Cruzeiro em Amesterdão!

Bem, como já referi em posts anteriores, fazer um cruzeiro em Amesterdão era definitivamente um dos desejos que eu realmente tinha de concretizar. Cada um tem os seus né? No meu caso eu passei muitos anos da minha vida a ver fotos dos canais, fotos dos cruzeiros, enfim… Um cenário bem romântico passava pela minha cabeça cada vez que eu via uma foto ou um vídeo dos cruzeiros nos canais de Amesterdão.

Então eu pesquisei online vários tipos de cruzeiro (que os há para todas as carteiras e para cada gosto e desejo). Eu não ambicionava propriamente com cruzeiros privados, ou com comida a bordo, tipo super exclusivos e tal. Mas compreendo o quão apelativos eles podem ser não é verdade? No meu caso eu simplesmente queria estar num barquinho a passear pelos canais e a aprender um pouco mais da história deles.

E com base nisso, comprei bilhete com a empresa Blue Boat Company, que tem o cais junto ao Hard Rock Café, que fica bem no lado do sinal IAmsterdam, como falei também no post anterior. E porque escolhi esta empresa? Bem, em primeiro lugar porque os preços eram bem competitivos e achei que tinha um tempo de cruzeiro muito bom também (90 minutos). Além disso, eles têm os barcos fechados, mas com uma varandinha nas traseiras que é óptimo se o tempo estiver de chuva e frio, como geralmente está. A varandinha é excelente também porque nos permite sair quando queremos para tirar fotos.

Então eu adorei a escolha que fiz e muito mais depois de ver o quão interessante é o roteiro, que passa pelos vários anéis principais dos canais, explicando quando foi a sua construção e porquê. Por exemplo, Amesterdão está abaixo do nível do mar, então a cidade antigamente era muito cheia de lodo e estava sempre alagada a maior parte do ano. Então uma das coisas que foi feito foi uma comporta que não é deixada aberta ou fechada em diferentes alturas do ano para impedir que a água do mar venha inundar a cidade.

Mas para além disso, construíram-se os vários canais que vemos hoje numa tentativa de canalizar a água, sem inundar por completo toda a cidade, permitindo que pessoas vivessem normalmente ali. Claro que os canais como os vemos hoje não foram construídos todos de uma só vez, mas sim ao longo dos séculos e à medida que a cidade se expandia e crescia.

Além disso, os canais foram muito importantes como defesa da cidade em situação de guerra (tropas do Napoleão), ou mesmo para a vida do dia-a-dia, principalmente para as trocas comerciais. Como Amesterdão sempre foi uma cidade costeira, apesar de não ter a importância e dimensões do que vemos hoje em dia, eram muitos os barcos que passavam por aqui vindos de outros países, e todos os dias desembarcavam nos portos muitos marinheiros.

O cruzeiro não só nos levou pelos canais do centro histórico como também foi até ao rio Reno e deu para ver uma das comportas que são abertas ou fechadas consoante a altura do ano, entre outras variáveis, como as condições atmosféricas.

Foi também interessante ver o quão adaptados os habitantes estão à vida nos canais, porque são centenas de barcos-casa que estão atracados nas margens dos canais em toda a cidade. É incrível como há mesmo várias famílias a viver em barcos. E não pensem que são os mais pobres, ou com menos possibilidades de ter realmente uma casa a sério. Nada disso!

Havia barcos muito bem decorados no interior (muitos tinham as janelas abertas), com um deck cá fora que tinha relva artificial e cadeiras tipo jardim, e muitos ainda aproveitavam o telhado para fazer um mini jardim e plantarem a sua horta. Sim, isso tudo!

Eu fiquei maravilhada com esta parte de Amesterdão. A parte em que se vê creches flutuantes, hotéis flutuantes, lojas flutuantes e, claro, casas-barco normais onde vivem famílias durante todos os dias do ano. É impressionante mas super autêntico! É esta faceta da cidade que contribui para a beleza de Amesterdão, sem dúvida!

Resumindo tudo, eu adorei o cruzeiro, não só pela história que aprendi acerca dos canais e da própria construção da cidade que vemos hoje, mas também por termos oportunidade de ver uma outra parte de Amesterdão que eu não iria se não fosse no cruzeiro.

Aquela parte por detrás da Estação central, onde os canais se ligam ao rio é sem dúvida linda de ver dentro de um barco. Tem ali nas margens os principais museus e construções futurísticas de Amesterdão, como a casa da música, por exemplo, que são super interessantes de ver. E como nós não tínhamos aquela zona incluída no roteiro a pé, adorei fazer o cruzeiro e conhecer aquela parte menos tradicional, mas igualmente linda!

Pelo Bairro Jordaan até ao Rijksmuseum!

O segundo dia por Amesterdão foi mais uma oportunidade para fazermos um género de divagar com propósito. Havia coisas que eu queria ver e/ou fazer, como visitar a Casa de Anne Frank, ou embarcar num cruzeiro pelos canais. Mas entre uma coisa e outra, a cidade tem muito a oferecer e óbviamente que havia alguns bairros ou mercados que eu queria igualmente passar e visitar.

Então o nosso roteiro assim que saímos da Casa de Anne Frank iniciou no Bairro Jordaan, que está logo ali ao lado e que é um dos meus preferidos, logo a seguir à zona da Red Light. Existem poucos sítios ali em Amesterdão que não nos maravilhem e que não sejam aquele cartão-postal que estamos tão habituados a ver em fotos.

Ir percorrendo o bairro, de uma ponta à outra enquanto cruzávamos pontes e canais, conhecíamos novas lojinhas, cafés, víamos fachadas tão pitorescas, enfim… esse era o nosso objetivo da restante manhã. E em Jordaan o grande atrativo são mesmo as lojinhas e os recantos ao longo dos canais. Um dos melhores sítios para passar um final de tarde num café, ou ir às compras em busca de algo diferente, é sem dúvida aqui.

Como a ideia era irmos até à zona do Rijksmuseum, então percorremos o bairro de uma ponta à outra e fomos assim sem pressas, parando de vez em quando numa e outra lojinha ou olhando para as vitrines de outra loja. Foi esse o espírito.

Quando chegámos ao Rijksmuseum uma coisa que reparámos foi que a quantidade de turistas aumentou substancialmente. Então, isso deixou-me a pensar que não é comum encontrar turistas ali pela zona do Jordaan. E realmente o nosso passeio foi bem calminho, com muito pouca gente que se cruzasse connosco.

Mas enfim, o Rijksmuseum, que tem um nome quase impronunciável, é uma das principais estrelas aqui de Amesterdão em termos de arte e se eu tivesse de escolher só um museu de arte da cidade era este que visitava. Tem obras de artistas locais, como Van Gogh, Vermeer ou Rembrandt, o que torna uma atração quase imperdível na cidade.

Como eu tenho falado, visitar museus de arte não era o objetivo desta viagem, apesar de eu ainda ter ponderado ir ao Museu Vang Gogh, porque enfim, é Van Gogh!! Mas pronto, lá me mantive fiel ao propósito original e em vez de entrar no museu, atravessei-o até ao outro lado e fui tirar a famosa foto no sinal IAmesterdam que tem milhentas outras pessoas empoleiradas em todas as letrinhas, tentando a proeza de conseguir a foto mais original.

Mas para quem se desloca até ali e sai frustrado com a sua foto (como eu saí :D) tem de consolação um parque super fofo para poder afogar as mágoas no lago, ou para se sentar numa esplanada a beber para esquecer. Sim, a zona é bem interessante também e tem ali aquela maravilhosa obra arquitectónica que é o palácio onde está o museu, que melhora logo o mau humor de tantas tentativas falhadas em conseguir chegar a pelo menos uma letrinha e tirar foto.

Ok, estou muito repetitiva, mas enfim malta, eu na minha cabeça achava que com tanto metro quadrado que Amesterdão tem, a probabilidade de estarem todos os visitantes ali era baixa ok? Mas não, a hora de ponta é a quase todas as horas do dia e é isto.

Avançando, nós a seguir fomos até ao cais dos barcos para fazer o nosso cruzeiro, que ficava bem na frente do Hard Rock Café. Aquela zona ali também é muito fofa com muitos bares e restaurantes super interessantes e meio no estilo pub. Nem todos os portos dos cruzeiros são ali, aliás depende muito de cada empresa. Por isso, eu vou fazer um post dedicado à experiência de fazer cruzeiro em Amesterdão e conto todas as dicas.

Então, depois de parar para almoçar e fazer um belo cruzeiro pelos canais, ainda nos sobrou muito tempo para visitar mais coisas da cidade. Um dos sítios que eu queria muito visitar era o Mercado das flores porque a Holanda no geral é muito conhecida pelos seus campos de tulipas.

É impossível não imaginar como será um mercado de flores em Amesterdão se o país tem a fama que tem nesta área. Então as expectativas estavam bem altas. Acontece que eu não adorei o mercado. Sei lá, acho que demos um pouco azar com altura do ano em que fomos, talvez. Porque o mercado de flores tinha na sua grande maioria sementes e todos os utensílios necessários para se plantar toda a espécie de tulipa lá no quintal de casa.

Mas flores propriamente ditas, só consegui alegrar os meus olhos em algumas barraquinhas. Poucas, quando falamos numa rua inteira dedicada ao mercado. mas enfim, vi tulipas de todas as cores entre outras flores e já saí contente por isso. Claro que agora o sonho é voltar e visitar os campos de tulipas da região.

Quando saímos do mercado decidimos voltar até ao jardim do Rijksmuseum e sentar por lá enquanto falávamos sobre as muitas aventuras que esperávamos ainda viver durante a viagem, o que mais gostámos em Amesterdão, enfim… fomos saboreando o final do dia com uma sol quentinho e bem gostoso, antes de ser horas de voltar a casa, pegar nas malas e ir apanhar o autocarro até Berlim.