Veneza!

Eu acho que Veneza foi talvez a cidade mais inesperada que visitámos e muito provavelmente a mais bonita e única! Como eu disse no post anterior, é difícil para mim decidir de caras qual foi o sítio mais espectacular de toda a viagem, mas Veneza foi escolhida pelos restantes do grupo, então se calhar este foi mesmo o ponto alto.

Para já, eu achei Veneza muito inesperada tudo porque estava um lindo dia de Sol e calor imenso. Então Veneza não foi nada daquilo que eu tinha imaginado na minha cabeça. Sabem quando vêm fotos e mais fotos de um sítio e quando lá chegam parece que não tem nada a ver?

Tudo muito brilhante, casas coloridas, tudo super limpo e arranjado. Nenhum mau cheiro!! Lindo e perfeito com água quase cristalina! Hello?? Onde está a Veneza escura dos filmes? Onde está o cheiro a esgoto? Parecia quase surreal de tão perfeito.

A sensação que deu é que construíram esta cidade à poucos anos para substituir a velha e decrépita Veneza. Ou então as fotos que aparecem por aí e os filmes com Veneza como pano de fundo não fazem jus à real beleza da cidade. Também há a hipótese de ter dado sorte com o tempo e quase nunca ser assim.

Mas pronto, passando à frente, depois de ter dado o meu desabafo. Cheguei a Veneza de autocarro, vinda de Mestre onde alugámos casa. E foi super simples. Chegámos quase na beira dos primeiros canais e depois foi só ir embrenhando cada vez mais pelos labirintos de Veneza.

Para mim o mais importante e experiências únicas que não queria perder seriam o passeio de gôndola, perder-me pelas ruelas e canais, ver de perto o Rialto e Piazza de San Marco e trazer para casa algo com o famoso vidro de Murano. Ah, e claro apreciar o Gran Canal com o movimento que ele tem.

E posso dizer que saí feliz porque cumpri todos os objetivos. Nada de museus, não era esse o meu objetivo para uma primeira visita a Veneza. Também me falaram imenso em visitar Murano e Burano, mas eu achei que devia me concentrar exclusivamente em Veneza.

A minha escolha de roteiro? Entrar em Veneza e seguir as placas (que estão literalmente em cada esquina) em direção ao Rialto. Pelo caminho vamos passar por ruas estreitas cheias de lojas, igrejas escondidas em praças, muitas máscaras de Veneza de tirar o fôlego, e muitos canais.

O que quer dizer que mais ou menos a meio do percurso para o Rialto fomos fazer o passeio na gôndola. Qualquer altura é boa e existem gondoleiros espalhados por todo o lado. Como era de manhã e não estávamos próximos do Gran Canal, o nosso passeio foi a coisa mais pacata e espectacular. Adorei, mesmo assim, ver que existem semáforos em Veneza, em certos cruzamentos entre canais. A-M-E-I!

Por outro lado, eles também comunicam muito entre si e conhecem-se todos uns aos outros. Mesmo entre gondoleiros e taxistas (que lá são barcos lancha). Então sempre que viram perguntam se vem alguém ou sempre que passam por um barco trocam umas palavras com o colega. Super giro!

Voltando ao percurso, desde os autocarros até ao Rialto, ainda andámos bastante, o que se faz totalmente sem esforço, porque em cada canto nos apaixonamos por qualquer coisa. O ambiente é mágico mesmo e quando eu finalmente cheguei à ponte do Rialto nem acreditava que era ela. O ambiente aqui nesta zona é bem mais agitado, além disso estamos mesmo por cima do Gran Canal.

Da ponte tínhamos vistas incríveis da extensão do Gran Canal. Cheio de barcos (gôndolas, táxi-boat, ou vaporeto). Além disso, nas margens do canal a agitação era imensa com todas as esplanadas cheias a abarrotar, muita gente a passear por ali, muitos turistas a tirar fotos à ponte de todos os ângulos e mais alguns.

Daqui até à Piazza San Marco é um pulinho. E lá, na ponta mais afastada do nosso ponto de partida, parámos no tempo para contemplar não só a praça com a sua basílica que é um espanto de tão linda, como toda a vista sobre a água.

Foi o fim de dia perfeito antes de voltar a percorrer todo o caminho para trás. Era mesmo aquele último sítio que precisávamos ir para sentir que estávamos mesmo em Veneza. O Palazzo Ducale tem toda aquela arquitectura intricada e um excelente complemento à Basílica.

E logo ao lado está também a Ponte dos Suspiros, que é assim chamada por ser a ponte que ligava o Palácio Ducale, onde eram dadas as sentenças, à prisão. Então, os prisioneiros, quando aqui passavam suspiravam por ser a última vez que veriam a luz do dia.