de que o espaço é bem maior.

Visitar o La cité du vin foi sem dúvida a introdução perfeita da cidade e da região vinícola circundante.

 

Barcelona: Roteiro do 2º dia!

O 2º dia em Barcelona começou bem cedinho para conseguirmos entrar de forma gratuita no Parque Guell. Então, eram precisamente 7:15h quando chegámos na entrada do parque e entrámos lá dentro livremente. E minha gente, ainda bem que não reservei com antecedência e comprei bilhete porque seria o dinheiro mais mal gasto de toda a vida. E não é por ter detestado o sítio. Longe disso!

Claro que eu adorei as esculturas de Gaudí e adorei ver o famoso lagarto, e tirar a foto cliché a partir da varanda, enfim… adorei tudo isso! Mas o espaço é só isso mesmo. Sei lá, acho que esperava que o recinto fosse maior do que é na realidade. E no final, quando percebi que demorei menos de uma hora a ver tudo, achei que o preço do bilhete é um golpe do baú daqueles…

Como ainda era cedo e tínhamos a mota, ir ao Parque Guell pela segunda vez não transtornou muito o nosso dia, para não dizer que não influenciou nada mesmo! E aconselho todos aqueles que possam a aproveitar esta benesse gratuita enquanto eles não percebem os bilhetes que estão a deixar de vender e acabam com este horário sem vigilância.

Assim que saímos do parque fomos logo deixar a mota e começámos o percurso previsto para este nosso 2º dia. Como eu só aluguei mota um dia, então fiz um percurso mais light e que desse para fazer a pé no outro dia. O percurso começou no topo das Ramblas, que até era relativamente próxima da casa que alugámos e continuou pelas redondezas, até à Barceloneta.

Super simples e aparentemente rápido de fazer. Contudo, há que contar com todas as distrações gastronómicas do sítio e as inúmeras paragens que vamos fazer ao longo do dia. As Ramblas é a avenida principal e mais conhecida de Barcelona. É passagem obrigatória e foi aqui que há dois anos se deu o atentado mais violento da história da cidade. É incrível percorrer a rua e imaginar o pânico que foi.

A avenida é super povoada, com lojas de alta costura de um lado e outro, no centro há imensos restaurantes e cafés com esplanadas, mas a dica vai para não comerem aqui. Geralmente é muito caro e a comida não tem grande ou nenhuma qualidade. É para turista ver! A meio da avenida está o Mercado La Boqueria e aí sim é paragem obrigatória.

Como o dia começou cedo, nós fomos acabámos por chegar à Boqueria um pouco cedo para almoçar. Então decidimos parar e comer umas tapas e beber uma cerveja, só para recarregar baterias. Então, acabámos por provar umas tapas com presuntos de vários tipos numa banca perto da entrada e depois sentar no Bar Boqueria para comer mais alguma coisa e beber uma caneca de cerveja.

O Mercado La Boqueria tem de tudo o que se possa imaginar em termos de comida e não só. É o nosso Mercado da Ribeira ou de Ourique mas com uma vibe catalã que é tudo o que precisamos para experimentar as maravilhas gastronómicas lá do sítio. E como eu sou apaixonada pela cozinha espanhola! De todas as viagens que já fiz a Espanha, sem dúvida que a hora da refeição é das melhores recordações que tenho! xD

Depois do mercado nós seguimos pelo Bairro Gótico e embrenhámos pelas ruas e ruelas desta parte da cidade que é um mundo à parte. Ali pelo meio está a Catedral de Barcelona, que coitada acaba por ficar na sombra da Sagrada Família e passa um pouco ao lado. Logo ao lado começa a ruela que nos faz passar pela ponte característica do Bairro Gótico e que é quase o cartão-postal da zona.

Nós fomos andando até chegarmos à praça onde está a sede da Câmara Municipal que geralmente aparece na TV pelas piores razões, especialmente nos últimos tempos com a tensão que se tem sentido entre o território catalão e Madrid. E um pouco mais à frente está outra praça, colada às Ramblas, onde é possível ver as famosas pirâmides humanas tão típicas de Barcelona. O Carlos já tinha visto quando esteve a trabalhar em Barcelona. Já eu não tive a mesma sorte e só deu para ver um mercado que estava por lá.

Regressando às Ramblas nós continuámos a descer a avenida e parámos para beber café no café do Museu de Cera, El Bosc de les fades. Foi dica de última hora dos primos que tinham ido no dia anterior e adoraram. O espaço é super diferente e todo decorado no espírito de bosque encantado.

E para terminar a tarde ficamos a relaxar na praia – a Barceloneta. A praia é um dos ícones da cidade e para quem vai no Verão vale a pena reservar um tempo para ficar por lá ao Sol. Apesar de eu ter ido numa altura um pouco fresca para mergulhos, passar a tarde no areal tornou-se inevitável muito por culpa do tempo fantástico que estava. E como nós também uma cidade inteira teve o mesmo pensamento. Então a praia e todas as esplanadas circundantes estavam à pinha.

Antes de sentarmos na praia démos só um último passeio pela zona da marina que tem alguns shoppings interessantes, além do famoso Hotel W que é tratado pelos locais como se fosse um marco turístico! Ahahah Sim, ele é fantástico e super característico na paisagem da marina. Mas é um Hotel, caríssimo por sinal!

Terminámos o dia a jantar na ponta oposta, junto a outra marina de Barcelona, que já tem uma seleção mais requintada de restaurantes, o La Fonda del Port Olimpic. É uma marisqueira onde se come muito bem e onde se assiste a um pôr-do-sol fantástico. Dica preciosa!

Dali fomos andando até à Praça de Espanha (loucos, eu sei!) para nos irmos encontrar com a minha amiga de longa data nas Arenas de Barcelona. Entretanto, pelo caminho íamos assistindo nos cafés ao Barcelona a sagrar-se campeão. Melhor estadia em Barcelona que eu alguma vez podia ter pedido!

 

Barcelona: Roteiro do 1º dia!

Sabem quando há um destino que queremos visitar à demasiado tempo e parece que nunca surge a altura certa? Barcelona sempre foi a minha pedra no sapato porque sempre me recordo de querer lá ir mas quando comparava com outro destino europeu o outro sempre prevalecia. Além disso, na minha mente sempre tive a sensação que Barcelona tinha demasiada coisa para ver e fazer para apenas passar 2 dias por lá.

Só que chega aquela altura na vida em que as perspectivas mudam e as oportunidades aparecem. Então, quando vi uma promoção da TAP para lá, mesmo que só ficasse com dois dias inteiros para visitar Barcelona, eu comprei a viagem na hora. E fiquei super feliz por finalmente tirar a pedra do sapato once and for all!

Então no início do ano ano eu estava de viagem marcada para o fim-de-semana prolongado de 25 de Abril, aproveitando o feriado da melhor forma! Viajar neste período é um pouco arriscado e não sabemos muito bem o tempo que vamos apanhar, mas no final acabou que os dias que passámos por lá foram fantásticos e apesar do friozinho típico estava uma temperatura amena e um sol radiante que contribuíram para o sucesso da viagem. 😀

Esta viagem foi o mais atípica possível no roteiro porque simplesmente não houve grandes planos até ao dia anterior, quando andei a fazer algumas pesquisas acerca do que pretendia mesmo visitar e como ia conjugar isso nos dois dias de viagem. Sim, estou a tornar-me super relaxada. Quanto mais viajo pior estou a ficar. Mas acredito que muito deste relaxamento se deve ao imenso trabalho e à rotina caótica dos últimos meses.

Este primeiro dia em Barcelona, eu e o Carlos decidimos alugar uma scooter e fazer os sítios turísticos que ficam mais longe uns dos outros. Alugar scooter em Barcelona era uma das coisas que eu queria fazer e acho que nos dá uma perspectiva super autêntica da cidade. Se queremos experimentar algo diferente é sem dúvida andar nas ruas loucas e cheias de motas e scooter’s de Barcelona! Existem várias casas que fazem este aluguer, um pouco por toda a zona central de Barcelona. Nós fomos à que ficava mais perto da casa que alugámos, a Ride On. O processo de aluguer é muito simples e tudo feito na hora, sem precisar de pré-reserva. Temos exatamente 24h certas para devolver a mota no mesmo local.

Então no primeiro dia de manhã a primeira coisa que fizemos foi alugar a scooter e dali partimos para a Casa Batló, que para nossa desilusão estava em obras e por isso não deu para ver grande coisa da famosa fachada. A casa tem um museu modernista com obras de Gaudí, mas que eu não fiz questão de entrar. Espero que numa próxima visita consiga finalmente ver a famosa fachada. Desta vez não deu!

Então, depois desta visita fracassada seguimos para a Sagrada Família que é muito perto dali e é outra obra fantástica de Gaudí. Sem dúvida que um dos principais ícones de Barcelona é justamente a igreja que está em construção. Aquela visão dos andaimes e das torres por acabar são tão características de Barcelona que quando finalmente dou de caras com a Sagrada família parece meio irreal.

Mas Barcelona não cessa de surpreender e é por isso mesmo que entrou para a lista das cidades preferidas! Daquelas que é para visitar várias vezes ao longo da vida! Incrível como a cidade em si consegue ser um museu a céu aberto e nem precisamos andar preocupados com o museu X ou Y porque o mais autêntico está mesmo à vista de todos e é grátis. A cultura que Gaudí deixou espalhada pela cidade não tem preço e dá aquela vibe diferente a Barcelona, que a distancia até da capital Madrid.

Como eu tinha deixado o planeamento desta viagem com o Carlos, ele acabou por se esquecer de comprar os bilhetes para entrarmos no interior da Basílica da Sagrada Família, bem como no Parque Guell. Se no Parque Guell conseguimos contornar a coisa, aqui na Sagrada Família não deu mesmo, mas o exterior é tão absurdamente fantástico que eu consegui perdoar a falha e combinamos que fica para uma próxima visita. 😀

Daqui nós seguimos para o Parque Guell, mas como não conseguimos entrar neste dia por não termos bilhetes, andámos só pelo jardim em redor, que tem umas zonas também interessantes e uns miradouros engraçados para vermos a cidade de Barcelona lá em baixo. Mas antes de virmos embora e quando eu achava que o Parque Guell ia ficar por ver também, o Carlos fez a boa ação do dia e perguntou a um funcionário se não havia mesmo hipótese de entrar no recinto porque ele tinha feito borrada e a mulher estava furiosa com ele…e bábláblá… Fez um choradinho tal que voltou com sorriso de orelha a orelha porque afinal havia uma hipótese: era só entrarmos no recinto no dia seguinte até as 7:30h, antes da abertura oficial porque a bilheteira ainda não estava montada e dava para entrar na boa. E depois de estarmos lá dentro já ninguém dizia nada! E assim foi! Mas isso é a história do 2º dia.

Como estávamos de scooter, colocámos no roteiro o Tibidabo, que é um miradouro bem no alto da serra e que tem uma das vistas mais fantásticas de Barcelona. Para chegar lá é preciso ter transporte próprio porque o transporte público demora séculos e faz perder grande parte do dia. E se vale a pena lá ir! Lá em cima está um mini parque de diversões, uns restaurantes, bares e cafés e ainda uma igreja.

Depois de um tempo por ali nós descemos em direção ao Camp Nou e fomos ver o Estádio da equipa de futebol FC Barcelona. A ideia era entrar mesmo no estádio e fazer a visita mas acabámos por desistir quando olhámos os valores dos bilhetes. Acabámos por almoçar dentro do recinto umas tapas, e fomos andando para a zona da bilheteira, onde está a loja com os produtos oficiais e onde eles passam alguns vídeos. O engraçado é que ainda nos cruzámos aqui com uns primos que estavam de visita a Barcelona neste mesmo fim-de-semana!

Enquanto almoçámos eu fui dando uma vista de olhos no Instagram para ver se haveria algum sítio interessante que ainda não estivesse no roteiro e foi assim que eu “descobri” o Museu Nacional de Arte da Catalunha, que fica no Montjuic. A intenção não foi visitar o museu em si, mas o que realmente atraiu as atenções foi a construção do edifício e todas as cascatas em frente que renderam fotos fantásticas.

Além de que, logo em frente, está a Praça de Espanha, outro marco importante em Barcelona e uma das praças mais famosas da cidade. Curiosamente nós alugámos casa mesmo ao lado da praça de Espanha e na noite do último dia ainda viemos jantar com uma amiga de longa data que está a viver em Barcelona no centro comercial Arenas de Barcelona, que tem uma zona de restaurantes muito interessante na cobertura, com uma vista simpática do Museu de Arte da Catalunha.

Para acabar este primeiro dia fomos até ao Arco do Triunfo de Barcelona e terminámos o passeio pelo Parc de la Ciutadella, que tem o zoo de Barcelona lá dentro. Um dos parques mais famosos de Barcelona, a Ciutadella é o sítio onde converge grande parte dos habitantes e turistas no geral para fazer todo o tipo de atividades ao ar livre.

E no final de tarde, esta zona ganhou um ambiente ainda mais simpático, com imensa gente sentada na relva, em pareos gigantes, enquanto outros faziam ginástica, e outros passeavam de bicicleta ou a pé. O parque em si tem ainda uns recantos engraçados para ver, mas de resto é muito curtir o clima no geral e aproveitar para relaxar depois de um dia bem preenchido de turistagem.