Praga: Roteiro do 1º dia!

Cada cidade que passámos tem uma praça importante para a história do país e do povo em geral. Aqui em Praga não foi excepção e o roteiro do 1ºdia começou justamente na Praça Venceslau, que foi palco de vários acontecimentos importantes, assim como ainda hoje tem alguns dos edifícios que marcaram a história de Praga e do país que vemos hoje.

A Praça Venceslau foi construída em 1348 por Charles IV, sendo chamada de Mercado do Cavalo durante centenas de anos, por causa obviamente do mercado que ocupava o centro da praça. Mais tarde ela foi usada na Idade Média para a realização de execuções públicas, foi nesta praça que se declarou a criação da República independente da Checoslováquia (1918) e ainda que se deu a celebração do final da 2ªGuerra Mundial. Como podem ver, muitos acontecimentos importantes que fazem da Praça um local de passagem obrigatório.

Hoje em dia ela está cheia de esplanadas, restaurantes e ainda tinha um mercado de artesanato e comidas que era bem interessante. Mas o que despertou mais a atenção foram as casas coloridas. De facto uma das coisas que reparei assim que comecei a entrar no centro de Praga foi a arquitectura das casas, com fachadas de cada cor, desenhos meio intrincados, enfim… era um fascínio só estar ali no meio da praça a ver as casas em volta.

Uma das casas que estão na praça pertence ao antigo Hotel Europa, que foi em tempos muito conhecido e luxuoso mas que entretanto fechou para obras de restauro e ainda não voltou a abrir. No cimo da praça está o Museu Nacional, que ocupa um lugar de destaque bem imponente no topo.

Depois de tomar contacto com o centro de Praga foi fácil esquecer aquela primeira introdução na casa alugada e sem dúvida que fiquei apaixonada pela cidade. Ok, talvez mais pelas casas que me faziam lembrar Paris, se bem que não posso dizer que seja igual. Muitos já apelidaram Praga de Paris do Leste e, apesar de eu ser um pouco contra essas comparações, porque cada cidade é única à sua maneira, não deixei de ficar super admirada pela semelhança na arquitectura das casas.

No entanto, Praga é mais Leste, sem dúvida. Não sei se consigo colocar em palavras exatamente o que quero dizer com este “Leste”, mas se houve coisa que eu senti foi que claramente estava a entrar numa zona da Europa totalmente desconhecida até então. Aquela imagem de Europa de Leste que sempre mantive na cabeça finalmente materializou-se e é como se voltasse aos tempos dos condes, condessas, da aristocracia, mas nos tempos de hoje.

Nós almoçámos num restaurante italiano aqui na praça e depois fomos descendo em direção à Cidade Antiga. E gradualmente vemos a mudança a acontecer. As casas coloridas cheias de detalhes dão lugar a um estilo muito medieval, as ruas ficam mais estreitas e começam as lojas de tudo e mais alguma coisa. Ah e como eu adorei este estilo. Será que Praga sempre existiu assim? Será que uma cidade destas tão século passado realmente conseguiu conservar-se desta forma todos estes anos?

A minha dica aqui vai para aproveitar cada canto desta cidade medieval que está em volta da praça central com o relógio astronómico, igreja gótica e torre. Sim, eu também estava muito em pulgas para finalmente dar de caras com aquele cartão-postal que está literalmente em todas as fotos que eu já tinha visto da cidade.

Mas eu também adorei cada recanto que estava à volta. Para chegarmos à praça passámos por outro mercado medieval, passámos por restaurantes que estão dentro de arcos, ruas empedradas. É uma cidade que parou no tempo e é incrível como em cada esquina e detalhe tinha a sensação de estar a entrar num qualquer filme da Idade Média.

E finalmente chegámos na praça e eu definitivamente morri de amores. Daquele amor à primeira vista que eu não me canso de sentir cada vez que dou de caras com algo que eu estou à anos para ver ao vivo. Se há cidades que nos levam o coração, esta é sem dúvida uma delas. A praça central da cidade antiga é para ser vivida.

Tem várias barraquinhas por lá a vender os cones com nutella, cerveja, e outras comidas. Existem também vários restaurantes em volta e um movimento muito próprio. Então, primeiro eu pasmei com o relógio astronómico e depois eu sentei num canto a comer o meu cone de nutella enquanto babava literalmente para toda a praça e, claro, para a igreja lá no alto.

Depois de um tempão aqui, seguimos para a Ponte Carlos e mais uma vez fomos andando por ruas e ruelas. Cada canto nos surpreendia mais um pouco e em todos os momentos eu tinha de me beliscar para acreditar que estava ali, em Praga.

Quando chegamos na ponte eu tive um baque no coração quando vi quantas pessoas estavam na zona a passar a ponte. Ok, era Sábado à tarde, de um dia fantástico de Sol, mas meus caros, eu acho que não estava preparada psicologicamente para aquilo. Então, fomos primeiro até ao jardim que está no lado direito e que dá uma vista brutal do castelo, na outra margem, assim como da própria ponte em si. Sentámos por ali, aquecemos com o Sol quentinho do final de tarde, e só depois encarámos a caminhada na ponte. Ahahah

A Ponte Carlos é muito conhecida por ser uma das poucas pontes góticas construídas. E, de facto, a ponte é linda, com todas as estátuas, com as torres medievais numa e outra ponta. É mais uma parte desta cidade conto de fadas que é Praga.

Como eu sabia que o dia seguinte ia começar na outra margem e teria de atravessar a ponte, desisti de andar até à outra ponta e fiquei satisfeita só por ter pisado a ponte e ter lutado muito frustrada por uma foto decente.

Então voltámos para trás e eu fui tentar a minha sorte no Bairro Judeu, numa tentativa de ver o Cemitério também. Mas acontece que o Cemitério/Museu estava fechado por ser Sábado (dia sagrado para os judeus). Então fomos andando pelo bairro que sinceramente não tem nada de muito diferente do que já tínhamos visto.

Depois de andar um pouco por lá virámos em direção à praça do centro antigo e demos de caras com uma rua bem interessante de marcas de luxo. Depois de uma vista de olhos entusiasmada fomos acabar a nossa tarde de novo na praça do centro antigo, onde assistimos a um pôr-do-sol na igreja que mais uma vez me fez ganhar o dia. 🙂