Braga – Bom Jesus do Monte

Este é um daqueles símbolos do nosso país com visita obrigatória. Há um ano que andávamos a falar que queríamos conhecer algumas cidades do Minho e também o Gerês este Verão. Que íamos reservar uma semana para explorar toda esta zona! Mas a mudança nos empregos trocou as voltas completamente e, visto que não temos férias antes de Novembro, só nos restou aproveitar aqueles 3 dias do fim-de-semana prolongado e conhecer o Gerês.

Mas no regresso a casa, o GPS fez-nos passar por Braga, e apesar de já ser finalzinho do dia, fizémos o desvio e fomos conhecer o Bom Jesus em tempo recorde. Eu nem li nada do que vinha no Guia turístico, só me importei em tirar fotos atrás de fotos e quando seguimos viagem, então li acerca do Bom Jesus, e do significado de cada recanto e pormenor. Sim, tudo tem história e propósito!

DSC_0435

Para visitar o Bom Jesus, a maneira mais fácil é deixar o carro cá em baixo e apanhar o elevador até ao topo. Se tiver com tempo, pode obtar por descer a pé (que até nem custa muito), mas também existe bilhete ida-e-volta, por isso é só escolher o que prefere. Também pode obtar por levar o carro até acima à igreja e estacionar aí, mas é ponto assente que estará mais confusão e falta de sítio para estacionar.

DSC_0414

 

DSC_0418

A nossa visita resume-se a: subir no elevador, eu desci as escadas até ao miradouro redondo para tirar fotos do escadório e tornei a subi-las, tirámos fotos no jardim em frente à igreja e ainda fomos apanhar o mesmo elevador que tínhamos vindo para cima. Fiz exercício para um mês, mas fiquei mega feliz porque finalmente tinha conhecido o Bom Jesus que só via em fotos. Sem contar com as vistas espectaculares da cidade!

DSC_0431

 

DSC_0436

 

DSC_0440

Quando passei as fotos para o computador deu-me um mini ataque cardíaco porque vi que ao receber a máquina do Carlos (depois de subirmos o elevador) não reparei no efeito que a máquina trazia da última foto que ele tinha tirado antes de me dar. Ou seja, o facto das fotos no escadório estarem todas com o mesmo efeito não significa que eu fiquei viciada nele, muito pelo contrário. O efeito ainda acabou por estragar algumas fotos, que não ficaram nada estéticas. Mas pronto, ele já prometeu que vamos lá de novo para tirarmos fotos decentes!DSC_0438

Virando as atenções para o Bom Jesus, este foi construído em 1811, depois de o arcebispo de Braga ter idealizado o enorme escadório barroco em 1722. A parte inferior do escadório, aos zigue-zagues simboliza a Via-Sacra, com várias capelas que representam os passos que levaram à crucificação de Cristo. O escadório central chama-se Escadório dos Cinco Sentidos e, como o nome indica, representa os nossos cinco sentidos (um em cada patamar) através de fontes.

DSC_0439

 

DSC_0443

 

O escadório superior tem três patamares, chama-se Escadório das Três Virtudes, representando a Fé, Caridade e Esperança. Ao longo do escadório também estão representadas várias figuras bíblicas e mitológicas e em frente à igreja estão oito estátuas de pessoas que condenaram Cristo, entre elas Herodes e Pilatos.

DSC_0442

 

DSC_0447

 

DSC_0448

O elevador é, quase por si só, uma atracção à parte. isto porque está activo desde 1882 e ainda funciona com sistema hidráulico. Na velha estação ainda se vê a palavra “Saída” à moda antiga e é engraçado ver que o equilíbrio entre o peso dos dois elevadores (um sobe ao mesmo tempo que desce o outro) é feito através de água. Sim!! Quando há um elevador que vai mais vazio, tem de pôr água para equilibrar o peso.

DSC_0429

 

DSC_0409

A área à volta da igreja não explorámos, mas segundo o meu guia existe um parque com um lago que tem barquinhos, dois hotéis e um restaurante. Portanto, tem todas as condições para passar uma tarde agradável e subir-descer o escadório com toda a calma do mundo. 🙂

Sessão fotográfica n’ “O Baeta”

Este post já vem quase um mês atrasado e foi um pouco por causa da sessão que nós decidimos criar o blog. Antes de mais nada devo dizer que nós fizémos a sessão dois dias depois de comprar a máquina e tinha a única intenção de tirar fotos de qualidade para que os donos do estabelecimento (amigos do Carlos) pudessem publicitar o seu espaço, o melhor possível, na sua página do facebook.

DSC_0078

Ou seja, tudo partiu de uma “brincadeira” que nós adorámos participar e que ficámos até bastante satisfeitos com o resultado final. Acabei por não mostrar aqui a sessão porque metade das fotos foram descarregadas da máquina directamente no computador deles e então achei que devia esperar para mostrar tudo como deve ser.

Mas, eis que esta semana sai na revista da TV7dias um artigo sobre esta barbearia com… uma foto nossa. Ok nada de histerismo, é só uma foto! Mas dá aquele brilhozinho no olhar saber que é um pedacinho nosso que está a ser partilhado naquela revista. Então isso motivou-me a escrever hoje sobre a sessão que fizémos, até porque um dos objectivos deste blog também é mostrar o que vamos fazendo em termos fotográficos.

DSC_0012

DSC_0032

E as fotos que podemos tirar durante as viagens muitas vezes não contam porque estamos mais preocupados em captar o local do que propriamente fazer algo com cunho pessoal. Muitas vezes não temos tempo para isso!

As fotos que tirámos no salão foram no dia da abertura e a ideia surgiu do Carlos que foi lá de manhã cortar o cabelo e lembrou-se de sugerir tirarmos umas fotos do espaço para serem colocadas na página do facebook deles. Então, ele levou-me com ele e juntos tirámos fotos à tarde, mais para captar o movimento e o trabalho deles, e também à noite, desta vez com as fotos mais focadas na interacção entre os donos e o espaço.

DSC_0026

DSC_0045

DSC_0047

DSC_0029

Devo dizer que a decoração está espectacular, muito ao estilo vintage, e tudo isso ajudou a que as fotos também ficassem com boa qualidade. Vale a pena uma visita, até porque o trabalho deles é excelente e são de facto muito dedicados. Portanto, aqui fica a sugestão de visitarem esta barbearia que está localizada mesmo no centro do Montijo!

DSC_0021

DSC_0076

DSC_0085

“O Baeta – Pedro’s”

Avenida Dom João IV Nº7 Loja 6
Montijo

Gerês, onde comer e dormir?

Hoje é dia de falar na parte prática da viagem e dar algumas opiniões pessoais, como tinha prometido antes de ir. Como repeti várias vezes ao longo dos posts, existem ideias pré-feitas em relação ao Gerês e uma delas é claramente a zona em que nos focamos quando pensamos conhecer o Parque Natural. É ponto assente que a vila do Gerês vai estar no topo da lista quando se trata de alojamento e todas as cascatas ou outros pontos turísticos que queremos conhecer vão também estar na serra à volta. Mas o Gerês não é só feito desta zona! Se formos mais para norte já temos a zona do Parque Natural da Peneda, que recebe o nome da serra da Peneda, e não fica nada atrás em termos de beleza.

DSC_0393

Alimentação:

Sim, quando toca a restaurantes, naturalmente que se nota a diferença na quantidade de opções que se encontra no Gerês comparado a Castro Laboreiro. Mas em relação a preços a diferença não é absolutamente nenhuma na minha opinião. Claro que depende do que se come. Se escolhermos comer a carne típica da região e quisermos provar o vinho típico também, todas estas particularidades se pagam. Mas isto aplica-se em ambas as zonas, sem distinção.

DSC_0309

 

 

Nós, sem sabermos, acabámos por almoçar (em Castro Laboreiro) num dos melhores restaurantes da zona, “Miradouro do Castelo”. Mas só nos apercebemos depois de lá estar, quando ouvimos uma pessoa comentar que tinham vindo de propósito comer ali porque o restaurante lhes tinha sido recomendado.

Para nós foi mais uma questão de ser mais prático!! Estávamos hospedados no hotel onde está o restaurante e, como tínhamos vindo mega cansados da actividade Canyoning, foi tomar um banho e descer. Ok, eu confesso que também tinha nos meus planos subir logo a seguir para uma sesta, mas depois o Carlos puxou-me as orelhas.

DSC_0378

Nós decidimos que os almoços iriam ser recheados de coisinhas típicas da região, enquanto que os jantares seriam mais para petiscar, até porque habitualmente não jantamos grande coisa no nosso dia-a-dia. E foi isso que fizémos! O nosso almoço em Castro Laboreiro foi Naco à Mirandesa, que tinha sido super gabado por amigos antes de virmos para o Gerês, acompanhado de vinho da região (Alvarinho).

foto 1

 

foto 2

Na vila do Gerês o nosso almoço também foi tradicional, dentro da carne mirandesa e outra marca de Alvarinho, mas o preço foi o mesmo. Ou seja, a grande diferença que me apercebi não está nas zonas, mas sim no tipo de pratos que comemos e claro, se queremos experimentar o vinho da região. Isso já depende da preferência de cada um e a nossa foi experimentar a 100% aquela região.

DSC_0316

Se existem restaurantes mais baratos e com comida típica? Daquilo que andei a deitar o olho não achei que os preços variassem grande coisa no que toca a pratos típicos e mesmo entre os habituais pratos de restaurante.

Em Castro Laboreiro, o restaurante “Miradouro do Castelo” tem uma varanda coberta com uma vista espectacular das montanhas à volta, e claro, do famoso castelo no alto. E a minha sugestão é mesmo que não percam muito tempo a escolher restaurantes (porque o preço não varia assim tanto) e se foquem em escolher o que tem o melhor ambiente ou, neste caso, a vista perfeita.

DSC_0387

 

DSC_0404

Em relação à vila do Gerês ficámos no restaurante “Gerêsinho” só porque estava logo a seguir à zona onde estacionámos o carro e porque também tinha uma esplanada bem interessante. Só!! Comemos igualmente com óptima qualidade e pelo mesmo preço.

DSC_0312

Alojamento:

O que não falta são hotéis ao longo do Parque Natural mas neste campo, tenho de admitir, que o hotel das termas, bem no centro da vila do Gerês, me despertou a curiosidade desde o início. As fotografias que vi do hotel, com as piscinas, decoração dos interiores, uma janela enorme sobre o rio… Bem, acho que já disse tudo!

Novamente digo que existe mais variedade de hotéis na vila do Gerês do que propriamente em Castro Laboreiro, mas estes últimos têm as suas vantagens em relação aos outros. Primeiro: estão localizados numa zona priveligiada mesmo ao lado de montanhas a perder de vista. Como não existem tantas construções em Castro Laboreiro, os hotéis têm todos esta vista lindíssima! Segundo: como estão longe do centro turístico a tendência é que os preços sejam mais baixos e que hajam várias promoções, como a que aproveitei.

DSC_0372

As vantagens dos hotéis na vila do Gerês estão, por razões óbvias, relacionadas com o maior movimento nas ruas, tanto de dia como de noite, e a opção de usufruir das termas.

Nós ficámos no hotel “Miradouro do Castelo” (mesmo nome que o restaurante) e adorei o serviço da equipa super simpática. Obviamente que o hotel não tinha os luxos das termas, mas estava tão acolhedor, bem cuidado e organizado que é mais do que certo voltar lá quando estiver por aqueles lados. Já para não falar da vista da janela, logo pela manhã!!

DSC_0375

Algo que me apercebi enquanto lá estive é da crescente parceria entre os hotéis e as empresas que organizam as várias actividades desportivas e/ou radicais pelo Parque Natural. E estas empresas estão espalhadas pelas várias zonas, não só na vila do Gerês. Por isso não há desculpas para não experimentar uma das actividades, que podem ser arborismo, canyoning, canoagem, rappel, caminhadas, passeios de bicicleta ou de buggie, entre muitos outros.

DSC_0363

 

Explorando o Parque Natural do Gerês

Quando pensamos no Gerês o que vem logo à ideia é férias sem stress, ar puro, paisagens de tirar o fôlego, e por aí fora… Sim, foi tudo isso para mim e muito mais! Acrescento o exercício físico intensoo, caminhadas sem fim e desporto radical. E tudo para desfrutar o máximo possível do Gerês. Se me arrependo? Se há coisa que aprendi até hoje é que chega de promessas de que as próximas férias vão ser descontraídas e nas calmas. Simplesmente não dá! É contra a minha natureza e cada um deve aprender a aceitar certos factos inevitáveis que fazem de nós aquilo que somos. (Foi profundo!! :D)

Então este meu último dia pelo parque foi dedicado única e exclusivamente à zona turística do Gerês, atrás de cascatas que vêem nos guias turísticos. E, por essa razão, foi o único dia que estava realmente planeado ao pormenor e que foi quase cumprido à risca.

DSC_0092

Começámos o dia pelas termas de Torneiros, que eu gostei tanto que fiz um post só para gabar o sítio, e continuámos viajem para sul até entrar em Portugal. E logo à entrada de Portugal está uma das mais belas e conhecidas cascatas do Gerês – a Portela do Homem.

DSC_0088

 

Para chegar até ela fizémos a nossa primeira caminhada do dia porque o estacionamento está localizado a uns valentes metros de distância (arrisco os 200 metros mas não sei ao certo). Só sei que íamos tão animados para a primeira cascata e de repente: “É proibido parar ou estacionar o carro lá em baixo na cascata”, disse um senhor que estava a controlar e a receber a contribuição monetária pela entrada na zona protegida da Mata da Albergaria. Mas isso é outra história à parte!

DSC_0053

Não tivémos outro remédio que não estacionar e andar estrada abaixo por 10 minutos, segundo as minhas contas. O que é muito relativo, traduzido para metros. Mas parando de reclamar. Quando chegamos ao local da cascata, não dá para tirar os olhos dela. A água é transparente e cristalina e super acessível a banhos. Eu diria que foi a cascata com acesso mais fácil para se tomar banho, de todas as que vi ao longo da viagem.

DSC_0073

Logo a seguir à Portela do Homem começa a Mata da Albergaria, que nós atravessámos em direcção à vila do Gerês. A Mata da Albergaria está distinguida a nível Europeu como uma das Reservas Biogenéticas do Continente Europeu, devido à presença de flora e fauna únicas e aqui preservadas. Ao longo do percurso existem vários ribeiros e rios, azevinho (espécie protegida), marcos milenares, entre outras espécies importantes que fazem esta zona ser considerada o “coração” da serra do Gerês.

DSC_0103

Nas suas extermidades estão casinhas com os tais guardas que, a partir do período do almoço (+/- 12h) começam a cobrar a entrada na Mata da Albergaria. Não é nenhum exagero monetário e acho que, se é para conservar aquela zona, então é uma quantia irrisória. Tenho pouquinhas fotos da Mata por uma infeliz junção de acontecimentos: havia sempre carros a passar por nós e atrás de nós (tornando dificil parar o carro), a vegetação era tão densa que fotos em andamento não resultaram e fotos através do vidro da frente ainda pior por causa do reflexo. Desespero!!!

DSC_0106

Depois de atravessar a Mata da Albergaria, fomos sempre em frente e fomos ter a um cruzamento com várias indicações. Aí é fácil, é só seguir a seta que diz Pedra Bela e começar uma subida acentuada serra acima. Sempre que apareçam cruzamentos ou entroncamentos é só seguir a seta para o Miradouro da Pedra Bela. É super simples de lá chegar, como o é a todos os pontos turisticos do Gerês graças às indicações que vão aparecendo pela estrada.

DSC_0142

DSC_0146

O Miradouro da Pedra Bela não tem nenhuma cascata, mas tem a melhor vista sobre o Parque Natural do Gerês que eu vi em toda a viagem. E tenho as minhas dúvidas que haja outra parecida! Quando subimos e descemos estradas, quase nos esquecemos a altitude que estamos, e é neste sítio que isso toma dimensão, quando olhamos à nossa volta e percebemos que estamos beeem no alto.

DSC_0145

DSC_0152

Já para não falar da paisagem que nos rodeia! Daqui do alto vemos a serra do Gerês, a vila do Gerês mesmo por baixo de nós e o enorme vale com a Albufeira da Caniçada que marca o limite sul do Parque Natural. Tudo isto do alto de uma …pedra!

DSC_0166

DSC_0148

Do topo do “mundo” (pelo menos da serra do Gerês :)) fomos para a Cascata do Arado que é bem pertinho dali e mais uma vez é só seguir as placas. Indicações importantes: Quando chegarem à terra batida, levem o carro até à ponte com dois arcos e estacionem aí.

DSC_0198

DSC_0200

DSC_0262

A Cascata do Arado fica logo aí, mas o caminho tem de ser feito pelas pedras do rio se quiser ir ao banho ou, subir a escadaria em pedra para ir ter ao miradouro sobre a cascata.

DSC_0211

DSC_0213

DSC_0217

Nós subimos ao miradouro e eu ainda trepei mais um pouco em busca de uma aberta nas árvoraes para ver a cascata no seu melhor. Na altura que lá fomos estava a ser feito Canyoning na cascata, o que já dá para ter uma ideia do que é o desporto e do que nós fizémos um dia antes. Bateu uma certa saudade ao vê-los fazer aquilo, confesso! 🙂

DSC_0242

DSC_0236

DSC_0238

A Cascata do Tahiti foi a próxima paragem! Esta Cascata tem tanto de fama como de secretismo, já que é a única cascata, das não selvagens, que não está sinalizada. Para lá chegar tirei umas indicações da internet mas que estavam no sentido Vila do Gerês – Cascatas do Tahiti, ou seja, de baixo. E nós vínhamos de cima. Mas não houve problema! Da Cascata do Arado nós descemos em direcção à vila do Gerês, até encontrar um entroncamento com a placa a dizer Cabril. Aí seguimos em direcção a Cabril e mais à frente noutro entrocamento, virámos à direita (porque tinha um papel escrito à mão a dizer Cascatas Tahiti para a direita!!). Depois é só ir descendo e passar a aldeia de Ermida até encontrar muitos carros estacionados ao pé de uma ponte.

DSC_0264

DSC_0269

Eu considero que chegar até aqui é fácil. O pior está por vir! O que faz desta Cascata ser tão famosa é a beleza das várias quedas de água. E não estou a falar de uma queda que é a maior e pronto, faz show. Não!! A Cascata é formada por várias quedas de água, cada uma mais bonita que a anterior e únicas. Não há uma igual à outra!

DSC_0273

DSC_0279

Dizem que a descida até ao fundo vale muito a pena por causa da última queda que é enorme e forma uma lagoa com areia. Super paradisíaco. Eu fui quase quase até ao fundo porque já estávamos exaustos, mas ainda assim vi, por entre as árvores, a última queda e digo: não sei se haverá cascata mais bonita no nosso país.

DSC_0297

Conselho-chave antes de se aventurar encosta abaixo: a zona é muito perigosa e escorregadia por isso é importantíssimo levar calçado adequado (que não escorregue facilmente). Existem vários níveis de quedas de água, alguns bem perto da estrada, por isso não é preciso descer até lá abaixo para tomar banho ou até mesmo tirar bonitas fotos. Como disse antes, todas as quedas de água têm a sua beleza.

DSC_0304

Das cascatas fomos até à vila do Gerês mais para repor as calorias/energias de sobe e desce durante boa parte do dia. O meu estômago já só pedia comida por isso parámos assim que vimos lugar e dedicámos umas horinhas para o descanso. Por causa disso a vila foi vista numa visita rápida e as fotos tiradas por mim enquanto o Carlos estava na fila à espera que a procissão passasse para nós seguirmos viagem. Refilei que queria fotos da vila e a looonga fila da procissão ajudou! 🙂

DSC_0336

DSC_0349

A vila do Gerês é muito conhecida pelas termas e até existe um parque no centro, dedicado a elas. Objectivo para uma próxima visita é definitivamente ficarmos no hotel das termas, que só não ficámos desta vez porque eu, depois de fazer a reserva, encontrei este voucher a metade do preço para Castro Laboreiro!

DSC_0341

À saída da vila do Gerês passámos pela Albufeira da Caniçada que estava lotadíssima e não admira nada. Esta Albufeira é enorme e está tão bem estruturada para o turismo que a praia fluvial ao redor tem areia em óptimas condições, insufláveis na água, várias opções de desportos aquáticos e montes de barquinhos espalhados.

DSC_0372

DSC_0384

DSC_0388

Para além das casinhas mesmo ao pé da água (muitas delas para serem alugadas a turistas), restaurantes e bares de praia. Uma infinidade de infra-estruturas muito bem concebidas que tornam esta Albufeira tão popular como praia fluvial, tanto para turistas como para habitantes da zona.

DSC_0379

Torneiros, as termas espanholas

Se há coisa com que todos podem concordar é que Portugal está cheio de óptimas termas, principalmente o centro e norte do país. E por essa razão não faz sentido ir de propósito a Espanha usufruir de uma coisa que temos cá. Tudo bem! Mas quando a nossa localização é o Gerês (estou a falar de qualquer ponto do Parque Natural) torna-se quase indesculpável não dar um pulinho nestas termas.

DSC_0007

Primeiro ponto positivo: a vila de Torneiros fica a pouquinhos quilómetros após passar a fronteira Portugal-Espanha. O que torna super fácil aliar uma visita às termas sem deixar de incluir mais pontos turísticos no Gerês. Tudo para o mesmo dia. Como nós vínhamos de cima (de Castro Laboreiro), as termas de Torneiros foi logo a nossa primeira paragem antes de prosseguir Gerês abaixo.

DSC_0018

 

DSC_0010

 

Quando chegamos à vila de Torneiros o que nos desperta logo a atenção é a piscina de água quente com o rio logo ali ao lado. E o mais interessante de tudo é que o próprio leito do rio tem zonas quentes, frias e mornas. Isto tudo por causa de uma nascente de água quente que se mistura com o curso do rio. Daí a popularidade da região!

DSC_0008

 

DSC_0015

Acreditem ou não, até em solo português não se fala de outra coisa e é ponto turístico incluído nos mapas do nosso Parque Natural. No entanto, apesar de toda esta popularidade, ainda estranhei um bocadinho chegar lá e só ouvir o português à minha volta. Nada dos espanhóis! Também ajuda o facto de serem umas termas totalmente GRATUITAS. Até a piscina de água quente está ali ao lado do rio, para que todos possam usufruir sem pagar nada! Assim não admira a popularidade junto dos portugueses, não é?

DSC_0012

Quando lá estive, fiquei sentada algum tempo na piscina e fui ouvindo umas conversas de senhores idosos, que têm por hábito lá ir. E eles estavam a falar precisamente dos benefícios que as termas tinham para a saúde. Segundo eles, bastam 9/10 dias nas piscinas para que quem tenha problemas relacionados com os ossos comece logo a sentir melhorias.

DSC_0030

O espaço em volta das termas está bem estruturado para receber visitantes que queiram passar lá o dia ou mesmo alguns dias. À volta do rio e da piscina a área tem árvores e relva para um dia bem passado (com piquenique); e mesmo ali, na estrada principal da vila, existem vários hotéis para quem quiser experimentar durante alguns dias os benefícios para a saúde destas termas.

DSC_0036

 

 

 

Explorando o Parque Natural da Peneda

Quando comprei o voucher para o Gerês com estadia e Canyoning nem me preocupei muito com o facto de o hotel ser em Castro Laboreiro (a vila do Parque Nacional Peneda-Gerês mais a norte de Portugal). Para mim tudo era Gerês e com certeza lá em cima também iria experimentar tudo o que o Gerês tem para oferecer.

DSC_0393

Mas não é bem assim! A verdade é que a vila mais conhecida de todo o Parque é mesmo a vila do Gerês e é na suas redondezas que se encontram as cascatas mais famosas, isto sem contar com a barragem de Vilarinho das Furnas e Albufeira da Caniçada. Fica tudo logo ali!

Isso faz com que a maioria das pessoas que visita o Gerês prefira ficar nesta vila e nas suas redondezas, o que acaba por deixar Castro Laboreiro, e o Parque da Peneda ao seu redor, um pouco mais esquecidos. E isso é o maior crime da Humanidade!

DSC_0432

Castro Laboreiro e principalmente as suas redondezas estão recheados de surpresas escondidas e segredos que não vêem nos guias turísticos mais completos. Como é que eu descobri, se é segredo? Porque tivémos a sorte de decidir ir conhecer o Centro Etnográfico em Lamas de Mouro, onde tivémos o ponto de encontro para a actividade Canyoning.

Vacas mirandesas típicas da região

Vacas mirandesas típicas da região

DSC_0508

Estávamos numa de passar uma tarde mais relaxada sem grandes coisas para ver, até que conhecemos a senhora que estava no Centro e conversa puxa conversa, recebemos dicas de sítios ali perto assim… imperdiveis! Eu já olhava para o Carlos do género: “Não vamos conseguir ver isto tudo! Oh que ódio! Porque é que não conhecemos esta senhora mais cedo?” .

DSC_0513

DSC_0524

DSC_0527

E ela continuou continuou e pronto temos de admitir que é OBRIGATÓRIO voltar a Castro Laboreiro. Não é ao Gerês! É a Castro Laboreiro mesmo! Mesmo assim depois de falar com a senhora ainda fomos conhecer alguns destes sítios, mas definitivamente o melhor acabou por ficar para uma visita futura (que tem de ser o mais rápido possível!).

DSC_0388

DSC_0419

DSC_0420

Então a nossa tarde começou preguiçosa no enorme miradouro ao lado do hotel. Preguiçosa porque a manhã foi mais do que intensa, mas isso mostrarei num futuro post. Tivémos o privilégio de ter ficado num hotel com vista para esta maravilha da natureza e claro, para a grande estrela de Castro Laboreiro, o Castelo em ruínas lá em ciiiima do monte. Dá para lá ir? Siiiim! Se fomos? Não sou maluca a esse ponto.

DSC_0407

Ok ok há muita gente que lá vai mas eu fiquei um bocadinho apreensiva quando olhava para o horizonte e via pontinhos minusculos a subir subir e nunca mais lá chegávam. Para chegar lá em cima e ver um castelo em ruinas? Bem…não me quis meter nisso definitivamente.

DSC_0444

Então fomos conhecer o Santuário da Nossa Senhora da Peneda que vale meesmo a pena a visita, não tanto pelo seu interior, mas sim pelo exterior. E acredito que haja poucas igrejas no nosso país que estejam tão bem localizadas, no meio de rochas e escarpas altíssimas. Para ajudar à beleza natural envolvente ainda acrescento o facto de ter sido construída como réplica do “Bom Jesus” de Braga, que eu por esta altura ainda não conhecia.

DSC_0451

DSC_0452

DSC_0472

A expectativa era alta e não desiludiu! As casinhas à volta estão muito pitorescas e toda aquela zona parece tão natural, rodeada pela natureza e num recanto escondido.

DSC_0436

DSC_0463

Foi a seguir que visitámos o Centro Etnográfico e, como já falei, saímos de lá cheios de ideias e de mapa na mão. Descobrimos que mesmo ao pé do nosso hotel haviam quedas de água e um pouco mais abaixo na estrada que seguia por detrás do hotel, havia uma ponte romana de três arcos, que segundo a senhora, marcava a diferença por ser a única nas redondezas com três arcos. Pelo que percebi, é uma raridade este tipo de pontes romanas com três arcos.

Primeira paragem… quedas de água! A indicação era que para vê-las de frente o ideal era ir até ao museu da vila (que está prestes a abrir depois de ter sido restaurado) e depois seguir pelo caminho que vai por detrás. Aí temos uma bifurcação: para a direita é o caminho para subir ao castelo (o tal lá em ciiiima do monte), para a esquerda vamos entrar num trilho pedestre que levará ao ponto onde as quedas de água são visíveis.

DSC_0565

Ali pelo meio do trilho começámos a duvidar que aquilo fosse dar a algum lado com quedas de água, se nem sequer ouvíamos a água. Também não ajudou o caminho ir dar a uma cancela. Por esta altura virámos à esquerda e começámos a descer por pedras, mas já estávamos seriamente a pensar em desistir. Mas geralmente quando assim é, é sinal que estamos perto e….chegámos!!

DSC_0549DSC_0529

Isto pode ser redundante, mas eu achei lindoooo, daquelas paisagens que não há palavras mesmo. Ainda por cima nós estamos ali em cima de uma mega pedra, meio supensos no vazio, com as quedas de água lá em baixo. E… um pôr-do-sol para abrilhantar ainda mais a paisagem. 🙂 E o sossego? Só se ouvia a água lá em baixo e mais nada. Nós e a natureza ponto final! Ficamos com aquela invejita de quem lá vive todo o ano e tem o privilégio de ter aquela imensidão só para eles. Não há stress que resista!

DSC_0545

A ponte romana (Ponte Nova) fica a 7 minutos de carro e, como já estava a escurecer, foi mesmo a última coisa que visitámos antes de voltar ao hotel. Tínhamos a indicação de que o caminho para a ponte ficava logo a seguir à capela de S. Brás (com a Ponte da Assureira ao lado, também muito gira) e à entrada havia a indicação de percurso pedestre. E não foi dificil dar com o sítio! Depois é só andar um bocadinho a pé e estamos na ponte. Tive pena que a vegetação à volta não me deixou tirar fotos de longe para se perceber o quão única e bem preservada ela está.

Ponte da Assureira ao lado da Igreja de S. Brás

Ponte da Assureira ao lado da Capela de S. Brás

DSC_0595 DSC_0620

Depois pus-me a pensar e percebi que nunca tinha estado numa ponte romana tão antiga, Pedra sobre pedra, do mais rústico que pode haver. E, está ali, meio esquecida num percurso pedestre, mas ao alcance de todos os visitantes do Parque Natural. Vale muito a pena a visita!

Parque Natural do Alvão – Cascata das Fisgas do Ermelo

O Parque Natural do Alvão fica bem a norte de Portugal, mesmo antes de chegar ao Gerês, que era o nosso destino. Fazíamos conta em chegar ao hotel tarde, mas acabámos por chegar muuito tarde. Isto porque três cascatas parece um plano perfeitamente razoável, mas três cascatas localizadas em zona montanhosa, acaba por prolongar o tempo de deslocação entre elas. 

DSC_0320

Quando saímos do Geoparque de Arouca já não era cedo, por isso quando chegámos à serra do Alvão assistimos a um pôr-do-sol magnífico, com uma paisagem igualmente linda. É nestas alturas que nos sentidos pequeninos perante o tamanhoo das montanhas que estão à nossa frente. E é mesmo só montanha a perder de vista. Dica útil do Carlos: Não se esqueçam de abastecer antes de entrarem em zona montanhosa! Se não querem sofrer mini-ataques cardíacos por não encontrarem bomba nenhuma por laaaaargos minutos. É o desespero a tomar conta, literalmente!

DSC_0313

 

DSC_0314

Para esta zona eu tinha tirado da internet um plano muito interessante de percurso automóvel, que não só passava pela cascata, como também por uma barragem, miradouro, aldeias pitorescas e umas quedas de água. E já estava numa de o fazer até que bati com os olhos no tempo que durava o percurso (3 horas!) e então lá encolhi os ombros e admiti que o melhor era irmos directos à cascata. Vooolta para trás!

Para chegar à cascata não é muito dificil. É só ir em direcção à aldeia de Ermelo na serra do Alvão e quando passamos por ela começa logo a aparecer as plaquinhas a dizer Fisgas do Ermelo. É só seguir por aí seeempre em frente, que hão-de lá chegar com paciência :). Coisa que já não tínhamos muito por esta altura. 

DSC_0327

 

DSC_0332

A Cascata das Fisgas do Ermelo é uma das maiores da Europa e tem vários degraus. A base da cascata continua a não ser acessível, mas esta tem a vantagem de ter vários degraus cimeiros com pequenas quedas de água que formam lagoas facilmente acessíveis. Diz-se que em anos de chuva a grande queda de água fica com um aspecto mais imponente. Fica a dica! 

DSC_0339

 

DSC_0340

Imponente ou não, eu acho que vale sempre a pena a visita, nem que seja para se apreciar as maiores cascatas que temos no nosso país. E à parte da cascata pudémos assistir a um pôr-do-sol lindo no topo das montanhas. Por isso, já valeu a pena lá ir. O tempo que lá passámos foi mesmo curto e por isso imagino o que devo ter perdido por não ter feito o percurso automóvel que tinha inicialmente planeado.

DSC_0355

Quem estiver por esta zona não perca a oportunidade de fazer este roteiro automóvel: Barragem Cimeira do Alvão – Miradouro sobre a Aldeia de Lamas de Ôlo – Aldeia de Lamas de Ôlo – Rio Ôlo – Cascata das Fisgas do Ermelo – Aldeia de Ermelo.

Arouca Geopark – Cascata das Aguieiras

Quando planeei passar o primeiro dia de viagem para o Gerês a parar para visitar as melhores cascatas de Portugal e da Europa, eu pensei que ia poder maravilhar-me a tomar banho na piscina natural que é formada na base. E não foi à falta que a descrição das cascatas na minha revista não avisasse que era muito dificil chegar à base. Obviamente que eu pensei que era um exagero. Onde é que já se viu não conseguirmos chegar à cascata? Pois, mas por alguma razão elas são consideradas as melhores e mais altas. Se calhar são grandes porque a zona envolvente é formada por grandes e altíssimas escarpas. 

DSC_0242

Na Cascata da Frecha da Mizarela, depois de desistir de chegar à base, pensei: “É na próxima que vou ao mergulho!”. Pois, mas também não foi desta. A Cascata das Aguieiras é igualmente enooorme e relativamente desconhecida para o público em geral, em comparação com a primeira. O que pode ser explicado pelo dificil acesso ao único miradouro de onde se observa a cascata. 

DSC_0280

Eu nem sei se devia chamar miradouro, porque é mais uma zona no meio do mato onde se tenta achar o melhor sítio por entre as árvores (que entretanto cresceram) para se vislumbrar a cascata. E mais uma vez ela está lá ao fundo, desta vez completamente inacessível. Soa a aventura? E na verdade foi mesmo!

Quando saímos da Cascata da Frecha da Mizarela pusemos as únicas coordenadas de GPS que eu tinha encontrado na net (tentei achar para todas as cascatas, sem sucesso!) para ir ter à Cascata das Agueiras. E o GPS pergunta se desejamos evitar estradas de terra batida e nós pusemos “SIM”. E pronto, esse foi o nosso maior erro. Pensarmos que o miradouro desta cascata seria também arranjadinho e bonitinho, mesmo na estrada principal, como o foi a Cascata da Mizarela.

DSC_0279

Resultado: fomos dar a um beco sem saída, super apertado, em plena vila de Alvarenga (que é praticamente só campo!). Não estávamos longe, de facto, mas tendo em conta que as estradas ali são sempre a subiiir ou desceeer, para a esqueeerda e depois direeeeeita, 5 km multiplicam-se em 20 minutos e nós sem saber muito bem o que fazer. Eu sabia que a entrada para o miradouro era algures entre Vilarinho e Alvarenga, mas o meu mapa era mais adequado para os percursos pedestres e deixou-nos algumas dúvidas.

DSC_0239

Como a hora de almoço já ia avançada decidimos voltar atrás e parar numa praia fluvial, por onde passámos 15 minutos antes. Almoçávamos lá no bar e perguntávamos, como não quer a coisa, por indicações para o miradouro. Quanto desespero!! E lá fomos nós!

DSC_0247

Bem, posso dizer que me supreendi em primeiro lugar com a praia fluvial em si. Estava muito bem aproveitada, com areia de praia super limpa, rede de voleibol, um estacionamento bem organizado, e claro, uma paisagem linda. não há descrição possível, é daqueles sítios em que é impossível ficarmos mal-humorados ou não nos sentirmos relaxados e em harmonia com a natureza. Um recanto no meio das escarpas altíssimas, com água transparente. O que queremos mais?

DSC_0252

DSC_0257

 

DSC_0275

O melhor de tudo (e uma das razões que nos faz querer voltar ao Arouca) é a quantidade impressionante de praias fluviais por onde passamos nesta zona de Alvarenga, umas mais isoladas que outras, maiores ou mais pequenas, com mais ou menos infra-estrutura à volta. Em comum tinham o facto de estarem muito bem aproveitadas, sem dúvida. Também as pontes de pedra que ligavam as margens do rio Paiva (o rio da cascata que procurávamos) eram muito simples mas encaixavam na perfeição no meio da imensidão das árvores e das escarpas.

DSC_0271

 

DSC_0304

 

DSC_0306

Voltando à parte do almoço e do pedido de informações, ficámos super animados quando soubémos pelo dono do bar que estávamos mesmo pertinho e de bónus ainda recebemos uma revista e uma mapa detalhado do Geoparque de Arouca. Ou seja, se até aqui tínhamos adorado as paisagens, cascatas e praias fluviais por onde passámos, quando percebemos que havia muito mais por ver e descobrir, decidimos que tínhamos mesmo de voltar só para conhecer esta região.

DSC_0246

Então as indicações para o miradouro foram basicamente: “Quando chegarem à estrada principal cortam para cima e vão sempre em frente (que é como quem diz, às curvas!) até encontrarem a primeira curva apertada à esquerda. Aí vão ver um caminho de terra batida à vossa direita e seguem por ele. Quando chegarem a uma bifurcação param o carro e seguem a pé pela esquerda. Já não vai demorar muito!”

Quando fizémos a tal curva à esquerda e vimos um caminho à nossa direita não quisémos acreditar e preferímos achar que não devia ser aquele. “Vamos ao menos continuar mais um pouco para ter a certeza absoluta”, foi o nosso pensamento. Dá para imaginar o aspecto do caminho né? 

Pois, tivémos que nos conformar que era aquele porque realmente não houve mais caminho nenhum até Vilarinho. Voltámos para trás e lá nos enfiámos no caminho de terra batida. Passámos a primeira bifurcação e eu exigi que o carro fosse parado, contra vontade do Carlos (o meu marido!) que dizia que a estrada ainda dava para continuar. Mas pronto, quem não sabe é como quem não vê e lá seguimos a pé. 

DSC_0300

Passámos por mais TRÊS bifurcações e ao fim da terceira percebi que realmente podíamos ter levado o carro até ali (enfim, caminhar faz bem à saúde!). Começámos a vislumbrar a cascata e depois foi só ir andando para apanhar a melhor abertura entre árvores para tirarmos a foto mais perfeita. 🙂

DSC_0284

Não achei esta tão impressionante como a primeira, mas também tanto secretismo que uma pessoa vai com esperanças de algo….brutal, certo? E depois, o facto de ter crescido muita vegetação por ali torna mais dificil apreciar toda a beleza da cascata (que também era enooorme!).

DSC_0296

DSC_0293

O miradouro chama-se Alto do Pereiro, mas o meu conselho é chegar a Vilarinho ou Alvarenga, ou na praia fluvial ali pelo meio :), e perguntar onde fica a entrada para o miradouro. Poupará minutos preciosos do dia de certeza! 

Se ficar pela zona do Geopark mais dias existem muito mais actividades que pode fazer, para além das habituais caminhadas (percursos pedestres), explorações em busca de outras cascatas e visitas às vilas/aldeias históricas. Quando almoçámos na praia fluvial, reparámos em cartazes a anunciar actividades como Canyoning, canoagem, rappel, entre outras. Sempre boas ideias para sair da rotina e desenvolver o espírito aventureiro. E eu que o diga!!

Arouca Geopark – Cascata da Frecha da Mizarela

Os Geoparques começaram a surgir em 1998 pela UNESCO e a sua definição baseia-se “num território de limites bem definidos com uma área suficientemente grande para servir de apoio ao desenvolvimento sócio-económico local”. Assim foram surgindo vários Geoparques pelo mundo, e actualmente em Portugal já temos 3, que são: Naturtejo Geopark (perto de Castelo Branco), Arouca Geopark e Azores Geopark. E se à partida poderíamos desvarolizá-los por não terem o título de Parques Naturais, depois de espreitar um bocadinho do seu interior, só ficamos com vontade de voltar.

Eu, sem saber o que era um Geopark, acabei por querer visitar duas das mais bonitas e maiores cascatas do nosso país justamente no Geopark de Arouca. Como já tinha contado noutro post do Gerês, na altura de definir a rota para este fim-de-semana reservei logo o primeiro dia para fazer um roteiro pelas cascatas que se localizam entre Viseu e o Gerês e que ficam em caminho. E assim descobri na revista a Cascata das Aguieiras e a Cascata da Frecha da Mizarela.DSC_0084

O dia começou mais tarde do que eu tinha planeado por culpa das horas tardias em que chegámos a Viseu na noite anterior, onde pernoitámos para não fazer uma viagem tão longa de uma vez só. Então ficámos a pastelar até que nos sentimos com coragem para iniciar o longo caminho até ao Gerês. 

O Geoparque de Arouca fica pertinho de Viseu (sensivelmente uma hora!) e a primeira cascata que visitámos foi a Frecha da Mizarela.

DSC_0090

Esta Cascata fica na serra da Freita e é considerada uma das mais altas da Europa (não é brincadeira mesmo!), rondando os 75 metros de altura. É muitooo alta e uma desvantagem que aprendi neste fim-de-semana é que quanto mais alta é a cascata mais dificil é o acesso à sua base. E esta não é exceção, no entanto não é impossível. Existem pelo menos dois percursos pedestres por que passei que iam lá dar mas: um deles era tão íngreme que dava a sensação que estávamos em risco iminente de chegar lá abaixo mais rápido, ou era tão longo que demorávamos uma hora a lá chegar. 

DSC_0092

O percurso mais rápido mas íngreme começava no Miradouro da Frecha da Mizarela que também é o único onde se captam as melhores panorâmicas da cascata e toda a serra à sua volta. Este Miradouro é muito fácil de localizar e fica logo a seguir à aldeia da Mizarela.

DSC_0098

 DSC_0093

É daquelas paisagens que nos fazem perder minutos e minutos a apreciar e a imaginar como é que estas maravilhas da natureza surgiram. Do miradouro nós ouvíamos pessoas lá em baixo na cascata (dificil de acreditar mas é verdade) e eu só pensava “Que coisa! Se eles foram eu também quero lá ir”.

DSC_0107

DSC_0108

Mas como a ideia de descer aquela encosta pareceu arriscado demais decidimos experimentar descer mais na estrada à procura de um trilho mais plano que servisse para chegarmos à base da cascata. E foi mais abaixo na estrada que encontrámos uma zona bem de frente para a cascata e que rendeu fotos impressionantes. A perspectiva mudou completamente e de repente ela ficou ainda mais bonita. Parece que estamos no matagal mas é só impressão :).

DSC_0122

DSC_0123

DSC_0130

Mais um pouco em baixo na estrada descobrimos o tal percurso pedestre mais plano para a cascata e estávamos já a dar os primeiros passos quando passámos por um casal vestido a rigor para a caminhada (enquanto nós estávamos de chinelos e calção), que nos explicou que demorava 1 hora até chegar à cascata e que o ideal era não fazer o percurso de chinelo. Pois, desmoralizámos e desistimos da ideia. Mas nada esteve perdido porque ali pertinhooo tínhamos reparado que havia muitos carros estacionados. Fomos espreitar e encontrámos uma zona de praia fluvial muuito convidativa a banhos.

DSC_0140

DSC_0142

DSC_0155

A primeira zona de “praia fluvial” tinha mais pedra do que profundidade de água, no entanto eu fiquei felicíssima a pular de pedra em pedra porque há que admitir que, para banhos é dificil mas para beleza ganha o prémio. E ainda encontrámos várias famílias a fazer piquenique nas margens do rio. É um sítio muito agradável para se passar o dia, sem dúvida!

DSC_0160

DSC_0193

Um pouquinho mais à frente o rio está melhor aproveitado e há mesmo praia fluvial à séria com direito a zona de relva, bares, espreguiçadeiras e chapéus de sol. Então, para quem gosta de nadar à vontade e de uma infra-estrutura mais organizada, esta última praia fluvial é sem dúvida a mais indicada. Continua a ter um nível consideravelmente baixo de água, mas a ausência de rochas já dá para aproveitar bem mais.

DSC_0204

DSC_0208

DSC_0213

Antes de ir embora ainda fomos cumprimentar umas amigas que andavam por ali a pastar! E não é que elas tornaram-se as nossas melhores amigas no resto da viagem? Por onde quer que íamos lá estávam elas! 🙂 

DSC_0223

E saímos desta zona do parque com esta linda vista! E ela é muito característica. Apesar de estarmos a grande altitude, a zona é plana, sem muitas árvores e com muitas pedras. Ao viajarmos pelo Geoparque apercebemo-nos que a paisagem varia muito e a natureza foi-nos sempre surpreendendo à medida que a fomos explorando.

DSC_0231

Disneyland Paris

Ir à Disney não tem ciência nenhuma! Só consigo pensar numa palavra quando penso no que é suposto fazer por lá, que é…Diversão! E é mesmo isso. A Disney é para ser encarada como um dia sem preocupações turísticas, próprias da cidade de Paris, e para ser desfrutada ao máximo. Seja com crianças ou mesmo sem elas.

Apesar de a Disney ser estruturada para crianças a sensação com que fiquei do dia que por lá passei é que há crianças e crianças. Ou seja, é importante ponderar bem a idade da criança antes de pensar levá-la à Disney. E isto não tem a ver com as diversões que lá estão, porque essas estão mais que viradas para crianças de todas as idades. O problema é que Disney também é sinónimo de confusão, multidões, filas que não têm fim, tempos de espera em todo o lado, calor/frio em excesso (depende da altura do ano), muitas caminhadas e choro de criança em toda a parte.

Ok, a Disney não é pesadelo (longe disso), mas pode sê-lo se tentarmos visitá-la num curtíssimo espaço de tempo, com uma criança pequena e tentando experimentar o máximo de diversões possíveis. Não dá muito bom resultado. O ideal é visitar com tempo, se está a pensar levar crianças pequenas, ou encurtar a estadia, se a criança já for grandinha (ou mesmo adolescente) ou se for sem crianças.

A Disneyland cobre uma área enorme (2000 hectares) nos arredores de Paris e não é formada só pelos parques temáticos. No interior do Resort também existem sete hotéis (uns mais caros que outros 🙂 ), um centro comercial, restaurantes, parque de campismo, campo de patinagem no gelo, lagos, centros de congressos e um campo de golfe.

Os parques temáticos são dois e são o centro das atenções, fazendo as delicias dos visitantes. O parque mais conhecido é o Disneyland Park e o outro, mais recente, é o Walt Disney Studios Park. O primeiro está mais parecido com a DisneyWorld da Califórnia e as diversões (42 no total) transportam-nos para os contos de fadas da Walt Disney. Já o segundo, está mais virado para exposições interactivas, espectáculos ao vivo e o mundo por detrás do cinema Disney.

Quando fui à Disney ela estava a comemorar os seus 20 anos e então isso fez com que criassem um monte de promoções, decorações, espectáculos e merchandising novos. O que deu para fugir ao tradicional cor-de-rosa da princesa X e Y na altura de comprar as lembranças. Os tons azul petróleo e prateado com o Mickey vestido a rigor foram as cores predominantes e eu achei lindo lindo mesmo! A enorme loja “World of Disney” também tinha acabado de estrear, por isso foi ouro sobre azul! 🙂

Mergulhando mais nos parques temáticos, eu comecei o dia pelo Walt Disney Studios Park, tendo em mente fazer umas diversões mais interessantes e fui logo para o outro parque. Não ia muito com o espírito de assistir a vídeos do backstage da Disney, até porque só tinha um dia para ver tudo.

Acabei por perder imenso tempo na fila para a “Tartaruga” (que foi radical ao ponto de segurar os óculos como se segurasse a vida) e por isso não experimentei mais nada de diversões. Tirei umas fotos com os “Monstros e Companhia” e junto aos edifícios da época de 1930. Fiquei resignada que não ia dar para mais.

Mas neste parque ainda destaco diversões como o “Tapete Voador do Aladino” e a “Toy Story Playland” para os mais novos; a “Torre do Terror” para os mais destemidos (com uma queda-livre alucinante); e toda a parte de produção de filmes para os mais interessados e curiosos, como a “Art of Disney Animation” (relata a história dos desenhos animados), “Animagique” (os melhores momentos da Disney), “Walt Disney Television Studios” (processo de produção televisiva e cinematográfica), Armageddon Special Effects (segredos dos efeitos especiais usados em cinema).

O Disneyland Park já encaixa mais na maneira como sempre imaginámos que a Disneyland seria e por isso achamos tudo perfeito e lindo. Este parque está dividido em 5 zonas e tem taaaantas diversões que se torna dificil falar de todas. É mais uma questão de gostos e aliar o tempo que se tem no parque para experimentar o que mais gosta.

A zona “Main Street” fica logo assim que se entra no Parque e é a recriação de uma pequena vila norte-americana. É uma zona de passagem para a maioria, mas é aqui que se encontra a entrada para o comboio que dá a volta ao Parque e também muitas lojas e restaurantes. Também é daqui que inicia a Parada com os personagens da Disney na parte da tarde.

Ao fundo da “Main Street” começa a zona “Fantasyland” que, como o próprio nome indica está toda ela relacionada com as histórias de príncipes e princesas que nos acompanharam na infância. Tem o castelo da Bela Adormecida, a casa da Branca de Neve e dos Sete Anões, a casa do Pinóquio, o voo do Peter Pan, o Labirinto da Alice no País das Maravilhas, e por aí fora…

O “Frontierland” foi feito a pensar no Far West americano. E nesta zona não falta uma montanha russa bem ao estilo mineiro, a “Big Thunder Mountain”. Esta montanha russa foi feita no meio de um enorme lago e está cheia de pormenores surpresa (como o som de tiros e a passagem pela água). Ao lado da montanha-russa está a casa assombrada “Phantom Manor” que nos leva numa viagem muito “interessante” a conhecer a história triste de uma noiva que morreu no dia do casamento (os efeitos especiais são espectaculares).

Outra zona é a “Adventureland” que tem como diversões a Montanha russa da Indiana Jones (esta beeeem mais radical), o barco dos Piratas das Caraíbas, a Passagem Encantada do Aladino, a ponte suspensa, entre outras que não visitei.

Por fim, a Discoveryland está mais virada para a ficção-científica e a vida no futuro, com atracções como a montanha-russa “Space Mountain”, o Submarino do Capitão Nemo, entre outras menos conhecidas sempre com muitas naves espaciais e vaivéns espaciais. Esta zona já não tive tempo de visitar e também não faz muito o meu estilo, daí ter falado que com pouco tempo temos de definir prioridades.

Para comemorar os 20 anos, a Disney criou um espectáculo de projecção de video no Castelo da Bela Adormecida, acompanhado de fogo-de-artificio, que eu só tenho pena de não ter regressado mais cedo do jantar para escolher um lugar mais à frente.

Deslocações:

Os acessos para a Disney são por comboio, e como ela fica na zona 5, acaba por compensar comprar o pass até à zona 5 se está hospedado em Paris e quer ir à Disney. A Disney fica na última paragem do comboio e a estação está logo à entrada dos parques. Muito fácil! A viagem desde o centro de Paris demora 1hora.

Horário:

Os horários de abertura variam imenso dependendo da altura do ano, dia da semana e entre parques. De maneira que é sempre bom consultar o site oficial da Disneyland Paris na hora de escolher qual a altura do ano ou os dias da semana em que pretende fazer a visita.

Quando visitar:

Os meus conselhos é que tente evitar as alturas de maior calor ou frio e também os fins-de-semana. Se a temperatura estiver amena conseguirá desfrutar muito mais do parque por razões óbvias e isto é válido para quase todos os sítios que visitamos. Os fins-de-semana, apesar de serem os dias em que os parques fecham mais tarde, acabam por não compensar a visita porque a multidão será enorme, consequentemente as filas para as diversões durarão horas, e no final do dia teremos a sensação que ficou muita coisa por fazer. Falo por experiência própria!

Duração da visita:

Idealmente, o tempo que deveríamos passar na Disney para poder desfrutar de tudo o que ela tem para dar seria 3 ou 4 dias. No entanto, a realidade é que a Disney muitas vezes é encaixada no meio de visitas à cidade de Paris, em que o mais importante é conhecer a cidade do que passar dias a fio na Disney. Então, se a intenção é dispensar só 1 ou 2 dias pela Disney é bom não levar as expectativas de que será possível ver/fazer quase tudo e também levar em consideração as minhas dicas anteriores dos dias ideais para a visitar (esquecer os fins-de-semana).

Bilhetes:

Os bilhetes comprei-os no mesmo site em que comprei todos os outros bilhetes para circular/visitar por Paris, o qual já dei o link neste Post. Também se pode optar por comprar directamente no site oficial da DisneyLand Paris ou nas bilheteiras do Parque (esta última opção terá muitas filas). Existem várias possibilidades de bilhetes: para além da possibilidade da escolha do número de dias da visita, também pode escolher se pretende visitar os dois parques temáticos ou só um deles. Para além disso também encontrará as habituais promoções relativas à idade e as ocasionais, que na altura que fui era a seguinte: na compra de 3 ou 4 dias, um dia era oferecido. Também poderá haver outras promoções ocasionais direccionadas para quem fica hospedado nos hotéis Disney.

Hotéis Disney:

Esta é uma possibilidade a considerar muito bem e depende do tipo de experiência que pretende ter na Disney. Uma coisa é certa: só compensa se ficar mais do que um dia pelos Parques. Cada Hotel tem um tema, que vai desde o Far West, cabana de caçadores, marinheiros, hotel de negócios, e a jóia da coroa de todos os hotéis, o Disneyland Hotel (com montes de pormenores encantadores e personagens Disney por todo o lado).

As vantagens de ficar em hotéis Disney são o transporte grátis para todos os pontos do Resort (não só os Parques), a convivência diária com personagens Disney dentro do Hotel, a possibilidade de escolher um tema que faz parte do imaginário (e ter uma experiência Disney 24h), a fácil acessibilidade aos Parques (demora 15 minutos no máximo a chegar a eles).

A única desvantagem para mim é o preço (altíssimo!!!) mesmo no hotel mais barato. E este sobe até ao mais caro de todos, o Disneyland Hotel, que tem uma diária acima do ordenado mínimo nacional. Só vejo mesmo esta desvantagem mas para mim pesa baastante na hora de decidir ficar pela Disney. Mais ainda pensando que tem opções de hotéis nas redondezas do Resort com preços beeem mais acessíveis. Isto se realmente quiser ficar pela Disney vários dias.

Então há que pesar bem as opções na hora de decidir o que fazer. Se quer uma experiência mais autêntica ou se usufruir dos Parques sem ir à falência já é bom o bastante. 🙂

Onde comer:

Na matéria do que comer o que não faltam são restaurantes para todos os gostos e carteiras por toda a parte. No interior dos Parques encontra os restaurantes mais temáticos e exclusivos (por isso, mais caros), mas à saída dos parques tem uma zona de restauração enorme ao lado da loja World of Disney que já tem preços mais acessíveis e maior variedade.