Catedrais de Salamanca!

Salamanca é uma cidade fascinante e, por isso mesmo, não tem só uma catedral, mas duas. A velha e a nova, construídas uma ao lado da outra e com bilhete e porta única de entrada. A visita começa pela Catedral Nova, que mais uma vez é uma maravilha arquitectónica.

O interior é enorme, mas desta vez foi-nos dado um telefone guia que eu sempre detestei e gozei com cada turista que via a fazer figuras. Desta vez calhou a mim e lá fui eu com o guia na orelha a ouvir cada pedaço da história do lugar.

O que numa catedral daquele tamanho é obra e depressa nos cansámos de ouvir a história de cada uma das muitas capelas em volta da catedral. Então, dei uma volta mais rápida na periferia e gastei as minhas energias a ouvir as explicações acerca dos órgãos, coro e altar.

Para completar a habitual arquitectura super rica e cheia de detalhes impressionantes que normalmente as catedrais nos habituam, esta aqui, em específico, tinha uma espécie de segredo nas alturas.

Mesmo em frente ao altar, se olharmos para cima, vemos uma cúpula fascinante, com pinturas de cair o queixo. Eles até puseram um espelho cá em baixo, para nós conseguirmos analisar tudinho ao detalhe sem estar com a cabeça levantada tanto tempo. Ahaha

Mas como eu sou para o pequena, não tive outro remédio senão levantar a cabeça e admirar aquelas pinturas espectaculares. Quem o pintou foi Florentino e as cenas representam a história do Juízo Final.

Eu achei daquelas surpresas e tanto, já que não é muito falado e no guia que eu trago até nem fala muito da abóbada. Mas é algo que surpreende, sem dúvida!

Depois de andarmos pela Catedral Nova, fomos até à entrada para a velha, que fica numa das pontas. Ela foi construída no século XII e XIII, ao contrário da nova que foi nos séculos XVI a XVIII.

É claro que a velha não tem a imponência que vemos e sentimos na nova. É bem mais pequena e tem um aspecto bem medieval, totalmente diferente do que vemos na nova, com imensas pinturas e detalhes.

Contudo, eu acho que foi soberbo terem mantido a catedral velha e construírem a nova ao lado, permitindo que pudéssemos passar pelo recente para depois vermos a parte antiga. Isso faz com que olhemos para a catedral velha com outros olhos. E admiremos o quanto tem resistido aos anos.

Daqui a visita segue para o claustro, onde estão algumas capelas, umas mais conhecidas que outras. Esta é talvez a parte mais estranha, porque as pedras túmulares já têm anos!!! E muitas já nem estão bem fechadas. Além disso, o espaço tem mesmo cara daquilo que é.

Mas uma das salas tem um livro daqueles mesmo antigos, bem grandes, que vale a pena dar uma vista de olhos. Mais uma preciosidade que nos mostra bem a realidade de séculos atrás.