Dicas práticas para viajar de carro

Desde a minha exploração à Andaluzia o ano passado, que esta modalidade de viagem tem-me facilitado bastante a vida e confesso que cada vez estou mais rendida. E com o tempo e as várias viagens de carro, entre Portugal e Espanha, já aprendi alguns truques e já me sinto confortável para dar dicas. Principalmente se é uma viagem grande, a outro país, e com várias cidades que queremos visitar.

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Viajar de carro acabou por ser uma opção no topo da lista, dado a liberdade que isso nos dá. Deixamos de estar presos a transportes públicos ou a uma única cidade, o que nos permite ver mais coisas ao nosso ritmo e sem perder tempo. Claro que isso para muita gente pode ser um bicho de sete cabeças e o medo do desconhecido pode falar mais alto quando se trata de conduzir em países que não o nosso. Mas hoje em dia o GPS é uma ajuda preciosa nas nossas vidas e um bom investimento como este, já é o suficiente para nos dar a liberdade e segurança necessárias de embarcar numa aventura além fronteiras.

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A primeira coisa que faço quando planeio uma viagem destas é definir quantos dias tenho disponíveis e qual a zona/cidades que vou querer visitar. Normalmente defino sempre 1 dia para visitar 1 cidade. Isto porque ainda não incluí nestes roteiros de carro, cidades ultra turísticas com muita coisa para ver e fazer. Aí nesse caso, já é bom pensar se 1 dia é suficiente ou se o ideal é adicionar mais uns dias numa só cidade.

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Depois, geralmente utilizo o ViaMichelin para planear o percurso que vamos fazer e avaliar os custos de gasóleo e portagens. Este site está muito bem estruturado porque tem a opção de planearmos a nossa viagem por etapas. E no final dá o ficheiro em pdf da nossa viagem, com mapas, indicações da estrada, etc. Ou seja, conseguimos planear muito bem o roteiro que queremos fazer, ver os quilómetros, se é viável, se é o melhor percurso. Enfim, este é o grande passo inicial.

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Mas se há coisa que aprendi durante estas viagens de carro é que mesmo um bom roteiro pode sofrer alterações, quer porque afinal já não nos apetece fazer aquilo, ou despachámos-nos mais cedo do que imaginávamos, então ainda dá para fazer a outra coisa que não estávamos a contar. Por isso é que eu prefiro mostrar o meu roteiro final, do que dar o inicial e depois metade foi ao lado, ou acrescentei muito mais, enfim…

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Então ponto número dois: vá sempre com um espírito aberto para as suas viagens e não se agarre muito ao que leva no papel. É importante cumprir roteiros, mas mais ainda é ser surpreendido ou deixar-se surpreender. Para aumentar ou diminuir este clima de aventura pode escolher marcar ou não marcar hotéis com antecedência. Eu experimentei as duas maneiras e nas duas deu certo. Mas também, a viagem maior de carro que fiz, pela Andaluzia, onde não marquei hotel nenhum, não me imaginava a fazer de outra maneira. Nós acabámos por acrescentar tantas mais coisas e ir tão ao sabor do vento, que eu agradeci no final da viagem não ter marcado nenhum hotel.

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Já as outras mais curtas que fiz, geralmente fins-de-semana prolongados, como os roteiros eram mais pequenos, eu sabia que ia estar sempre por aquela zona, e então marquei hotel. Foi até bom marcá-lo. Assim conseguimos reservar uns bem interessantes, que nos ajudaram a relaxar bastante depois das caminhadas do dia.

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Mas falando em viagem de carro, na prática! É importante fazer um mini check-up ao carro antes da viagem grande e também manter sempre o depósito de olho durante toda a viagem. Não vale a pena deixar ir muito abaixo porque nunca se sabe por que becos e ruelas se vai enfiar. Então, na hora de sair da serra/caminho de cabras/por aí fora, é bom ter a segurança de que o depósito aguenta a “pedalada”.

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Dicas importantes a ter em conta quando estaciona o carro nas cidades, ou quando escolhe o hotel numa cidade! Por Espanha, e cada vez mais em Portugal, os parquímetros estão por tooodo o lado. E quando não são parquímetros, não há outra opção que não seja estacionar em parques subterrâneos. Isto foi a ordem do dia na minha viagem à Andaluzia. E depois como escolhia sempre hostels, eles ficavam no centro da cidade histórica e isto ainda piorava mais o estacionamento. Eram ruas empedradas, onde não era permitido estacionar, e muitas vezes, nem o carro podia passar.

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Então, se vai escolher hotel, escolha fora da zona central/histórica, e de preferência com parque de estacionamento incluído. Ao longo do tempo fui aprendendo os truques! É a errar que se aprende. 🙂

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Se vai só passar o dia pela cidade, ou se o hotel fica afastado da cidade e inevitavelmente vai precisar de sítio para estacionar, então eu aconselho a procurar um sítio que seja mais ou menos perto do centro, quer seja a pagar ou não, e a deixar lá o carro durante todo o dia. Sim, deslocar-se a pé é a solução mais viável, até porque a maioria do que tem em mente visitar, vai estar numa zona de estacionamento difícil ou até mesmo impossível. E, por outro lado, compensa mais pagar um dia de parquímetro ou subterrâneo, do que 1 hora aqui, outra ali, outra acolá. Ao final do dia o valor triplica. Não compensa mesmo!

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Claro que há zonas/cidades/vilas em que é mais fácil estacionar, e mais importante, estacionar sem pagar. Aí óbvio que o ideal é estacionar o mais perto possível da zona que vai visitar e depois, mais uma vez, fazer o caminho a pé. E porque é que estou a insistir tanto com andar a pé? Porque é mesmo impraticável andar o tempo todo com o carro atrás, à procura de estacionamento, a pôr moradas no GPS, a pagar estacionamentos… É muita canseira, e não vale o conforto de ir de carro. O carro só é importante para deslocações à periferia de cidades, para encontrar qualquer coisa imperdivel nos arredores da cidade, ou mesmo deslocando-se entre cidades.

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Falando se é fácil ou não conduzir num país estranho. Até agora, não conduzimos além de Espanha (no entanto, estamos a planear ir além), e o que posso dizer sobre a experiência é o melhor do mundo. Em primeiro lugar não há portagens, o gasóleo na maioria das vezes é mais barato, as auto-estradas estão muito bem sinalizadas e em óptimas condições. Enfim, só tenho a dizer maravilhas mesmo.

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Agora, conduzir no centro de cidades, aí já recomendo mais calma. Claro que depende sempre de cidade para cidade. E eu notei que no sul de Espanha eles têm uma tendência bem mais suicida do que na Estremadura. Normalmente arrancam antes do sinal verde abrir, fazem umas curvas meio manhosas e as motas aparecem do nada sempre a acelerar. Mas, apesar disso, continuo a considerar o carro como a melhor opção.

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Se, por acaso, por alguma infelicidade do destino, chegar ao carro e tiver uma multa de estacionamento, é fácil de resolver. Basta ir ao parquímetro, inserir o papelinho da multa e pagar basicamente o tempo que ali esteve estacionado. Simples! Nós não sabíamos e andámos feitos loucos à procura do “Ayuntamiento” (Câmara Municipal) para pagar a multa. Andámos, andámos e nunca estávamos no sítio certo. Então passou uma hora da multa e aí já se paga a doer.

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Resumindo, o carro é o nosso fiel amigo para as nossas, cada vez mais frequentes, road trips. Gostamos tanto que alugar carro também passa pelos nossos planos num futuro próximo. Quando isso acontecer complementarei as minhas dicas de como viajar de carro, até porque de certeza terei muitas mais à medida que for viajando por outros países e climas.