Mosteiro de Santa Clara a Velha!

Coimbra está cheia de pequenos lugares encantadores que merecem visita. Da última vez que fui lá, já faz mais de um ano, o propósito era conhecer mais do burburinho estudantil e ver a zona das universidades, que sem dúvida é um dos sítios mais importantes e que mais significam para a cidade.

Não é à toa que Coimbra é considerada o coração da tradição académica desde vários séculos e ainda persistem até hoje fraternidades de estudantes, coisa que não é vista no restante país. Até mesmo a capital não consegue fazer frente a Coimbra no que toca a espírito académico! Nisso tenho de dar a mão à palmatória. Mesmo para quem está mais alheio a tudo isto e nunca ligou muito a espírito académico e estudantes de traje preto, certamente é difícil ficar de fora e não se deixar levar por ele, quando se visita a cidade.

Mas, como estava a dizer, à parte as universidades, que ficam bem no centro da cidade histórica, os arredores também tem os seus pontos de interesse, como é o caso da Quinta das Lágrimas, que eu falei no post anterior. Na última vez que tinha estado por aqui, não deu tempo de apreciar os arredores, mas agora tive nova oportunidade e não desperdicei de todo.

Então, depois de passear pela Quinta das Lágrimas, ainda tivémos vontade e energia para ir conhecer o Mosteiro de Santa Clara a Velha, que fica bem pertinho. Tive uma surpresa bem agradável quando lá cheguei e percebi que estava em pleno primeiro domingo do mês e que, por isso, os bilhetes eram de graça. Daquelas felizes coincidências! 🙂

No post anterior da Quinta das Lágrimas eu tinha dito que a Fonte dos Amores tinha a função de levar água até ao Mosteiro de Santa Clara a Velha. Então, por aí já vemos quanto tempo de construção tem este Mosteiro, que remonta ao século XIII.

O Mosteiro foi mandado construir em honra de Santa Clara, mas desde a sua construção que suscitou algumas contendas entre ordens religiosas que ocupavam as redondezas do mosteiro. Estas contendas perduraram por anos e só no tempo da rainha D. Isabel, o mosteiro teve uma maior aceitação, quando ela se embrenhou na sua restauração, construindo uma zona de acolhimento para pobres.

Mais tarde, quando o rei D. Dinis morreu, a rainha decidiu ficar a viver aqui no mosteiro, doando muita da sua fortuna para as causas que defendiam. No seu testamento pedia que viesse a ser sepultada aqui quando morresse. Apesar disso, a rainha acabou por morrer em Estremoz.

O Mosteiro foi construido em estilo gótico e algumas partes já estão mesmo em ruínas, como é o caso de um dos claustros. No entanto, é perfeitamente possível andar por dentro do que restou do mosteiro, que até nem foi tão pouco quanto isso, e ir tomando atenção às plaquinhas a explicar a história do monumento e também a função de cada uma das zonas.

Antes de sair para a rua para fazer a visita ao mosteiro propriamente dito, ainda passamos por uma zona de exposição onde são mostrados objetos relacionados com o mosteiro e não só. São objetos que simbolizam o estilo de vida daquela altura e como viviam as freiras desta Ordem religiosa.

O ambiente estava meio chuvoso, tal e qual como na Quinta das Lágrimas, então eu tirei vantagem disso e joguei um bocadinho com as sombras dentro do mosteiro para tirar umas fotos bem interessantes, modéstia à parte. 🙂 É difícil prever quando vou estar inspirada, mas neste dia definitivamente estava.

Supostamente ainda existe o Mosteiro de Santa Clara a Nova, que fica bem perto também, mas como estava a ficar tarde para regressarmos a Lisboa, decidimos deixar para outra altura. Por isso, próxima vez que estiver por estes lados vou tentar dar uma escapadela para conhecer também o continuar da história desta Ordem religiosa de Santa Clara.

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