Lagoa do Fogo!

Quem não tem o desejo de algum dia vir a ficar na cratera do vulcão? Bem, esta não é uma cratera de um vulcão normal, que está activo, mas ainda assim dá para ter ideia do quão magnífico todo este ambiente é. A cratera do vulcão do Fogo, ali perto da Ribeira Grande, tem na verdade a Lagoa do Fogo.

Para chegar até lá há dois caminhos possíveis, um que vem da margem norte da ilha, que foi o que nós usámos e outro desde a margem sul da ilha. Depende de onde nós vimos e do roteiro planeado, para decidirmos o lado a usar. Não era ideia nossa vir até à Lagoa do Fogo neste dia, mas como estávamos tão pertinho, ali na Caldeira Velha, então decidi matar logo este ponto. E foi a melhor decisão, já que no dia seguinte não ia dar tempo.

O tempo estava meio nublado e eu sempre ouvi comentários de que os melhores dias para visitar estas lagoas são dias de sol. Mas aí o Carlos começou a fazer geocashing aqui também e reparou que todas as fotos do sítio estavam com muitas nuvens.

Então eu fiquei mais descansada que afinal o normal aqui na Lagoa do Fogo são nuvens, mesmo que mais abaixo esteja um Sol e um calor de fazer inveja! Coisa que nos habituámos por aqui é que se agora está nuvem no minuto seguinte está Sol e se neste sítio está nuvem um metro a seguir já está Sol.

O tempo é muito imprevisível e varia imenso com a região da ilha, a altitude e, no mesmo dia, somos capazes de experimentar muitos climas diferentes. Principalmente se andamos a visitar várias zonas da ilha. A proprietária da casa onde ficámos contou-nos que quem anda de guarda-chuva na ilha não é de lá e assim eles reconhecem logo quem não é açoriano. Aqui, tão depressa chove, como no minuto seguinte faz Sol.

Quanto à paisagem da Lagoa do Fogo é qualquer coisa de tirar o fôlego. Quando fomos lá estava bastante nublado, mas havia alguns rasgos de Sol que passavam entre as nuvens e criavam padrões de luz na água. Além disso, apesar de encoberto e com pouca luz, nós não podíamos ter gostado mais das fotos e de todo o cenário. Deu aquele ambiente meio melancólico que nos faz ficar reverenciados pela paisagem envolvente e que ao mesmo tempo nos rende fotos lindas.

As vertentes da cratera que descem até à lagoa são qualquer coisa de impressionante. São enormes e fazem nos sentir pequeninos lá em cima. Há um trilho que vai desde o sítio onde deixámos o carro até lá abaixo, onde está uma mini praia. Mas nós não viemos preparados para fazer trilhos. Nem com tempo, nem com roupa ou calçado apropriados.

Pelo tempo que estivemos por lá, as nuvens foram dando alguma aberta e então deu para captar alguns momentos de Sol parcial em alguns pontos da Lagoa e das vertentes. Se fiquei chateada por não estar Sol? Nada disso!

Nós nunca conseguimos prever o tempo que vai estar em cada sítio, então só temos de aproveitar aquilo que a natureza nos dá e tirar o melhor partido disso. Então foi o que fizemos! Apesar do frio imenso e de no fundo querer pisgar-me a toda a hora para o carro, acabei por andar para trás e para diante a captar toda a paisagem.

Além disso, acabámos por nos demorar mais por aqui porque o Carlos andava a tentar encontrar o seu tesouro que não chegou a ter sorte. Ficámos com a ideia que estava mais lá para baixo no trilho, então desistimos da ideia quando percebemos que não íamos conseguir ir lá abaixo.

Apesar de este ser um ponto de passagem, é passagem obrigatória e nunca vai ser tempo perdido subir até ao topo do vulcão. A paisagem é uma das mais bonitas dos Açores e só serve para aumentar a fasquia daquilo que a ilha é capaz de dar.