Turquia, no limiar do Oriente!

De todas as viagens que fiz antes de iniciar a jornada blog, esta tinha sido a única que eu nunca tinha falado aqui, e que andava sempre a adiar. O grande motivo é que, infelizmente, boa parte das fotos que eu tinha guardadas no pc raquitico da era passada foram quase todas perdidas, porque esse mesmo pc decidiu morrer para a civilização.

Então pouco sobrou para contar a história, só mesmo a sensação de que eu queria contá-la, com fotos decentes ou sem elas mesmo! Até porque a Turquia foi a minha primeira viagem de avião e também a mais excêntrica, culturalmente falando, que eu fiz até hoje. Foi englobada num intercâmbio escolar, onde um grupo de estudantes da minha escola foram até uma cidade perto de Izmir, viver durante 15 dias na casa de outros estudantes turcos.

Passados uns meses eles vieram para nossa casa em Portugal e tiveram a oportunidade de viver algo diferente também. Algo que certamente mudou as vidas de quem participou. A Turquia é um país não tão distante assim do nosso, mas que tem um universo cultural muito próprio. No entanto, todas aquelas ideias pré-concebidas de pessoas de turbante na rua tipo Arábia não acontece completamente.

A Turquia também tem vindo a evoluir com o resto do mundo e hoje em dia os jovens já não têm o hábito de usar véu, só mesmo as suas avós. No entanto, algumas tradições ainda se mantêm, como o facto de não poderem mostrar pele em público. Eu lembro-me que as raparigas que estavam comigo usavam um body por baixo da roupa, para que quando se baixassem não mostrassem a pele.

E eu nem estive numa cidade grande. Então a ideia que dá é que a cultura está lá, mas a evolução também tomou lugar e as mentalidades adaptaram-se um pouco. Contudo, não deixa de ser interessante visitar um país tão diferente, a começar na religião principal, que é a muçulmana.

Eu nunca tinha entrado numa mesquita na vida, então tive aqui o meu primeiro baptismo. Como é um país totalmente virado para esta religião, eles também respeitam imenso as orações naquela hora certinha do dia. Na casa onde eu fiquei, a avó da minha colega tinha lá o seu tapete no chão já preparado. E nessa mesma hora, nós ouvimos os altifalantes das mesquitas a chamar para a oração. Sem palavras! Imaginem todo aquele ruído que enche literalmente a cidade, numa língua como a turca. Estamos num mundo à parte.

A diferença também se nota na casa-de-banho, que não tem sanita. Onde foi parar a sanita? No lugar dela está um buraco no chão!! E os pequenos-almoços que são autênticos almoços onde temos todo o tempo do mundo para estar à mesa a abastecer o estômago com uma variedade imensa de comida. Tudo porque na hora de almoço não há almoço para ninguém! A fome que eu passei para não fazer desfeita! ahaha

As distâncias entre cidades são enormes, mas nós literalmente tropeçamos em vestígios romanos milenares na curva seguinte da estrada. Como eles estão tão próximos da Grécia, Itália, acabaram por ser também um território ocupado por estas civilizações, o que rende uma verdadeira aula de história para quem visita o país e sai das grandes cidades.

São ruínas e ruínas e muitas delas nem aparecem nos mapas turísticos e nós nem sabíamos bem qual a sua história ao certo. Mas elas estão lá e muitas delas muito bem preservadas. Anfiteatros, zona de banhos, etc… conseguimos perceber mais ou menos o que era o quê e às tantas já entendemos a magnitude da influência que este povo tinha naquela altura.

Por tudo isto deixei esta viagem num cantinho especial do coração e recentemente, quando estava a planear a viagem de Maio, a Turquia esteve em cima da mesa porque adorava poder partilhar tudo isto com o Carlos também. Não vai ser em Maio que vou revisitar a Turquia, mas quem sabe isso não demorará muito. O bichinho de mostrar mais desta cultura é que voltou em força, daí reservar uns diazinhos de posts para dar a conhecer esta cultura espectacular.