No fim de semana passado o Carlos teve de ir trabalhar para Óbidos, mas como não ocupava muito tempo da tarde levou-me com ele para depois passearmos. E eu agradeci o facto de ser em Óbidos porque já não mexia na máquina desde as mini-férias do Gerês e estava com umas ideias que queria experimentar com calma. Já disse que durante as férias muitas vezes sinto que não tirei a foto ideal e há poucas que realmente me fazem ver e rever e mesmo assim adorá-las.
Tudo bem que eu gosto de ver as fotos que tiro, mas é porque estou a rever o sítio que estive e não pela foto em si. E isto acontece simplesmente porque não há tempo de explorar todos os recantos e ângulos e intensidade de luz, bla bla bla…por aí fora. Então, sozinha (durante uns largos minutos) e com tempo, foi a desculpa perfeita para explorar os recantos de Óbidos.
Já tínhamos estado em Óbidos antes, mas foi sempre pelas feiras de Natal que costumam organizar todos os anos. Para além dessa, também fazem a feira Medieval e de Chocolate. E o ambiente é totalmente diferente! Tem muito mais pessoas, barraquinhas por toda a parte, figurantes por toda a vila, um ambiente super divertido e de festa! Acho fundamental conhecer a vila numa destas alturas, porque captamos logo o espírito da era medieval, já para não falar que a vila tem luz e vida próprias.
Mas, a vila tem vida para além das feiras, e vale a pena ser visitada sem elas, sim! Em primeiro lugar é bem mais sossegada e sem multidões, e por essa razão acabamos por descobrir recantos e caminhos que nunca tínhamos dado conta. Também olhamos para a vila com outros olhos e descobrimos a sua beleza própria, que não precisa de festa para existir.
As muralhas que rodeiam a vila remontam ao século XIV, quando foi oferecido por D. Dinis à sua mulher (Isabel de Aragão) no dia do seu casamento. A vila passou por vários períodos, mas o ponto alto foi quando D. Afonso Henriques conquistou o castelo aos mouros, e daí em diante a vila prosperou tornando-se um importante porto, que mais tarde com o assoreamento do rio, deixou de o ser.
A vila tem uma rua principal onde está todo o comércio e restauração, que liga a povoação de uma ponta a outra. O comércio está muito ligado ao licor em copo de chocolate e daí a quantidade de tasquinhas a vender este licor, tanto em garrafas, como em copo de chocolate. Uma delícia! 🙂 Também existem umas lojinhas com vários tipos de chocolate e uma livraria muito original: as prateleiras dos livros são feitas de caixas da fruta e os livros são todos uma relíquia. Também há outra livraria, esta mais moderna, muito engraçada ao pé do castelo. Foi construída nas instalações da igreja que aí está, ou seja, por fora é uma igreja e quando entramos tempos uma agradável surpresa.
Não é de admirar que por lá se encontrem vários turistas, a vila é mesmo pitoresca e o conjunto das casinhas brancas com canteiros floridos, telhados laranja e as muralhas à volta dão a impressão de que estamos noutra época. Percorrer toda a muralha, dando a volta à vila, é possível mas tem de ser feito com cuidado porque há zonas mais estreitas que outras e escadas íngremes em certas zonas.
Esta vila está relativamente próxima de Lisboa, por isso é ideal para um dia de passeio a partir de Lisboa, se tiver carro, ou um fim-de-semana romântico, já que existem hotéis com spa excelentes na periferia.