Paris – Montmartre

A zona/bairro de Montmartre é a que fica mais afastada do centro turístico, ou seja, de todas as restantes zonas turísticas da cidade, como a Torre Eiffel, Catedral de Notre Dame, por aí fora… No entanto, é nesta zona que se encontra o Sacré-Coeur, e o Moulin Rouge, tornando quase obrigatória a passagem por aqui. Então, torna-se um pouco dilema, porque por um lado queremos aproveitar o centro turístico, mas por outro há que dar a mão à palmatória de que esta igreja tem uma arquitectura única, como não há sequer parecido no resto de Paris (já para não falar no resto do país, e por aí adiante).

Então, a minha sugestão é reservar um final de tarde para dar um saltinho a esta zona, até porque o pôr-do-sol nas escadarias do Sacré-Coeur é algo especial. Muito provavelmente não vai dar para ver muito mais para além do Moulin Rouge, Sacré-Coeur e as ruelas que estão no meio caminho, a não ser que queira fazer uma visita corrida às redondezas. Mas mesmo que não faça, asseguro que a visita não ficará desperdiçada, nem ficará com sentimentos de arrependimento.

A saída de metro ideal para chegar a Montmartre é a Blanche e a surpresa começa logo à saída do metro, porque o Moulin Rouge vai estar logo ali, no outro lado da estrada. Então é aquela sensação de “já vi isto tantas vezes em fotografia e agora ‘tou de frente para ele”. E esta sensação vai repetir-se e repetir-se durante a estadia em Paris.

Depois de apreciar e tirar fotos (muuuitas!!!) ao Moulin Rouge segue-se a ruela estreita e inclinada que sobe e depois de uns 5 minutos, que podem se estender bastante se as lojas de souvenirs (que estão pela rua toda) falarem mais alto, chegamos ao início da escadaria para o Sacré-Coeur. E ele está lá no alto, imponente e lindo, iluminado pelo Sol (nota-se muito que fiquei apaixonada??).

A basílica de Sacré-Coeur foi produto de uma promessa feita entre dois empresários católicos (Alexandre Legentil e Hubert de Fleury), aquando da Guerra Franco-Prussiana, em 1870. Eles prometeram construir uma basílica dedicada ao Sagrado Coração de Jesus se a França não fosse aniquilada. Apesar da derrota na guerra e do cerco a Paris, a França escapou da ruína e é então que a basílica é construída, em 1875. A consagração foi adiada de 1914 para 1919 devido à I Guerra Mundial, onde desta vez a França saiu vitoriosa.

Para subir até lá acima pode optar pelo funicular que está do lado esquerdo da escadaria um pouco tapado pela vegetação. Nós nem reparámos nele, tal era a ânsia de chegar lá a cima, e também para fugir aos vendedores de pulseiras que insistem em vender uma. Chegaram a agarrar-me o braço, o que me assustou um bocadinho ao início, mas depois percebi que era normal. E o local também está cheio de polícias por isso não corremos perigo.

O ambiente do local é contagiante, com as escadarias cheias de parisienses e mesmo turistas sentados, a beber um copo de vinho, ou mesmo só a conversar descontraidamente. É comum ver-se vendedores e artistas de rua ao longo da escadaria, mas estes muuuito mais inofensivos.:)

Ao pé do Sacré-Coeur também há uma praça (Place du Tertre) onde estão imensos retratistas e artistas plásticos com os seus quadros expostos, retratando o verdadeiro espírito desta zona, que está associada aos artistas há 200 anos. Hoje em dia, estes quadros são na sua grande maioria vendidos aos turistas que por aqui passam.

Como Montmartre fica numa colina, do alto da escadaria do Sacré-Coeur está uma varanda que dá uma panorâmica óptima de toda a cidade de Paris, que se estende no horizonte. É engraçado ficar ali largos minutos a tentar encontrar a Torre Eiffel ou a observar os prédios, tentando perceber no guia o que são.

E o dia acaba sentados na escadaria, a apreciar o ambiente parisiense à nossa volta.