A experiência de viver em Estocolmo, na Suécia! – Capítulo 2

Quando pensamos em viver fora do nosso país, algo muito importante que ponderamos sempre é o custo de vida. Pois bem, o post desta semana vai ser inteiramente dedicado a esta área, que tantas dúvidas causam na altura de sair do país e é tão complexa. Porque envolve tocar em muitas áreas, cada uma com o seu custo.

3. Custo de vida 

O custo de vida na Suécia é, de uma forma geral, caro. Não há volta a dar, é um país caro, como de resto são todos os países da Escandinávia. A moeda é a Coroa Sueca e não o Euro, o que por si só já faz alguma diferença. O custo de vida, se for bem analisado não é nada demais comparando que o ordenado mínimo lá é de 2000€, o que faz com que uma pessoa viva bastante bem, mesmo com as coisas caras.

Aliás, as coisas só são caras para os pobres do sul da Europa que vêm passar férias ou mesmo viver durante algum tempo, a fazer estágio, como foi o meu caso. Então, se o objectivo é vir viver sem receber ordenado sueco, convém ter um pé de meia interessante já de Portugal, caso contrário vai ser complicado suportar as despesas.

Então dividindo os custos em várias áreas, posso começar pelos bens essenciais para a alimentação. Como eu tinha falado no post anterior acerca da alimentação, eles têm um padrão próprio de gastronomia, em que algumas coisas que para nós são óbvias, para eles não são. Então, se teimarmos em continuar a fazer uma comidinha caseira portuguesa poderemos gastar mais do que se formos introduzindo as receitas suecas.

Isto é válido para alimentos como o peixe, a maior parte da fruta e alguma carne. Depois há bens essenciais como a batata, o arroz, a massa, os cereais que também ficamos com a cara a banda a olhar para os preços. Isto porque eles são mais do dobro do que seriam em Portugal. O pão também é o drama de não encontrarmos o típico pão português por menos de 5€. De vez em quando ainda nos damos ao luxo de o comprar para matar saudades, mas só o dinheiro que gastamos nele, convém termos a certeza absoluta que é de qualidade!

Se for para comer fora, quer em restaurantes, take-away, bares ou discos, tudo eleva ainda mais! Eu tinha um cafézinho de eleição na zona antiga de Estocolmo (Gamla Stan), que vou apresentar ao pormenor porque realmente vale a pena. Mas eu aqui pagava 7€ por um bolo e algo para beber (chocolate quente, café), apesar de as proporções serem enormes. Por isso era de eleição!

Restaurante tinha um que adorava, italiano, e que era super chique e com um óptimo ambiente, e o mais barato dentro do caro (também vou apresentar melhor). Take-away/restaurante de pizza havia por trás da minha residência e também era barato dentro do caro. Então muitos estudantes da residência iam lá buscar pizzas para as nossas festinhas e não só.

Bebidas eram caríssimas, lembro-me de gastar 7€ numa cerveja, que apesar de ser típica etc etc, não justifica o dinheiro nunca na vida. Mas pronto, não há mesmo escapatória porque tem a ver com as taxas aplicadas pelo estado nas bebidas alcoólicas.

Depois o alojamento acompanha o caro também. Alugar casa não sai menos que 400€ e é um cubículo subterrâneo, que até pode estar bem decorado, mas não deixa de ser cubículo e subterrâneo. Por causa do preço das casas, eles muitas vezes optam por dividir com outras famílias, então em vez de pagar 800€, paga 400€. Hoteis não experimentei nenhum porque não precisei, mas quando fui a uma ilha a sul, pertença sueca, ainda paguei 50€ por um mini mini mini quartinho, com casa de banho partilhada, cozinha partilhada, enfim, tão a ver o estilo. Então acredito que em Estocolmo a coisa piore muito e quanto melhor for o hotel, pior ainda.

Eu vivi numa residência, onde pagava 350€, mais ou menos, por mês. O que lá é muito normal mas eu não achava piada, porque o quarto era pequeno e dividíamos tudo o resto com mais 30 pessoas. É super giro conhecer pessoas novas e partilhar aventuras, experiência para a vida (eu sei disso tudo!!!), mas a verdade é que cada um tem uma maneira de encarar as suas rotinas e mesmo os horários de trabalho são diferentes.

Mas tenho de admitir que cada vez que um ia embora eu chorava de saudade! 🙂 Sei que muito provavelmente não vou voltar a vê-los.

Transportes também super caros. Para o comum dos mortais é cerca de 100€, para estudantes é 50€. Mas mesmo assim não é mau de todo porque dá para usar mesmo em comboios e barcos (Estocolmo é formado por várias ilhas), então com este passe eu ia para vilas nas redondezas.

Vou incluir também a parte da diversão, tipo desportos de Inverno, entre outras coisas. É assim, em relação à diversão, bilhete de museu, bilhete de pista de gelo, e por aí fora, não achei que variasse muito do que é feito cá em Portugal, isto porque eu já acho que em Portugal eles se esticam. Então toda a gente se estica! Esta é a sensação que fica. Não adianta o país que seja, na hora da diversão, a malta gosta de cobrar.

E pronto, acho que foquei no essencial! Era para esticar ainda um bocadinho e falar sobre as opões de acomodação e como escolher, mas como eu previa, a área do custo de vida é enorme e já encheu o post. Com isto já toquei em partes que noutros posts vou aprofundar um pouco mais. 🙂