Castelo de Almourol

Depois de muito pesquisar que roteiro seria melhor para o fim-de-semana do feriado de 15 de Agosto, já que deixámos muito para a última da hora para marcar alguma coisa, lá a escolha foi para a zona de Tomar e Ferreira do Zêzere. A opção de hotéis já estava escassa e só havia um que nos despertava a atenção, a Estalagem Lago Azul.

Assim, lá montei o meu roteiro muito rapidamente com todas as coisas que eu sabia que queria fazer ou ver nas redondezas. A primeira paragem foi o Castelo de Almourol, que ficava bem no caminho entre Lisboa e o hotel onde íamos ficar. Este castelo tem a particularidade de ficar numa ilha no meio do rio Tejo, com paisagens espectaculares em volta.

Já no livro turístico a foto dava para ter uma ideia do quão bonito ele é, mas quando lá chegamos e olhamos para ele aí tudo fica melhor. Apesar deste castelo já estar um pouco deslocado da cidade de Lisboa, fiquei super admirada por ouvir tantos estrangeiros por lá a visitar. Só significa que cada vez mais o nosso país está a atrair pessoas para conhecer o mais a fundo, e não só a capital.

Este castelo tem uma história bem simples relacionada com a sua importância estratégica para travar batalhas. Ele foi erguido em 1171 por Gualdim Pais (mestre templário), sobre uma fortaleza romana. Apesar de muito do seu objectivo ser estratégico e defensivo, o castelo nunca foi invadido por forças invasoras.

A sua localização difícil de alcançar, a somar às muralhas altas e torres em volta, faz com que aumentasse a dificuldade de invasão e que o castelo pudesse servir como escudo contra tropas inimigas ou até mesmo como vigia, sem que com isso corresse perigo de ser tomado.

Como um bom castelo que ele é, tem umas quantas lendas que com o tempo foram sendo associadas a ele, principalmente contadas nos versos de Palmeirim de Inglaterra, no século XVI. As lendas contam histórias de gigantes e cavaleiros e dos combates do cruzado Palmeirim pela amada Polinarda. Outras lendas dizem ainda que o castelo é habitado pelo fantasma de uma princesa que soluça de amor pelo seu escravo mouro.

De resto, pouco mais se sabe sobre o dia-a-dia no castelo e outras histórias relacionadas. Em frente ao castelo está uma placa grande que conta um pouco da história e da função do castelo, enquanto que a parte das lendas fui retirar ao meu guia turístico. Então, acaba por ser um castelo muito conhecido pela sua beleza, mas nem tanto assim pelas suas funções na época em que foi construído.

Para chegar ao castelo vamos de barco, que tem o cais mesmo ali em frente, e ajuda também a compor a experiência única de andar pelas águas calmas do Tejo com o castelo em pano de fundo. O barquinho é super velhote e dá ideia que vamos quase dentro de água. É só esticar a mão e ela toca a água. Mas é super fofo e faz o trajecto num instante.

O interior do castelo é muito simples e acaba por não ser grande com muita coisa para ver. Pelo contrário! Rapidamente damos a volta ao castelo e o caminho de ida é o mesmo da vinda. Mas o importante aqui não é tanto ver a parte cultural da coisa mas sim usufruir do sítio onde estamos e da natureza à volta. 

Ali à volta, a zona é muito aproveitada para desportos aquáticos, como de resto será sempre assim até ao rio Zêzere. Pratica-se caiaque, nada-se, anda-se de mota de água, etc… O que não faltam são grupos a organizar este tipo de actividades ao longo do rio, mas muito mais nesta zona o castelo.

Agora óbvio que não podia deixar de falar nas fotos que tiramos ao castelo. Ele é muito fotogénico e ficará bem na fotografia em qualquer ângulo e período do dia. Nós fomos de manhã já perto da hora de almoço e o dia estava espectacular. Mas fiquei com aquela sensação que o castelo ao fim do dia, na hora do pôr-do-sol deveria render umas fotos bem bonitas.

Então, fica a dica para uma visita de passagem, a caminho de qualquer sítio nas redondezas, como por exemplo Ferreira do Zêzere, que é um pouco mais acima.