Ásia 2019: dicas dos hotéis!

Uma das maiores dificuldades na nossa viagem à China foi justamente conseguir encontrar o balanço perfeito na escolha dos hotéis. As cidades que escolhi para o nosso roteiro eram das mais turísticas e movimentadas, então tudo isso influenciou na escolha dos hotéis, de forma a não elevar em demasia o budget disponível. Mas não foi de todo tarefa fácil e alguns dos stresses que tivemos foram justamente por causa desta tentativa de arranjar soluções em conta.

Mas fazer o quê né? A escolha de um hotel é sempre algo relativamente incerto, mais ainda quando falamos numa viagem pela China, quando qualquer coisa (literalmente) pode acontecer. Principalmente quando estamos a lidar com um povo com sérias dificuldades de comunicação e quando eles próprios são mais que as mães.

Então, neste post eu vou falar um pouco dos hotéis que escolhemos e tentar sumarizar os pontos positivos e negativos de cada um e se vale a pena a escolha.

Macau – Rio Hotel:

Este foi sem dúvida o melhor hotel de toda a viagem e aquele onde eu tive das melhores experiências possíveis. Foi o último hotel a ser reservado por conta das incertezas que tinha em relação ao que realmente queria em Macau, mas no fim agradeci imenso a escolha e acho que foi excelente em termos de relação preço-qualidade.

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Imagem retirada do site do hotel

Macau é uma região muito ligada aos casinos e na minha opinião ficar em Macau só faz sentido se pudermos absorver a experiência como um todo, ficando num hotel casino. Há vários para todas as carteiras, entre marcas internacionais e nacionais. Eu acabei por reservar uma marca mais tradicional, mas com todo o conforto que estamos habituados em qualquer hotel de uma cadeia mais internacional.

O hotel estava super bem localizado, perto dos casinos mais emblemáticos da ilha de Macau e isso permitiu que andássemos sempre a pé, até mesmo quando nos deslocámos de/para o ferry. Apesar de não termos sequer entrado no casino do nosso hotel, eu adorei todo o conforto e luxo. É incrível pensar o quão pouco nós pagámos por um hotel com tamanho luxo e ostentação. Mas é Macau! Tudo em Macau é demais, luxuoso e opulento ao ponto de ser absurdo.

Foi uma escolha o mais certeira possível em todos os aspetos e voltaria sem hesitar. Ok, existem outros hotéis mais tradicionais com casinos mais conhecidos, etc… Mas tudo é uma questão de prioridade e perspectiva. Eu não valorizava assim tanto ficar num hotel super conhecido e queria algo que me permitisse sentir a vibe hotel-casino em Macau sem gastar fortunas. E tudo o que queria tive! Então fiquei super feliz no final.

Bali – Ananda Resort Seminyak:

Bali é uma ilha gigante e a escolha do hotel vai depender primeiramente do sítio da ilha que queremos ficar e do tipo de experiência que pretendemos ter. Depois de alguma pesquisa eu acabei por decidir que Seminyak era sem dúvida a zona de Bali que eu queria ficar todos os dias da viagem. Tinha uma das melhores praias da ilha, com pessoal mais jovem, mais virado para as festas e movimentação nas ruas da vila. Clima perfeito para aproveitar de novo a Ásia como eu me recordava dela – calor, agitação!

E mesmo dentro da vila de Seminyak são diversos os hotéis que estão à disposição. Desde os mais simplórios até aos mais chiques! Regra geral, Bali é até um lugar bastante acessível e dentro daquele padrão asiático de mochilão que estamos habituados. Ao contrário da China! Então, apesar das várias noites que passámos por lá, acabámos por pagar relativamente pouco, num hotel mediano.

O Ananda Resort cumpriu todos aqueles requisitos base sem ser um arrombo na carteira: localização excelente a 15 min a pé da praia (Ku de Ta), pequeno-almoço incluído, piscina simpática, villa espaçosa e confortável. Tudo isto mesmo no centro da vila de Seminyak, com a agitação ali ao virar da curva do hotel mas o sossego de uma villa “fechada” onde não se passa nada e é super sossegado.

E nós curtimos demais o hotel!! Ficámos alojados numa espécie de vivenda que tinha um quarto em baixo (com wc) e outro quarto em cima, com um espaço comum que estava equipado com uma cozinha simples e vários sofás. Então nós conseguimos ficar os 4 juntos na vivenda e fizemos a festa!!

Como passávamos o dia ou na praia ou nos passeios pela ilha, então comprávamos sempre uns noodles no supermercado e fazíamos lá na cozinha comum antes ou depois da sessão noturna de piscina. E ficávamos literalmente até de madrugada na galhofa lá no nosso pátio privado antes de voltar para os quartos!

A zona da piscina era super porreira e quase sempre vazia! Então curtimos demais, principalmente à noite. O programa de todas as noites era justamente ficar a boiar na piscina até muito tarde só porque sim. A temperatura estava óptima, a piscina toda iluminada e vazia!!

O único ponto negativo do hotel foi mesmo só a internet mas fazer o quê quando tudo o resto compensou? Além disso, coisa que aprendemos na Ásia é que internet é um serviço de luxo muitas vezes difícil de deitar a mão. Então restou-nos aproveitar para descansar e foi isso mesmo que fizemos.

Shanghai – Jitai Hotel People’s Square Branch:

Um dos piores hotéis de toda a viagem foi seguramente este! E daqueles que não volto com toda a certeza. Nada fazia prever que quando chegássemos já à 1h da manhã ao hotel fossemos tão mal recebidos por um empregado super mal disposto que fez de tudo para dificultar a nossa vida!

E como foi a primeira entrada na China continental ficámos logo um pouco stressados com os chineses no geral. Eu só tentava focar no dia seguinte e nas maravilhas que tinha programado para ver no dia seguinte! Ahahaha mas não foi fácil rir da situação especialmente quando chegámos e a primeira coisa que percebemos é que o empregado não falava nada de inglês, utilizava um sistema de tradução raquítico no telemóvel, nos disse que o quarto foi cancelado por falta de comparência e, depois de aceder aos nossos pedidos de nova reserva, pediu para o quarto ser pago na hora, com dinheiro vivo e ainda caução. Tudo porque o hotel não aceitava cartões que não fossem de origem chinesa.

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Tudo isto aconteceu assim num espaço de uma hora, que foi o pior e mais longo período de check-in da minha vida toda!! Sem exageros! O homem era mesmo detestável. E toda a má experiência continuou com uns quartos que em nada correspondiam com as fotos do Booking, e com a internet a teimar em não funcionar.

Então, apesar de ter relativisado tudo e ter curtido imenso a cidade (que adorei!), é um hotel a riscar completamente da lista.

Pequim – Xiao Yuan Alley Courtyard Hotel:

Apesar de ser um hotel localizado num beco meio duvidoso de Pequim e de nos assustar à primeira vista, quando o taxista nos deixa na entrada do dito beco e aponta para irmos o resto a pé, foi dos melhores hotéis de toda a viagem.

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O hotel é totalmente virado para o espírito mochileiro e vemos pessoas de várias partes do mundo. Então, os empregados acabam por ser super abertos, esforçam-se imenso para ajudar em tudo, para falar inglês (mesmo que seja raquítico), para dar dicas e para nos fazer ter a melhor experiência de todas em Pequim. E conseguiram!

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Apesar dos quartos não serem super luxuosos, eles estão decorados de uma forma típica chinesa e todo o hotel segue a mesma vibe. Então logo aí eu fiquei super apaixonada e com a certeza que não podia ter escolhido melhor. Depois falemos no factor localização. O hotel fica localizado exatamente nos Hutongs que circundam a Cidade Proibida. Então foi uma experiência super especial poder caminhar pelos Hutongs, tomar contacto com a vida típica chinesa daqueles “bairros”, e ao mesmo tempo estar ali tão perto do centro da cidade.

Não podia ter escolhido melhor e voltava lá sem hesitar!!

Hong-Kong – Wai Fan Guest House:

Se hoje voltasse a Hong-Kong tinha ficado neste hotel as duas noites. Só que na altura que reservei já não consegui ficar no mesmo sítio as duas noites e acabei por trocar na segunda noite para outro hotel que se revelou um autêntico fiasco. Reservar hotel em Hong-Kong é uma autêntica aventura e seguramente vamos acabar por pagar um rim por um muquifo reles na Nathan Road.

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A minha história em Hong-Kong dava um filme indiano com banda sonora chinesa tal não foi a loucura da coisa! Hong-Kong é uma cidade super populosa, das mais populosas do mundo, que está encafuada contra umas montanhas que limitam em demasia o crescimento e a construção de habitações. Então todo o quarto mal amanhado serve para acolher pessoas e pedir-lhes 100€ só assim para abrir a pestana.

O Wai Fan apesar de ser um quarto típico dos prédios da Nathan Road, que não dá para caminhar em linha reta mais do que um passo sem bater contra a cama, mesmo assim estava localizado num prédio relativamente calmo e “normal”, com uns empregados igualmente simpáticos e “normais”. Mas este conceito de normalidade perde-se um pouco em Hong-Kong e de certeza que a experiência geral vai ser tão louca quanto a minha foi.

Como já falei noutro post sobre Hong-Kong, nós fomos passar a segunda noite num dos prédios mais crazy de sempre e de toda a história da humanidade – Chungking Mansions!   O hotel que tinha inicialmente reservado era o King Guest House e foi o terror completo! Eu tive de ir a Macau logo no início da manhã para ir buscar todo o dinheiro que tinha ficado no cofre do hotel (sim, vou contar tudo num post exclusivo das peripécias da viagem) e o Carlos com os nossos amigos foram tentar fazer o check-in no dito hotel King Guest House. Só que de repente tudo o que achamos surreal e inacreditável acontece.

A começar com toda a experiência surreal que foi entrar no dito prédio onde estão centenas de guesthouses encavalitadas e onde toda a gente à nossa volta tem ar suspeito de quem vai atacar o pobre turista a qualquer altura. Depois quando finalmente descobrem o andar certo onde está o dito hotel, o empregado diz que a reserva foi cancelada por não aceitarem o cartão de crédito utilizado na reserva e fecha a porta na cara para não mais querer saber da nossa existência.

Quando eu volto de Macau ainda vou lá para a porta ameaçar o dito empregado com o meu inglês british, que utilizado para descompor alguém perde toda a pose, mas de nada serviu. Depois de horas a falar com a Booking, que assumiu tudo e nos encaminhou para novo hotel, lá fomos parar ao New Reliance Inn, que era precisamente na mesma espelunca de prédio. Então, apesar de um nome diferente, o quarto era a mesma cena apertada, onde só cabia eu ou as malas. E foi toda uma noite a rir da situação, para não chorarmos. Tal não foi a bizarrice!

E pronto! Tudo culminou com vários vídeos cómicos que retratam fielmente o quão impressionante foi a nossa passagem por Hong-Kong! Por causa deste problema com o hotel e escolha de um novo acabámos por perder um dia inteiro de visita à cidade e daí eu querer muito voltar um dia só por pirraça. Algo que os meus amigos vêm com total desaprovação! De modos que provavelmente voltarei a Hong-Kong all by myself porque mais ninguém vai querer alinhar e arriscar repetir a tragédia indiana/chinesa.

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Então malta, só há duas hipóteses no que diz respeito a Hong-Kong: ou aceitamos ficar num muquifo reles e pagar 100€, onde temos uma ventoinha no teto para secar o cabelo e toalhas de banho ainda húmidas e cheias de nódoas “esquisitas”; ou doamos um rim antes de viajar e conseguimos ficar no Hotel Tryp que é assim para o mediano mas pelo menos já tem um ar mais ocidental e “normal”.

E é isto! Cenas esquisitas dos próximos episódios, nomeadamente como quase perdi todo o dinheiro da viagem, entre outras cenas estranhas, a sair em breve aqui no blog! 😀

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