Roadtrip Itália: dicas práticas (parte 1 – norte de Itália)

Dar as dicas práticas desta viagem não é fácil porque eu acho que todas as cidades por onde passei são muito distintas e o que era realidade num sítio já não é no seguinte. Então acabei por ter muita coisa diferente a dizer e sei que pode parecer chato voltar a tocar em todas as cidades em detalhe, mas acredito que no fim vai valer a pena. Vai ficar tudo bem mais organizado e simples de achar. Isto porque nem todos vão fazer exatamente este roteiro e é chato ler sobre tudo, quando na realidade só queríamos um terço.

  1. Custo:

Milão foi aquela cidade ultra-chique que eu já falei no primeiro post, então eu achei uma cidade bem cara, como de resto parece ser todo o Norte de Itália. As pessoas também são muito senhoras do seu nariz, quase todos muito arranjados com cara de escritório e tal. Então talvez aquela simpatia típica italiana, com muita descontração, não seja tão evidente por aqui.

Verona já tinha um ar bem mais descontraído, no entanto ainda se sente o preço elevado do norte de Itália, principalmente em mercadinhos de rua onde supostamente isso não deveria acontecer.

Veneza surpreendeu pela positiva porque não estávamos à espera de pagar 1€ por cada íman de frigorífico, por exemplo. Em Milão e Verona tínhamos dado muito mais por ele. Por outro lado ainda consegui comprar uma máscara por 5€, coisa que também me deixou agradavelmente surpreendida. Claro que em outras coisas, como Gôndola, comida e hotel a coisa estica mais, principalmente se falarmos em estadias e restaurantes próximos do Gran Canal.

2. Transporte:

Nós alugámos o carro no aeroporto e ficámos com ele toda a semana, voltando a entregar no mesmo sítio onde tínhamos levantado (vai haver post exclusivo sobre isso). Mas apesar de estarmos com carro, eu decidi que era preferível alugar casa perto do metro e usar transporte público para ir até ao centro. Isto porquê? As cidades italianas em geral têm parquímetro em cada esquina e tem uma coisa muito stressante aqui que é o facto do bilhete do parquímetro ser comprado em papelarias/tabacarias, em vez de tirar tiquê.

Então, em Milão e Veneza optámos por apanhar transporte público para o centro, o que saiu mais barato. Mesmo assim, em Milão ainda tivémos de pagar parquímetro algumas horas, na rua onde estávamos hospedados. Mas como era fora do centro e zona residencial, as horas do parquímetro eram só no período da manhã (6h) e não o dia inteiro e noite.

Em Verona estávamos de passagem, então pusémos o carro num subterrâneo nas traseiras da Arena. Um pouco caro, mas cómodo, sem dúvida!

Andar de cidade em cidade pode ser feito de carro alugado ou comboio. Eu desde o início preferi o carro alugado porque dá uma maior autonomia e porque neste caso íamos 4, então acabámos por economizar. No entanto, se forem poucas as cidades a visitar (por exemplo, Milão e Veneza), o trajecto entre elas pode ser feito de comboio. E para um casal eu acho que é até mais cómodo e fácil.

3. Moda e lojas:

Se há coisa que Itália tem no geral é muita loja de marca, no entanto, o norte de Itália ganhou nos pontos, principalmente Milão e Verona. Por todo o lado, mas especialmente nas principais artérias do centro, estão várias lojas com várias marcas, das mais luxuosas às mais acessíveis na carteira. Tem desde moda a calçado, a bijuteria, malas, maquilhagem, perfumes, etc… Uma verdadeira perdição. não admira que entrar em lojas passe a fazer parte do roteiro turístico de Milão e Verona.

Em Veneza todo este conceito não é tão evidente mas passa a fazer parte dos produtos tradicionais da zona, como as máscaras, o vidro de Murano, os bordados de Burano, e muito mais. Em lojinhas tradicionais super fofas ou até mesmo em barraquinhas na rua. O que não quer dizer que seja mais barato comprar aqui. A oferta é que é diferente do que vemos nas outras cidades.

4. Comida:

Eu achei super estranho andar pelo centro de Milão e não encontrar restaurante com a típica rotina de entrada, prato e sobremesa. Pelo contrário, nós passávamos por imensas pastelarias com esplanada cheia à hora de almoço. Então começámos a perceber que naquela zona era habitual sentar e comer sandes ao almoço. E foi mesmo isso que fizemos! Uma típica sandes panini italiana com muitas especialidades do país.

Acabámos por repetir a dose em Verona, mas desta vez no mercado de rua mesmo. Mais uma vez optámos pela sandes e sentámos nos degraus da praça para fazer o nosso almoço. E eu já tinha falado nesse post que achei o máximo. É daquelas experiências simples mas que não têm preço.

Já em Veneza eu encontrei uma maior variedade de restaurantes. Só que desta vez decidimos levar de casa e fazer um piquenique improvisado num jardim do centro, porque tínhamos a ideia de Veneza ser muito caro, etc… Sinceramente continuo a achar que restaurante lá é caro, mas comparado com o restante norte de Itália se calhar não há essa diferença abismal que estava à espera.

5. Museus e bilhetes

Toda e qualquer coisinha é paga em Itália no geral, mas especialmente no norte de Itália. Então até a igreja e sepultura de não sei quem tem bilhete de entrada, mais as dezenas de museus conhecidos e que todo o turista tem de visitar. Se não visitar nunca é a mesma coisa certo? Errado! Se há coisa que abomino é aumentar exponencialmente o orçamento de uma viagem por causa de bilhetes de museu, igreja, sepulcro, e mais o que houver para ver.

Então eu desta vez decidi não bater o ponto em todo o museu e sim aproveitar as coisas autênticas de cada cidade. Eu já tinha falado sobre isto no post introdutório mas aqui reforço a ideia. Óbvio que quem quiser e fizer questão tudo bem, mas já deixo aqui a dica de que com tanto museu e igreja o mais provável é o orçamento aumentar bastante no final.

6. Locomoção:

Por fim, a locomoção em cada cidade! Algo que eu considero excelente é conseguir andar a pé pela cidade que estou a visitar e conseguir percorrer todas as atrações ou pelo menos a maioria delas. E nestas cidades do norte de Itália isso é possível.

Apesar de serem cidades muito turísticas, são muito compactas também e só andávamos de metro/autocarro para ir e voltar do centro da cidade. Não precisei de andar de metro no centro de Milão para me deslocar para algum ponto turístico, por exemplo. E num dia conseguimos ver tudo o que tínhamos planeado só andando a pé. Isso é vantagem!