La Alhambra de Granada

Lugar mais fascinante e único acho que nunca tinha visto antes! Ainda tenho muito para ver e conhecer, mas eu acredito que este lugar é de passagem obrigatória. Talvez não haja tão pertinho de nós um lugar que nos transmita realisticamente como era a cultura mourisca e como eles viviam naquela altura.

O La Alhambra é um bocadinho a extensão do que já tínhamos visto em Córdoba e Sevilha, mas aqui eles esmeraram-se a sério e o produto final ficou muito bonito mesmo. Além de que o complexo é enorme e cada pedacinho dele conta a história de um rei diferente, já que muitas alterações foram feitas no tempo dos reis cristãos. Um bocadinho do que também aconteceu nos outros Alcazabas.

O complexo é formado pelo Alcazaba que é a estrutura mais antiga, primeiramente construída por vários califas, durante a dinastia Nasrid. E como esta dinastia queria dar uma imagem de poder e soberania, não se poupou na hora de construir o maior e mais requintado complexo.

Então, para além do Alcazaba, dedicado a abrigar o exército, também vários palácios foram sendo construídos ao longo da dinastia. Os aposentos principais estão mesmo por trás do Alcazaba, e actualmente é formado por um conjunto intrincado de salas e pátios lindos! Todos estes palácios foram sendo reajustados mesmo sob o domínio cristão, até porque o complexo levou um arrombo na altura da invasão de Napoleão. Toda a guerra e confrontos causaram dano em certo momento da história, mas a verdade é que o desejo de reerguer novamente algo majestoso falou mais alto, e com os anos tudo voltou ao normal.

Também contribuiu o interesse dos reis cristãos pela arquitectura mourisca, que fez com que todos os pormenores da reconstrução fossem feitos a pensar nessa cultura. Resultado final aprovadíssimo!

Para além dos palácios principais também há um espaço mais desviado do complexo, e que já não está dentro das muralhas, que era usado pelos califas para fugirem um pouco dos problemas da governação e de todas as guerrinhas internas. Então, O Generalife foi criado a pensar no ambiente de paz e descontracção, com jardins de cortar o fôlego de tão bonitos.

O caminho até lá leva-nos por outras habitações de famílias que não pertenciam aos califas, mas que eram influentes na sociedade, por isso também é interessante apreciar a forma como a sociedade vivia e interagia naquela altura. Parte do caminho também é feito na rua principal, onde em tempos era feito o comércio e hoje em dia estão as várias lojinhas e cafés a servir o turismo.

Ali no centro do complexo está o Palácio do rei D. Carlos V, que foi um rei que se apaixonou por todo o ambiente do La Alhambra e decidiu construir aqui um palácio para que pudesse vir para aqui quando quisesse. Apesar de se notar que nada tem de mourisco, o exterior está muito bem trabalhado e o interior é fantástico.

Mas pronto, óbvio que o que mais me atraiu foi mesmo a grandeza dos palácios porque eles são todos pensados ao pormenor, com uns pátios interiores lindíssimos, cheios de fontes e carreirinhos de água. As salas têm pormenores riquíssimos tanto nas paredes como nos tectos abobadados. E cada sala tem o seu significado e utilidade, mesmo ao pormenor das portas. Uma servia para os califas e sua família passarem, e a outra para os súbditos que ocasionalmente tinham sessões com o califa.

E os jardins? Aiii que coisa mais linda! Realmente bom gosto não lhes faltou e não admira como todos os reis que vinham visitar o La Alhambra ficavam completamente rendidos e gostavam de lá ficar um tempinho. Tudo muito bem organizado, jardins com vários patamares, cheios de fontes e lagos. Pormenor dos lagos pensados para reflectir a fachada do palácio.

À volta dos palácios está uma muralha a circundar todo o complexo, excepto a “casa de campo” (Generalife), que está em muito bom estado de conservação. Não dá para percorrê-la, mas na zona do Alcazaba dá para subir à torre mais alta, onde eram feitas as vigias. E daqui dá para ver tudo realmente!