Aqueduto das Águas Livres!

Para começar, eu sempre que passava pelo Aqueduto, na estrada, pensava sempre que adorava visitá-lo e no quão interessante isso devia ser. O problema é que ele esteve fechado durante vários anos, sem qualquer hipótese de visitação, por causa de alguns casos de suicídio.

Então, eu acabei por deixar pra lá e tirar da ideia que o Aqueduto podia sequer ser visitado. Mas, no ano passado, quando descobri isto do Lisboa Open House, eu vi também que havia a hipótese de visitar o Aqueduto. E veio o entusiasmo. Não marcámos nada para o ano passado que pudesse incluir o Aqueduto, mas este ano não me escapou.

A única contrariedade foi estar a chover, que quase nos fez desistir dos nossos planos. Como a visita é feita sempre do lado de fora, sem protecção para tempestades, quem não tem guarda-chuva sofre um bocadinho, ainda mais com o vento que se faz naquela altura.

Mas ficou super engraçado e bem aproveitado, porque a Companhia das Águas decidiu reaproveitar o espaço e criar ali uma espécie de museu da água que se estende também numa visita ao Aqueduto. Eu não sei à quanto tempo isto está a funcionar assim e à quanto tempo as visitas foram retomadas, mas sei que a qualquer altura do ano é possível visitar o Aqueduto e fazer todo o seu percurso.

Como o tempo estava péssimo, nós fomos só até metade, onde tem o ponto mais alto que é também aquele onde a estrada passa por baixo. Tem ali a metade umas passagens que ligam um parapeito a outro e também nos permite ver como são as condutas no seu interior.

Ou seja, o Aqueduto foi criado para trazer água à cidade de Lisboa. Ele foi mandado construir em 1731 pelo rei D. João V e foi mesmo o primeiro sistema de abastecimento regular de água à cidade de Lisboa. Em 1967 ele foi retirado da rede de abastecimento de água, mas havia de ficar para sempre na arquitectura da cidade a lembrar-nos de como era antigamente.

Então, eu acho fantástico passar pelo meio da conduta e ver o quão larga e sem fim ela é. Vêm-se quilómetros de túnel que não tem fim e pensamos como seria naquela altura a água a correr por aqui e a abastecer toda a cidade de Lisboa. Grande obra da engenharia e talvez o que melhor está preservado em Portugal.

Segundo o folheto que eles estavam a oferecer, o túnel tem uma extensão de 58km e a travessia mais conhecida de Alcântara tem 35 arcos monumentais, numa extensão de 941 metros. O maior arco em pedra tem uma altura de 68 metros e largura de 32 metros.

As vistas a partir do alto do Aqueduto também são elas próprias um motivo mais do que suficiente para se visitar esta obra, onde talvez a mais inspiradora seja a Ponte 25 de Abril, que é sempre aquele ponto inconfundível no horizonte lisboeta.

A visita ao Aqueduto pode ser feita em toda a sua extensão, mas nós optámos por só fazer até ao ponto mais alto e voltar para trás. No início do Aqueduto tem um jardim com o mapa do que vamos encontrar mais em frente, com algumas curiosidades acerca do Aqueduto, como o comprimento, arcos, etc…

A melhor notícia é que ele está aberto ao público a qualquer altura do ano e não só durante o Open House, então é só checar os horários e escolher qual o melhor dia para visitá-lo.